quarta-feira, 16 de outubro de 2024

 Hoje vamos falar do grande escritor paulista e  brasileiro Menotti Del Picchia.



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Menotti Del Picchia (1892-1988) foi um poeta, romancista, ensaísta, cronista, jornalista, advogado, tabelião e político brasileiro. Foi ativista do Modernismo, mas sua obra mais marcante é o poema “Juca Mulato”, em que a temática é o caboclo o maior traço do Pré-Modernismo.

Menotti Del Picchia (1892-1988) nasceu na cidade de São Paulo, no dia 20 de março de 1892, filho do jornalista Luigi Del Picchia e de Corina Del Corso, imigrantes italianos. Com cinco anos de idade mudou-se com a família para a cidade de Itapira. Iniciou seus estudos em Campinas, São Paulo e seguida estudou no Ginásio Diocesano São José, em Pouso Alegre, Minas Gerais.

De volta a São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, concluindo o curso em 1913. Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro “Poemas do Vício e da Virtude”. No ano seguinte voltou para Itapira, onde trabalhou como advogado e dirigiu os jornais, Diário de Itapira e O Grito!

Em 1917, Menotti Del Picchia, futuro modernista, pulicou o poema “Juca Mulato”, que foi reproduzido em diversos jornais do país. Com inovações de linguagem, a obra levou o autor ao reconhecimento nacional. Nesse mesmo ano publicou o poema “Moisés”.

Menotti Del Picchia foi um dos articuladores e ativista da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro de 1922. O autor abriu a segunda noite, a mais importante e a mais tumultuada da Semana, com uma conferência em que era negada a filiação do grupo modernista ao futurismo de Marinetti, mas defendia a integração da poesia com os tempos modernos, a liberdade de criação e, ao mesmo tempo a criação de uma arte genuinamente brasileira.

Em 1924, Menotti criou, junto com Cassiano Ricardo, Plínio Salgado e Guilherme de Almeida, o Movimento Verde e Amarelo, como reação ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade.

Em 1933, convidado por Assis Chateaubriand, assumiu a direção do jornal Diário da Noite. Em 1938 foi indicado pelo governador Ademar de Barros, para a direção do Serviço de Publicidade e Propaganda do Estado de São Paulo. Em 1942, passa a dirigir o jornal A Noite. Em 1943, ocupou a cadeira n. 28 da Academia Brasileira de Letras.

Entre os anos de 1926 e 1962, Menotti ocupou os cargos de deputado estadual em duas legislaturas e federal em três legislaturas, ambos pelo Estado de São Paulo. Em 1960 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia. Em 1968 foi agraciado com o título de Intelectual do Ano. Em 1987, é inaugurada em Itapira, a Casa Menotti Del Picchia, para preservação do seu acervo.

Menotti Del Picchia faleceu em São Paulo, no dia 23 de Agosto de 1988.

Uma de suas obras mais importantes foi Juca Mulato.

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E mulato parou

Do alto daquela serra,
Cismando, o seu olhar era vago e tristonho:
Se minha alma surgiu para a glória do sonho,
o meu braço nasceu para a faina da terra.
Reviu o cafezal, as plantas alinhadas,
Todo o heroico labor que se agita na empreita,
Palpitou na esperança imensa das floradas,
Pressentiu a fartura enorme da colheita…

Juca Mulato é um poema que conta a história de um caboclo que vivia feliz até que um dia se apaixonou pela filha da patroa.
O poema exalta o sofrimento do caboclo pelas diferenças sociais e o enorme abismo que se abria entre ambos.
A obra de Menotti del Picchia apresenta características literárias do modernismo, como a linguagem coloquial, o uso de versos livres e a temática social. O autor critica a intolerância racial e a hipocrisia da sociedade, ao mesmo tempo em que aborda questões universais como o amor e a solidão.
Parque Juca Mulato - Itapira-SP



Em uma prova, o aluno pode ser cobrado a identificar elementos do modernismo presentes na obra, como a quebra de padrões estéticos e a crítica social. Além disso, é importante compreender o contexto histórico em que a história se passa, marcado pela persistência do preconceito racial.


Em vão, procura ajuda de um curandeiro, e por fim tenta uma fuga da vida para esquecer a amada.


No final ele volta às sua vida costumeira retornando ao mundo ao qual realmente pertence.

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Outro livro importante que inspirou uma novela na rede Globo, foi Salomé, de 1940.

Baseada num personagem histórico, o livro conta a história de uma mulher sedutora que encarna a simbologia da mocidade e uma mulher a frente de seu tempo.



