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terça-feira, 8 de agosto de 2023
Vamos falar hoje sobre um clássico de Julio Verne, Le tour du monde en quatre-vingts jours - Volta ao mundo em oitenta dias.
Julio Verne era um escritor francês, reconhecido como o "pai da ficção científica. Foi um visionário e imaginou coisas em suas obras, como Viagem à Lua, ou como Vinte mil léguas submarinas, que só seriam inventadas no século seguinte.
Julio Verne
O livro "Volta ao mundo em oitenta dias foi publicado em 1873, e conta a história de um inglês metódico e conservador, Phileas Fogg, que ia até os detalhes mais inimagináveis para seguir sua rotina.
Phileas Fogg
Ele morava numa casa na 7 Saville Road, não era uma casa suntuosa, mas era muito confortável.
Sabia-se muito pouco sobre esse homem. Certamente era rico, embora não se soubesse a origem de sua fortuna. Não era comerciante, nem banqueiro, nem industrial. Parece ter viajado muito, pois conhecia detalhes dos mais remotos lugares.
Sua rotina consistia todos os dias em levantar às 8 horas, tomar chá com torradas às 8:23; barbear-se às 9:37; o penteado às 9:40. Tudo isso em meio à várias excentricidades como a temperatura da água do banho, e o tempo determinado para que as torradas ficassem de seu agrado. Por isso era difícil manter um mordomo, que por qualquer deslize era demitido.
Foi assim nesse dia 2 de Outubro, quando um novo criado lhe foi enviado pela agência de emprego. Seu nome era Jean Passepartout, francês, que tinha tido diversos empregos na vida; bombeiro; cantor; artista de circo e acrobata. Veio para a Inglaterra e buscava sossego, e um homem metódico como Phileas Fogg, era o ideal como patrão, rotineiro, e tranquilo.
Passepartout
Nesse dias, como de costume, Philleas Fogg deixou a sua casa exatamente às 11:30 e, depois de ter posto quinhentas e setenta e cinco vezes seu pé direito diante do seu pé esquerdo e quinhentos e setenta e seis vezes o seu pé esquerdo diante do seu pé direito, chegou ao Reform Club, vasto edifício, construído em Pall Mall, que reunia os mais destacados membros da sociedade de Londres na época.
Reform Club
Phileas Fogg dirigiu-se logo para a sala de refeições, cujas nove janelas se abriam sobre um belo jardim com árvores já douradas pelo outono. Ali, tomou lugar à mesa habitual onde o esperava o seu couvert. Seu almoço compunha-se de um hors-d’oeuvre de peixe cozido temperado com um “reading sauce”, de um roast-beef escarlate guarnecido com cogumelos, de uma empada recheada com pedacinhos de ruibarbo e groselhas verdes, de um pedaço de chester — tudo isto regado com algumas taças de um chá excelente, especialmente selecionado pelo encarregado do Reform Club. Esse era o seu almoço de todas as quartas-feiras e nunca era mudado.
Depois do almoço foi ler o Times, tarefa que se ocupou até as 15:45, quando começaram a chegar outros membros do Clube, para o jogo de twist.
Nas conversas que se seguiram surgiu o assunto mais comentado na cidade que era o roubo de 55 mil libras do banco da Inglaterra.
Alguns diziam que o dinheiro jamais seria recuperado, já outros como Ralph, um dos diretores do banco tinha esperança de prender o ladrão.
Um dos membros disse que o mundo era muito grande e o ladrão teria muitos lugares para se esconder, ao qual o outro membro retrucou: " o mundo era grande antes; agora com construção da Great Indian Peninsular, a viagem ao redor do mundo pode ser feita em 80 dias. Na teoria é possível, disse um, mas Phileas Fogg retrucou, na teoria não, a viagem nesse tempo é possível; e mostrou no jornal um cálculo feito pela Morning Chronicle:
De Londres a Suez pelo Monte Cenis e Brindisi, railways e paquetes....7 dias De Suez a Bombaim, paquete....13 " De Bombaim a Calcutá, railway....3 " De Calcutá a Hong Kong (China), paquete....13 " De Hong Kong a Yokohama (Japão), paquete....6 " De Yokohama a São Francisco, paquete....22 " De São Francisco a Nova York, railroad....7 " De Nova York a Londres, paquete e railway....9
Total 80 dias.
