segunda-feira, 6 de novembro de 2023

 No dia 30 de julho de 1986 morria na cidade de Natal (RN), Luís da Câmara Cascudo, historiador, antropólogo, professor, advogado e jornalista. Durante sua vida, produziu extensa obra, com 31 livros, entre eles o Dicionário do Folclore Brasileiro (1952). Nascido no dia 30 de dezembro de 1898, em Natal, foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde pesquisou manifestações culturais brasileiras. Câmara Cascudo está entre os intelectuais brasileiros que mais produziram, obtendo reconhecimento mesmo vivendo toda a sua vida em Natal, longe de grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo.


Rede de dormir: Uma pesquisa etnográfica (Luís da Câmara Cascudo) por [Luís da Câmara Cascudo]


Em 1954, foi lançado o seu trabalho mais importante como folclorista, o Dicionário do Folclore Brasileiro, reconhecido no mundo inteiro. No campo da etnografia, publicou vários títulos importantes, como Rede de Dormir, em 1959, e História da Alimentação no Brasil, em 1967. Mais tarde, veio Geografia dos Mitos Brasileiros, com o qual recebeu o Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Durante séculos a rede participou da vida de milhões de brasileiros sem que ninguém lhe dedicasse pesquisa, estudo ou análise. Rede de dormir é o primeiro trabalho sobre o assunto, pioneiro e insuperável, no qual mestre Cascudo esgota o tema, indo muito além do que o título propõe. Uma excelente leitura para ser feita ao embalo da rede.



Dicionario do Folclore Brasileiro



Na História do folclore brasileiro o autor abrange festas como Carnaval, Festas Juninas, Bumba meu boi, nossas lendas e mito como "mula-sem-cabeça"; "saci pererê"; "boitata"; "Boto cor de rosa" e muitos outros.

Em 1963, durante uma viagem pela África, esteve em Angola, Guiné, Congo, São Tomé, Cabo Verde e Guiné-Bissau, quando coletou diversas informações que foram utilizadas para escrever os livros, “A Cozinha Africana no Brasil” (1964) e “História da Alimentação no Brasil”, pulicada em dois volumes em 1967 e 1968.










Interessado na mistura do feijão com o arroz, no preparo dos temperos, no corte de legumes e verduras, nas delícias das sobremesas, nos rituais e superstições alimentares, Luís da Câmara Cascudo reuniu durante mais de vinte anos informações (e provou comidas) para traçar a sua História da Alimentação no Brasil, espécie de história do brasileiro, através daquilo que entra pela sua boca. Com uma abrangência enciclopédica, o mais completo e fascinante estudo sobre a cozinha brasileira, em seus múltiplos aspectos, a obra divide-se em duas partes. Na primeira, o autor analisa o tríplice legado que, misturado, refogado e temperado, iria formar a cozinha brasileira típica: a herança indígena, africana e portuguesa. A segunda parte vai muito além do estudo da cozinha brasileira, com seus sabores e odores, pratos típicos e misturas, registrando e analisando, com gula, mas sem pressa, os múltiplos elementos sociais que giram próximo à cozinha: a sociologia da alimentação, o ritmo da refeição (dos bons tempos em que a família se reunia ao redor da mesa patriarcal à época do fast-food), o folclore e as superstições ligadas à alimentação, as bebidas de preferência do brasileiro. Discute ainda questões que afetam o paladar e o apetite de todos nós, como os mitos ligados à cozinha africana e a contribuição de imigrantes, sobretudo alemães e italianos.

Câmara Cascudo: Descobridor do Brasil - Vermelho


A década de 1920, época em que se inicia a carreira intelectual de Câmara Cascudo, é marcada, na história do pensamento social brasileiro, por importantes debates a respeito da problemática nacional. Nesse momento são gestadas tradições intelectuais que irão exercer notada influência na obra daquele que mais tarde será consagrado, nacional e internacionalmente, como um dos principais nomes no estudo do folclore brasileiro. O modernismo paulista, representado pela marcante presença de Mário de Andrade na vida e obra de Cascudo, e o movimento regionalista, proposto por Gilberto Freyre em Pernambuco, são dois exemplos dessas “tradições de saber”2 que ajudaram a formar uma antropologia cascudiana. Nesta ainda se faz notar a presença das preocupações folcloristas que caracterizaram os escritos dos teóricos nacionais da segunda metade do século XIX, como aquela que teria Sílvio Romero ao escrever “o primeiro documentário da literatura oral brasileira” 



Câmara Cascudo








Fontes:

seuhistory.com
globoeditora.com.br
ebiografia.com
estantevirtual.com.br
tribunadonorte.com.br
amazon.com
google.com

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