quinta-feira, 24 de abril de 2025



Sonetos decassílabos 



Verso com dez sílabas poéticas são chamados DECASSÍLABOS que podem ser sáficos ou heroicos

São versos decassílabos HEROICOS, porque as sílabas poéticas tônicas são a sexta e a décima.

Observação:

Todos os 8816 versos de "Os Lusíadas" de Camões são decassílabos heroicos.

Os Lusíadas - Canto I


As armas e os barões assinalados,
Sílabas poéticas: As | ar | mas | e os | ba | rões | as | si | na | la | dos,

Que da ocidental praia Lusitana,
Sílabas poéticas: Que | da o | ci | den | tal | prai | a | Lu |si | ta |na,

Por mares nunca de antes navegados,
Sílabas poéticas: Por | ma | res | nun |ca | de an | tes | na | ve | ga | dos,

Passaram ainda além da Taprobana,
Sílabas poéticas: Pas | sa | ram | ain | da a | lém | da | Ta | pro | ba | na,

Em perigos e guerras esforçados,
Sílabas poéticas: Em | pe | ri | gos | e | guer | ras | es | for | ça | dos,

Mais do que prometia a força humana,
Sílabas poéticas: Mais | do | que | pro | me | tia a | for | ça | hu | ma | na





O decassílabo é classificado em função das posições das sílabas tônicas que lhe determinam o ritmo: Heroico : Apresenta sílabas tônicas nas posições 6 e 10, obrigatoriamente, tendo mais uma ou duas sílabas tônicas complementares: As armas e os barões assinalados(...)Em perigos e guerras esforçados. É o decassílabo mais comum de todos, o mais utilizado.

A acentuação rítmica na sexta sílaba permite realizar uma cesura na declamação do verso, tornando-o mais versátil e melódico. Nos poemas, é possível combinar decassílabos heroicos com sáficos. É o tipo de verso empregue no soneto, na canção em estâncias, na sextina, na ode, no madrigal, na écloga (poesia bucólica) , na epopeia, etc. 

Sáfico : Apresenta sílabas tônicas nas posições 4, 8 e 10:

Tenho palavras para ti, amada;

Exemplo

Alguns decassílabos brancos escandidos, com as sílabas acentuadas a negrito:

"Os/sian/ — o /bar/do é/ tris/te/ co/mo a /som/bra

Que/ seus /can/tos/ po/vo/a. O/ La/mar/ti/ne

É/ mo/nó/to/no e/ be/lo/ co/mo a/ noi/te,

Co/mo a/ lu/a/ no/ mar/ e o/ som/ das/ on/das...

Mas/ pran/tei/a u/ma e/ter/na/ mo/no/di/a,

Tem/ na/ li/ra/ do/ gê/nio u/ma/ só/ cor/da,

— Fi/bra/ de a/mor/ e/ Deus/ que um/ so/pro a/gi/ta!

Se/ des/mai/a/ de a/mor.../ a/ Deus/ se/ vol/ta,

Se/ pran/tei/a/ por/ Deus/... de a/mor/ sus/pi/ra."

(Fragmento de "Ideias íntimas", por Álvares de Azevedo, poema agrupado posteriormente e publicado em Lira dos Vinte Anos.



Fontes:

wikipedia.org
todamateria.com.br
recantodasletras.com.br
infopedia.pt

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