Lord Byron
George Gordon Byron, 6.º Barão Byron FRS (Londres, 22 de janeiro de 1788 - Missolonghi, 19 de abril de 1824 ), conhecido como Lord Byron, foi um poeta britânico e uma das figuras mais influentes do romantismo. Entre os seus trabalhos mais conhecidos estão os extensos poemas narrativos Don Juan, A Peregrinação de Childe Harold e o curto poema lírico She Walks in Beauty.
Byron é considerado um dos maiores poetas britânicos, e permanece vastamente lido e influente. Ele percorreu toda a Europa, especialmente Itália, onde viveu durante sete anos. No fim da vida, Byron juntou-se à Guerra da independência da Grécia contra o Império Otomano, motivo pelo qual muitos gregos reverenciam-no como um herói nacional. Morreu aos trinta e seis anos de idade de uma febre contraída em Missolonghi. Muitas vezes descrito como o mais extravagante e notório dos maiores poetas românticos, Byron foi tanto festejado quanto criticado em sua vida pelos excessos aristocráticos, incluindo altas dívidas, numerosos casos amorosos com homens e mulheres (como, por exemplo, com a meia-irmã da escritora Mary Shelley, Claire Clairmont), além de boatos de uma relação escandalosa com sua meia-irmã, autoexílio e bissexualidade.
Byron tinha a reputação de ser alguém original, controverso e nada convencional. Mesmo assim, sempre se manifestava a favor da margem da sociedade, considerando a nobreza como uma classe de hipócritas. Talvez considerasse assim todos os homens, pois nunca escondeu sua paixão por animais, chegando a declarar: “quanto mais conheço os homens, mais quero a meu cachorro”. “Boaswain” foi o nome de seu cachorro preferido, o qual gostava tanto que, após a morte do animal, dedicou-lhe os seguintes versos:
Aqui repousam
os restos de uma criatura
que foi bela sem vaidade
forte sem insolência
valente sem ferocidade
e teve todas as virtudes do homem
e nenhum dos seus defeitos.
Conta-se também sobre Byron que nasceu com uma deformidade no pé direito. Seus dedos eram voltados para dentro, o que lhe dificultava muitas tarefas. Seu pai lhe disse que nunca andaria direito, muito menos correria. Mas Lord Byron nunca se rendeu. Já adulto, seu jeito de andar aliado à personalidade colérica lhe deram uma forma única de caminhar, considerada muito elegante (e sim, chegou a correr). Ele nunca sentiu vergonha desta enfermidade, até pelo contrário. Quando as pessoas debochavam de seu pé, Byron se enchia de orgulho e respondia: “Quando um membro se debilita, sempre há outro que o compensa”.
Uma taça feita de um crânio humano
(Tradução de Castro Alves)
Não recues! De mim não foi-se o espírito…
Em mim verás – pobre caveira fria –
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!… que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
– Taça – levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.
Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
…Podeis de vinho o encher!
Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.
E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p’ra alguma coisa!…
A obra de Lord Byron se caracteriza pela presença de elementos autobiográficos. Byron foi um crítico, expressava-se de forma melancólica e era um pessimista romântico.
Ainda estudante publicou o seu primeiro livro de poesias. Horas de Ócio, como se chamava, foi publicado em 1807 e alvo de muitas críticas.
Anos depois, em 1811, os dois primeiros cantos que escreveu, e que compõem A Peregrinação de Childe Harold, foi tão bem aceito que foi traduzido para várias línguas.
Os contos desse livro foram escritos em anos diferentes. Os primeiros deles, durante um passeio com os amigos pela Europa e, assim, além de relatar a paisagem de lugares que visitou nesse continente, retrata a vida de um herói desiludido.
Byron pode ser confundido com esse herói, pois parece descrever a si próprio.
O Corsário e Lara, escritos pouco depois, em 1814, afirmam o seu talento.
Seguem-se O Cerco de Corintho (1816), o canto III de A Peregrinação de Childe Harold e O Preso de Chillon.
Manfredo, poema dito demoníaco, foi publicado em 1817.
Em 1818 publicou o canto IV de A Peregrinação de Childe Harold, bem como Beppo.
Dom Juan, por sua vez, começou a ser escrito em 1819, mas não chegou a ser finalizado.
O Deformado Transformado foi escrito na Grécia em 1824.
Importa referir que o poeta brasileiro Álvares de Azevedo, da segunda geração do romantismo, mostra que foi influenciado por Byron. Assim como ele, também outros escritores estrangeiros foram influenciados pelo inglês.
No Brasil, a segunda fase do romantismo era conhecida como “geração Byroniana”, justamente em decorrência da sua influência.
As obras de Lord Byron, que influenciaram muitos escritores românticos do século XIX, são marcadas por personagens com personalidades marcantes. Estes personagens apresentam comportamento autodestrutivo, passado obscuro, aversão social, rebeldia, talentos marcantes e grande exibição de paixões.
• Seus poemas são carregados de inspiração exaltada, crítica social, impetuosa e violenta. Apresentam temas ligados à tristeza humana e melancolia.
• Muitas das obras de Byron são de natureza narrativa, contando uma história ou recontando uma aventura. Ele é conhecido por seus longos e arrebatadores poemas épicos e monólogos dramáticos.
• Byron também é conhecido por sua sagacidade e ironia, muitas vezes usando essas ferramentas para criticar a sociedade, a política e a moralidade. Seu estilo satírico o diferencia de muitos outros poetas românticos.
• Os poemas de Byron são notáveis por suas imagens vívidas e evocativas. Ele costumava usar descrições visuais impressionantes para criar uma rica experiência sensorial para o leitor.
Uma de suas obras mais famosas é Don Juan, uma obra inacabada do autor.
Nesse poema narrativo e de cunho satírico, Byron trabalha o mito de Don Juan. O clássico personagem é retratado pelo narrador byroniano como sendo um jovem amante que se envolve em situações perigosas ou desfavoráveis para viver suas aventuras amorosas.
O rapaz tem 16 anos quando se envolve com uma mulher casada, a Donna Júlia. O romance não acaba bem, pois Juan se vê obrigado a fugir do marido da mulher. Para complicar, o navio em que o jovem embarca acaba naufragando. Sobrevivente do naufrágio, ele se torna amante de Haidée, a filha de um pirata.
Lambro, o pai da jovem, vende Juan como escravo. Assim, em Constantinopla, a sultana Gulbeyaz faz dele um amante. Mais tarde, ele pratica um ato heroico quando é soldado no exército russo, e conhece Catarina, a Grande (1729-1796). Após adoecer, ele volta para a Inglaterra.
Novamente, Juan se torna amante de uma mulher casada, seu nome é Adeline, e também inicia um romance com a jovem Aurora. Dessa forma, essa narrativa em versos traz não só amor e aventura, mas também crítica social:
E não há a religião e a reforma,
Paz, guerra, imposto, e o que se diz “nação”?
E pra guiar na tormenta briga formam?
Financeira e imobiliária especulação?
A alegria do ódio mútuo que os amorna,
Ao invés de amor, mera alucinação?
Fontes:
homoliteratus.com
wikipedia.org
google.com
todamateria.com.br
suapesquisa.com
prepareenem.com
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