sábado, 26 de abril de 2025

Mais um peça do dramaturgo português, Gil Vicente.


O Auto de Mofina Mendes





Auto é um estilo teatral do século XVI que abrange peças tanto religiosas como profanas, podendo ser de estilo trágico ou cômico.

A peça foi apresentada pela primeira vez em Lisboa no ano e 1534 ao rei D. João III.


A peça abre com um monólogo de um frade que fala com jeito de pregador, num latim tosco. Assim, iniciam-se duas narrativas paralelas que são entre si apresentadas alternadamente.

Diz Boécio — de consolationis, 
Origines — Marci Aureli,
Sailustius — Catilinarium,
Josefo — speculum beili,
glosa interliniarum;
Vicentius — scala coeli,
magister sententiarum, 
Demosthenes, 
Calistrato; todos estes concertaram
com Scoto, livro quarto. 

Ambas possuindo sensivelmente a mesma dimensão, a primeira trata da Anunciação à Virgem e consequente gravidez, a segunda representa as peripécias de um azarado grupo de pastores.

À medida que Maria recebe a Boa Nova do Anjo Gabriel e questiona quatro das Virtudes sobre que decisões tomar face a tal fenômeno, os pastores vão tentando descobrir o que aconteceu à maioria do seu gado, que se encontra desaparecido. Ao perceberem que muitos dos animais morreram, o Anjo Gabriel desce à sua presença e indica-lhes que deverão ir a Belém assistir ao nascimento de Jesus Cristo.

Entra primeiramente um Frade, e a modo de pregação diz o que se segue:

 Fra.  

 Três coisas acho que fazem
 ao doido ser sandeu:
 uma ter pouco siso de seu,
 a outra, que esse que tem
 não lhe presta mal nem bem:
 e a terceira, 
 que endoidece em grã maneira, 
 é o favor (livre-nos Deus) 
 que faz do vento cimeira,
 e do toutiço moleira,
 e das ondas faz ilhéus. 



Entre a Anunciação e o nascimento de Jesus surge a história pastoril de Mofina Mendes. Mofina, cujo nome significa "infelicidade", perde os animais que devia ter guardado. Mesmo assim, o pastor paga-lhe com um pote de azeite que Mofina Mendes acaba por deixar cair e partir. O pote quebrado funciona como um símbolo. Afinal, todos temos o nosso pote de azeite «que há de dar consigo em terra».

O auto termina com o nascimento e a adoração ao Menino Jesus no Presépio.


Fontes:

wikipedia.org
infopedia.pt
curso-objetivo.br
google.com


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