quinta-feira, 17 de agosto de 2023

 Vamos falar hoje de outra obra clássica de Júlio Verne, "Viagem ao centro da Terra".



Viagem ao Centro Da Terra (em língua francesa: Voyage au Centre de la Terre) é um livro de ficção científica, de autoria do escritor francês Júlio Verne, lançado em 1864 e considerado como um dos clássicos do gênero.





Em 1863, pleno século XIX, o renomado cientista e professor de geologia e mineralogia alemão, Otto Lidenbrock, após ter encontrado um manuscrito escrito em código único pelo antigo alquimista islandês do século XVI, Arne Saknussemm, e de o ter decifrado, ele descobre que, segundo o alquimista, quem desce a cratera do vulcão Sneffels, situado na Islândia, antes do início de julho, se chega ao centro da Terra; sendo que Saknussemm teria feito esse percurso.




Capítulo I



"A 24 de maio de 1863, um domingo, meu tio, o professor Lidenbrock, voltou precipitadamente para sua casinha no número 19 da Königstrasse, uma das ruas mais antigas do velho bairro de Hamburgo. A boa Marthe deve ter achado que estava muito atrasada, pois o jantar mal começara a chiar no fogão da cozinha. "Bem", pensei, "se estiver com fome, meu tio, que é o mais impaciente dos homens, vai dar gritos de aflição". - O senhor Lidenbrock já chegou! - exclamou Marthe, estupefata, entreabrindo a porta da sala de jantar. - Já, Marthe; mas o jantar tem o direito de não estar pronto, pois não são nem duas horas. Acabou de dar a meia hora em São Miguel".


Eufórico e meio aturdido com a descoberta do manuscrito de Saknnussemm, ele corre para casa para empreender a mais incrível aventura já realizada, a viagem ao centro da Terra.



Repousou cuidadosamente em sua mesa um pedaço de pergaminho de cinco polegadas de comprimento e três de largura, no qual se distribuíam em linhas transversais caracteres ilegíveis. Aqui está seu fac-símile exato. Faço questão de apresentar esses sinais estranhos, pois levaram o professor Lidenbrock e seu sobrinho à expedição mais estranha do século XIX:

öx.ö,l,ööh öhö,tntö ö,ör:rrlblö h dThh'YP ntö.Y.Ylö'F!ö ITbööö T! 1ö' I ötö t11öÞ YT öh ö Ibö ö1ö öTn öö ö, . I, h Y,ö r ö r r b ,öör I .r .r n T n r F ö,ö t,T n bTö Iö r kh.öI Bk YtbIlI


O professor considerou por alguns instantes a série de caracteres; depois disse, erguendo seus óculos: - É rúnico; esses tipos são idênticos aos do manuscrito de Snorre Turleson! Mas... o que será que tudo isso significa? Como eu acreditava ser o rúnico uma invenção dos cientistas para ludibriar o pobre mundo, não fiquei aborrecido com o fato de meu tio não entender nada. Pelo menos é o que parecia pelo movimento de seus dedos, que começavam a tremer muito. - Mas é islandês antigo! - murmurava entre os dentes. 





Assim que consegue ler o pergaminho, o geólogo ordena que Axel prepare duas malas, uma para cada um. A travessia dura em torno de dez dias e, quando os dois chegam à Islândia, vão à procura de alguém que possa ajudá-los a encontrar a trilha.




Para tanto, tio e sobrinho contam com as contribuições de um guia local chamado Hans, que levará os dois à aldeia de Stapi, o caminho tão ansiado. O percurso será feito com quatro cavalos, uma série de instrumentos (termômetro, manômetro, bússolas) e terá início no dia 16 de junho.

O trabalho empreendido anos antes por Arne Saknusemm os ajuda a escolher o percurso correto. Quando avistam a cratera do Sneffels, sem saberem para onde ir, o tio identifica a pista de Arne:



"— Axel, venha correndo! — dizia num tom de espanto e alegria.

Corri para perto dele, que apontava para um rochedo colocado no centro da cratera. A evidência tomou conta de mim. Na face ocidental do bloco, em caracteres rúnicos semirroídos pelo tempo, estava escrito: Arne Saknussemm".




E usando lâmpadas portáteis - como os mineiros - que os três personagens ingressam no centro da Terra e sobrevivem a uma série de aventuras.

Os três, fascinados com as descobertas, atravessam florestas de cogumelos, poços, corredores estreitos e chegam a testemunhar monstros pré-históricos. Uma realidade inimaginável, de tirar o fôlego.



