sexta-feira, 30 de maio de 2025



A dúvida no uso de a, á, à, há e ah surge porque todas essas formas são pronunciadas de igual maneira. Apesar disso, apresentam sentidos distintos, devendo ser usadas em situações diferentes.

A:     A mãe foi a pé.
Á:     A água está fria.
À:     Hoje à noite iremos à praia.
Há:  Há quantos anos não te via!
Ah:  Ah! Que notícia maravilhosa!

Quando usar a?

A vogal a, quando escrita isoladamente e sem acento, indica principalmente um artigo definido ou uma preposição.

Enquanto artigo, o a determina um substantivo feminino:a mãe;
a amiga;
a despedida;
a bola;
a verdade;
a escolhida.

Enquanto preposição, estabelece diversas relações de sentido, como direção, distância, modo, tempo, espaço, entre outros:a todos;

a Deus;
a prazo;
a pé;
a partir de:
a fim de.

Quando usar á?

A vogal a acentuada com acento agudo é usada apenas em palavras, para marcar a sua sílaba tônica. Nunca deverá ser escrita isoladamente:

água;
águia;
árvore;
sabiá;
sinhá.
lápis;
fácil.

Quando usar à?

Quando a vogal a é escrita com acento grave (à) indica que ocorre crase, ou seja, que ocorre a contração de duas vogais idênticas. A contração mais comum é a da preposição a com o artigo definido feminino a. Assim, a contração à nunca é utilizada antes de uma palavra masculina ou de uma palavra que não se determina, como um verbo.

É usada em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas:

à tarde;
à esquerda;
às vezes;
à vista;
à exceção de;
à custa de;
à medida que.

É também usada em verbos cuja regência é feita com a preposição a e há um objeto indireto determinado com um artigo:

ir à praça brincar;
agradecer à amiga;
sujeitar-se às birras da filha;
referir-se à mudança de opinião;
pertencer à classe trabalhadora.

Usa-se ainda a contração à (ou a forma no plural às) na indicação exata e determinada de horas:

à meia-noite;
à uma da tarde;
às quatro da tarde;
às 17h;
às 20h.

À utiliza-se apenas isoladamente, no singular (à) ou no plural (às), e nas seguintes palavras:

àquele;
àqueles;
àquela;
àquelas;
àquilo;
àqueloutro;
àqueloutros;
àqueloutra;
àqueloutras.
Quando usar há?

Há é a forma conjugada do verbo haver na 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo. É usada quando o verbo haver atua como um verbo impessoal, sem sujeito, devendo, assim, ser conjugado sempre na 3.ª pessoa do singular.

Isso ocorre quando o verbo haver tem sentido de existir:

Há comida na geladeira.
Há uma festa na rua.
Há carros estacionados na calçada.
Há amizades que duram para sempre.

Ocorre também quando o verbo haver indica tempo passado, sendo sinônimo de faz ou tem:

Há quanto tempo!
Há muitos anos que não te via.
Estou esperando há vinte minutos.
Já sou veterinária há quatro anos.
Quando usar ah?

Ah é uma interjeição, ou seja, é uma palavra usada para expressar sensações e emoções, transmitindo um determinado estado de espírito.

A interjeição ah é muito usada pelos falantes. Pode transmitir alegria, admiração, alívio, dor, tristeza, indignação,...

Ah! Que bom que está tudo bem!
Ah, quase me esqueci de te dar um recado.
Ah! Que fantástico!
Ah! Tenha mais cuidado, está doendo!
Ah... esqueci do nosso compromisso...


Fontes:

dicio.com.br
educacao.uol.com.br
todamateria.com.br

quinta-feira, 29 de maio de 2025


Entradas e Bandeiras:




As "entradas" e "bandeiras" foram expedições organizadas para explorar o interior do Brasil, com objetivos distintos. As "entradas" eram expedições oficiais, organizadas pelo governo português, com foco em abrir caminhos e estabelecer postos de defesa no interior. As "bandeiras", por outro lado, eram expedições privadas, organizadas e financiadas por particulares, principalmente paulistas, com foco na captura de indígenas e na busca por metais preciosos.





A principal diferença está na sua origem e objetivos. As entradas eram expedições oficiais, enquanto as bandeiras eram expedições privadas. A principal motivação das entradas era a expansão territorial e o controle do interior, enquanto a principal motivação das bandeiras era o lucro e a exploração de recursos naturais.