Todos acharam um exagero esse cálculo, pois não levava em conta, atrasos, tempestades, queda de barreiras. Phileas Fogg, no entanto reafirmou que a viagem era possível. Foi, pois desafiado pelos colegas a fazer a viagem.
Julio Verne satiriza a tão propalada pontualidade inglesa, chegando às raias da crítica mais jocosa ao descrever todas as excentricidades de Phileas Fogg.
Outro ponto importante é o trajeto traçado para o cumprimento da aposta, a maioria deles, colônias ou ex colônias do Reino Unido, que na época era a maior potência do mundo.
Impassível, como sempre, Phileas Fogg, aceitou a aposta, mesmo diante do grande risco, e levando em conta que mesmo ganhando não teria lucro algum. Assim ele apostou 20 mil libras que tinha depositado no Banco Baring, levaria na viagem outras 20 mil libras que tinha em casa, essa era toda a sua fortuna. Assim se ganhasse não lucraria nada, a não ser a viagem, e se perdesse se veria na miséria.
"— Um bom inglês não brinca jamais, quando se trata de uma coisa tão séria quanto uma aposta, respondeu Phileas Fogg. Eu aposto vinte mil libras contra quem quiser que farei a volta ao mundo em oitenta dias ou menos, ou seja mil novecentas e vinte horas ou cento e quinze mil e duzentos minutos. Aceitam? — Aceitamos, responderam os senhores Stuart, Fallentin, Sullivan, Flanagan e Ralph, após terem se consultado. — Bom, disse Mr. Fogg. O trem para Dover parte às oito e quarenta e cinco. Tomá-lo-ei. — Esta noite mesmo? perguntou Stuart. — Esta noite mesmo, respondeu Phileas Fogg. Portanto, acrescentou ele consultando um calendário de bolso, já que hoje é quarta feira 2 de outubro, deverei estar de volta a Londres, a este mesmo salão do Reform Club, no sábado 21 de dezembro, às oito e quarenta e cinco da noite, caso contrário as vinte mil libras depositadas atualmente no meu crédito com os Irmãos Baring lhes pertencerão de fato e de direito, senhores."
E assim procedeu sai dos Club às 19:25 voltando para casa, para surpresa de Passepartout, que não esperava antes da meia-noite.
Phileas Fogg então comunicou da viagem para o criado, pedindo que fizesse as malas ( três calças e três camisas) o resto comprariam durante a viagem. Numa outra sacola colocou as 20 mil libras que levariam na viagem.
Paris
Assim partiram para Dover, de lá de barco até Calais depois Paris, depois para a Itália e de lá passando pelo Canal de Suez até Bombaim, hoje Mumbai, na Índia.
Canal de Suez
A notícia da aposta logo se espalhou por Londres, colocando a cidade em alvoroço, uns diziam que era uma tremenda loucura, que Fog jamais venceria, outros pensavam o contrário e até torciam por Phileas Fogg.
Outra notícia que ganhava as manchetes dos jornais londrinos era o roubo ao Banco da Inglaterra e as investigações da polícia, principalmente do inspetor Fix.
Detetive Fix
"Com efeito, neste dia, por volta das nove da noite, o diretor da polícia metropolitana havia recebido um despacho telegráfico que dizia: Suez para Londres ROWAN, COMISSÁRIO DE POLÍCIA, ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, SCOTLAND YARD Sigo ladrão de Banco, Phileas Fogg. Enviem imediatamente mandado de prisão para Bombaim (Índia inglesa). Fix, detetive. O efeito deste despacho foi imediato. O respeitável gentleman desapareceu para dar lugar ao ladrão de bank-notes. Sua fotografia, arquivada no Reform Club com as de todos os seus colegas, foi examinada. Ela reproduzia traço por traço o homem cuja descrição tinha sido fornecida pelo inquérito. Lembraram-se do que a existência de Phileas Fogg tinha de misterioso, seu isolamento, sua partida súbita, e pareceu evidente que este personagem, pretextando uma viagem de volta ao mundo e apoiando-a numa aposta insensata, tinha tido por fim único despistar os agentes da polícia inglesa."
