A Guerra da Cisplatina foi um conflito travado pelo Império do Brasil contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) pelo controle da Cisplatina, região que atualmente conhecemos como Uruguai. Na época D.Pedro I era o imperador do Brasil. Essa foi a primeira guerra de que o Brasil participou como nação independente e estendeu-se de 1825 a 1828. O resultado do confronto foi desastroso para o Brasil, que, além de perder a Cisplatina, teve de amargar uma intensa crise econômica.
Essa guerra é conhecida na Argentina e no Uruguai como Guerra do Brasil.
Os vários lados envolvidos na Guerra da Cisplatina tinham objetivos diferentes.
Império brasileiro:
Para o Império do Brasil, era primordial manter o território e evitar qualquer tipo de revolta que promovesse a separação de alguma província. Quando Juan Antonio Lavalleja iniciou a rebelião da Cisplatina, em 1826, Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil, enviou imediatamente tropas para debelar o movimento rebelde.
Além do desejo de manter a unidade territorial, as insurreições provinciais poderiam motivar outras regiões brasileiras a também organizarem levantes contra o governo central, o que não era de interesse do imperador.
Grupos contrários ao domínio brasileiro
Entre os grupos contrários ao domínio brasileiro, havia objetivos difusos quanto ao conflito.
Juan Antonio Lavalleja: desejava anexar a Cisplatina às Províncias Unidas do Rio da Prata.
Outros grupos também insatisfeitos: queriam a independência da província e que ela se tornasse uma nova república na América do Sul.
Principais batalhas da Guerra da Cisplatina
Dom Pedro I não hesitou em enviar tropas para a Cisplatina e derrotar os revoltosos liderados por Lavalleja. O exército brasileiro foi truculento e não poupou esforços para massacrar seus inimigos. A forma arbitrária de ação dos soldados brasileiros provocou uma reação negativa da população local.
Nos primeiros anos do Primeiro Reinado, o Brasil enfrentava uma grave crise econômica e não havia investimento suficiente para armar e treinar soldados, o que facilitou a ação das tropas cisplatinas e a derrota brasileira na guerra.
Como a guerra aconteceu em regiões alagadas e em rios, a atuação da marinha foi importante. O Brasil enfrentou dificuldades para formar seus marinheiros, por conta da falta de efetivo. Tanto brasileiros quanto cisplatinos contrataram mercenários para atuarem no confronto, mas o resultado foi negativo.
A princípio, as tropas brasileiras fizeram um bloqueio a Buenos Aires. Porém, as águas rasas dos rios da região impediram a movimentação das embarcações do Brasil. Os cisplatinos tentaram furar o bloqueio e invadir o território do Rio Grande do Sul.
Os problemas que o Brasil enfrentou na guerra não estavam relacionados apenas a questões militares. Dom Pedro I enfrentou problemas políticos, pois os parlamentares evitaram o envio de auxílio militar para a região do conflito, enfraquecendo o exército e a marinha. O próprio imperador se deslocou até o sul do Brasil para acompanhar de perto as lutas contra os inimigos.
Ele desembarcou em 7 de dezembro de 1826 no Rio Grande do Sul e encontrou os militares brasileiros desmoralizados e sem recursos para continuar a guerra. O imperador ordenou a demissão de oficiais e tentou reorganizar as tropas. Porém, a morte da imperatriz Leopoldina, em 1827, o fez voltar para o Rio de Janeiro.
As principais batalhas da Guerra da Cisplatina foram:
Batalha de Sarandi: ocorrida em 12 de outubro de 1825 no Arroio Sarandi, no Uruguai.
Batalha do Passo do Rosário: ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, às margens do rio Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Batalha do Juncal: ocorrida entre os dias 8 e 9 de fevereiro de 1827, na Ilha Juncal, no rio Uruguai.
Quem ganhou a Guerra da Cisplatina?
O alto custo do conflito para os participantes da Guerra da Cisplatina, bem como a precariedade militar dos envolvidos, fez com que a Inglaterra incentivasse o fim da batalha. A paz foi negociada sob a mediação de franceses e ingleses. O tratado de paz, desastroso para o país, foi assinado em 28 de agosto de 1828.
Além da perda territorial, o prejuízo financeiro foi de 30 milhões de dólares e 8 mil brasileiros mortos. A Cisplatina obteve a sua independência e se transformou em República Oriental do Uruguai. Pode-se afirmar que os brasileiros foram os grandes derrotados da guerra, enquanto os cisplatinos foram os vencedores.
Consequências da Guerra da Cisplatina
A principal consequência da Guerra da Cisplatina foi o desmembramento da província do território brasileiro. Formou-se, a partir de então, a República Oriental do Uruguai. Além disso, a guerra:
aumentou a impopularidade de Dom Pedro;
aprofundou a crise econômica vivida pelo Império brasileiro em seus primeiros anos;
contribuiu para a crise do Primeiro Reinado, que levou Dom Pedro I a abdicar do trono brasileiro em 1831.
Fontes:
brasilescola.uol.com.br
historianomundo.com.br
revistagalileu.globo.com
wikipedia.org
google.com
todamateria.com.br
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