Moscou, 1902. Diante do Teatro Artístico de Moscou, uma pequena multidão se comprimia sob o olhar vigilante dos guardas do czar, fortemente armados. Ninguém sabia, ao certo, se Pequenos Burgueses chegaria a estrear.
Máximo Gorki
Hoje vamos falar do dramaturgo russo, Máximo Gorki, (Максим Горький), e de sua peça "Os pequenos burgueses".
Seu nome verdadeiro era Aleksei Maksimovich Peshkov. Nasceu em Nijni Nóvgorod, cidade na Russia, que passou a chamar Gorki em 1932, por ordem de Stálin, em 28 de março de 1868 e morreu em Moscou em 18 de junho de 1936.
“A história do trabalho e da ação humana é bem mais interessante e significativa do que a história do homem como individualidade.” Esta frase, que inicia o texto Como aprendi a escrever, de Máximo Gorki, define os rumos básicos que estruturam sua obra literária.
Gorki nasce de uma família humilde, órfão de pai foi criado pelo avô materno que era tintureiro. Em 1878 quando sua mãe faleceu teve que deixar a casa do avô para ir trabalhar. Foi sapateiro, desenhista, lavador de pratos num navio que percorria o Volga, onde teve contato com alguns livros emprestados pelo cozinheiro, o que acabou despertando sua consciência política.
Sem frequentar escolas, tudo o que aprendeu lhe foi ensinado pelo que chamou ironicamente de “minhas universidades”: a vida.
Pechkov adotou o pseudônimo de Gorki (significa “amargo”) em Tifilis, ao publicar sua primeira novela, em 1892. Considerado o maior escritor soviético, Gorki vai além do realismo tradicional e, escritor eminentemente proletário, abriu uma nova fase na literatura, dando continuidade ao grande realismo burguês do século 19, de Balzac, Stendhal e Flaubert. Ele inaugurou um realismo de tipo novo, que alguns chamaram de “socialista”. O povo pobre, principalmente os marginalizados, são os personagens centrais de sua obra.
Pechkov adotou o pseudônimo de Gorki (significa “amargo”) em Tifilis, ao publicar sua primeira novela, em 1892. Considerado o maior escritor soviético, Gorki vai além do realismo tradicional e, escritor eminentemente proletário, abriu uma nova fase na literatura, dando continuidade ao grande realismo burguês do século 19, de Balzac, Stendhal e Flaubert. Ele inaugurou um realismo de tipo novo, que alguns chamaram de “socialista”. O povo pobre, principalmente os marginalizados, são os personagens centrais de sua obra.
Em 1902, escreve Pequenos Burgueses, peça teatral, a qual, segundo críticos atuais, se Gorki escrevesse hoje, não mudaria uma única palavra. A estréia de Pequenos Burgueses foi no Teatro de Arte de Moscou, e a peça obteve um grande sucesso, mesmo com os cortes impostos pela censura. O texto foi concebido em 1900, quando ainda se encontrava preso, e Gorki trabalhou algum tempo na peça, até que ela atingisse uma forma satisfatória. No início tinha o título de: Cenas em Casa dos Bessemov, Esboço Dramático em Quatro Atos. Na verdade, a peça não segue uma linha de ação única, mas é antes um mosaico de situações e personagens representativas da vida russa da época. As personagens de Pequenos Burgueses vivem num meio mesquinho, revelando-se quase sempre impotentes para vencer as barreiras desse meio. A impotência, em vários níveis, é o único elemento comum a todas elas. Cada um por seus motivos não consegue romper o asfixiante círculo familiar. A peça mostra o conflito entre os membros de uma família de comerciantes, dominada pela figura do pai autoritário que reprime os impulsos do filho intelectual e da filha deprimida. O único insurgente é o filho adotivo, o ferroviário Nill, que Gorki elege como uma espécie de operário do ano, isto é, um herói que vai conduzir a Rússia à revolução.
Logo no primeiro ato, Gorki aborda de maneira vigorosa o conflito de gerações, a oposição entre os poderosos, representantes de um modo de vida tradicional, e os grupos sociais emergentes que a eles se opunham.
O velho Bessemenov, sua mulher Akoulina, os filhos Pietr e Tatiana pertenciam a uma nova classe social emergente chamada de "Meschane", que não pertenciam nem a nobreza, nem ao campesinato e nem ao clero. Eram habitantes da cidade (burgo, do latim burgus, pequena fortaleza) e nesse sentido poderiam ser denominado burgueses.
Em 1963, estrearia a peça “Pequenos Burgueses”, de Máximo Górki, que teria grande repercussão e seria censurada dois dias após o golpe militar de 1964.
A direção foi de José Celso Martinez. A peça estreou no Teatro Oficina. O elenco contava com :
Cecília Rabelo [Akoulina Ivanovna] ; Célia Helena [Tatiana] ; Eugênio Kusnet [Bessemenov] ; Ittala Nandi [Tzvetaieva] ; Libero Ripoli Filho [Pertchikin] ; Miriam Mehler [Polia] ; Moema Brum [Stepanida] ; Raul Cortez [Teteriev] ; Renato Borghi [Piotr] ; Ronaldo Daniel [Nil] ; Rosamaria Murtinho [Elena Nikolaievna]
A peça, faz uma crítica à classe pequena burguesa em seus atavios de opulência, e suas incoerências demagógicas, onde todos vivem para aparentar uma realidade que não existe e que só serve como uma máscara, portanto, se faz como as reflexões de Gorki sobre o mundo pequeno-burguês.
Trata-se de um "drama familiar" que, ao recriar o cotidiano de uma típica família russa do começo do século XX, examina toda uma cosmovisão social, a qual ele classifica como a "mentalidade pequeno-burguesa". Sobre a peça, Tchékov afirmou: "O mérito da peça consiste em justamente em ser a primeira, na Rússia, e até no mundo inteiro, a desdenhar a mentalidade pequeno-burguesa, justamente no exato momento em quem a sociedade estava preparada para esse protesto."
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