sexta-feira, 19 de novembro de 2021

 Vamos falar hoje do poeta Gonçalves Dias.





Antonio Gonçalves Dias nasceu em 10 de Agosto de 1823 no sítio Boa Vista, perto de Caxias, na província do Maranhão.

Em 1838 partiu para a famosa faculdade de Coimbra em Portugal onde se formou em  ciências jurídicas.

Volta ao Brasil para Caxias em 1845; publica "Primeiro Cantos", do qual faz parte a famosa "Canção do Exílio"

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá; 
As aves que aqui gorjeiam, 
não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, 
nossa várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá

Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar- sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
onde canta o sabiá.

Não permitas Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.


 
                                Coimbra, julho de 1843.



Em 1849 trabalha como professor de latim e História do Brasil, no colégio D.Pedro II,  no Estado da Guanabara, atual cidade do Rio de Janeiro.

Em 1851 regressa ao Maranhão e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se apaixona, mas por ser mestiço, o relacionamento não é autorizado pela família da moça.

Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa. Em 1851, já como oficial de Negócios Estrangeiros viaja para Portugal e reencontra Ana Amélia, já casada. Desse encontro ele tem a inspiração para escrever - Ainda uma vez  - adeus.


"Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te
Apesar de quanto sofri.
Muito pensei. Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastados,
Houveram-me acabrunhados,
A não lembrar-me de ti. (...)
Adeus que eu parto, senhora!
Negou-me o fado inimigo
Passa a viver comigo,
Tem sepultura entre os meus." (...)

Gonçalves Dias é considerado o maior poeta Indianista brasileiro, tendo  como poema mais conhecido  dessa fase  "I- Juca Pirama, poema em dez cantos que fala do lamento do guerreiro tupi preso numa aldeia timbira. O título significa; aquele que vai ser morto e conta a história de um índio da tribo tupi que foi capturado por índios da tribo timbira e será morto num ritual de canibalismo.

O índio consegue ser libertado, mas quando volta à sua tribo seu pai, já doente e cego, exige que ele volte para seus captores.

I-Juca Pirama

"Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.




Da tribo pujante,
Que agora anda errante
por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi." (...

Em 1862 retorna à Europa para tratamento de saúde, sem sucesso. Na volta em 1864 o navio que viajava "Ville de Boulogne", naufraga nas costas do Maranhão em 3 de novembro de 1864 e o poeta morre.


Fontes:

Dias, Gonçalves - Poesias - M.Said Ali - Laemmert &c. Editores - Rio de Janeiro - 1896
google.com
ebiografia.com

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