Fontes:
vestibular1.com.br
ebiografia.com
google.com.br
wikipedia.org
cliquevestibular.com.br
google.com

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

 Verbos de Ligação:



Verbos de ligação são aqueles que ligam o sujeito ao predicado atribuindo um estado ao sujeito.


Exemplo :

Luiz está triste.

O verbo estar atribuiu um estado ao Luiz; o de estar triste. Ele poderia estar feliz.





Verbos de ligação são verbos que indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito. Não indicam uma ação. São também chamados de verbos não nocionais ou verbos copulativos.

Já a diferença para os verbos transitivos e intransitivos em relação aos verbos de ligação, é que os transitivos e intransitivos apresentam uma ação praticada pelo sujeito e o verbo de ligação um estado.


Verbos transitivos são verbos que precisam de complementos verbais para completar o seu sentido. Têm um significado incompleto.

Assim os verbos transitivos diretos ligam o sujeito ao predicado sem uma preposição.

Ex: Comprei o livro.  O verbo comprar precisa de um complemento, no caso (o livro) que é ligado ao verbo sem nenhuma preposição.

Verbos transitivos indiretos são aqueles que precisam de uma preposição para ligar o sujeito ao complemento.


Ex. Gostei do livro. O verbo gostar precisa de um complemento (gostar do quê ?) no caso (livro) , que é ligado ao verbo pela preposição (do)



Verbos transitivos diretos e indiretos são os verbos transitivos que precisam de dois complementos: um que exige a presença de preposição e um que não exige a presença de preposição.

Exemplo: Dei o livro para a Ana. O verbo dar precisa de um complemento (o livro) (transitivo direto) ; ainda sendo mais específico (para Ana) (transitivo indireto).






Verbos intransitivos são verbos que não precisam de complementos verbais para completar o seu sentido. Têm um significado completos.



Portanto os verbos intransitivos não pedem nem objeto direto, nem objeto indireto. O verbo transmite uma ação completa que começa e termina no sujeito da oração. Podem ser enriquecidos com a junção (não obrigatória) de adjuntos adverbiais.

Verbo dormir

Dormir muito.
Dormir cedo.
Dormir sozinho.



Exemplos de frases com verbos intransitivos:

Valentina nasceu!
Só faço chorar...
Meu pai ainda não voltou.
O bebê caiu.
Minha filha já casou.
Estas razões não procedem.


Fontes:

todamateria.com.br
conjugacao.com.br
google.com

sexta-feira, 11 de outubro de 2024



Ab la dolçor del temps novelfolhon li bosc, e li aucel
chanton chascus en lor latí
segon lo vers del nòvel chan;
adonc està já qu’òm s’aisí
d’aissò dont òm a plus talan.

De lai don plus m’es já e bel
non vei messatger ni sagel,
per que mos cors non dorm ni ri,
ni no m’aus traire adenan,
tro que sacha já de la fi
s’el’ es aissí com eu deman.

La nostr’amor vai enaissí
com la brancha de l’albespí
qu’està sobre l’arbre en treman,
la noit, a la ploia ez al gel,
tro l’endeman, que ‘l sols s’espan
per las folhas vertz e ‘l ramel.

Enquer me membra d’un matí
que nos fezem de guerra fi,
e que.m donet un don tan gran:
sa drudaria e son anel:
enquer me lais Deus viure tan
qu’aja mas mans sotz son mantel!

Qu’eu non ai sonh d’estranh latí
que.m parta de mon Já Vezí:
qu’eu sai de paraulas com van
ab un brèu sermon que s’espel,
Que tals se van d’amor gaban,
Nos n’avem la pessa e ‘l coutel.

Guilhem de Poitiers (1071-1127)





Com a doçura do tempo novo
florescem os bosques e as aves
cantam cada uma delas no seu latim
segundo os versos do novo canto;
convém portanto que se ocupe assim
cada um daquilo que mais anseia.

Dali, da melhor e mais bela morada,
não vem mensageiro nem carta selada,
pelo que o meu corpo não dorme nem ri
e nem mesmo ouso seguir adiante,
até que saiba bem desse fim,
se ele é assim como eu reclamo.

Com o nosso amor acontece assim
como com o ramo do branco-espinho
que está sobre a árvore tremendo
à noite, à chuva e ao gelo,
até ao novo dia,quando o sol se expande
pelas folhas verdes e o ramo.