A pobreza da capitania de São Vicente (atual Estado de São Paulo) devido à decadência dos canaviais durante o Período Colonial estimulou a organização de expedições pelo interior do Brasil conhecidas como bandeiras e entradas. Os bandeirantes - os homens que participavam das bandeiras e entradas - eram principalmente paulistas, que, entre os séculos XVI e XVII atuaram na captura de escravos fugitivos, destruição de quilombos, aprisionamento de indígenas, mapeamento de territórios e na procura de pedras e metais preciosos.



Apesar do romantismo e heroísmo apresentado pela história brasileira, a realidade vivenciada pelos bandeirantes era precária. Andavam descalços, as roupas em farrapos, e era comum sofrerem de fome, doenças e ataques de animas selvagens e índios hostis. Essa dureza das expedições tornava os bandeirantes homens extremamente violentos, ambiciosos e rudes, características muito utilizadas para a escravização de índios e combate aos quilombos. Por exemplo, o Quilombo de Palmares foi destruído pela Entrada com mais de seis mil homens comandada por Domingos Jorge Velho.

Destruição do Quilombo dos Palmares




As expedições de bandeirantes organizadas por particulares eram conhecidas como Bandeiras. As organizadas pelo governo eram conhecidas como Entradas. Tinham geralmente como ponto de partida as cidades de São Vicente e São Paulo. Caminhavam seguindo o curso dos rios, criando trilhas e muitas vezes seus pontos de apoio se transformaram posteriormente em cidades. Quando era possível, utilizavam a navegação das bacias hidrográficas. Lembrando que o interior do Brasil no Período Colonial era formado na sua maior parte por florestas densas e úmidas, inexploradas e conhecidas apenas pelos índios.


Durante o período em que a União Ibérica invalidou as delimitações impostas pelo Tratado de Tordesilhas, o bandeirantismo intensificou suas atividades alcançando regiões cada vez mais distantes. As explorações dos bandeirantes delimitaram o território brasileiro que conhecemos hoje. Inclusive da Amazônia, devido à procura das drogas do sertão.
Como o objetivo principal dos bandeirantes era a captura de indígenas para a escravidão, eles descobriram que o ataque às missões jesuíticas eram uma rentável alternativa, em que poderiam obter índios acostumados a uma rotina de trabalhos braçais. Com isso, jesuítas e bandeirantes entraram em conflito diversas vezes.


Graças as essas expedições, as primeiras regiões ricas em ouro foram descobertas no final do século XVII. Em 1695, aconteceu a primeira descoberta de ouro nas proximidades do Rio das Velhas, local onde hoje estão as cidades mineiras de Caeté e Sabará. Pouco tempo depois, outras regiões próximas formaram um dos maiores centros de exploração de ouro no Brasil.


Borba Gato - descoberta do ouro



A descoberta do ouro em pouco tempo estimulou as autoridades portuguesas a terem mais controle sobre a colônia e elas entraram em conflito com os colonos paulistas pelo monopólio sobre a mineração: a Guerra dos Emboabas. Ao longo do século XVIII, a exploração do ouro representou a principal fonte de renda de Portugal. Outras entradas e bandeiras foram responsáveis pela descoberta de ouro e pedras preciosas nas regiões de Mato Grosso e Goiás.

Borba Gato foi reconhecido por ter dado origem ao ciclo do ouro no Brasil. Naquele período, um dos pontos defendidos pelos bandeirantes era a livre busca por metais e pedras preciosas, tanto que ele também participou da expedição com Fernão Dias, em busca de esmeraldas. Segundo o historiador Cleomar Lima, naquela época, a Coroa Portuguesa buscava uma alternativa para a crise e as dívidas que se acumulavam. Neste período, a economia não tinha uma exportação forte e era voltada ao comércio local, como feijão e mandioca.

“No final do século XVII começaram os rumores de que ele havia encontrado ouro no interior de São Paulo, naquela época não existia Minas Gerais. O governo português vivia uma crise muito séria, eram dívidas e mais dívidas. Eles queriam que tivesse uma nova atividade econômica que viesse suprir a necessidade do absolutismo português. Realmente, Borba Gato foi quem descobriu o ouro no Brasil”, explicou.

Antes de divulgar o conhecimento das minas de ouro, Borba Gato foi confrontado por Rodrigo de Castelo Branco, funcionário da Coroa Portuguesa. Naquele momento, após um desentendimento, o bandeirante assassina Castelo Branco e passa a viver em fuga. Após anistia, passou a ser funcionário do governo português.

