quinta-feira, 7 de março de 2024

 Gueto de Varsóvia.





Imediatamente após a ocupação alemã da Polónia em 1939, os alemães começaram a planejar o isolamento da população judaica de Varsóvia num gueto. Nessa altura, a administração do governo geral ainda não tinha sido completamente organizada, e havia interesses conflituosos entre os três principais poderes: a administração civil, o exército e as SS.

Sob estas circunstâncias, o conselho judaico, ou Judenrat, liderado por Adam Czerniakóv, conseguiu atrasar a criação do gueto por um ano, sobretudo justificando aos militares que os judeus eram uma força de trabalho importante.

No entanto, o gueto acabou por ser criado pelo General Gouverneur alemão da Polónia Hans Frank em 16 de Outubro de 1940. O distrito de Varsóvia era governado pelo oficial nazista Ludwig Fischer.

A população do gueto atingiu a marca de 380 mil pessoas, cerca de 30% da população de Varsóvia. Em contrapartida, ocupava apenas 2,4% do território da cidade. Os judeus de Varsóvia foram obrigados a se deslocarem para o gueto, e os nazistas providenciaram a construção de um muro ao seu redor em 16 de Novembro de 1940, segregando completamente os judeus.






Durante o ano e meio seguinte, judeus de cidades e vilas menores foram trazidos para o gueto. Doenças — como o tifo — e a fome (as rações para judeus eram oficialmente limitadas a apenas 184 kcal por dia, ao contrário das 1,8 mil para polacos e 2,4 mil para alemães em Varsóvia) alastravam-se em enormes proporções.




Com fome, doentes e sem esperança os judeus se revoltaram em 19 de abril de 1943. Alguns diziam que "era melhor morrer com armas na mão."




No dia 19 de abril de 1943, as tropas alemãs encontraram resistência inesperada quando entraram no gueto. Os jovens judeus sabiam que sua situação não tinha saída, pois faltavam-lhes armas, comida e apoio. Mesmo assim, resistiram durante três semanas, entregando-se a uma luta renhida. Quando, no início de maio, os nazistas cercaram o quartel dos insurgentes, estes cometeram suicídio coletivo.

"Eles queriam poder decidir a forma como iam morrer", explica Zygmunt Stępiński, diretor do Museu da História dos Judeus Poloneses em Varsóvia. Para os combatentes do gueto, sua morte era um manifesto político. "Eles queriam mostrar que os judeus são capazes de se defender, que haviam organizado o primeiro de todos os levantes armados contra os nazistas", acrescenta Stępiński.

Krystyna Budnicka confirma que essa luta foi um símbolo importante, pois em seguida os judeus de outros guetos menores também se opuseram aos opressores.

Sobrevivente de Auschwitz, o ex-ministro do Exterior da Polônia Władysław Bartoszewski classifica a resistência no gueto de Varsóvia como "um levante romântico", numa referência à determinação desesperada dos jovens revoltosos. Ele diz ter por eles o mais alto respeito e admiração, pelo fato de haverem "preferido morrer com a arma na mão a serem transportados para os campos de extermínio".


O encarregado da repressão da revolta foi Jürgen Stroop, o comandante da SS, organização paramilitar nazista. Em maio de 1943, ele relatava que "56.065 foram capturados e comprovadamente liquidados".


O médico francês Raphaël Pitti, professor e anestesista militar que já realizou cirurgias em diversos ponto de conflito armado, como na ex-Iugoslávia, no Líbano, na Guerra do Golfo (Iraque e Kwait), na Síria e na Ucrânia, em entrevista ao diário conservador parisiense Le Figaro, disse que a situação na Faixa de Gaza,  é similar à encontrada no conhecido Gueto de Varsóvia, localidade na capital da Polônia onde aproximadamente 380 mil judeus foram confinados em condições desumanas pelo exército nazista de Adolf Hitler durante a 2ª Guerra Mundial.


Crianças judias famintas no Gueto de Varsóvia


Infelizmente os sofrimentos e os crimes do passado não servem de exemplo para que outros seres humanos não sejam levados à morte e ao sofrimento.


Fontes:

wikipedia.org.
google.com
brasildefato.com.br
jb.com.br
bbc.com

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