Olá, pessoal !
Hoje 09 de Julho faz 85 anos da Revolução de 32.
A revolta da elite paulista teve como mote uma Nova Constituinte que na verdade seria um retrocesso à Constituição de 1891, onde os Estados da Federação tinham uma maior autonomia frente à União.
A elite cafeeira paulista tinha perdido seu "viço" diante da crise da Bolsa de Nova York em 1929.
Já naquela época era corrente a tese de São Paulo ser a "locomotiva da União" e de puxar os outros Estados.
Desse pensamento surgiu a ideia que São Paulo tinha o interesse de se separar do Brasil.
Apesar dessa tese nunca ser comprovada, era claro que muitos membros da elite dirigente do Estado pensarem dessa maneira, por conseguinte inspirar grande parcela da população.
A morte de quatro jovens estudantes que tentaram invadir um jornal da Praça do Patriarca, favorável ao governo de Getúlio em 23 de Maio de 1932, e que foi reprimida fortemente pela Força Pública, desencadeou a revolta.
Os jovens Martin, Miragaia, Drausio e Camargo, formaram o movimento MMDC.
A visível perda de espaço político, sofrida pelos paulistas, impulsionou a organização de novos meios de se recolocar nesse cenário político controlado pelo governo de Vargas. O clima de hostilidades entre os paulistas e o governo Vargas aumentou com a nomeação do tenente João Alberto Lins de Barros, ex-participante da Coluna Prestes, como novo governador de São Paulo. O desagrado dessa medida atingiu até mesmo os integrantes do Partido Democrático de São Paulo, que apoiaram a ascensão do regime varguista.
Na noite do dia 9 de julho, tropas da força pública de São Paulo (atual PM e bombeiros paulistas) invadiram quartéis, a companhia telefônica, estações ferroviárias e o prédio dos Correios. As invasões foram realizadas sem nenhuma resistência e, sem que um tiro sequer fosse disparado, a cidade de São Paulo caiu nas mãos dos revolucionários constitucionalistas comandados por Isidoro Dias Lopes e Euclides de Figueiredo (pai do ex-presidente Figueiredo).
Euclides Figueiredo Berholdo Klinger
Lideres militares das Forças paulistas durante a Revolução de 1932
Logo de início, São Paulo contou com algumas surpresas não esperadas. O interventor federal gaúcho Flores da Cunha decidiu não apoiar mais os paulistas bem no momento em que a revolução teve início, e escolheu permanecer leal a Getúlio Vargas.
Um dos gaúchos mais famosos da época, Lindolfo Collor, (avo do ex-presidente Collor) que também foi o primeiro ministro do Trabalho do Brasil, produziu um manifesto acusando Flores da Cunha de traição.
Lindolfo Collor
Interventor gaúcho Flores da Cunha (o terceiro da esquerda para direita)
O conflito armado durou três meses e deixou quase 900 soldados paulistas mortos, quase o dobro das perdas da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. O desequilíbrio entre as forças governistas e constitucionalistas era enorme.
Embora o movimento tenha originado de reivindicações da classe dominante paulista, acabou atraindo a participação popular. Jornais e emissoras de rádio do estado faziam campanha pela revolução.
Claro que a ditadura de Vargas foi um dos fatores preponderantes da revolta, mas não podemos deixar de acrescentar que a perda de privilégios da elite paulista, principalmente depois do fim da política do "café-com-leite" e o total desprezo da mesma pelas classe mais pobres, além do total desprezo aos princípios democráticos, muito nebulosos, dessa mesma elite contribuíram em muto para esse conflito.
Fontes:
brasilescola.uol.com.br
wikipedia.org
orebate-cassioribeiro.blogspot.com.br
opiniaoenoticia.com.br
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