domingo, 27 de abril de 2025



O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espectatores'. (Augusto Boal)

Augusto Boal, foi um dramaturgo brasileiro.  O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970),  mas sobretudo por suas teses do Teatro do oprimido.


Augusto Boal




Sua obra escrita é expressiva. Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas, suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. O livro Jogos Para Atores e Não Atores trata de um sistema de exercícios ("monólogos corporais"), jogos (diálogos corporais) e técnicas teatrais além de técnicas do teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores mas por todas as pessoas.


Pode ser que o teatro não seja revolucionário em si mesmo, mas não tenham dúvidas:
é um ensaio da revolução!

Desde os primórdios de sua carreira, no teatro de Arena, até o Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, passando pelas Sambóperas, sua preocupação foi a de criar uma linguagem que pudesse traduzir a realidade do seu país, uma maneira brasileira de falar, sentir e pensar.





No ano de 1999 Augusto Boal estreia em seu teatro um novo gênero, denominado por ele sambópera. O gênero dedica-se à um trabalho de releituras de clássicos da ópera para o contexto da virada do século XX no Brasil.

A multiculturalidade é a característica principal do gênero criado pelo autor, que traduz as músicas clássicas originais para ritmos genuinamente brasileiros.

Sua primeira peça montada neste sentido foi Carmen. A sambópera Carmen, de Boal, é adaptação da ópera de Georges Bizet, homônima. A montagem teve a tradução para o português e adaptação para o teatro feita por Boal, a elaboração da poesia por Celso Branco, e a direção musical é assinada por Marcos Leite.




Essa preocupação imprime ao seu trabalho uma dimensão política e social, concebendo o teatro como instrumento de transformação alicerçada na temática e na linguagem. Todos os passos percorridos por Boal foram marcadas pelo seu espírito investigativo e sua preocupação política: o teatro como resposta às questões sociais; o teatro como meio de analisar conflitos e apresentar alternativas. É autor de diversas obras literárias publicadas em vários idiomas e recebeu, durante sua vida profissional, um arsenal extraordinário de prêmios e honrarias. Tendo em vista a multiplicidade e a diversidade das contribuições dadas por Boal à cultura brasileira, bem como o caráter revolucionário de suas ações, julgamos que o contato com a sua obra sempre servirá de estímulo para o aprofundamento das linhas de pesquisa por ele elaboradas ou sugeridas.

Augusto Boal



Logo depois do Golpe de Estado, Boal foi para o Rio de Janeiro, onde dirigiu o show Opinião, iniciativa de artistas e autores ligados ao CPC da UNE, que havia sido colocado na ilegalidade. De volta a São Paulo, montou, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, uma peça inspirada na história do Quilombo de Palmares, Arena Conta Zumbi (1965). Naquele momento, criou o Sistema Coringa, que permite aos atores se revezar entre diversos papeis. Quando o AI-5 foi decretado, o Arena excursionou pelo exterior. Na volta, em 1970, criou o Teatro Jornal – 1a Edição, antes de ser preso, em 1971.

Exilado, viveu na Argentina, em Portugal e na França. Foi durante o exílio que ele desenvolveu as bases conceituais do Teatro do Oprimido, método teatral ligado ao teatro de resistência, a Bertolt Brecht e aos movimentos de vanguarda surgidos na Rússia e na Alemanha nos anos 1930. O objetivo do Teatro do Oprimido é suscitar a tomada de consciência e a mobilização política. Ele voltou ao Brasil em 1984, depois da anistia. Em 1986, fundou o Centro de Teatro do Oprimido.

O “Teatro do Oprimido”, de acordo com o próprio Boal, pretende transformar o espectador, que assume uma forma passiva diante do teatro aristotélico, com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, espectador, passe a protagonista e transformador da ação dramática. A ideia central é que o espectador ensaie a sua própria revolução sem delegar papéis aos personagens, desta forma conscientizando-se da sua autonomia diante dos fatos cotidianos, indo em direção a sua real liberdade de ação, sendo todos “espect-atores”.


Durante o exílio em Portugal, Francis Hime e Chico Buarque de Holanda compuseram a belíssima - Meu caro Amigo - uma carta em fita cassete, dando notícias ao amigo exilado.




Fontes:

wikipedia.org
augustoboal.com.br
memoriasdaditadura.org.br
youtube.com
infoescola.com

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