quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Olá, pessoal !


Hoje vamos falar de uma forma de contra-cultura e de expressão artística da década de 70 chamada de Poesia marginal, ou Geração Mimeografo.




O que hoje é conhecido como poesia marginal pode ser definido como um acontecimento cultural que, por volta de 1972-1973, teve um impacto significativo  no ambiente do medo e no vazio cultural, promovidos pela censura e pela repressão militar.

Historicamente, os primeiros sinais editoriais da poesia marginal foram os folhetos mimeografados "Travessa Bertalha" de Charles Peixoto e "Muito Prazer" de Chacal.


CHARLES PEIXOTO
Charles Peixoto                              Chacal

O termo marginal (ou magistral, segundo Chacal) oscilava numa gama enorme de sentidos como marginais da vida política, do mercado editorial, e sobretudo marginal no cânone literário.

Desse movimento marginal surgem poetas como Chacal, Cacaso, Paulo Leminski, Torquato Neto.
No campo musical se destacam Tom Zé, Luís Melodia, Jorge Mautner. Nas artes plásticas destacam-se Lygia Clark e Hélio Oiticica.




        
Cacaso                                       Paulo Leminski



Marginal é quem escreve à margem,
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.
Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha
”.

Paulo Leminski


Receita (Nicolas Behr)
Ingredientes:

2 conflitos de gerações
4 esperanças perdidas
3 litros de sangue fervido
5 sonhos eróticos
2 canções dos beatles
Modo de preparar
dissolva os sonhos eróticos
nos dois litros de sangue fervido
e deixe gelar seu coração
leve a mistura ao fogo
adicionando dois conflitos de gerações
às esperanças perdidas
corte tudo em pedacinhos
e repita com as canções dos beatles
o mesmo processo usado com os sonhos
eróticos mas desta vez deixe ferver um
pouco mais e mexa até dissolver
parte do sangue pode ser substituído
por suco de groselha
mas os resultados não serão os mesmos
sirva o poema simples ou com ilusões.



Rápido e Rasteiro (Chacal)
Vai ter uma festa

que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida.







Esse tipo de poesia, tida como descartável, sem um projeto estético ou político aparente, provocou uma reação negativa da crítica e dos teóricos da literatura. Hoje, porém, a poesia marginal, tem um lugar próprio na História da literatura dos anos 70.


Jorge Mautner - Quero ser locomotiva


Luís Melodia e Jards Macalé
Negra Melodia



Fontes:

www.todamateria.com.br/poesia-marginal
heloisabuarquedehollanda.com.br/a-poesia-marginal
youtube.com.br

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