Vamos falar hoje da história do jornal "O Estado de São Paulo".
Fundado em 4 de janeiro de 1875, como a "Província de São Paulo, por Manoel Ferraz de Campos Salles e Américo Braziliense, era um jornal que combatia a escravidão e oposição da monarquia.
A Redação, administração e oficinas foram instaladas em um sobrado da Rua do Palácio, n.º14, antiga Rua das Casinhas, atualmente Rua do Tesouro, esquina com a Rua do Comércio (atual Álvares Penteado), no Centro velho de São Paulo. Entre os proprietários do novo jornal, destacavam-se Américo de Campos e Francisco Rangel Pestana. O administrador era José Maria Lisboa, que morava com a família nos fundos do prédio.
EX-Libris (dos Livros)
A venda avulsa foi impulsionada pelo imigrante francês Bernard Gregoire, que saía às ruas montado num cavalo e tocando uma corneta para chamar a atenção do público — e que, décadas depois, viraria o próprio símbolo do jornal — aumentou a tiragem do jornal. Ao final do século XIX, o Estado já era o maior jornal de São Paulo.
Com aumento das exportações do café, o jornal sentiu a necessidade de abrir uma sucursal em Santos na Rua XV de novembro.
Ao final do século XIX, o Estado já era o maior jornal de São Paulo, superando em muito o Correio Paulistano. Propriedade exclusiva da família Mesquita a partir de 1902, o Estado apoiou a causa aliada na Primeira Guerra Mundial, sofrendo represália da comunidade alemã na cidade, que retira todos os anúncios do jornal. Mesmo assim, Mesquita mantém a posição de seu diário. Nas mesmas circunstâncias, sofreu censura por parte do governo, que cortava matérias relacionadas às suas ações ou às questões nacionais. Durante a guerra, passa a circular a edição vespertina do jornal, conhecida como "Estadinho", dirigida pelo então jovem Júlio de Mesquita Filho.
Em 1924, o Estado foi impedido de circular pela primeira vez, entre os dias 28 de julho e 17 de agosto. A censura veio primeiramente do lado dos revoltosos, quando ocuparam a cidade, e depois do governo federal, após expulsar os rebeldes. Julio Mesquita foi preso e enviado ao Rio de Janeiro, sendo libertado pouco depois.
Com a morte do velho diretor em 1927, seu filho Júlio de Mesquita Filho assumiu a redação com o irmão Francisco, este à frente da parte financeira do jornal.
Em 1930, o Estado, ligado ao Partido Democrático, apoiou a candidatura de Getúlio Vargas pela Aliança Liberal. Vargas foi derrotado nas eleições, mas assumiu o poder com a Revolução de 1930, saudada pelo jornal como um marco do fim de um sistema oligárquico.
O chamado Grupo Estado assumiu em 1932 a liderança da revolução constitucionalista e, com sua derrota, boa parte da diretoria foi enviada ao exílio — Júlio e Francisco foram para Portugal e lá permaneceram até novembro de 1933, quando Getúlio nomeou Armando de Salles Oliveira, amigo dos diretores, como interventor de São Paulo.
Durante a Revolução de 32 ou a Guerra Paulista, o evento contou com o apoio do jornal.
“A revolução contou com o apoio de quase toda a imprensa paulista”, segundo o jornalista Oscar Pilagallo. Um dia após o início da revolução, em 10 de julho, o jornal O Estado de S. Paulo publica a seguinte manchete na primeira página: “Está vitorioso em todo o Estado o movimento revolucionário de caráter constitucionalista”. A Gazeta afirmava: “De São Paulo partiu o brado da Independência; de São Paulo também parte, agora, o brado pela Constituição”. Os dois jornais de Chateaubriand, O Diário de S. Paulo e o Diário da Noite, também exaltavam os paulistas.
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Estado viu enorme progresso, com o aumento da tiragem e de seu prestígio nacional. A administração dos interventores mostrou-se financeiramente eficiente e o periódico gozava de ótima situação financeira.
Durante a República Nova (1946–1964) o Estado alinhou-se à União Democrática Nacional, um partido de extrema direita, de Carlos Lacerda e fez oposição a todos os governos, em especial o de João Goulart. Em 1962, o diretor Júlio de Mesquita Filho chegou a escrever o "Roteiro da Revolução", procurando unir a oposição civil aos militares, o chamado "partido fardado", que desde o início da República costumava intervir na política brasileira. Em 1964, o Estado apoiou o golpe militar — descrito como "contragolpe" por Ruy Mesquita — e a eleição indireta de Castelo Branco. No dia 1 de abril daquele ano publicou texto de apoio à derrubada de João Goulart, traçando um paralelo com a Revolução Constitucionalista de 1932:
“ Minas desta vez está conosco... Dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições. ”
Logo após o Ato Institucional Número Dois, de 1965, que dissolveu os partidos políticos, o jornal rompeu com o regime.
Após esse fato o jornal, como outros órgãos da imprensa, sofreu forte censura, sendo obrigado a publicar poemas de Camões e receitas culinárias no lugar das matérias censuradas.
O Jornal sempre foi ligado ao liberalismo econômico e à elite brasileira, sempre combatendo ideias progressistas que ensejam a diminuição das desigualdades sociais e a inclusão dos mais pobres no mercado de consumo.
O jornal era o quarto em circulação no Brasil em 2015, com uma média diária de 157.761 mil exemplares e terceiro na versão digital com 78.410 visitas, e o segundo na Grande São Paulo, com média diária de 159,9 mil exemplares em 2007. Sofre, no entanto, uma queda acelerada no número de leitores, assim como outras grandes publicações brasileiras.
Fontes:
arquivodoestado.sp.gov.br
wikipedia.org
acervo.estadao.com.br
google.com
memorialdaresistenciasp.org.br
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