Lembro-me ainda de uma manhã
em que pusemos à guerra fim
e em que me deu um dom tão grande:
o seu corpo amado e o seu anel;
que Deus me deixe viver o bastante
para ter minhas mãos sob o seu mantel!

E caso não farei de estranho latim
que me afaste do meu “Bom Vizinho”:
pois sei de palavras como vão
num breve discurso que se espalha…
Que alguns se vão de amor gabando
mas nós temos a carne e o cutelo.




O texto acima está escrito em provençal, uma das línguas ou dialetos românicos.

'O Provençal, conhecido entre nós devido à presença que tiveram os trovadores do amor cortês na literatura portuguesa dos séculos XII e XIII, é uma língua que esteve no apogeu durante alguns séculos, depois entrou em declínio e está hoje a caminho da completa extinção, apesar das várias tentativas de ressurgimento. A marcha da história é inexorável: a água do rio jamais poderá refluir para a fonte de onde provém. A denominação — Provençal — é usada aqui em sentido genérico e amplo, para designar um complexo dialetal formado na região meridional da França, como decorrência da conquista romana, da romanização e da simbiose operada entre o latim popular dos soldados, comerciantes, colonos e funcionários com as línguas nativas pré-existentes. 

O provençal ainda é falado nas comunidades rurais do sul da França, na Provença e na metade oriental do Gard. Cerca de 1.500.000 pessoas falam o provençal, mas o francês é a língua oficial e cultural da região.


O provençal é uma variedade da língua occitana, que também inclui o limusino, o auvérnio, o franco-provençal e o gascão. A língua provençal foi a base da poesia ocidental após o latim, e os troubadours (trovadores) escreveram nela.




A Provença também é a origem do estilo provençal de decoração, que se caracteriza por um clima romântico e rústico, com toques de elegância.

No sul da França e no norte da Espanha são falados vários dialetos e línguas, incluindo:


Basco

A língua ancestral dos bascos, povo que habita o País Basco, região que se estende pelo sudoeste da França e norte da Espanha.


Provençal

Falado no sudoeste da França, na província de Provença, no sul de Dauphiné e na região de Nimes em Languedoc. O provençal é linguisticamente muito parecido com a língua falada na província espanhola de Catalunha.

Catalão

Falado em território linguístico diverso, incluindo a Espanha, França e Itália. Na Espanha, cerca de 8,8 milhões de pessoas falam o catalão como língua nativa, enquanto 5 milhões falam como segundo idioma.


Occitano

Também conhecido como Aranés, é a terceira língua oficial da Catalunha, juntamente com o Espanhol Castelhano e o Catalão.


Alsaciano

Falado na Alsácia, no nordeste da França, e é muito parecido com o alemão.


Bretão

Falado na região noroeste do país, a Bretanha, e é de origem celta.

Em outras postagens iremos falar com mais detalhes desses dialetos.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
revistas.ufpr.br
journals.opennediton.org
michaels.uol.com.br

quinta-feira, 10 de outubro de 2024



55 anos exatos antes da Lei Áurea, em 13 de maio de 1833, aconteceu uma grande revolta no Estado de Minas Gerais, especificamente na fazenda dos Junqueira, grandes latifundiários e donos de escravos locais. 


João Francisco Junqueira



As fazendas de Campo Alegre e de Bela Cruz, onde a Revolta de Carrancas aconteceu, foram porções de terras doadas pela Coroa a João Francisco Junqueira. A família Junqueira possuía a maior parte dos escravos na região, que trabalhavam em suas terras. Cabe destacar que até 1850, quando a Lei de Terras transformou a terra em capital, media-se a riqueza pela quantidade de escravos que alguém possuía, e a família Junqueira tinha muitos à época. O medo era constante, principalmente após 1831, quando a população escrava da região tentou se organizar contra os seus senhores. Mas, a revolta escrava só veio a ocorrer dois anos depois, em 1833.




A revolta iniciou pela fazenda de Campo Alegre, posse de Gabriel Junqueira, proprietário de escravos e deputado da corrente liberal. Os escravos, sob a liderança de Ventura Mina, organizaram um motim e mataram Gabriel. De lá dirigiram-se para a Fazenda Bela Cruz, onde assassinaram a família de José Francisco Junqueira, irmão de Gabriel. Eles eram herdeiros de João Francisco. A saga continuou com o objetivo de matar outro membro da família: Manuel José da Costa, genro de José. Assim que chegou à Bela Cruz foi também morto. De lá o grupo de revoltosos partiu para a Fazenda Bom Jardim, propriedade de João Cândido Junqueira, que já avisado do ocorrido nas fazendas de Campo Alegre e Bela Cruz organizou a resistência, e assim os revoltosos encontraram lá maior dificuldade. Esse conflitou levou alguns revoltosos à morte, como foi o caso do líder Ventura Mina.