Para fugir da justiça, da punição, Borba Gato foge para a região central de Minas Gerais e passou a viver escondido, cerca de 15 anos, em uma aldeia de índios, sem uma viva alma branca. Foi nessa época que ele descobriu o ouro, as minas de ouro. Veio um outro intendente, um corrupto, que acaba perdoando o Borba Gato, que virou funcionário do governo português, posteriormente”, destacou o historiador.


Borba Gato





A partir de então, o bandeirantismo inaugurou uma nova etapa nas relações econômicas na colônia. Com a intensificação do controle das autoridades portuguesas e as reformas promovidas pelo Marquês de Pombal, o bandeirantismo acabou perdendo sua importância. Contudo, no período em que se consolidou como atividade econômica, a ação dos bandeirantes foi de grande importância para a ampliação dos territórios e a diversificação das atividades comerciais.

Os principais bandeirantes foram Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Veiga (Anhanguera), Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Nicolau Barreto e Manuel Preto. Muitos deles aclamados como heróis pelo governo paulista. Heróis ou vilões? Talvez sejam ambos.

Na verdade, suas ações visavam unicamente o lucro e as riquezas. Nada foi feito por altruísmo ou desejo de delimitar ou aumentar as fronteiras do Brasil.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
em.com.br
agenciacenarium.com.br

quarta-feira, 28 de maio de 2025

 

Hannie Shaft e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen


Durante a ocupação nazista na Holanda na Segunda Guerra Mundial, 
três jovens se destacaram na resistência














Crédito,





















Hannie Schaft tinha 19 anos e as irmãs Truus e Freddie Oversteegen apenas 16 e 14 anos, respectivamente, quando os nazistas ocuparam seu país, em 10 de maio de 1940.


Truus e Freddie Oversteegen nasceram na cidade de Schoten - agora parte de Haarlem - e cresceram sozinhas com a mãe, uma mulher de profundas convicções antifascistas.


Em entrevistas com a antropóloga Ellis Jonker, coletada no livro "Under Fire: Women and World War II" (Sob o Fogo: Mulheres e a Segunda Guerra Mundial), de 2014, Freddie Oversteegen lembrou que sua mãe as incentivou a fazer bonecas para crianças que sofreram na Guerra Civil Espanhola, e que, no início dos anos 30, se ofereceu como voluntária na International Red Aid, uma espécie de Cruz Vermelha Comunista para prisioneiros políticos em todo o mundo.

Embora vivessem na pobreza, a família recebeu refugiados da Alemanha e Amsterdã, incluindo um casal judeu, uma mãe e um filho que passaram a viver no sótão de sua casa.




Quando os nazistas invadiram a Holanda, os refugiados foram transferidos para outro lugar, pois os líderes da comunidade judaica temiam uma possível incursão policial devido às conhecidas tendências políticas da família Oversteegen.


Legenda da foto,
Hannie Schaft deixou faculdade de Direito 
e se uniu à resistência

"Todos foram deportados e mortos", disse Freddie Oversteegen a Jonker. "Nunca mais tivemos notícias deles. Ainda fico muito emocionada, toda vez que falo sobre isso."


As duas irmãs e sua amiga Hannie Schaft, uma jovem ruiva que abandonou a faculdade de Direito depois de se recusar a jurar lealdade à Alemanha, eram membros proeminentes da resistência.


Todas as três são lembradas por sua técnica de atrair colaboradores nazistas para a floresta e depois executá-los.


Holanda ficou sob ocupação nazista de 1940 a 1945. 
A imagem mostra a libertação da cidade de Arnhem

Crédito,

Célula especial


Quando a ocupação começou, as irmãs Oversteegen passaram a desempenhar pequenas tarefas para a crescente resistência clandestina. Distribuíam panfletos ( "A Holanda deve ser livre!") e colavam cartazes antinazistas ( "Para cada homem holandês que trabalha na Alemanha, um alemão vai para o front").


Acreditava-se que a resistência holandesa era uma tarefa masculina em uma guerra de homens. Se as mulheres se envolvessem, provavelmente não fariam nada além de entregar panfletos ou jornais anti-alemães.


Mas os esforços das irmãs Oversteegen atraíram a atenção de Frans van der Wiel, comandante do Conselho de Resistência clandestino de Haarlem, que as convidou para integrar sua equipe, com a permissão de sua mãe.


