quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Halloween, ou Dia das Bruxas, é uma celebração popular de culto aos mortos comemorada anualmente no dia 31 de outubro.










O termo tem origem na expressão em inglês “All Hallow’s Eve” (Véspera de Todos os Santos), pois é comemorado um dia antes do feriado de 01 de novembro.

A cultura de celebração do Halloween é muito forte em países de língua anglo-saxônica, sobretudo nos Estados Unidos. Com o tempo, o feriado ganhou popularidade e hoje é comemorado, ainda que em menor escala, em grande parte do mundo.

A tradição do Halloween foi levada pelos irlandeses aos Estados Unidos, onde a data é considerada feriado.

Acredita-se que a maioria das tradições de Halloween tenham se originado nos antigos festivais celtas chamados Samhaim, que marcavam a passagem de ano e a chegada do inverno. Para os celtas, o início do inverno representava a aproximação entre o mundo e o “Outro Mundo”, onde vivem os mortos.







"Doçuras ou travessuras"




A maioria dos símbolos característicos do Halloween possuem origem nos primórdios da tradição, enquanto outros foram agregados com o tempo. Entre os principais estão:

As cores laranja e preto: O Halloween é associado com as cores laranja e preto pois o festival do Samhaim era comemorado no início do outono, quando as folhas se tornam laranjas e os dias são mais escuros.

Lanterna de abóbora: a lanterna de abóbora (do inglês Jack o’lantern) tem origem em um conto celta sobre um rapaz que foi proibido de entrar no céu e no inferno e vaga eternamente com sua lanterna em busca de descanso.

A tradição de entalhar abóboras teve início nos Estados Unidos. Antes, os países de origem celta entalhavam nabos e inseriam velas no interior com o objetivo de afastar espíritos.




No Brasil foi criado o Dia do Saci. Quem não lembra do mito do carismático negrinho de uma perna só, vestindo um gorro vermelho e fumando seu cachimbo, enquanto apronta travessuras por aí?

Desde 2005, essa figura importante do folclore brasileiro, o Saci, tem o seu dia especial: 31 de outubro. A data foi criada com o objetivo de resgatar figuras importantes do folclore nacional, já que muitos pelo Brasil também celebram no mesmo dia o Halloween (ou Dia das Bruxas), um mito de origem celta, comemorado em inúmeros países como pelo mundo, especialmente Estados Unidos e Europa.







O mito do Saci Pererê teria surgido entre os indígenas da Região das Missões, no Sul, e se espalhado por todo o Brasil. Divertido e brincalhão, o Saci apronta travessuras nas matas e nas casas. Apesar disso, ele não tem o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal. Ele é um conhecedor das ervas da floresta e guarda os segredos dos seus conhecimentos. O escritor Monteiro Lobato retratou o personagem de maneira brilhante na literatura infantil.

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Em 2003, foi apresentado um projeto de lei federal (nº 2.762, de 2003), elaborado por Chico Alencar, (PSOL - RJ) e Ângela Guadagnin (PT - SP), com o pedido da institucionalização do dia.

Anteriormente, o Estado de São Paulo havia oficializado a dada com a Lei nº 11.669, de 13 de janeiro de 2004. Outros dez municípios paulistas também adotam o Dia do Saci como São Luiz do Paraitinga (onde a festa dedicada ao saci dura quase duas semanas), São José do Rio Preto, Guaratinguetá e Embu das Artes. O dia também foi oficializado em Vitória (ES); Poços de Caldas e Uberaba (MG); Fortaleza e Independência (CE).