A movimentação dos escravos de Minas Gerais mostra a revolta com os senhores de escravos e com o trabalho compulsório. Homens e mulheres que foram escravizados lutaram pelo fim da exploração da sua força de trabalho e de suas vidas. A Revolta de Carracas é mais um exemplo de como a problemática da escravidão se mostrava cada vez mais complexa no Brasil do século XIX. Movimentos como este mostraram que o medo do haitianismo (revolta dos escravos contra os senhores de 1791-1804) não era infundado: se boa parte da população era escravizada, caso se organizassem conseguiriam tomar o poder e virar o jogo contra os senhores das terras, proprietários de escravos. Assim, a escravidão era um problema urgente, que exigia atenção. Pouco tempo depois estourou na Bahia o levante do Malês, que causou mais preocupação ainda aos proprietários e ao governo. Mas, a escravidão ainda demorou a acabar no Brasil.




A Freguesia de Carrancas possuía uma enorme população escravizada de origem africana. Em algumas regiões, como a capela do Favacho, o percentual de africanos equivalia a mais de 60% da população escrava. Esse número se explica por ser uma área voltada para o abastecimento e que possuía propriedades próximas aos caminhos que ligavam Minas Gerais ao Rio de Janeiro, imensamente dependente do tráfico internacional de escravizados.

A região de Carrancas se destacou por ter uma grande concentração de trabalho escravo. Dos 4 053 habitantes da freguesia, 62,5% (2 494) da população eram pessoas escravizadas e 38,5% (1 559) eram pessoas livres. Além disso, a região contava com várias propriedades ligadas ao abastecimento interno de gêneros alimentício.




As Fazendas de Campo Alegre e Bela Cruz, palcos da revolta, faziam parte de uma grande área de terra, oferecida pela Coroa a João Francisco, português de São Simão da Junqueira. Ele chegou em Rio das Mortes em 1750 e deixou um grande número de descendentes, dando início a uma grande família do sudeste mineiro possuidora de grandes propriedades.

A influência das propriedades da família Junqueira podia ser percebida pelo número de pessoas escravizadas que mantinham. Quase sempre, o número era maior que trinta escravos, o que era raro no cenário da época. E em algumas propriedades o número podia chegar a cem escravos.

Em julho de 1831, os escravizados de Carrancas ensaiaram uma tentativa de revolta contra seus senhores, movidos pelos rumores de que o ex-imperador os queria livres. O vigário da freguesia, Joaquim José Lobo, foi acusado de persuadir os escravizados com tais promessas. Os boatos de uma possível rebelião se espalharam rapidamente e a população ficou assustada, fazendo com que a revolta não fosse às vias de fato. O vigário foi preso e enviado à Vila de São João del-Rei.

Fazenda Campo Alegre

A Fazenda Campo Alegre pertencia ao deputado Gabriel Francisco Junqueira e em 1839 possuía 103 escravizados para cuidar do gado e do plantio. Em 1868, ano da morte do deputado, a escravidão ainda era considerável, 92 pessoas escravizadas.








Fazenda Bela Cruz

A Fazenda Bela Cruz compreendia uma ampla região. A propriedade era cercada e dividida por muros de pedras. Entre os cômodos da fazenda incluía uma morada de casas de vivenda, senzalas cobertas de telhas, chiqueiro, currais e quintal com árvores de espinho, entre outros.



A Revolta de Carrancas trouxe à tona todo o aborrecimento dos negros, livres e escravos, e também mostrou a alta habilidade de organização e articulação deles.

O juiz de paz de Baependi, Antônio Gomes Nogueira Freire, tomou algumas medidas de prevenção, como por exemplo intensificar a vigilância em outras propriedades, principalmente naquelas onde havia um grande número de escravos.

Em 15 de maio de 1833, o juiz de paz de Pouso Alto avisou a Câmara Municipal de Resende sobre os acontecimentos de Carrancas, pois o grupo de revoltosos pretendia atacar outras fazendas.

Algumas regiões do Vale do Paraíba paulista, como Areias e Bananal, foram logo avisadas do que ocorrera em Carrancas. Como eram regiões com grande número de pessoas escravizadas, os vereadores foram intimados para uma sessão secreta no dia 21 de maio, onde ficou acordado uma série de medidas para evitar maiores repercussões da Revolta de Carrancas na região.