Enquanto isso, alheio a todo rebuliço gerado por sua aposta e às suspeitas por sua partida repentina numa viagem, Phileas Fogg e Passepartout continuaram na sua missão, no vapor Mongólia rumo à Bombaim.
Bombaim 1870
Quando o navio chegou Fogg mandou o criado ir pegar vistos no passaporte, para provar que passou por aquela região, e comprar algumas roupas e outros utensílios pessoais.
Fix encontra Passepartout e inicia com ele uma amizade, tudo no intento de saber mais detalhes sobre Phileas Fogg, suspeito número um do roubo ao Banco da Inglaterra.
Passepartout, sem conhecer os hábitos locais entra de sapatos num templo e hindu e é severamente advertido e expulso do local.
De Bombaim à Calcutá, a viagem é bastante atribulada, Fog conhece o general de brigada, Sir Francis Cromarly, e o faz companheiro no jogo de cartas. De repente o trem para no meio da selva, pois o trajeto de trem que Fog achava que estava completo, terminou numa aldeia chamada Kholby.
"Phileas Fogg olhou para sir Francis Cromarly, que pareceu não compreender esta parada no meio de uma floresta de tamareiras e de cajueiros. Passepartout, não menos surpreso, saltou para a via e voltou quase que imediatamente exclamando: — Senhor, não há mais estrada de ferro! — O que quer dizer? perguntou sir Francis Cromarty. — Quero dizer que o trem não continua. O general de brigada desceu logo do vagão. Phileas Fogg seguiu-o, sem se apressar. Os dois dirigiram-se ao condutor: — Onde estamos? perguntou Sir Francis Cromarty. — Na aldeia de Kholby , respondeu o condutor. — Paramos aqui? — Sem dúvida. A estrada de ferro não está acabada... — Como! não está acabada? — Não! há ainda um trecho de umas cinqüenta milhas a estabelecer entre este ponto e Alaabad, onde a via recomeça. — Mas os jornais anunciaram a abertura completa do railway! — Que quer, meu oficial, os jornais se enganaram. "
A única maneira de continuarem a aventura pela selva seria num elefante, e foram informados de ter um num lugarejo próximo.
Depois de uma longa negociação, Fogg pagou a fabulosa quantia de 2 mil libras pelo animal. Passepartout até perdeu o folego com a quantia gasta.
Seguiram assim pela floresta quando ouviram uma cantoria e mais tarde uma procissão, que logo perceberam ser um enterro.
O guia disse ser um "sati" ritual onde o marido morto deveria ser cremado com a esposa que estava viva.
Fogg e Passepartout criticaram muito essa prática bárbara. Ficaram sabendo que a esposa era muito nova e tinha sido educada na Inglaterra.
Resolveram salvá-la!
Num plano mirabolante, Passepartout se arrasta pela floresta e se instala na pira no lugar do rajá. Quando o fogo começa ele se levanta pondo a multidão para correr apavorada om a ressureição do marajá.
Rapidamente Fogg e o general partem em seu auxílio e resgatam a princesa ainda atordoada e sonolenta.
Fix como um cão de caça não dá trégua a Phileas Fogg e pede a emissão de um mandado de prisão, antes que ele saía de território britânico. Para isso cria os mais diversos obstáculos para o inglês.
Denuncia Fog para a policia, dizendo que Fogg e Passepartout invadiram um templo hindu para resgatar a princesa Aouda, num flagrante desrespeito às tradições locais.
Fogg e Passepartout são presos e só são liberados depois do pagamento de uma grande quantia em fiança.
Fog resolve levar Aouda com eles, temendo que se a moça ficasse na Índia poderia sofrer represarias, além disso ela disse ter parentes em Hong Kong.