"Acho que elas eram apenas adolescentes tímidas. A guerra logo as transformou em mulheres corajosas", diz Martin Menger, filho de Truus Oversteegen.


As irmãs Oversteegen eram oficialmente parte de uma célula de resistência composta por sete pessoas, que cresceu em 1943 com a incorporação da Schaft.


Mas as três meninas trabalhavam principalmente como uma unidade independente, seguindo instruções do Conselho da Resistência, de acordo com Jeroen Pliester, presidente da Fundação Hannie Schaft.


Assim, Truus e Freddie Oversteegen e Hannie Schaft foram exceções: três adolescentes que pegaram em armas contra os nazistas e os "traidores" holandeses nos arredores de Amsterdã.


"Era atípico que meninas participassem da resistência armada e, principalmente, executassem traidores, algo que essas três adolescentes fizeram", diz Liesbeth van der Horst, diretora do Museu da Resistência Holandês.


Pouco tempo depois, o papel delas passou a ser mais ativo, envolvendo ação direta.


Legenda da foto,
Hannie Schaft virou ícone da resistência feminina





"Mais tarde, ele (comandante Frans van der Wiel) nos disse o que realmente tínhamos que fazer: sabotar pontes e linhas ferroviárias", disse Truus Oversteegen em sua conversa com Jonker.


"Dissemos a ele que gostaríamos de fazer isso." E aprender a atirar, atirar nos nazistas", acrescentou.


As adolescentes geralmente se encarregavam dos colaboradores nazistas locais.


"Mais do que os alemães, essas jovens executaram principalmente traidores holandeses, simplesmente porque costumavam ser uma ameaça ainda maior do que os nazistas", diz Truus Menger, filha de Truus Oversteegen.

Legenda da foto,
A célula em que as três adolescentes operavam 
se encarregava dos colaboradores nazistas holandeses

Segundo o próprio relato de Truus, foi sua irmã Freddie quem primeiro atirou e matou alguém. "Foi trágico e muito difícil, e depois choramos por isso", disse.


"Não acreditávamos que nos adaptaríamos, ninguém nunca se adapta, a menos que você seja um verdadeiro criminoso ... Você perde tudo. Envenena as coisas bonitas da vida."


Remy Dekker, filho de Freddie, acredita que isso aconteceu quando sua mãe tinha 15 ou 16 anos.


"Ela executou uma mulher que, de acordo com a resistência, queria passar os nomes de todos os judeus de Haarlem para os serviços de inteligência nazistas", diz Dekker.


"Minha mãe se aproximou dessa mulher em um parque e pediu seu nome para confirmar sua identidade. Depois que ela o fez, ela atirou nela."


Talvez em sua ação mais ousada, as três adolescentes aproveitaram sua aparência jovem e inofensiva para atrair seus alvos em tabernas ou bares. Eles foram convidados a "dar um passeio" na floresta e, então, "executados".


"Tivemos que fazer isso", disse Truus Oversteegen a um entrevistador.


"Era um mal necessário matar aqueles que traíam pessoas boas". Quando questionada sobre quantas pessoas ela havia matado ou ajudado a matar, se recusou a respondeu: "Ninguém perguntaria nada disso a um soldado".


"Levar os nazistas e traidores para a floresta foi uma coisa brilhante, porque eles pensavam que estavam flertando com as adolescentes", diz Dekker.


"Obviamente nada aconteceu na floresta. Antes que eles tentassem beijá-las, eram mortos."


No entanto, nem todas as execuções seguiram o mesmo esquema.


"Às vezes elas matavam suas vítimas enquanto andavam de bicicleta, para que pudessem fugir rapidamente", diz Martin Menger. "Essas execuções não envolviam flerte".

Ícones da resistência feminina

Captura de colaboradores nazistas na Holanda , em 1945

Crédito,



Schaft, cujos cabelos ruivos a tornavam reconhecível pelos nazistas, foi capturada e executada em 17 de abril de 1945. Ela tinha 24 anos.

Hannie Schaft




Apenas 18 dias depois, a Holanda foi libertada.


Aproximadamente três quartos da população judia holandesa foram mortos durante a ocupação.


"Quando era criança, com apenas 8 anos, tínhamos um livro de história na escola sobre uma garota ruiva Hannie Schaft", lembra Dekker.