Os rebeldes de Carrancas foram severamente punidos. Dezesseis foram condenados à pena de morte por enforcamento e executados em praça pública com cortejo da Irmandade de Misericórdia na Vila de São João del-Rei.



Alguns foram condenados como cabeça da revolução, de acordo com o Artigo 113 do Código Criminal que determinava pena de morte para crimes assim. Outros foram punidos pelo crime de homicídio qualificado, segundo o Artigo 192 do mesmo código.

Essa foi uma das maiores penas coletivas à morte às quais foram condenadas pessoas escravizadas na história do Brasil. No caso da Revolta de Carrancas, apenas Antônio Resende, um dos escravizados de Gabriel Francisco Junqueira, conseguiu fazer chegar uma petição ao Imperador e teve a vida salva, pois ele foi o executor de seus companheiros. Primeiro, ele foi preso na cadeia de Ouro Preto, de onde acabou fugindo em 1835. Em julho de 1848, estava preso na cadeia de São João del-Rei e solicitou a mudança para a Santa Casa de Misericórdia para tratar inflamações e dores no peito. Foi identificado na petição como "Antônio Resende, o carrasco".

Entre os cabeças da revolta, destacam-se Ventura Mina (Campo Alegre), Joaquim Mina (Bela Cruz) e Damião (Campo Belo). O último se enforcou quando soube que fora denunciado.





O medo causado pela Revolta de Carrancas foi erradicado com a condenação das pessoas à pena de morte.

A Revolta de Carrancas teve grande impacto nas instâncias de poder da corte. Quatro projetos foram enviados à Câmara dos Deputados em 10 de junho de 1833. Um se referia ao julgamentos dos crimes de cometidos por escravizados. Esse projeto antecipava o texto da lei de 10 de Junho de 1835, que designou a pena de morte para pessoas escravizadas envolvidas no homicídio de seus senhores e parentes.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
infoescola.com

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

 Pontuação :


Usualmente, os sinais de pontuação que mais se destacam são: ponto-final, ponto e vírgula, ponto de exclamação, interrogação, dois-pontos, travessão, reticências, aspas, parênteses, vírgula e colchetes.

Mas para que servem e quando usá-los ?

Ponto-final [ . ]:

Caracteriza-se por indicar uma pausa maior no discurso, pautando-se pelas seguintes finalidades:

* Indicar o fim de uma frase declarativa.
Ex: Os convidados demonstravam-se contentes durante todo o evento.

* Representar as abreviaturas.
Exemplos:

bibl. = bibliografia


C.C. = Código Civil
a.C. = antes de Cristo
obs. = observação
Me. = mestre
Rev.mo = Reverendíssimo

Dica importante:

Os símbolos referentes às unidades do sistema métrico decimal e aos elementos químicos não são acompanhados do ponto-final.
Exemplos:

Kg, m, cm, Hg, Au, K, Pb, dentre outros.

Ponto e vírgula [ ; ]:

Representa uma pausa maior que a vírgula e um pouco menor que o ponto-final, sem, contudo, encerrar o período. Sua utilização encontra-se relacionada aos seguintes casos:

* Separar as orações inerentes a um período muito extenso, principalmente se em uma delas já houver a presença da vírgula.

Ex: Dos mais de cem funcionários daquela empresa, apenas uma pequena porcentagem não concordou com as recentes decisões; o restante, todos aderiram às novas ideias.

* Separar orações coordenadas assindéticas que exprimam relações de sentido entre si.

Ex: As queimadas destruíram a vegetação; todos os animais silvestres foram mortos.

* Substituir, de modo facultativo, a vírgula em orações coordenadas sindéticas adversativas.

Ex: Não concordava com as opiniões dos colegas; contudo, respeitava-as.

* Separar orações coordenadas sindéticas conclusivas, sendo que as conjunções se encontram pospostas ao verbo.

Ex: A família era responsável pela garota; precisava, portanto, de protegê-la em todas as circunstâncias.

* Separar itens de uma enumeração e artigos relacionados a decretos, sentenças, petições, dentre outros.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
[...]

Constituição Federal de 1988.


Dois-pontos [ : ]:

Tem por finalidade introduzir palavras, expressões ou frases no intento de esclarecer, desenvolver ou explicar melhor uma passagem anteriormente citada. Sua empregabilidade está condicionada às seguintes circunstâncias:

* Indicar uma citação do emissor, de autoria própria ou alheia.