Tomaram o paquete Rangoon rumo à Hong Kong.
"Todas as esperanças, todos os desejos do inspetor de polícia, estavam agora concentrados em um único ponto do mundo, Hong Kong, porque o paquete pararia muito pouco em Cingapura para que ele pudesse operar nesta cidade. Era pois em Hong Kong que a prisão do ladrão deveria se efetuar, ou o ladrão lhe escaparia, por assim dizer, para sempre. Com efeito, Hong Kong era ainda uma terra inglesa, mas a última que se encontrava no percurso. Para além, a China, o Japão, a América ofereciam um refúgio um pouco mais seguro para o senhor Fogg."
Fix, que também estava no Rangoon, mas que passou alguns dias na cabine com enjoo, encontrou Passepartout e voltou a interrogá-lo sobre o patrão.
Em Hong Kong descobriram que o parente de Aouda tinha se mudado para a Holanda, e para não deixá-la sozinha e desamparada, Fog resolveu levar a moça com ele durante toda a viagem.
Pediu então a Passepartout para ir reservar três cabines no Carnatic que zarparia no dia seguinte para Yokohama no Japão.
Hong Kong século XIX
No caminho do cais para comprar as passagens Passepartout encontrou Fix, que lhe fez companhia. O criado foi avisado que o Carnatic partiria naquela mesma noite e não na manhã seguinte. A notícia agradou Passepartout.
Fix, então resolve dar uma cartada final e contar tudo para Passepartout, e o convida para beber numa taverna próxima ao cais.
Fix perguntou se o criado tinha descoberto quem ele era, e esse disse que sim; que ele era um detetive mandado pelos membros do Reform Club para vigiar Fogg no cumprimento da aposta. Fix ficou desconcentrado com a ingenuidade do rapaz.
Mesmo assim contou-lhe a verdade, que Fogg tinha roubado um banco e estava fugindo e que a única maneira de detê-lo era atrasa-lo em Hong Kong para que a ordem de prisão chegasse. O criado ficou indignado, como Fix poderia pensar isso do patrão dele, e ameaçou levantar-se da mesa.
Fix então ofereceu mais bebida para o criado e um cachimbo de ópio que o empregado fumou sem se aperceber do que era.
Como Passepartout não tivesse regressado na noite anterior, Phileas e Fogg e Aouda foram até o cais à procura dele e para embarcar no Carnatic.
Lá encontrou o detetive Fix que se apresentou para ele. Soube também que o Carnatic tinha partido na noite anterior, e que o próximo navio só sairia daqui a oito dias.
Fogg então procurou um navio que pudesse levá-lo ao Japão. Depois de muito procurar ele achou um barco pequeno que poderia levá-lo à Shangai, que segundo o proprietário do barco era de onde sairia o General Grant, com escalas em Nagasaki e Yokohama. Por uma fortuna Fog conseguiu que o comandante o levasse até Shangai, e depois iria procurar Passepartout, que ele deduziu ter embarcado no Carnatic por algum motivo que ele desconhecia.
O navio Tankadera foi sacudido impiedosamente pela tempestade. Quase chegando no destino eles viram as velas do General Grant que tinha partido no horário. Todos menos o Fogg lamentaram e ficaram impacientes. Fogg então disse ao comandante, arrie a bandeira a meio pau e dispare o canhão pedindo por ajuda.
Passepartout acordou no Carnatic e viu quem nem o patrão nem a a senhorita Aouda estavam a bordo. Ficou desesperado pensando que tinha arruinado a aposta de Fogg.
Além disso estava sem nenhum dinheiro quando chegou em Yokohama.
Yokohama
Ele então resolveu arrumar uma ocupação para poder se sustentar no Japão. Conseguiu emprego como malabarista num circo.
Phileas Fogg e Aouda chegam em Yokohama e descem para procurar Passepartout, deixando o General Grant atracado pronto para zarpar. Passando em frente a um circo, Fog teve uma ideia e entrou, vendo Passepartout como base de uma pirâmide humana, com um enorme nariz.