"Enquanto eu lia, minha mãe começou a chorar. Ela me disse que tinha sido amiga dela durante a guerra e que havia sido morta pelos alemães."


"Ela mencionava a guerra e Hannie com frequência. Isso permaneceu com ela durante toda a vida, o fato de que ela sobreviveu à guerra e Hannie não."


As irmãs Oversteegen sobreviveram à guerra e tiveram uma vida longa.


Em 1996, elas criaram a Fundação Hannie Schaft , para promover o legado de sua amiga.


Freddie Oversteegen atirou pela primeira vez em uma pessoa
 com 15 ou 16 anos

Crédito

Legenda da foto,

"Schaft se tornou o ícone nacional da resistência das mulheres", disse Pliester, diretora da Fundação.


Após a guerra, Truus Oversteegen trabalhou como artista, fazendo pinturas e esculturas inspiradas em seus anos de resistência e escreveu suas memórias. Ela morreu em 2016.


Sua irmã Freddie disse à Vice em 2016 que enfrentava os traumas da guerra "casando e tendo filhos". Ela morreu em 2018.


Nas entrevistas, Freddie Oversteegen costumava falar sobre a sensação física de matar, não a sensação de puxar o gatilho, mas a inevitável agonia que se seguia à morte de suas vítimas.


"Sim", disse ela a um entrevistador, de acordo com o jornal holandês IJmuider Courant, "eu mesma atirei com uma arma e os vi cair. E o que está dentro de nós naquele momento? Você quer ajudá-los a se levantar".


Fontes:

wikipedia.org
bbc.com
google.com
pragmatismopolitico.com.br

terça-feira, 27 de maio de 2025



Hoje vamos falar de uma figura controversa da boêmia carioca, Madame Satã; tema de filmes e peças de teatro.








João Francisco dos Santos, filho de Manoel Francisco dos Santos e Firmina Teresa da Conceição, nasceu em Glória de Goitá - Pernambuco em 25 de Fevereiro de 1900, e morreu no Rio de Janeiro em 11 de abril de 1976.


Morreu com setenta e seis anos, sendo que desses, 27 anos e oito meses passou na cadeia.

Criado numa família numerosa, cerca de dezessete irmãos, diz-se que chegou a ser trocado por uma égua, na infância.


Ainda jovem foi para o Recife, onde viveu de pequenos trabalhos.


Mais tarde foi para o Rio de Janeiro onde passou a morar no bairro boêmio da Lapa.


Analfabeto e sem qualificação profissional, trabalhava entregando marmitas, e depois passou a ajudante de cozinha.


Homossexual, pobre e negro sofreu preconceitos por toda a vida.




Amante de carnaval desfilou em 1942 no Bloco "Caçadores de Veado" com uma fantasia de "Madame Satã" inspirada num filme homônimo de Cecil B. DeMille.

Frequentador assíduo do bairro da Lapa, um bairro boêmio, reduto da malandragem, na década de 20 e 30.

Atuou como segurança de casas noturnas, evitando que as meretrizes fossem exploradas e agredidas pelos clientes.

Enfrentou a polícia diversas vezes, e foi preso centenas de vezes por desacato e agressão.

Era um exímio capoeirista, e usava esse atributo para se defender da polícia e outros inimigos.


Acusado da morte de um policial em 1928, foi preso no presídio da Ilha Grande por 16 anos.


Fato que negou em tom de deboche, dizendo que quem matou o policial foi a bala que saiu de seu revólver.


Na entrevista ao Pasquim em 1971, vangloria-se de suas brigas e seus casos de violência, segundo ele, sempre para se defender, ou por provocação.


Se valeu da prostituição em uma época da vida, como forma de sustento.
Atuava também em boates dançando e cantando, foi um dos primeiros travestis brasileiros a atuar num palco.
Em 05/05/1971, concedeu uma polêmica entrevista ao jornal O Pasquim.





Foi entrevistado por: Sérgio Cabral,Millor Fernandes, Paulo Francis, Chico Junior, Jaguar, Paulo Garcez e Fortuna.


Sobre a entrevista disse Paulo Francis:

"A inocência de Satã das coisas da moda elitista, de modelos de raciocínio, é completa. Mas nenhum de nós se sentiu tentado a ironizá-lo. Não por medo. Ele é bem mais educado do que a maioria dos grã-finos que conheço (um bom número, acrescento). Foi por respeito. Sentimos uma personalidade realizada. Quantos de nós podem dizer a mesma coisa? Nesse mundinho de classe média pra cima, que muita gente boa (tradução poderosa) imagina ser o Brasil, e que é, no duro, uma ínfima e arrogante minoria, pouco existe de igual em termos de tipo. Quem vai prevalecer? Não percam o próximo e emocionante capítulo."