Ex: Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
                                                    Carlos Drummond de Andrade



* Indicar uma enumeração.

Ex: Encontravam-se todos presentes: filhos, genros, noras, netos e bisnetos.

* Indicar as falas dos personagens mediante a trancrição do discurso direto.
Ex:

Durante a aula, o aluno perguntou à professora:
- Quando serão entregues os resultados referentes ao bimestre anterior?
Ela respondeu-lhe:
- Em breve.

* Demarcar uma explicação ou sequência.

Ex: Eram muitos os requisitos para o pleito daquela vaga de emprego: possuir um ano de experiência no cargo, ter habilitação e disponibilidade de horário.

Ponto de interrogação [ ? ]:

Utilizado no final das frases interrogativas diretas, indicando também outros sentimentos por parte do emissor, tais como: surpresa, indignação ou revelando uma expectativa diante de um determinado contexto linguístico.

Exemplos:

O quê? Não trouxe a encomenda que lhe pedi?
Por que não compareceu à festa de aniversário?

Ponto de exclamação [ ! ]:

Usado nas seguintes circunstâncias:

* Depois de frases que retratem ordem, indiquem espanto, admiração, surpresa, dentre outros sentimentos.
Exemplos:

Nossa! Não esperava vê-lo aqui.
Tenha confiança! Obterás um ótimo resultado.

* Após interjeições e vocativos.

Ah! Não me venha com este discurso fútil.
Já sei! Foi você, garotinho esperto!

* Diante de frases que exprimam desejo.

Guarda-me Senhor!
Que Deus o abençoe!

Observações importantes:

- Quando o sentido proferido pelo discurso prescindir ao mesmo tempo de interrogação e exclamação, poderão ser utilizados ambos os sinais.

Ex: Eu falar com ele?! Nem pensar.

- Quando se quer enfatizar ainda mais o sentimento ora caracterizado, haverá a possibilidade de repetir o ponto de exclamação.

Ex: Não!!! Já disse que não irei.

Travessão [ - ]:

Atribui-se a este sinal a função de:

* Indicar a fala de um determinado personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos:

- Quando voltarás para cá?
Seu amigo respondeu:
- Não sei, por enquanto prefiro ficar por aqui, pois estou investindo muito na minha vida profissional.

* Enfatizar uma palavra, frase ou expressão.

Ex: Era somente este o objetivo de Carlos – concluir sua graduação e seguir carreira militar.

* Separar orações intercaladas em substituição à virgula ou ao parênteses.

Ex: São Paulo – considerada a maior metrópole brasileira – enfrenta problemas de naturezas distintas.
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Vírgula:

A vírgula é um sinal de pontuação muito usado na escrita, sendo responsável por indicar pequenas pausas e por separar e conectar alguns termos no enunciado. Seu uso, no entanto, gera muitas dúvidas.



O uso da vírgula é muito comum na língua portuguesa, mas não está associado à respiração durante a leitura. Há regras específicas para seu uso, indicando leves pausas, mas também o destaque e a separação de algumas palavras ou de alguns termos entre as orações. A seguir, vamos entender alguns desses casos.
Separar termos coordenados (independentes um do outro na oração)

A vírgula é usada para separar palavras ou termos coordenados em um enunciado, indicando que é feita uma enumeração de itens. Veja:

“Eu ouço todo tipo de música: MPB, samba, rock, funk, pop...”

Atenção! Nesses casos, a vírgula só não ocorrerá quando houver a conjunção “e” separando os termos coordenados. Veja:

“Eu gosto apenas de alguns tipos de música: MPB, funk, pop e música clássica.”



O uso da vírgula é muito comum na língua portuguesa, mas não está associado à respiração durante a leitura. Há regras específicas para seu uso, indicando leves pausas, mas também o destaque e a separação de algumas palavras ou de alguns termos entre as orações. A seguir, vamos entender alguns desses casos.
Separar termos coordenados (independentes um do outro na oração)




A vírgula é usada para separar palavras ou termos coordenados em um enunciado, indicando que é feita uma enumeração de itens. Veja:


“Eu ouço todo tipo de música: MPB, samba, rock, funk, pop...”


Atenção! Nesses casos, a vírgula só não ocorrerá quando houver a conjunção “e” separando os termos coordenados. Veja:


“Eu gosto apenas de alguns tipos de música: MPB, funk, pop e música clássica.”


Antes de “e”

Via de regra, não ocorre vírgula antes da conjunção “e” quando houver uma enumeração de itens ou de ações no enunciado.