Chamou por seu nome e o francês saiu correndo derrubando a pilha de gente.
Enfim eles conseguem embarcar para São Francisco.
São Francisco
No caminho de trem entre São Francisco e Nova York, os personagens do livro se envolveram numa tremenda confusão com índios Sioux. Já na cidade, ficam hospedados em um hotel na Broadway, antes de seguirem viagem.
A viagem para Nova York é cheia de incidentes, ora uma manada enorme de búfalos atravessa a linha férrea, atrasando a viagem, neve que caia e impedia que o trem continuasse, uma ponte sobre o em Medicine Bow que estava prestes a ruir e não aguentaria o peso do trem. Incentivado por alguns passageiros e por um bom gole de uísque o maquinista deu ré no trem e avançou em toda a velocidade por cima da ponte que desmoronou após a passagem do trem. Por outra vez índios Sioux atacam o trem, fazendo que os passageiros se defendam.
Se o trem não parassem no Fort Kearney, eles estariam perdidos, e os maquinistas pareciam estar mortos.
Passepartout sobe em cima dos vagões e vai aos saltos se livrando das flechas até chegar na locomotiva e frear o trem.
Com isso os soldados atacam os índios que fogem.
Quando a confusão termina, Fog dá pela falta de Passepartout. Descobriram que ele tinha sido capturado pelo Sioux e deveria estar sendo torturado. Fog junto com alguns soldados partiram em socorro do criado conseguindo resgatá-lo, o trem no entanto tinha partido, pois o maquinista e o foguista que se imaginavam mortos, estavam apenas desmaiados.
Com a partida do trem Fog tinha irremediavelmente perdido a aposta.
Ficaram, Aouda, Passepartout, Fix e Fogg desolados na estação.
Fog então viu um veículo bizarro mais parecido com um trenó, com uma grande vela na proa. O veículo era usado para dias com muita neve e deslizava pelos trilhos.
Sem hesitar Fogg comprou o veículo e seguiu à vontade dos ventos até a estação de Omaha de lá até Chicago passando pelo Mississipi até chegar em Nova York onde tomariam o navio que os levaria de volta até Liverpool.
"Atravessou como um relâmpago Indiana, Ohio, Pensilvânia, New Jersey, passando por cidades de nomes antiguados, em algumas das quais havia ruas e tramway s, mas ainda não casas. Finalmente o Hudson apareceu, e, em 11 de dezembro, às onze e quinze da noite, o trem parou na estação, na margem direita do rio, diante do “pier” dos vapores da linha Cunard, também chamada de “Britsh and North American Roy al Mail Steam Packet Co.”. O China, com destino a Liverpool, tinha partido há quarenta e cinco minutos!"
Por quarenta e cinco minutos Phileas Fog tinha perdido a aposta. Ele, ele, no entanto, com toda sua frieza londrina não se deu por vencido, e mais uma vez procurou uma embarcação que pudesse levá-los para a Inglaterra.
Nova York - século XIX
No dia seguinte Fog foi sozinho ao cais e lá avistou um navio com casco de ferro e com todos os altos de madeira, seu nome era Henrietta.
O capitão do navio, Andrew Speedy, um velho lobo do mar, de difícil diálogo e negociação.
O Henrietta ia para Bordeaux na França, e nunca levava passageiros. Fog tentou por tudo que o capitão os levassem para Liverpool, mas não houve jeito.
Concordou, depois de uma boa soma em dinheiro em levá-los para Bordeaux.
Embarcaram os quatro, Fog, Aouda, Passepartout e Fix. Assim navegaram por um dia e meio, quando Fog usando do recurso de sua maleta comprou a tripulação, prendeu o capitão no porão do navio e rumou diretamente para Liverpool.
Nos primeiros dias a viagem se fez tranquila, só atrapalhada pelos gritos irados do capitão Speedy.
Com o passar dos dias o tempo mudou para uma grande tempestade e os ventos iam contra a embarcação.