Madame Satã tornou-se referência do mundo marginal carioca.

Em São Paulo, existe um bar "underground" no bairro do Bexiga que levava o seu nome. Esse bar viveu seu auge nas décadas de 70 e 80, onde cantores como Renato Russo, Cazuza e Rita Lee, chegaram a frequentá-l0.  Hoje o bar mudou o nome para Undergroud Club.






Um filme contando a sua história, de produção franco-brasileira, de 2002, fez muito sucesso; dirigido por Karim Ainouz, estrelado por Lázaro Ramos no papel de Madame Satã.





Fontes:
Wikipedia.org
contandohistoria369.blogspot.com.br
tirodeletra.com.br
dopropriobolso.com.br
google.com
youtube.comyoutu

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Vamos falar do Rei Eduardo II da Inglaterra, retratado no filme Coração Valente de Mel Gibson.


Cena de Coração Valente



Eduardo II (25 de de 1284 – 21 de setembro de 1327), também chamado de Eduardo de Caernarfon, foi o Rei da Inglaterra de 1307 até sua abdicação forçada em 1327. Era o quarto filho homem do rei Eduardo I e sua primeira esposa Leonor de Castela, se transformando no herdeiro do trono após a morte de seu irmão Afomso, o Cinde de Chester. A partir de 1300, Eduardo acompanhou o pai em campanhas para pacificar a Escócia, sendo feito cavaleiro em 1306 durante uma grande cerimônia realizada na Abadia de Westminster. Ele ascendeu ao trono no ano seguinte e se casou em 1308 com Isabel da França, filha do poderoso rei Filipe IV, como parte de um grande esforço para resolver as tensões entre as coroas inglesa e francesa.
Eduardo II



Eduardo tinha uma relação próxima e controversa com Piers Gaveston, Conde da Cornualha, que se juntou a sua criadagem em 1300. A exata natureza da relação dos dois é incerta; eles podem ter sido bons amigos, amantes ou irmãos de sangue. A arrogância de Gaveston e seu poder como favorito do rei provocaram descontentamento entre os barões ingleses e a família real francesa, com Eduardo sendo forçado a exilá-lo. O rei foi pressionado a concordar com grandes reformas chamadas Ordenanças de 1311 no retorno de Gaveston. 


Piers Gaveston





O conde foi banido pelos barões e Eduardo respondeu revogando as reformas e chamando seu favorito de volta. Liderados por Tomás, 2º Conde de Lencastre e primo do rei, um grupo de barões capturou e executou Gaveston em 1312, iniciando vários anos de confrontos armados. Ao mesmo tempo as forças inglesas foram repelidas da Escócia, onde Eduardo foi derrotado em 1314 por Robert de Bruce na Batalha de Bannockburn.

Robert de Bruce - Coração Valente



Os membros da família Despenser, particularmente Hugo Despenser, o Jovem, transformaram-se em grandes conselheiros e amigos próximos de Eduardo, porém Lencastre e muitos dos barões tomaram as terras dos Despenser em 1321 e forçaram o rei a exilá-los. Em resposta, Eduardo liderou uma pequena campanha militar que capturou e executou o primo. O monarca e os Despenser aumentaram seu controle do poder, revogando as reformas de 1311, executando inimigos e confiscando propriedades. O rei foi incapaz de progredir na Escócia e acabou por fazer as pazes com Robert. A oposição contra o reinado cresceu, com Isabel se virando contra Eduardo em 1325 depois de ter sido enviada a França originalmente para negociar um tratado.


Isabel da França
No filme Coração Valente






Ela se aliou com Roger Mortimer e invadiu a Inglaterra com um pequeno exército em 1326. O governo de Eduardo ruiu e ele fugiu para Gales, sendo capturado em novembro. Ele foi forçado a abdicar da coroa em janeiro de 1327 em favor de seu filho, Eduardo III, morrendo no Castelo de Berkeley em 21 de setembro, provavelmente assassinado por ordens do novo regime.

Sua relação com Gaveston inspirou a peça Eduardo II, escrita em 1592 por Christopher Marlowe, junto com várias outras peças, livros, filmes e romances.