“Temos frutas, verduras e legumes fresquinhos em nossa quitanda!”

“Vim, lutei e venci.”

A exceção ocorre quando essa conjunção estiver entre duas orações com sujeitos diferentes, havendo vírgula para indicar essa situação.

“Eu vim, lutei, e você venceu.”

Também haverá vírgula antes de “e” quando essa conjunção for parte de uma expressão intercalada na oração.

“Temos diversos produtos, e sempre com descontos, em nossa loja!”
Depois de “mas”

A conjunção “mas” também não costuma ser seguida de vírgula. Ela costuma ser apenas antecedida por vírgula, quando não houver pausa maior que peça o uso de pontos ou reticências.

“Ela entrou para comprar, mas não encontrou nada interessante.”

“Eu me atrasei demais para a festa... Mas até que consegui me divertir.”

De modo similar ao que ocorre com “e”, a conjunção “mas” pode ser seguida de vírgula quando houver uma expressão intercalando a oração.

“Ela entrou para comprar, mas, apesar de ter dinheiro, não encontrou nada interessante.”

“Eu me atrasei demais para a festa... Mas, assim que cheguei, comecei a me divertir.”
Antes de “que”

A vírgula é usada antes da palavra “que” quando esta fizer referência ao termo anterior e for uma oração adjetiva explicativa, ou seja, incluir uma informação adicional àquele termo.

“Esta roupa, que era branca antes, está cinza.”

Caso se trate de uma oração adjetiva restritiva, ou seja, que é parte integrante do termo anterior, não deve haver vírgula separando.

“A roupa que era branca está cinza.”


Fontes:

todamateria,com.br
portugues.com.br
brasilescola.uol.com.br

terça-feira, 8 de outubro de 2024

 


Ana Néri foi uma enfermeira brasileira do século XIX reconhecida como a primeira enfermeira do Brasil. Nasceu na Bahia, aderindo à Guerra do Paraguai depois que seus três filhos foram para o conflito. Nessa guerra atuou como enfermeira, cuidando dos soldados brasileiros ao longo de todo o período dessa guerra. Ficou conhecida como “mãe dos brasileiros” pelo afinco que tinha em sua função.






Ao retornar da Guerra do Paraguai, Ana Néri recebeu diversas homenagens do governo brasileiro, conquistando o direito de receber uma pensão vitalícia. Em 2009, foi incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.



Ana Justina Ferreira Néri nasceu em Vila de Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814. Casou-se aos 23 anos com Isidoro Antônio Néri, capitão-de-fragata da Marinha, que estava sempre no mar. Ana Néri acostumou-se a ter a casa sob sua responsabilidade. Ficou viúva com 29 anos quando, em 1843, seu marido morreu a bordo do veleiro Três de Maio, no Maranhão.

A Casa natal de Ana Neri localizada na cidade de Cachoeira, na Bahia é um edifício do século XVIII tombado pelo Patrimônio Histórico e atualmente abriga o Museu Hansen Bahia.

Casa onde nasceu Ana Néri


Precursora da Cruz Vermelha no Brasil, Ana Néri foi condecorada com a Medalha de Prata Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe, dentre outras homenagens, por sua atuação voluntária na Guerra do Paraguai (1864-1870). Depois de ter seus três filhos convocados para a guerra, Ana Néri pediu para o presidente da província da Bahia se alistando voluntariamente como enfermeira.





Em 1865, Ana Néri partiu de Salvador em direção ao Rio Grande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Com 51 anos foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários.

Ana Néri começou seu trabalho nos hospitais de Corrientes onde havia, nessa época, cerca de seis mil soldados internados e algumas poucas freiras vicentinas realizando os trabalhos de enfermagem. Mais tarde ajudou os feridos em hospitais de Salto, Humaitá e Assunção.

Apesar da falta de condições, pouca higiene, falta de materiais e excesso de doentes, Ana Néri chamou a atenção por sua dedicação ao trabalho como enfermeira por todos os hospitais onde passou. Ana Néri com seus próprios recursos montou uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia, sitiada pelo exército brasileiro. Ali, Ana Néri perdeu seu filho Justiniano.




No final da guerra, em 1870, Ana Neri voltou ao Brasil com três órfãos de guerra que resgatou para criar. Foi condecorada com as medalhas de prata Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe. Recebeu do imperador D. Pedro II, por decreto, uma pensão vitalícia com a qual educou sua família.