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Fontes:

significados.com.br
wikipedia.org
google.com
seuhistory.com

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

"A língua portuguesa é a continuação ininterrupta, no tempo e no espaço, do latim levado à Península Ibérica pela expansão do império romano, no início do séc. III a.C., particularmente no processo de romanização dos povos do oeste e noroeste (lusitanos e galaicos), processo que encontrou tenaz resistência dos habitantes originários dessas regiões. Depois do processo de romanização, sofreu a Península a invasão dos bárbaros germânicos, em diversos momentos e com diversidade de influências, que muito contribuíram para a fragmentação linguística da Hispânia: em 409 foi a vez dos alanos, vândalos e suevos; em 416, dos visigodos. Deste contacto encontramos como resultado a visível influência germânica, especialmente dos visigodos, no léxico e na onomástica. No século VIII, em 711, voltou a Península a ser invadida pelos árabes, consumando a série de fatores externos que viriam a explicar a diferenciação linguística do português no mosaico dialetal que hoje conhecemos; apesar do largo contributo na cultura e na língua – especialmente no léxico –, a permanência muçulmana não teve força suficiente para apagar as indeléveis marcas de romanidade das línguas peninsulares."     (Moderna Gramática Brasileira - Bechara, Evanildo- Editora Nova Fronteira- 37ª Edição)


A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar e mais a influência árabe e das tribos que viviam na região.

Sua origem está altamente conectada a outra língua (o galego), mas, o português é uma língua própria e independente. Apesar da influência dos tempos tê-la alterado, adicionando vocábulos franceses, ingleses, espanhóis, ela ainda tem sua identidade única, sem a força que tinha no seu ápice, quando era quase tão difundida como agora é o inglês.




É uma língua falada por mais de 265 milhões de pessoas em três continentes – e a mais usada no Hemisfério Sul, segundo a Unesco (entidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Trata-se do idioma português, que tem no 5 de maio o “Dia Mundial da Língua Portuguesa”, data criada em conferência geral da própria ONU feita em 2019.

Só no Brasil são 212 milhões de pessoas que falam o português.

O português é uma das principais línguas faladas com maior presença em extensão geográfica, já que é o idioma oficial de Portugal e também de Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – países que no passado foram colônia dos portugueses. Por isso mesmo, a data de 5 de maio já havia sido estabelecida previamente pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde 2009 como forma de celebrar o idioma e a cultura lusófona.



Fontes:

nationalgeographicbrasil.com
letras.ufg.br
exame.com
Moderna Gramática Portuguesa - Bechara - N.Fronteira

terça-feira, 29 de outubro de 2024



Dando continuidade com as histórias de heroínas da pátria, hoje iremos falar de Clara Camarão.







Clara Camarão (século 17). Nascida no Rio Grande do Norte, casou-se com o também indígena Antônio Felipe Camarão. Ambos foram catequizados e batizados por padres jesuítas. Clara acompanhava o marido nos combates contra os holandeses, no contexto das invasões da região Nordeste do Brasil no século 17. Afastou-se do trabalho doméstico e criou um pelotão de índias potiguares para participar das batalhas.



Felipe Camarão


Clara Camarão nasceu no século XVII, no Rio Grande do Norte, apesar de ter vivido na capitania de Pernambuco. Recebeu o nome “Clara” quando foi batizada no cristianismo – não há registros de seu nome original indígena. Já o sobrenome se deve à união com o também indígena Poti (nome tupi cuja tradução é “camarão”), conhecido por Antônio Felipe Camarão – que, assim como ela, foi catequizado por padres jesuítas.

Segundo registros, Clara acompanhou o marido em batalhas contra os invasores holandeses. Sua primeira missão oficial, porém, foi liderando uma tropa feminina que escoltava famílias em busca refúgio na cidade de Porto Calvo, em Alagoas, na década de 1630.

Na data provável de 23 de abril de 1646, no episódio conhecido como a Batalha de Tejucupapo, Clara teve grande atuação. Quando os holandeses souberam que as tropas lideradas por Felipe Camarão haviam sido convocadas para proteger Salvador, tentaram invadir Tejucupapo, região no litoral pernambucano. Porém, foram surpreendidos pela tropa feminina.


Batalha de Tejucupapo




Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro.