Christopher Marlowe no filme Shakespeare Apaixonado




Muitas dessas obras se focaram no aspecto da possível relação homossexual entre os dois homens. Seus contemporâneos muito criticaram as atitudes de Eduardo como rei, salientando as derrotas na Escócia e o regime opressor de seus últimos anos, apesar de historiadores do século XIX argumentarem que o crescimento das instituições parlamentares durante seu reinado foram um desenvolvimento positivo a longo prazo para a Inglaterra. O debate continuou no século XXI sobre se ele era um rei incompetente e relaxado, ou um governante relutante e, por fim, mal sucedido.

Rainha Isabel, Eduardo II e Hugh Despenser



O rei, um monarca fraco, talvez mais lembrado por ter perdido a Batalha de Bannockburn para os escoceses, foi deposto no início de 1327, ano em que morreu, por sua própria esposa, a Rainha Isabel, e seu amante, Sir Roger Mortimer. Ele foi então preso no Castelo de Berkeley em Gloucestershire - onde, de acordo com cronistas contemporâneos, foi submetido a extensas indignidades, "incluindo ser privado de comida e jogado em um poço de cadáveres em decomposição". [Mortimer 2003] Finalmente, em setembro do mesmo ano, Eduardo morreu, e há pouco consenso sobre como.

Ian Mortimer, que estudou o assunto mais extensivamente do que qualquer outra pessoa (e que na verdade apoia a teoria de que Eduardo, longe de morrer em 1327, escapou da Inglaterra para viver seus dias no exílio, uma história estranha com um corpo de evidências surpreendentemente grande para apoiá-la), observa que o relato mais antigo sobrevivente, da Crônica Anonimalle (uma versão da crônica francesa Brut, mas uma que data de antes de 1330), atribuiu sua morte à doença, enquanto outros sugerem que o rei morreu de desgosto ou foi estrangulado. No entanto, mais notoriamente, outra versão de The Brut, ou as Crônicas da Inglaterra, datando de depois de 1333, tem Eduardo assassinado com uma barra de ferro ou cobre incandescente. Novamente, o método que se diz ter sido empregado é complicado, mas Kathryn Warner o resume da seguinte forma: "Na noite de 21 de setembro de 1327, ele foi segurado e um ferro quente foi empurrado em seu ânus através de um chifre de irrigação. Seus gritos podiam ser ouvidos por quilômetros ao redor."

Enfim, a história correta sobre a morte de Eduardo II tem várias versões, até àquela que ele teria fugido da prisão.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
youtube.com
reddit.com
osplantagenetas.blogstpot.com
incrivel.club

sexta-feira, 23 de maio de 2025



O incidente que ocasionou a formação do MMDC ligou-se aos acontecimentos de 22 e 23 de maio de 1932, data em que, por imposição popular, foram feitas modificações no secretariado organizado pelo interventor Pedro de Toledo. O novo secretariado, composto por elementos do Partido Democrático (PD) e do Partido Republicano Paulista (PRP), na época unidos na Frente Única Paulista (FUP), representou a virtual “reconquista do poder” por parte desses políticos, que desde a Revolução de 1930 não haviam conseguido se impor sobre os “tenentes”, detentores dos postos-chave no estado.




Pedro de Toledo


Por outro lado, desde 1931, existiam em São Paulo organizações formadas por grupos de ação que lutavam pelos principais postulados da FUP, ou seja, a autonomia do estado e a reconstitucionalização do país. Dentro desse movimento, além de organizar comícios e de promover a agitação e a mobilização política, os estudantes se dedicavam cada vez mais a atividades paramilitares, com vistas à arregimentação da juventude.


Com o desenvolvimento do processo que levaria à Revolução Constitucionalista de 1932, esses vários grupos — entre os quais a Liga da Defesa Paulista e a Liga Paulista Pró-Constituinte —, ao lado dos autonomistas mais ativos do PD e do PRP e de destacados órgãos de imprensa, como o Diário Nacional, órgão oficial do PD, e O Estado de S. Paulo, passaram a insistir na necessidade de se formar uma organização civil paramilitar que os integrasse, constituindo uma verdadeira vanguarda revolucionária destinada à preparação militar de seus membros.


