sábado, 2 de julho de 2022

 

Dando continuidade às comemorações do bicentenário da Independência do Brasil hoje iremos falar da Revolução Pernambucana.





Revolução Pernambucana de 1817

No Recife, os conspiradores eram formados por comerciantes, padres, alguns oficiais, senhores de engenho e maçons insatisfeitos com os privilégios, monopólio e abusos fiscais que beneficiavam os portugueses.

Frei Caneca, Padre Roma, Domingos José Martins, entre outros, preparavam um levante para o dia 8 de abril de 1817, mas, no dia 4 de março, antes que os planos estivessem prontos o governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro ficou sabendo da situação e mandou prender os principais implicados.

Estes, então, anteciparam a eclosão do movimento, que teve início quando o capitão José de Barros Lima (o Leão Coroado) matou o oficial português encarregado de prendê-lo.



Causas da Revolução Pernambucana

O aumento de impostos para financiar os conflitos militares de Dom João VI e os gastos exagerados da corte, a delegação de cargos públicos aos portugueses em vez de brasileiros e as regalias aos comerciantes portugueses mobilizaram tanto a elite quanto a população pernambucana.

Isso porque as medidas chegaram a Pernambuco quando os produtores passavam por muita dificuldade econômica. Nessa época, a capitania estava enfrentando um diminuição na produção de açúcar e de algodão por causa de uma forte seca que também levou pessoas à morte.

Sendo assim, a população não conseguia pagar os impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, gerando imensa revolta. Ao mesmo tempo, os ideais de liberdade e igualdade do Iluminismo já circulavam pela elite intelectual.

Com tantas insatisfações e problemas causados pela corte, proprietários de terras, militares, juízes, comerciantes, padres e população pobre se juntaram e organizaram o movimento emancipacionista.

Início da Revolução Pernambucana

A eclosão da Revolução Pernambucana se deu em 6 de março de 1817. Os revolucionários ocuparam Recife, prenderam o então governador — Caetano Pinto de Miranda Montenegro — e derrotaram as tropas de Portugal. Dessa maneira, formaram o próprio governo, de caráter provisório, constituído de cinco membros.

Houve também a formação de um grupo de emissários com a responsabilidade de difundir a causa por outras capitanias brasileiras e alguns países europeus. Os objetivos da Revolução eram tornar o país independente de Portugal e instituir a república.


Consequências da Revolução Pernambucana

Assim que soube do ato revolucionário, o governo português se mobilizou e enviou tropas da Bahia e do Rio de Janeiro. As primeiras avançaram de forma terrestre pelo interior da capitania pernambucana. Já as segundas cercaram a cidade de Recife com embarcações, que cortaram a comunicação da capitania com as demais regiões.

O movimento dos revolucionários foi enfraquecido por conta das diferenças de pensamentos entre as próprias lideranças, o que favoreceu que as tropas reais retomassem o controle das capitanias vizinhas, como as do Ceará e do Rio Grande do Norte. A revolta resistiu em Pernambuco até o dia 20 de maio de 1817.

Os líderes da revolução se renderam ao general Luís do Rego Barreto logo após a invasão a Recife e tiveram punições exemplares. Alguns foram enforcados ou arcabuzados — morto a tiros de arcabuz, um tipo de arma de fogo da época.

Domingos José Martins, por exemplo, foi arcabuzado. Já José Barros de Lima foi enforcado, teve as mãos e a cabeça arrancados e o corpo arrastado pelas ruas de Recife. A mesma brutalidade aconteceu com os corpos de Padre João Ribeiro e de Vigário Tenório.

Outros revolucionários permaneceram presos por muitos anos, como Frei Caneca. Dessa maneira, o governo português demonstrou a sua hegemonia por meio de muita violência.


A revolução foi também chamada de revolução dos padres devido a grande participação de clérigos.




A Revolução Pernambucana foi ocasionada pela insatisfação popular sobre os abusos da corte portuguesa, que exigia cada vez mais da população em dificuldades econômicas. Ela foi a única mobilização popular que saiu da conspiração para ser efetivada e pode ser considerada a primeira Proclamação da República.



Fontes:
stoodi.com.br
wikipedia.org
google.com

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