As mulheres ferveram tonéis de água e adicionaram pimenta. O vapor foi levado pelo vento e atingiu o exército holandês, deixando os combatentes com os olhos ardendo, desnorteados pela pimenta. Foi, então, que elas atacaram. As potiguaras surpreenderam os invasores com a pontaria e a força com que usavam seus arcos, seus tacapes (arma feita de madeira, semelhante a uma pequena espada) e suas lanças – e triunfaram.

A bravura dessas mulheres – que ficaram conhecidas como “Heroínas de Tejucupapo” – fez com que elas fossem chamadas para participar de um dos maiores confrontos contra os holandeses, a primeira Batalha de Guararapes (1648). Derrotados, os holandeses se renderam em 1654, no Recife.

Homenagens a Clara Camarão

Por sua atuação, Clara desfrutou das regalias do título de “Dona”, oferecido a membros da alta nobreza e a grandes chefes militares. Segundo o Dicionário das Mulheres do Brasil, ela também recebeu a comenda de hábito de Cristo, um privilégio estritamente masculino.

No povoado de Tejucupapo, localizado no município de Goiana, em Pernambuco, no último domingo do mês de abril, um grupo de mulheres encena a batalha ocorrida na região, reverenciando as guerreiras que lutaram contra os invasores holandeses. As apresentações, que acontecem desde 1993, são realizadas pela Associação Grupo Cultural Heroínas de Tejucupapo.

Em 2017, o nome de Clara Camarão foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A indígena também é homenageada na Refinaria Potiguar Clara Camarão (2009), localizada em Guamaré (RN), a primeira do Brasil que leva o nome de uma mulher.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
uol.com.br
multirio.rio.rj.gov.br
visiteobrasil.com.br

sexta-feira, 25 de outubro de 2024


O "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria" compila os nomes de brasileiros considerados fundamentais em episódios históricos do país. Das 52 inscrições, nove são mulheres.

São elas :

Anita Garibaldi, Ana Neri (ambas já foram postadas no blog); Barbara Pereira, Antonia Jovita Alves Feitosa, Clara Camarão, Maria Quitéria (também com postagem nesse blog); Maria Felipa de Oliveira, Sóror Maria Angélica de Jesus e Zuleika Angel Jones, Zuzu Angel.

Hoje vamos falar de Bárbara de Alencar:



Bárbara Pereira de Alencar


Bárbara Pereira de Alencar (1760 - 1832) Bárbara de Alencar, importante nome da Revolução Pernambucana.

Nascida no sertão pernambucano em 1760, na cidade de Exu, foi uma das poucas mulheres participantes da Revolução Pernambucana de 1817.

Bárbara é considerada a primeira presa política do Brasil. Em 1817, quando o país ainda era governado pela família real portuguesa, participou do movimento chamado Revolução Pernambucana, que pedia independência da Coroa. Ela esteve presente na proclamação da República do Crato, quando foi feito o anúncio da separação da região do império português, durante uma missa de domingo. Foi presa no mesmo ano, aos 57, e ficou detida até os 61. É avó do escritor José de Alencar.



Conhecida com Dona Bárbara do Crato, porque viveu por muito tempo, casou e teve filhos na cidade cearense, Bárbara Pereira de Alencar é a mulher que apoiou as ideias republicanas que emergiam em Pernambuco em pleno século XIX. Integrante de uma família conhecida, Dona Bárbara é mãe dos revolucionários José Martiniano, também uma das lideranças da Revolução de 1817 e pai do escritor cearense José de Alencar, e o famoso Tristão Gonçalves de Alencar, que comandou a Confederação do Equador, no Ceará. Além disso, ela também é parente do ex governador Miguel Arraes de Alencar.

Revolução de Pernambuco - 1817



Bárbara era uma mulher rica e fazendeira da região Caririense - que naquela época, eram fazendas que foram construídas em vilas e dominadas pelos senhores de escravos que defendiam a monarquia, ou seja, eram a favor do rei. A senhora que aos 57 anos impulsionou os ideais republicanos no Ceará e participou das discussões e reuniões da Revolução, teve que fugir do sítio onde morava, o “Sítio Pau Seco”. A mando do contrarrevolucionário e participante do reino, Joaquim Pinto Madeira, os soldados foram atrás dela para prendê-la, mesmo assim ela conseguiu se esconder nas casas vizinhas.