Dentro desse quadro, por proposta de Paulo Nogueira Filho, foi criada em reunião realizada no Clube Comercial uma “sociedade secreta destinada à formação e direção de uma organização civil paramilitar, tendo por objetivo a defesa da autonomia de São Paulo”.


Os signatários do documento que deu origem a essa milícia civil foram Antônio Pietscher, Paulo Nogueira Filho, Carlos de Sousa Nazaré (presidente da Associação Comercial de São Paulo), Edgar Batista Pereira e Gastão Saraiva. Logo passaram a integrar a comissão diretora da organização Sílvio de Campos e Antônio Pacheco e Silva. Essa milícia foi na verdade o embrião do MMDC.






Atuação pré-revolucionária


Criada a organização no mês de maio, seu comando foi entregue a um conselho geral, ao qual se subordinavam três grandes divisões: a direção geral de abastecimento, a intendência geral e o departamento de finanças.


Da primeira diretoria do MMDC fizeram parte Sílvio de Campos, Prudente de Morais Neto, Carlos de Sousa Nazaré, Antônio Pereira Lima, Antônio Carlos Pacheco e Silva, Aureliano Leite e Antônio Pietscher. Da segunda diretoria participaram Júlio de Mesquita Filho, Antônio Carlos de Abreu Sodré, Joaquim Celidônio Filho, Elias Machado Sodré, Cesário Coimbra, Jaime Leonel, Mário Bastos Cruz, Abelardo Vergueiro César, Alarico Franco Caiubi e Luís de Toledo Piza.


Na fase pré-revolucionária, o MMDC foi responsável, em última análise, pela unificação dos núcleos paulistas de oposição ao Governo Provisório, pela preparação militar de grupos de ação direta (a cargo, principalmente, do capitão Antônio Pietscher e do tenente Benito Serpa) e pela criação de serviços auxiliares de guerra.


Com o auxílio da Liga das Senhoras Católicas, a organização criou serviços de alistamento, de instrução, de abastecimento, de concentração e de alojamento de voluntários, bem como de assistência às suas famílias. Desenvolveu também serviços técnicos de organização e controle.


Além de atuar nesses diferentes setores, o MMDC promoveu as chamadas “caravanas de propaganda cívica”, que incluíam a pregação diária nas ruas e a divulgação de cartazes e de filmes.


A capital paulista foi dividida em setores estratégicos e o interior do estado, em distritos. Só na cidade de São Paulo, segundo Aureliano Leite, em menos de dez dias a organização inscreveu cerca de cinco mil cidadãos, “prontos a pegar em armas por São Paulo”.


Na verdade o anacrônico MMDC foi um mote da coragem de estudantes contra a opressão.


Martins


De fato, Mário Martins de Almeida, o Martins não era um estudante, na época tinha 31 anos.

Miragaia




Euclides Bueno Miragaia, Miragaia tinha 21 anos na época também não era estudante, trabalhava no cartório de seu tio próximo à Rua Barão Barão de Itapetininga.

Camargo


Antonio Américo Camargo de Andrade, o Camargo, também não era estudante tinha 31 anos na época em que tentaram invadir a sede do Partido Popular Paulista (PPP) que apoiava Getúlio Vargas.

Drausio




Por fim Drausio Marcondes Filho tinha 14 anos na época da Revolução de 1932, e estava no lugar errado na hora errada, foi alvejado pelos tiros, socorrido com vida e levado à Santa Casa de Misericórdia onde morreu em 28 de Maio de 1932.

Outros revoltosos foram feridos, um deles, Orlando de Oliveira Alvarenga, morreu em 12 de agosto na Santa Casa de Misericórdia.
Alvarenga





Embora com direção própria, já em meados de junho de 1932 o MMDC passou a coordenar suas atividades em harmonia com a direção da conspiração militar chefiada pelo general Isidoro Dias Lopes.


Com efeito, em julho, quando irrompeu a revolução, o MMDC já havia realizado intenso trabalho de formação de um “exército civil” constitucionalista, organizando batalhões de voluntários que chegaram a aliciar cerca de 150 mil homens.


Durante todo o tempo em que transcorreu a luta armada, o MMDC, através de seus serviços auxiliares, tratou de toda a parte logística, provendo os soldados de munições, suprimentos e agasalhos, sem descuidar de seu contínuo alistamento.


O MMDC constituiu, portanto, a grande retaguarda das forças paulistas envolvidas na Revolução de 1932.






Fontes:
wikipedia.org
seuhistory.com
fgv.br
google.com

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