O foguista subiu na ponte e disse para Fogg que o enorme esforço feito para navegar naquelas condições tinha exaurido a lenha que alimentava a caldeira. O navio continuou a todo vapor até o combustível terminar, era ainda dia 18 de dezembro e faltavam 3 dias para o prazo da aposta terminar.
Fogg soltou o capitão que estava furioso e o chamava de pirata, com a calma de sempre Fog propôs comprar o Henrietta. Por 60 mil dólares Fogg comprou o navio, e mandou queimar todas as partes de madeira, inclusive as cadeiras, mesas e bancos, prometendo que o casco de ferro e o motor ficariam com o capitão que esqueceu todo o mau humor.
Faltava ainda um dia para o prazo final e madeira estava acabando e não daria para chegar em Liverpool. Foi quando avistaram a cidade Queenstown, na costa da Irlanda de lá poderiam chegar à Liverpool nos expressos que saem a toda a hora levando o correio. Desembarcaram em Queenstown e pegaram um trem expresso para Liverpool.
Ao meio-dia de 21 de dezembro chegaram em Liverpool. Precisavam de 6 horas para chegar em Londres e o prazo da aposta venceria naquele dia às 20:45.
Nisso, Fix dirige-se a Fog e lhe dá voz de prisão pelo roubo do Banco da Inglaterra. Impassível Fog fica em sua cela olhando para o relógio, enquanto Passepartout fica com Aouda se recriminando por não ter contado para o patrão das reais intenções de Fix.
A 14 :30 um vozerio se ouviu na prisão era Fix todo esbaforido, pedindo desculpas a Fog e dizendo que o verdadeiro ladrão estava preso há três dias. Phileas Fog que nunca demonstrou quaisquer emoções deferiu um soco em Fix.
Correram para a estação e só conseguiram um trem que sai às 3 da tarde.
Chegaram em Londres às 20:50, com cinco minutos de atraso a aposta estava irremediavelmente perdida.
Porto de Liverpool
Voltaram para a casa em Saville Row. Passepartout tratou de desligar o gás de seu quarto que ficou queimando por 80 dias. Fog passou o dia inteiro no quarto e à noite chamou Aouda, para se desculpar de tê-la trazido para a Europa e agora estar sem a mínima condição financeira de dar-lhe conforto.
Passepartout e a conta do gás
Aouda encontra-se com Fogg, e vê toda sua desilusão. Ela lhe aconselha a pedir ajuda de parentes ou de amigos, e ele retruca dizendo que não tem nem parentes e nem amigos. Nessa hora Aouda se declara para o inglês dizendo se ele não queria ter uma amiga e uma parente. Fogg ficou encantado e aceitou a proposta na hora.
Fogg chamou o criado e pediu para que ele fosse falar com o reverendo para marcar o casamento para segunda-feira. Passepartout saiu correndo à procura do revendo Wilson que disse ser impossível o casamento para amanhã, porque amanhã era domingo e não segunda-feira. Depois de se certificar disso , o criado correu como um louco de volta para casa.
Entrou sem folego dizendo para o patrão que era sábado e não domingo, mas já era 20:35. Tinham dez minutos para chegar no Club.
Quando o relógio marava 20:45 Fogg entrou pelo salão do Reform Club deixando todos os colegas surpresos.
O que aconteceu para que Phileas Fogg, um sujeito organizado e metódico cometesse um erro tão grave ?
Fogg iniciou a viagem indo para o leste em direção ao sol com isso ganhou 4 minutos a cada grau que percorria. Como temos 360 graus vezes 4 minutos dá um dia ganho na viagem. Assim o inabalável Mr. Fogg ganhou a aposta e um amor.
O filme baseado no livro com David Niven como Phileas Fogg, Cantinflas como Passepartout e Shirley MacLaine como Aouda expressa com muita fidelidade o livro de Julio Verne, apesar de Passepartout ser interpretado por um ator mexicano e não ter a viagem num balão. O filme de 1957 vale a pena ser visto.
O outro filme "Volta ao mundo em 80 dias, uma viagem muito louca de 2004 com Jackie Chan deveria ser queimado e totalmente esquecido.
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