A revolucionária foi acolhida por Dona Matilde, que era mãe do capitão Manoel Joaquim Teles, que era também Juiz Ordinário do Crato. Dona Matilde já vendo que amiga iria ser presa a qualquer momento, pediu que seu filho recolhesse todos os documentos que comprovassem a participação na revolta. “Os documentos foram levados a D. Matilde que os queimou de tal modo que nem a ata da independência, nem as proclamações e decretos do governo revolucionário foram encontrados, na devassa judicial”, escreve Juarez Aires, no livro Dona Bárbara do Crato. O que hoje dificulta as provas de participação no levante.

Esse feito salvou dona Bárbara da pena de morte, mas não da prisão. Foi num presídio subterrâneo do Forte de Nossa Senhora de Assunção, em Fortaleza, que a revolucionária pagou sua pena de três anos de trabalho forçado. De lá, saiu com uma sede maior pela libertação do país e ainda defendeu seus ideais na Confederação do Equador, em 1824.





Com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, houve um aumento nos impostos pagos pelos brasileiros. Pernambuco, que era uma das capitanias mais ricas sofreu maiores impactos, fazendo com que os pernambucanos ficassem extremamente insatisfeitos com a realeza. Foi desse desconforto que nasceram as ideias republicanas. Então, começam as articulações para uma ruptura da capitania de Pernambuco e outras da reunião com a monarquia para se instituir uma república federativa. Então, em 6 de março de 1817, o capitão José de Barros Lima, conhecido como "Leão Coroado", reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras para impedir o avanço das tropas monarquistas.

Logo após foi feito uma eleição foi instaurado um governo provisório, com representantes de várias partes da sociedade. Este governo implantou a Lei Orgânica, que em suma defendia que “a Soberania emana do Povo”. Mesmo com muitas ideias e vontade de mudar o sistema governamental, os revolucionários da época não conseguiram segurar os embates mais de 75 dias, por falta de armas, soldados e estratégias de combate.


Segundo o historiador e doutor Flávio Cabral, a Revolução Pernambucana de 1817, também conhecida como a Revolução dos Padres, “é um exemplo de movimento político para reverter a tirania e o despotismo do antigo regime praticado pelos ex portugueses”, diz. O professor Tiago da Silva conta que “6 de março não cicatrizou depois que voltou a monarquia. Tivemos muita repressão até meados de 1821. Nunca havia sido visto algo daquele jeito até o momento”. Hoje, 6 de março é feriado em Pernambuco.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
uol.com.br
grasildefato.com.br

quinta-feira, 24 de outubro de 2024



Deus Horus





Hórus é um deus presente na mitologia egípcia e considerado pelos egípcios como o deus dos céus. Era também o protetor da realeza, possuindo uma forte ligação com os faraós, que consideravam a si mesmos como encarnações desse deus. Hórus também era considerado a divindade responsável pela manutenção da ordem.

Era filho de Osíris e Isis, tendo sido perseguido por muitos anos por Set, inimigo e algoz de seu pai. Depois de anos de batalhas, conseguiu comprovar que Set tinha usurpado o trono de Osíris, e aquele foi banido para o deserto. Era muito popular na religiosidade egípcia, e vários templos foram construídos a ele no Egito.

Hórus era um deus presente na religiosidade praticada pelos egípcios na Antiguidade, uma das divindades mais importantes de todo o panteão egípcio. Era considerado o deus dos céus, sendo representado como um falcão. Uma certa confusão se faz na mitologia egípcia, uma vez que existiram duas divindades distintas chamadas Hórus.

