terça-feira, 26 de outubro de 2021

 Fedro de Platão.


Fedro, em grego: Φαῖδρος, é um dos diálogos de Platão. Conta os encontros do jovem ateniense rico, filho de Phythoclès, do demo de Myrrhinos, e o grande filósofo Sócrates.





Fedro versa sobre temas como o amor, a alma, a escrita e a retórica, utilizando-se, além da forma do diálogo, da enunciação de discursos, de mitos e orações. Partindo do eixo temático do Eros, dimensão filosófica essencial, Platão evoca as temáticas da alma da retórica - a primeira enquanto veículo de Eros e a segunda por sua finalidade de persuadir a alma dos homens. Por meio do diálogo entre Sócrates e Fedro, Platão aponta a investigação filosófica como a busca por excelência do verdadeiro cultivo da alma, em contraposição ao fazer retórico.





O diálogo começa com Fedro encontrando Sócrates ao voltar da casa de Lísias, mestre da retórica, e comenta com Sócrates sobre a impressão que um discurso que Lísias proferiu em sua casa causou em sua mente. Sócrates, curioso, pede que Fedro o reproduza para que ele possa analisá-lo.




O discurso de Lísias versa sobre o amor entre dois homens, (costume na sociedade grega da época), cuja prática este julga prejudicial, pois está sujeita a muitas aflições. Lísias acredita que é melhor viver sem se apaixonar, mantendo apenas a amizade. Sócrates, ao ouvir o discurso, diz que o adorou, e Fedro pede que ele faça um de seus famosos discursos para compará-lo ao de Lísias. Sócrates explica que o que Lísias definiu não é o amor verdadeiro, mas sim a paixão, uma forma de amor dominada pela intemperança. Mais tarde, Sócrates será possuído por um daimonion¹, o qual faz o filósofo se arrepender pelo seu discurso anterior e tecer um elogio a Eros.

Ao terminar seu discurso, Sócrates volta à realidade, e diz a Fedro que o discurso que fez sob a influência do daimonion corrigiu o primeiro, quando ele concordou com o caráter negativo do amor da mesma forma que Lísias. O Sócrates do segundo discurso fala sobre o amor divino e bens espirituais, aqueles que ele crê que os homens devam buscar. O primeiro discurso reflete sua certeza de que o amor ao prazer carnal e as opiniões desse mundo são nocivos.


É muito comentada a pederastia na Atenas de então, onde filósofos e discípulos mantinham certa atração. O próprio filósofo Sócrates sofreu com acusações contra suas crenças e pensamentos.





O filósofo não era a favor da democracia grega como era praticada em Atenas. Teceu severas críticas às crenças religiosas e aos costumes da cultura grega

Os políticos de Atenas não gostavam de seu método de fazê-los parar na rua para dirigir-lhes perguntas embaraçantes. E então se reuniram e resolveram se livrar de Sócrates.

Certo dia, quando chegava ao mercado para seu cotidiano debate filosófico, encontrou o seguinte aviso, colocado na tribuna pública: “Sócrates é criminoso. É ateu e corruptor da mocidade. A pena de seu crime é a morte”.

Sócrates foi acusado de fabricar tiranos, corromper a juventude e introduzir deuses estranhos em Atenas.

Preso e julgado por um júri que reunia todos aqueles políticos cuja hipocrisia denunciara nas praças públicas, foi considerado culpado.

Quando lhe perguntaram qual deveria ser a sua punição, ele sorriu sarcasticamente e disse: “Pelo que fiz por vós e pela vossa cidade, mereço ser sustentado até o fim de minha vida a expensas públicas”.

Sócrates foi obrigado a acabar com sua vida como um criminoso. Durante trinta dias ficou em uma cela funerária e depois lhe deram para beber uma taça de veneno.

Quando sentiu que seus membros esfriavam, despediu-se dos amigos e parentes com as palavras:


“E agora chegamos à encruzilhada dos caminhos. Vós, meus amigos, ides para vossas vidas, eu para a minha morte. Qual seja o melhor desses caminhos, só Deus sabe”.

Sócrates morreu em Atenas, Grécia, no ano de 399 a. C.



Fédro


Esse ano foi lançado no Brasil o filme Fedro, baseado nesse diálogo de Platão, com  Reynaldo Gianecchini e José Celso Martinez, direção de Marcelo Sebá.



                                                    ¹ - Daimonion ( δαίμων)- do grego daimôn - divindade, espírito - assemelha-se aos gênios da mitologia árabe, daí deriva a palavra demônio em português.







Fontes:
wikipedia.org
casadocinemabrasileiro.com
ebiografia.com
infoescola.com
google.com
netmundi.org
youtube.com


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