Hoje iremos falar da importante obra de História, Filosofia, Artes, Matemática e Ciência, do escritor tunis, Abu Zaíde Abederramão ibne Maomé Ibne Caldune Alhadrami, ou como é conhecido Ibn Khaldun, ''Os prolegômenos", ou Introdução.
A obra é composta de três volumes e foi escrita em 1377.
Khaldun foi altamente produtivo do ponto de vista intelectual. Mas a sua obra que é considerada magistral e de referência para tantos estudiosos e pesquisadores foi El Mukhadima, que quer dizer Os Prolegômenos – uma introdução à História Universal. Posteriormente aos Prolegômenos e publicada em sete volumes saiu Kitab Al-Ibar, que significa “História Universal”, que só veio à luz em 1867 na cidade do Cairo e publicada em inglês. Essa obra é considerada pela UNESCO como uma das obras da literatura mundial de referência.
Khaldun publicou ainda História dos Berberes e das dinastias muçulmanas na África Setentrional em dois volumes, traduzida para o francês apenas em 1847. Sua autobiografia surge apenas em 1951, em inglês também publicada no Cairo. Aliás, registre-se, foi o primeiro pensador de renome internacional a ter escrito a sua própria autobiografia, hoje já muito mais comum essa prática.
Alguns pensadores modernos consideram-na como sendo a primeira obra a tratar da filosofia da história, das ciências sociais, de Sociologia, demografia, historiografia, história cultural e economia. Também trata sobre teologia islâmica, teoria política e das ciências naturais, da biologia , química e da ecologia.. Também foi descrito como um precursor ou um representante inicial do darwinismo social e do darwinismo.
Ibne Caldune escreveu a obra em 1377 como o prefácio ou primeiro livro de sua planeada história do mundo, kitab al-ibar (كتاب العبر) - (lit. Livro de conselhos), mas já durante a sua vida foi considerado como um trabalho independente. A obra também foi um das pioneiras na condenação da corrupção praticada pela iniciativa privada.
Os Prolegômenos é portanto um preâmbulo de sua obra mais importante Kitab Al Ibar.
Ibn Khaldun procura explicar como os seres humanos vivem, como se organizam em coletividades, como formam as cidades e progridem.
Essa importante obra nos leva ao conhecimento da literatura e filosofia árabe, praticamente ignorada no Ocidente, mas que gerou grandes contribuições para a Cultura Mundial.
É preciso registrar que enquanto os árabes e os muçulmanos do Império que leva esse nome, construíam e preservavam as maiores bibliotecas que a humanidade já tinha conhecido, na Europa, o obscurantismo da inquisição, que de santa não tinha nada, queimavam pessoas e livros na fogueira.
Khaldun também “dá” conselhos aos sultões que serviu, com base na sua obra, exatos 136 anos antes de Maquiavel publicar a sua obra prima intitulada O Príncipe em 1513.
Paralelamente, defendeu a limitação da iniciativa privada. A visão segundo a qual as características de uma sociedade derivam das condições materiais dos seus elementos tem claros pontos de contacto com o materialismo histórico que, por exemplo, está na base do pensamento de Karl Marx.
Khaldun privilegiou a análise das relações entre os grupos que constituem a sociedade e preconizou a existência de ciclos renováveis ao nível da civilização e do poder político resultantes dessas mesmas relações. Pelos seus contributos na análise da sociedade, Khaldun é considerado um precursor da Sociologia.
A sua obra apresentou uma visão sociológica da História que veio revolucionar a concepção historiográfica muçulmana. Todos os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
super.abril.com.br
fundacaoherculanopires.org.br
repositorio.unifesp.br
vermelho.org.br
infopedia.pt
tese.usp.br
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