Hoje, 9 de Julho é aniversário da chamada Guerra Paulista, ou também denominada Revolução Constitucionalista de 1932.
Na chamada República velha (1898-1930) o poder central no Brasil estava restrito na chamada "política do café com leite", onde ora era eleito como presidente da República um mineiro, ora um presidente paulista.
São Paulo era um grande produtor de café e Minas Gerais era um estado produtor de leite.
As oligarquias paulistas e mineiras não tinham nenhuma preocupação com o social ou com os menos favorecidos. Principalmente em São Paulo, onde os grandes produtores de café substituíram a mão de obra escrava por uma mão de obra de imigrantes, nada mais importava que os seus próprios interesses e poder.
Com a revolução ou golpe de 1930, esse poder começou a ser questionado. Getúlio Vargas foi indicado ao posto de presidente da República e governou num regime ditatorial.
A Revolução de 32, que tinha como pretexto uma nova Constituição e dizia perseguir um ideal de liberdade, não se importava muito com isso, enquanto era os atores principais da política brasileira.
Getúlio nomeou vários interventores para os Estados da federação. Só em São Paulo ele nomeou : Tenente João Alberto Lins de Barros (de 25 de novembro de 1930 até 24 de julho de 1931); Laudo Ferreira Camargo (de 25 de julho de 1931 até 13 de novembro de 1931); coronel Manuel Rabelo (de 13 de novembro de 1931 até 7 de março de 1932); e Pedro de Toledo (de 7 de março de 1932 até o fim da Revolução de 1932, em 2 de outubro de 1932). Em 23 de maio de 1932, Pedro de Toledo, foi aclamado pelos paulistas presidente de São Paulo.
Pedro de Toledo
Após a queda da Bolsa de Nova York em 1929, parte dos latifundiários paulistas perderam toda a fortuna. O café despencou o preço, com isso insuflando uma revolta contra o governo federal.
O estopim foi a morte de quatro jovens durante a tentativa de invasão à sede do Partido Popular Paulista (PPP). Martins Miraguaia, Dráuzio e Camargo (MMDC). Embora o romantismo elevado sobre os ditos estudantes, tidos como heróis, seja discutidos. O único jovem e estudante era Dráuzio, que morreu por assistir a revolta, sem participar dela. Os demais eram homens feitos e não eram estudantes.
O início da guerra aconteceu com apoio de industriais, cafeicultores, intelectuais e jornalistas (elite paulista) que induziu a população a entrar para um guerra que, de fato, nunca defendeu seus interesses.
A guerra durou de 9 de julho a 2 de outubro de 1932. São Paulo teve 50.000 mil combatentes e 634 mortos (números oficiais) Alguns afirmam terem morrido perto de 2000 combatentes.
Dois anos mais tarde Getúlio Vargas promulgou a nova Constituição, que foi ignorada em 1937 com a formação do Estado Novo, um estado de ditadura que durou até 1945.
A Revolução de 32 foi um evento marcante na história de São Paulo, mas sua recepção em outros estados foi variada, refletindo a complexidade do cenário político e social da época.
Hoje em dia, exceto em São Paulo, a revolução não tem importância no cenário nacional. Mesmo em São Paulo, o 9 de Julho só passou a ser feriado estadual em 1997 com um decreto do governador da época, Mário Covas.
Fontes:
wikipedia.org
brasildefato.com.br
google.com
educacao.uol.com.br
atlas.fgv.br
mundoeducacao.uol.com.br
bbc.com.br
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