Conhecemos esse deus pelo seu nome latinizado, mas os egípcios o chamavam de Hor, uma palavra que é traduzida como “o distante”, uma menção ao fato de ele ser o deus dos céus. Esse deus tinha uma relação muito forte com a realeza egípcia, e os faraós enxergavam a si próprios como encarnações dessa divindade.

Alguns tentam comparara a vida de Horus com a de Jesus Cristo; fazendo uma análise mais atenta dos fatos, vemos que trata-se apenas adaptações forçando uma semelhança que realmente não existe.

Horus não nasceu de mãe virgem, não ressuscitou e discute-se se realmente nasceu em 25 de dezembro.





O deus Hórus possui corpo de homem e cabeça de falcão. No entanto, em algumas representações ele tem asas de gavião e, ao invés de uma coroa em forma cônica, em sua cabeça há um disco solar. Na mão esquerda, ele carrega uma chave que simboliza a vida e a morte.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
historiadomundo.com.br
e.farsas.com
todamateria.com.br

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

 Vamos falar de colocação pronominal.










De acordo com a colocação do pronome oblíquo na frase temos a próclise (antes do verbo), mesóclise (no meio do verbo) ou ênclise (no final do verbo).

As expressões "pronome oblíquo" e "pronome reto" são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus). Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo com a função sintática. Quando estavam como sujeito, pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função (exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é "não é direito ou reto". Os pronomes pessoais da língua portuguesa seguem o mesmo padrão: os que desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós, eles) são os pessoais do caso reto, e os que normalmente têm a função de complementos verbais (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos e convosco) são os do caso oblíquo.


Exemplos de colocação pronominal
Não me deram uma caixa de bombons ontem. (próclise)
Deram-me uma caixa de bombons ontem. (ênclise)
Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã. (mesóclise).


Ênclise

A colocação pronominal depois do verbo deverá ser usada:

Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do futuro do pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes oblíquos.

Refere-se a um tipo de árvore.
Viram-me na rua e não disseram nada.

Em orações imperativas afirmativas.

Sente-se imediatamente!
Lembre-me para fazer isso no fim do expediente.

Em orações reduzidas do gerúndio (sem a preposição em).

O jovem reclamou muito, comportando-se como uma criança.
Fiquei sem reação, lembrando-me de acontecimentos passados.

Em orações reduzidas do infinitivo.

Espero dizer-te a verdade rapidamente.
Convém dar-lhe autorização ainda hoje.


Próclise

A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que justifiquem o adiantamento do pronome, como:

Palavras negativas (não, nunca, ninguém, jamais,…).

Não te quero ver nunca mais!
Nunca a esquecerei.

Conjunções subordinativas (embora, se, conforme, logo,...).

Embora o faça, sei que é errado.
Cumpriremos o acordo se nos agradar.

Pronomes relativos (que, qual, onde,…).

Há professores que nos marcam para sempre.
Esta é a faculdade onde me formei.

Pronomes indefinidos (alguém, todos, poucos,…).

Alguém me fará mudar de opinião?
Poucos nos emocionaram com seus relatos.

Pronomes demonstrativos (isto, isso, aquilo,…).

Isso me deixou muito abalada.
Aquilo nos mostrou a verdade.

Frases interrogativas (quem, qual, que, quando,…).
Quem me chamou?
Quando nos perguntaram isso?

Frases exclamativas ou optativas.

Como nos enganaram!
Deus te guarde!

Preposição em mais verbo no gerúndio.

Em se tratando de uma novidade, este produto é o indicado.
Em se falando sobre o assunto, darei minha opinião.

Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma vírgula, deverá ser usada a ênclise.
Aqui se come muito bem!

Talvez te espere no fim das aulas.

Mesóclise

A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver conjugado no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.

Ajudar-te-ei no que for preciso.
Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você.

A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja situação que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.


Fontes:
normaculta.com.br
novaescola.org.br
googel.com
wikipedia.org

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Existem diversos mistérios na História. Vamos falar de um deles: O Manuscrito de Voynich.




