Todos conhecemos peças de teatro como "Vestido de noiva", "Álbum de família", "Anjo Negro", "a mulher sem pecado", "Perdoa-me por me traíres", "Os sete gatinhos". Todas do dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues.
Hoje porém vamos falar do lado cronista esportivo do dramaturgo, que teve seu nome ligado sempre ao futebol. O Estádio d0o Maracanã, leva o nome de seu irmão "Mário Filho".
Nelson Falcão Rodrigues, nasceu em 23 de agosto de 1912 em Recife, Pernambuco e morreu em 21 de dezembro de 1980 no Rio de Janeiro.
Reacionário assumido, tinha ódio ao comunismo e ao socialismo e apoiou a ditadura militar, apesar das torturas e das mortes causadas por ela.
Nelson Rodrigues
Escreveu para o jornal "O Globo", e era amigo de seu proprietário, Roberto Marinho, que muito o ajudou na fase em que ele ficou com tuberculose e teve de ser internado num sanatório em Campos do Jordão.
Para Nelson, o futebol teria
o potencial de reinventar
tradições, de incitar a
renúncia do “complexo de
vira-latas” – produto da
coação histórica – e edificar
o sentido de patriotismo tão
imprescindível ao Brasil. Por isso
imprensa, para alcançar a vitória, a
torcida e todos os envolvidos com o
esporte deveriam aprimorar suas
qualidades, ter consciência dos seus
defeitos e apoiar/reforçar o papel de
representação da seleção nacional e a
grandeza do seu futebol.
Os fracassos da seleção nacional não
seriam decorrentes apenas da falta de
organização técnica e tática da equipe,
mas principalmente, da recusa da
narrativa do futebol brasileiro e da
busca e valorização de narrativas
importadas, do futebol europeu. Tais
atitudes ratificam a posição de
inferioridade – denominado pelo
cronista como “complexo de vira-latas”
– que corroía a possibilidade de
notabilidade da seleção nacional. A
defesa aos jogadores fez com que as
crônicas de Nelson adquirissem um tom
profético.
Por que perdemos, na Suíça, para a
Hungria? Examinem a fotografia de
um e outro time entrando em
campo. Enquanto os húngaros
erguem o rosto, olham duro,
empinam o peito, nós baixamos a
cabeça e quase babamos de
humildade.
Esse flagrante, por si só,
antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele,
ninguém irá para a Suécia com a
alma dos vira-latas. Os outros é que
tremerão diante de nós.
(RODRIGUES, 1993, p. 51)
O sobrenatural de Almeida:
Nelson Rodrigues criou o “Sobrenatural de Almeida”, personagem que, com o tempo, se tornou figura nacional. Nelson era fanático por seu clube de futebol, o Fluminense. E passou a responsabilizar o “Sobrenatural de Almeida” – sua invenção – por tudo o que de ruim, de azarado, de prejudicial acontecia ao seu time querido. Se perdeu, se o juiz roubou – culpa do “Sobrenatural de Almeida”.E eis, então, que o “Sobrenatural de Almeida” passou a ser reconhecido em diversas cidades do Brasil. Acreditava-se que a trêfega figura trazia azar às cidades. Conturbava as comunidades. Em Piracicaba, o “Sobrenatural de Almeida” foi responsabilizado por tragédias. Pois – ao final dos 1960 e início dos 1970 – grandes lideranças políticas desapareceram. Morreram, um após o outro, os prefeitos Luciano Guidotti, Cássio Padovani, os políticos Guerino Trevisan e Jorge Antônio Ângeli. E a ditadura cassou o mandato do também prefeito Salgot Castillon. Nos bares, botecos, nos terreiros, tentou-se exorcizar a presença do “Sobrenatural de Almeida”.
Fosse vivo, seria um crítico ferrenho do VAR. Para ele futebol é ilusão, sonho, discussão, amor e paixão. Nada como discutir se o gol foi impedido, ou se foi pênalti ou não, cada torcedor "puxando brasa para sua sardinha".
Outra de suas frases famosas é : "Toda a unanimidade é burra"
Outras frases:
“Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina.”
“O homem só é feliz pelo supérfluo. No comunismo, só se tem o essencial. Que coisa abominável e ridícula!”
“Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar.”
Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo.
Nelson morreu em 21 de dezembro de 1980 e foi o último verdadeiro intelectual de direita, após sua morte só surgiram mediocridades no campo conservador.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
novafronteira.com.br
revistadoisat.com.br
atribunapiracicabana.com.br
frasesfamosas.com.br
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