quarta-feira, 10 de novembro de 2021

 Vamos falar hoje de Zélia Gatai, escritora brasileira, membro da ABL (Academia Brasileira de Letras).





Começou a escrever com 63 anos. Estreou na literatura com o livro de memórias "Anarquistas Graças a Deus". Recebeu o Prêmio Paulista de Revelação Literária. Viveu com o escritor Jorge Amado durante 56 anos. Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira n.º 23, a mesma que pertenceu a Jorge Amado.


Zélia Gattai nasceu em São Paulo, no dia 2 de julho de 1916. Filha de Ernesto Gattai e Angelina, imigrantes italianos, passou sua infância e adolescência no bairro do Paraíso.

Participava junto com a família do movimento político-operário organizado por imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, que reivindicavam melhorias no trabalho.

Zélia Gattai casou-se aos dezenove anos com Aldo Veiga. Em 1942, nasceu seu primeiro filho, Luís Carlos. O casal separou-se de oito anos de casados.

Zélia Gattai e Jorge Amado

Em 1945, Zélia conheceu Jorge Amado quando ambos trabalhavam no movimento pela anistia dos presos políticos.


Zélia e Jorge Amado





Com pouco tempo foram morar juntos, ainda não havia divórcio e os dois eram separados. Zélia passou a trabalhar com Jorge, revisando e datilografando os originais de seus livros.

Em 1945, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 25 de novembro de 1947, nasceu João Jorge o primeiro filho do casal e o segundo filho de Zélia.

Exílio

Em 1948, o Partido Comunista foi declarado ilegal e os parlamentares eleitos pelo PCB foram cassados.

Jorge Amado perdeu o mandato e teve que se exilar. Foi para Europa e Zélia seguiu depois, com o filho pequeno. Chegou à Itália, no porto de Gênova, onde Jorge a esperava.

Depois de alguns dias, Zélia e Jorge seguem para a Tchecoslováquia, depois vão para a Polônia e por fim chegam a Paris. No final do ano vão para a URSS.

Em 1949, estavam de volta à Paris quando Zélia ingressou na Sorbonne, onde estudou Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa.

Em fins desse mesmo ano, foram obrigados a deixar Paris, pois os comunistas não eram bem vistos pelo governo francês, então voltaram para a Tchecoslováquia.

Em 1951, nasceu sua filha Paloma. Viajaram ainda para a Hungria, Romênia, Bulgária, China e Mongólia.

A volta ao Brasil

De volta ao Brasil, em 1952, passam a morar no Rio de Janeiro, onde permanecem alguns anos.

Decididos a viver numa cidade mais pacata, em 1960, Zélia e Jorge compram uma casa em Salvador, Bahia, no bairro do Rio Vermelho.

Zélia a Jorge na casa de Rio Vermelho - Bahia




No dia 12 de maio de 1976, depois de vários anos de união, eles conseguiram oficializar o casamento.

Anarquistas Graças a Deus

Em 1979, depois de três anos do casamento, Zélia Gattai estreou na literatura com o livro de memórias "Anarquistas Graças a Deus”, onde narra sua infância de filha de imigrantes italianos, anarquistas e católicos.






O livro foi traduzido para diversos países, sendo adaptado para o teatro e para uma minissérie de televisão. Zélia recebeu pelo livro o Prêmio Paulista de Revelação Literária de 1979.

Sobre o início de sua carreira de escritora aos 63 anos ela diz no prefácio de seu segundo livro "Um chapéu para viagem" - 


 
"Há pouco mais de três anos, rendendo-me à afetuosa pressão de meus filhos Paloma e João Jorge para que escrevesse as histórias de minha infância que repetida vezes lhes contara no correr dos anos, decidi-me a fazê-lo, tendo comprovado ser muito mais fácil contar do que escrever."

Zélia, que assinou seu livro com o nome de solteira, tomou gosto e três anos depois já lançava o segundo livro e não parou mais. Alguns de seus livros foram traduzidos para vários países.

Um chapéu para viagem

Esse segundo livro da escritora nasceu para homenagear seu marido, Jorge Amado, por ocasião do cinquentenário do primeiro livro do autor e  do seu 70º aniversário que se daria em agosto de 1982.

O livro conta a vida de Jorge Amado, através das histórias ouvidas de Dona Lalu e Seu João, pais de Jorge Amado, e histórias vividas por ela mesma com o escritor.

Zélia Gattai viveu durante 56 anos com o escritor Jorge Amado, que faleceu em 6 de agosto de 2001. Nesse mesmo ano, foi eleita pra a cadeira n.º 23, que pertenceu a Jorge Amado, da Academia Brasileira de Letras. Foi também eleita para a Academia de Letras da Bahia.

Zélia Gattai Amado de Faria faleceu em Salvador, Bahia, no dia 17 de maio de 2008.


Escultura de Jorge e Zélia no bairro de Rio Vermelho - Bahia
devidamente protegidos com máscara




Fontes:


wilipedia.org
ebiografia.com
google.com
Gattai, Zélia - Anarquistas graças a Deus - Círculo do Livro - 1979
Gattai, Zélia - Um chapéu para viagem - Círculo do Livro - 1982
otabuleiro.com.br




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