Através da datação usando radiocarbono, sabemos que o documento remonta ao início do século 15, e décadas de estudos foram capazes de identificar alguns dos donos anteriores do artefato, porém quem o criou e qual é o seu conteúdo permanecem um mistério. 




o Manuscrito Voynich é um dos textos mais misteriosos da história. Escrito há cerca de 600 anos, ele é repleto de ilustrações de plantas, símbolos astrológicos e figuras humanas, além de textos em uma linguagem que ninguém conseguiu decifrar. Guardado na Universidade de Yale, muitas teorias tentam explicar seu conteúdo: poderia ser um livro de remédios, um trabalho de alquimia ou até mesmo uma piada elaborada.


Porém, apesar das diversas tentativas de elucidar o mistério de seu conteúdo, incluindo uso de tecnologia artificial e scanners poderosos. Alguns pesquisadores acreditam que o texto pode ser apenas uma série de símbolos sem sentido, enquanto outros pensam que há um código oculto ainda não desvendado.


O volume, escrito em pergaminho de vitelo, é relativamente pequeno: 16 cm de largura, 22 de altura, 4 de espessura. São 122 folhas, num total de 204 páginas. Estudos consideram que o original teria 272 páginas em 17 conjuntos de 16 páginas cada, outros falam em 116 folhas originais, tendo uma se perdido. Percebe-se, pelo desalinhamento à direita no fim das linhas, que o texto é escrito da esquerda para a direita, sem pontuação. Análise grafológica mostra uma boa fluência. No total são cerca de 170 mil caracteres, num conjunto de 20 a 30 letras se repetem, além de cerca de 12 caracteres que aparecem apenas uma ou duas vezes.

Os espaços indicam haver 35 mil palavras; os caracteres têm boa distribuição quantitativa e de posição, alguns podem se repetir (2 e 3 vezes), outros não, alguns só aparecem no início de palavras, outros só no fim; análises estatísticas (análise de frequência de letras) dão ideia de uma língua natural, europeia, algo como inglês ou línguas românicas.

Uma teoria diz que o manuscrito teria sido criado como arte no século XVI como uma fraude. O fraudador teria sido o mago, astrólogo e falsário inglês Edward Kelley com ajuda do filósofo John Dee para enganar Rodolfo II da Germânia (do Sacro Império Romano-Germânico). No entanto, o manuscrito segue o padrão das línguas naturais de seguir a Lei de Zipf, o que indica que ele não deve ser apenas uma combinação de símbolos aleatórios, mas sim uma língua ou código.




O manuscrito compreende uma homenagem a Wilfrid Voynich, um vendedor de livros antigos que o comprou de um colégio jesuíta ainda em 1912, tendo sido um dos grandes responsáveis por iniciar sua fama.


Em 2019, o linguista  Gerard Cheshire, da Universidade de Bristol, escreveu um artigo onde afirmava ter decifrado o Manuscrito.  Segundo ele o texto foi escrito em códigos e símbolos, uma forma comum de escrita na época prot0-românica. No entanto, muitos outros linguistas famosos ao redor do mundo questionam sua descoberta. 

Antes de ser comprado por Voynich, especuladores acreditam que o livro tenha passado por diversos outros donos. Uma teoria dizia que o livro foi uma fraude do mago e astrólogo inglês Edward Kelley para enganar o rei Rodolfo II do Sacro Império Romano-Germânico, que sofria de depressão e era entusiasta das pesquisas medicinais. 


Fontes:

wikipedia.org
google.com
olhardigital.com.br
aventurasnahistoria.com.br
revistagalileu.globo.com
super.abril.com.br
segredosdomundo.r7.com

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Em tempos de influenciadores e coachs, lembrei-me desse conto de Machado de Assis do livro "Papéis Avulsos'', o segredo do bonzo, publicado originalmente no jornal "A  Gazeta de Notícias" em 1882.