A aventura mágica infelizmente termina antes do esperado, quando um dos vulcões, situado em Stromboli (na Sicília, Itália), atira os três integrantes para fora da Terra. Surpreendentemente nem Lidenbrock, nem Axel, nem Hans sofrem qualquer ferimento.


Vulcão Stromboli - Itália



"Eis a conclusão de uma narrativa na qual as pessoas mais habituadas a não se surpreender com nada acreditarão. Mas armei-me antecipadamente contra a incredulidade humana. Fomos recebidos pelos pescadores de Stromboli com todas as atenções devidas aos náufragos. Deram-nos roupas e víveres. Após uma espera de quarenta e oito horas, a 31 de agosto, uma pequena speronare conduziu-nos a Messina, onde nos recuperamos com alguns dias de descanso. Na sexta-feira, 4 de setembro, embarcávamos no Volturne, um dos navios-correio das empresas de transportes imperiais da França, e, três dias depois, estávamos em Marselha, com uma única preocupação: a da maldita bússola. O fato inexplicável não parava de atormentar-me. A 9 de setembro à noite, chegávamos a Hamburgo. Renuncio a descrever o estupor de Marthe e a alegria de Grauben". 



Trata-se, é claro, de um livro de ficção científica que graças a genialidade de Júlio Verne, mistura a realidade com a alegoria.

No livro "Viagem ao Centro da Terra", o escritor francês Júlio Verne narra a aventura do professor e geólogo alemão Otto Lidenbrock, que ao descer em um vulcão na Islândia chegou ao centro do nosso planeta. No mundo real, uma viagem do tipo seria bem diferente. No livro, Lidenbrock e seu grupo descobriram um mundo paralelo e fantástico, onde animais como os dinossauros ainda existiam. Acabaram emergindo da aventura em um outro vulcão, localizado na Itália.

Mas na realidade, é bem provável que a jornada durasse só poucos quilômetros. E só encontraríamos dinossauros se cruzássemos com alguma ossada desses habitantes terrestres do passado. Mal passamos da casca Até hoje, a maior profundidade já atingida por um ser humano foi de 10,9 km. A marca foi obtida em 23 de janeiro de 1960 por um submersível, uma pequena embarcação mais resistente à pressão do que um submarino convencional. Em seu interior estavam um oceanógrafo suíço, Jacques Piccard, e um tenente da Marinha dos Estados Unidos, Donald Walsh. A aventura aconteceu na Fossa das Marianas, o ponto mapeado mais profundo do oceano —próximo dos 11 km de profundidade. 

Uma viagem dessas teria de levar em consideração outros fatores como pressão atmosférica e o calor. A pressão no centro do planeta poderia chegar a 3, 6 milhões de atm, ao nível do mar essa pressão é de 1 atm. Qualquer coisa submetida a essa pressão seria esmagada.


O calor é outro fator, calcula-se que a 670 km de profundidade o calor já beirasse a marca de 1.700 °C, ou seja seríamos cozinhados.

Cálculos feitos por cientistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) apontam que a temperatura do núcleo do planeta seja de cerca de 4.530 ºC —ainda que um estudo publicado em 2013 indique que essa temperatura pode chegar próxima dos 6.000 ºC.

Mesmo assim vale muito a pena ler o livro. Ele cativa por seu suspense, sua aventura que certamente os deixarão ligados a cada página. Desde que, como aconteceu comigo, uma amigo não venha estragar a leitura te contando o final. Mesmo assim já li o livro outras duas vezes.

A obra foi levada ao cinema em 1959, dirigido por Henry Levy e em 2008 com direção de Eric Brevig.


Viagem ao centro da Terra 1959 - com Pat Boone, James Mason, Arlene Dahl e Diane Baker


Viagem ao centro da Terra - 2008 - com Brendan Fraser, Josh Hutherson e Anita Briem


O sucesso do livro se manifestou num século em que as descobertas ampliaram o conhecimento e a valorização dos estudos da ciência, popularizando assim as obras deste novo estilo literário. No caso de Verne, as principais influências vieram da dramaticidade de Victor Hugo e das fantasias de Edgar Allan Poe, este último reconhecido como a maior fonte de inspiração.




Fontes:
wikipedia.org
google.com
memoria.ebc.com.br
culturagenial.com
youtube.com
revisas.ufpr.com
uol.com.br

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