Don Quixote de la Mancha, escrito por Miguel de Cervantes Saavedra, teve sua primeira edição publicada no dia 16 de janeiro de 1605. É uma das obras-primas da literatura espanhola e da literatura universal e também o livro mais traduzido. A inspiração de Cervantes para compor essa obra originou-se, ao que tudo indica, do chamado Entremez dos romances, de uma época anterior (embora isso seja discutível). Seu argumento ridiculariza um lavrador que enlouquece acreditando ser herói de romances. O lavrador abandonou sua esposa e partiu como fez Don Quixote. Esse entremez possui uma leitura dupla: também é uma crítica a Lope de Veja, que, depois de compor numerosos romances autobiográficos nos quais contava seus amores, abandonou sua esposa e partiu para a Armada Invencível.
Considerada a maior obra da literatura espanhola e o segundo livro mais lido da História, seu tributo para a cultura ocidental é incalculável. Dom Quixote é apontado como o primeiro romance moderno, tendo influenciado várias gerações de autores que se seguiram.
"Capítulo VIII — Do bom sucesso que teve o valoroso D. Quixote na espantosa e jamais imaginada aventura dos moinhos de vento, com outros sucessos dignos de feliz recordação.
Quando nisto iam, descobriram trinta ou quarenta moinhos de vento, que há naquele campo. Assim que D. Quixote os viu, disse para o escudeiro:
— A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça da face da terra.
— Quais gigantes? — disse Sancho Pança.
— Aqueles que ali vês — respondeu o amo — de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.
— Olhe bem Vossa Mercê — disse o escudeiro — que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós."
A obra narra as aventuras e desventuras de Dom Quixote, um homem de meia idade que resolveu se tornar cavaleiro andante depois de ler muitos romances de cavalaria. Providenciando cavalo e armadura, resolve lutar para provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária. Consegue também um escudeiro, Sancho Pança, que resolve acompanhá-lo, acreditando que será recompensado.
Quixote mistura fantasia e realidade, se comportando como se estivesse em um romance de cavalaria e transformando obstáculos banais (como moinhos de vento ou ovelhas) em gigantes e exércitos de inimigos.
É derrotado e espancado inúmeras vezes, sendo batizado de "Cavaleiro da Fraca (ou triste) Figura", mas sempre se recupera e insiste nos seus objetivos.
Só volta para casa quando é vencido em batalha por outro cavaleiro e forçado a abandonar a cavalaria. Longe da estrada, fica doente e acaba morrendo. Nos seus momentos finais, recupera a consciência e pede perdão aos seus amigos e familiares.
A História de Dom Quixote de La Mancha é uma história de superação e de persistência. Ele persegue seu sonho de galantaria e de defensor dos mais fracos e oprimidos. Luta contra moinhos de ventos, contra rebanhos de carneiro, contra sombras que surgem nas suas alucinações, tudo em nome de um amor e de conseguir as glórias que estariam à altura desse Amor idealizado.
Sancho Pança , por sua vez é a voz da razão, em princípio tentando fazer o seu senhor tomar consciência de sua loucura. Com o tempo o grau de amizade e de compaixão o faz anuir com as desvarios de seu mestre.
Em certa medida todos aspiramos à grandes conquistas, sempre nos achamos, pelo menos por alguns momentos, capazes de grandes feitos como um Quixote qualquer. Todos em alguma hora de nossas vidas lutamos contra moinhos de vento.
Fontes:
culturagenial.com
seuhistory.com
wikipedia.org
google.com
dominiopublico.gov.
issocompensa.com
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