quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Vamos abordar hoje a obra do escritor  Menotti Del Picchia, Juca Mulato.

Menoti Del Picchia



Juca Mulato (1917) é um dos primeiros livros de poesia publicados pelo poeta brasileiro Menotti Del Picchia. Publicado em 1917, antes da Semana de 22. Juca Mulato lançou Menotti no mundo literário, sendo reproduzido em jornais de todo o Brasil, fazendo do autor um nome nacional.

Tema

Juca Mulato conta sobre o caboclo Juca, trabalhador de uma fazenda, descrito nos primeiros versos como em estado de comunhão com a natureza, que sente uma "cisma" - sentimento de inadequação racial, aumentado desde o dia em que flagra a filha da patroa o contemplando.

A personagem integra o rol de tipos populares rurais, desenhados por escritores e artistas desde o final do século XIX, assemelhando-se pelo sentimentalismo, ao violeiro caipira de Almeida Júnior e pelo aspecto de desolação, ao Jeca de Monteiro Lobato.  Juca Mulato insere-se em uma corrente de primitivismo que começa com O Guarani de José de Alencar e vai até Jubiabá de Jorge Amado.

O poema Juca Mulato (1.917) de Menotti Del Picchia é uma obra ímpar no contexto modernista. O autor faz uso dos temas: Germinal, A Serenata, Alma Alheia, Fascinação, Lamentação, Presságios, A Mandinga, A Voz das Coisas e a Ressurreição para narrar à história de amor de um caboclo, que se apaixonou pela filha da patroa.


E a Filha da Patroa ?

Essa, ainda hoje, nascerá no coração de cada leitor do poema quando haja atingido a idade do amor. É uma idéia e um sonho. Continuará a lembrar, vida afora, a criatura que teria sido o complemento do seu ser, realização sempre sonhada e impossível de um perfeito amor ideal.








Juca Mulato nasceu em Itapira, cidade da zona mogiana do Estado de São Paulo, em 1917. Seu pai, recém-formado em Direito e fazendeiro nessa cidade, acabara de publicar na Capital paulista seu poema Moisés. Exercia agora uma vaga advocacia numa terra quase sem demandas e dirigia o jornal local, Cidade de Itapira, em cujos prelos imprimiu o primeiro exemplar do seu poema.

Foi no ambiente da fazenda Santa Catarina da Capoeira do Meio e na paz e no silêncio do parque que se debruça sobre o Cubatão, bairro no qual serpeja o Rio da Penha, em cujas margens bivacavam ciganos, que a imagem do caboclo do Mato e sua alma lírica empolgaram o advogado-poeta.


Compõem o poema o Céu e a Terra. Todas as coisas telúricas e celestes, o chão que abriga o homem e o alimenta e o que há no mistério do azul quando ele olha para as estrelas. Ali descobre uma nova e mágica dimensão do universo: os animais, como o prudente e confidente Pigarço e os lerdos bois pensativos e decorativos; o galo, clarim do dia que ilumina as coisas para a vida e oferece as maravilhas do mundo ao homem que acorda.

A fala do "Juca" é coloquial e divina. Sai da boca do homem e vem da conexão mágica que ele tem com as coisas. É que o universo é um eterno diálogo de vozes mudas. Cabe-lhe comunicá-las às demais criaturas. Ele é o intérprete da formidável comunhão espiritual que nos envolve numa harmoniosa coesão de vivências e mistérios regida pela fatalidade dessa divina força que é o amor ("...Che muove il sole e l`altre stelle...")



Fontes:

wikipedia.org
google.com
jornaldepoesia.jor.br
Delos+079.pdf


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