Machado de Assis



Este conto narrado em primeira pessoa é um relato de supostas experiências vividas por Fernão Mendes Pinto (explorador e aventureiro português do século XVI) quando esteve no reino de Bungo. No início do conto o narrador anuncia que falará sobre uma doutrina que possui diversos benefícios para a alma e por isso deve ser divulgada.

No ano de 1552, ao caminhar com seu amigo Diogo Meireles pelas ruas de Fuchéu no reino de Bungo, Fernão se depara com uma multidão perplexa reunida em torno de um homem chamado Patimau. Este homem estava defendendo que os grilos teriam surgido do ar e das folhas de coqueiro sob a luz da lua nova. Ele termina seu pensamento dizendo que somente alguém com seu estudo e conhecimento poderia realizar esse descobrimento. Em seguida, o povo ovaciona Patimau e sai carregando-o pela cidade e lhe servindo de regalias. 




"Atrás deixei narrado o que se passou nesta cidade Fuchéu, capital do reino de Bungo, com o padre-mestre Francisco, e de como el-rei se houve com o Fucarandono e outros bonzos, que tiveram por acertado disputar ao padre as primazias da nossa santa religião. Agora direi de uma doutrina não menos curiosa que saudável ao espírito, e digna de ser divulgada a todas as repúblicas da cristandade. Um dia, andando a passeio com Diogo Meireles, nesta mesma cidade Fuchéu, naquele ano de 1552, sucedeu deparar-se-nos um ajuntamento de povo, à esquina de uma rua, em torno a um homem da terra, que discorria com grande abundância de gestos e vozes. O povo, segundo o esmo mais baixo, seria passante de cem pessoas, varões somente, e todos embasbacados. Diogo Meireles, que melhor conhecia a língua da terra, pois ali estivera muitos meses, quando andou com bandeira de veniaga (agora ocupava-se no exercício da medicina, que estudara convenientemente, e em que era exímio) ia-me repetindo pelo nosso idioma o que ouvia ao orador, e que, em resumo, era o seguinte: - Que ele não queria outra coisa mais do que afirmar a origem dos grilos, os quais procediam do ar e das folhas de coqueiro, na conjunção da lua nova; que este descobrimento, impossível a quem não fosse." (p.1)


No português coloquial a palavra bonzo significa sonso, dissimulado, já no português normativo a  palavra bonzo significa monge.

No texto acima se observa uma crítica irônica à maneira como as massas são facilmente manipuladas por oradores medíocres e prepotentes em uma sociedade alienante.

Fernão Mendes e Diogo Meireles continuam caminhando e pouco depois deparam-se com outra cena muito parecida com a anterior: um outro homem defendia outra teoria absurda para uma multidão que o saudava.
 Os dois resolvem continuar a caminhar até que se encontram com Titané, um amigo de Diogo. Ele os recebeu entusiasmado e explicando sobre a doutrina que estava sendo seguida por alguns homens da cidade que ouviram os ensinamentos de um certo bonzo.

Guiados por Titané, os dois foram no dia seguinte encontrar o tal bonzo, conhecido por Pomada. Ele conta aos dois que desde jovem sempre buscou ampliar seu conhecimento lendo diversos livros e desenvolvendo ideias. Porém, seu esforço nunca era reconhecido, mas o produto final sim. Se de nada valeriam os anos de esforço e estudo  sem a existência de outras pessoas para o honrarem, sem uma plateia é como se os saberes não existissem. Assim, ele pensou em uma maneira de conseguir sucesso sem ter que passar por tanto trabalho, já que somente os resultados importavam. 