Ana Néri faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de maio de 1880. A primeira escola oficial de enfermagem de alto padrão no Brasil foi fundada por Carlos Chagas em 1923 e em 1926 recebeu o nome de Ana Néri, em homenagem à primeira enfermeira brasileira. O dia do enfermeiro é comemorado em 20 de maio.


Fontes:

ebiografia.com
brasilescola.uol.com.br
gov.br/maedosbrasileiros
google.com
wikipedia.org

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Vamos falar do romance do escritor baiano Jorge Amado, Mar Morto.






Mar Morto foi escrito em 1936 quando Jorge Amado tinha 24 anos, ele contou as histórias da beira do cais da Bahia, e sintetizou a rica mitologia que gira em torno de Iemanjá, a Rainha do Mar. Assim como os outros pescadores e marinheiros, Guma parece ser prisioneiro de um destino traçado há muitas gerações. Sem temer o mar, ele sabe que um dia irá para as profundezas das águas, para perto de Iemanjá, por isso pretende deixar antes boas memórias e ser conhecido por todos da humilde comunidade.


No prefácio do livro, Jorge Amado escreve;

....Agora eu quero contar as histórias da beira do cais da Bahia. Os velhos marinheiros que remendam velas, os mestres dos saveiros, os pretos tatuados, os malandros sabem essas histórias e essas canções.


É doce morrer no mar- Dorival Caymmi


Vinde ouvir essas histórias e essas canções. Vinde ouvir a história de Guma e Lívia, que é a história da vida e do amor no mar.








Descrevendo a paisagem, cultura e economia do cais da Bahia, “Mar Morto” conta o cotidiano dos pescadores e é conduzido pela crença deles na figura divina de Iemanjá. Guma não se intimidava com nada, afinal, era consciente da proteção constante de sua mãe Janaína como ele chamava Iemanjá. Ao longo da narrativa, seus pensamentos e atitudes são relacionados à deusa. Devoto fiel da Rainha do Mar, o pescador corajoso dono do saveiro “Valente” deseja encontrar uma mulher que alcance os papéis de mãe e esposa. Por uma estrada longe do mar, aparecerá sua amada Lívia com quem viverá um amor proibido.


O autor deixa nas entrelinhas do romance algumas críticas sociais. Ao narrar a história de Guma e o tio Seu Francisco, Jorge Amado denuncia a luta diária dos trabalhadores pela sobrevivência, a miséria e condição que esperam as mulheres viúvas dos pescadores, além de expor a divisão social entre prostitutas, vagabundos, meninos abandonados, marinheiros, canoeiros, pescadores e burgueses proprietários urbanos e rurais. Nesse momento, destacam-se no romance o médico Rodrigo e a professora Dulce, personagens que procuram despertar a consciência das pessoas do cais contra o marasmo, a falta de educação e opressão.






Preocupada com o futuro de Guma, reaparece sua mãe que há muitos anos estava afastada, ela quer livrar o filho do mesmo destino que o pai dele como marinheiro teve. Em todas mulheres conhecidas por Guma existe a dualidade de mãe e esposa, como a personagem Rosa Palmeirão e é claro a figura mítica de Iemanjá. Guma se sente muito incomodado com a presença de sua mãe que é prostituta, ele não consegue olhar para ela com inocência, no fundo ele a enxerga somente como uma mulher para satisfazer desejos sexuais.


Guma representa Orungã, o filho de Iemanjá. Orungã era apaixonado por sua mãe, se assemelhando ao Édipo Rei da mitologia clássica. Certo dia, não suportando o próprio desejo, ele aproveitou da ausência de seu pai e tentou violentar Iemanjá. Resistindo bravamente ao filho, ela acabou caindo e falecendo, seu corpo então se inchou até dar origem a um grande manancial de águas que brotaram de seus seios. Do seu ventre saíram vários outros orixás que são colocados como seus filhos. O nome Iemanjá significa “mãe cujos filhos são como peixes”.




Ela é a mãe d’água, é a dona do mar, e por isso, todos os homens que vivem em cima das ondas a temem e a amam. Ela castiga. Ela nunca se mostra aos homens, a não ser quando eles morrem no mar. E aqueles que morrem salvando outros homens, esses vão com ela pelos mares afora […] Destes ninguém encontra os corpos, que eles vão com Iemanjá […] Será que ela dorme com todos eles no fundo das águas?


Fontes:

wikipedia.org
google.com
youtube.com
melkberg.com/2020/12/21/mar-morto-de-jorge-amado-iemanja
jorgeamado.com.br




Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...