"Desandando o caminho, vínhamos nós, Diogo Meireles e eu, falando do singular achado da origem dos grilos, quando, a pouca distância daquele alpendre, obra de seis credos, não mais, achamos outra multidão de gente, em outra esquina, escutando a outro homem. Ficamos espantados com a semelhança do caso, e Diogo Meireles, visto que também este falava apressado, repetiu-me na mesma maneira o teor da oração. E dizia este outro, com grande admiração e aplauso da gente que o cercava, que enfim descobrira o princípio da vida futura, quando a terra houvesse de ser inteiramente destruída, e era nada menos que uma certa gota de sangue de vaca; daí provinha a excelência da vaca para habitação das almas humanas, e o ardor com que esse distinto animal era procurado por muitos homens à hora de morrer; descobrimento que ele podia afirmar com fé e verdade, por ser obra de experiências repetidas e profunda cogitação, não desejando nem pedindo outro galardão mais que dar glória ao reino de Bungo e receber dele a estimação que os bons filhos merecem. O povo, que escutara esta fala com muita veneração, fez o mesmo alarido e levou o homem ao dito alpendre, com a diferença que o trepou a uma charola; ali chegando, foi regalado com obséquios iguais aos que faziam a Patimau, não havendo nenhuma distinção entre eles, nem outra competência nos banqueteadores, que não fosse a de dar graças a ambos os banqueteados." (p.2)


Todas as pseudo experiências são relatadas com um quê de humor, de sátira. Em muitos momentos, são mesmo risíveis. No entanto, talvez atrás dessa máscara agradável exista uma face menos bela. Usando a técnica de falar de casos aparentemente distantes da realidade e mesmo absurdos, Machado de Assis faz uma severa crítica à realidade da época, que pode perfeitamente ser aplicada aos tempos atuais. Primeiramente, no sentido de que o poder é resultado mais de astúcia e logro do que de virtude ou merecimento.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
guiadoestudante.abril.com.br
amazon.com.br
Okada, Sandra Kaori - o segredo do bonzo - Assis, Machado - análise do conto
dominiopublico.gov.br

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Todos sabemos que a língua portuguesa tem origem no Latim vulgar (sermos vulgares) falado pelos soldados romanos. O Império Romano foi um dos maiores impérios da Antiguidade Clássica.





O Império Romano foi um dos maiores da História  e dominava uma extensão territorial contínua ao longo da Europa, Norte da África e Médio Oriente, desde a muralha de Adriano, na Bretanha até às margens do Rio Eufrates na Síria.






Com toda essa expansão o idioma latino foi levado para todas as áreas conquistadas (substrato: onde a língua do conquistador se impõe aos conquistados); mas também recebeu enormes influências das línguas dos povos conquistados (superstrato).
Rético:


Língua românica usada nos territórios alpinos da antiga Récia, isto é, na região dos Grisões e, fora daí, no Engandino. (Sin.: ladino.) (Falam-no cerca de 500.000 pessoas; a influência do italiano e do alemão tende a reduzir ainda mais esse número. Na região dos Grisões, cujo dialeto tem o nome de romanche, a língua possui certa vitalidade. Há alguns anos, como os italianos tivessem considerado o rético um dialeto italiano do norte, o governo suíço, em represália, declarou o romanche a quarta língua nacional da Suíça, ao lado do francês, do italiano e do alemão. Coube ao linguista italiano Ascoli reivindicar para o rético as honras da língua, em seu valioso trabalho Saggi Ladini.)

Existem pouquíssimos textos em rético:

As inscrições vêm do século V a.C.  ao ano 15 a.C, data em que Roma conquista os Alpes como já foi dito. Temos apenas algumas inscrições réticas escritas num alfabeto derivado do etrusco, e elas só foram interpretadas de forma fragmentária. A maior parte destes textos parecem ser apenas breves inscrições votivas: dedicatórias e oferendas nas quais aparecem o nome da divindade a que se dirigem e o nome do ofertante, e algumas estelas funerárias . Um exemplo de inscrição é a seguinte inscrição curta de três linhas:

1) kastri esi eunin lape [?]          castração é a mais comum?
2) ritali esi kaszrinia                    animal de estimação
3) esi mnesi kaszrinia up [e?]



Fontes:
 wikipedia.org
edisciplinas.usp.br
cesad.ufs.br
dicio.com.br
google.com


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