Todos conhecemos as atrocidades cometidas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Hermann Göring
Infelizmente apenas uma pequena parte desses criminosos foi julgada e condenada no Tribunal de Nuremberg. Alguns como Hermann Wilhelm Göring, comandante chefe da Luftwaffe e Heinrich Himmler, chefe da temida SS, c0meteram suicídio após serem presos.
Himmler
No entanto muitos conseguiram fugir, pois já vinham preparando sua fuga há algum tempo. Muitos foram ajudados pela Igreja católica, na famosa operação Odessa. Grande parte deles vieram para a América do Sul, principalmente a Argentina, alguns vagaram por países como Chile, Paraguai e Uruguai, e alguns vieram para o Brasil.
O mais procurado deles, o médico Josef Mengele, conhecido como o anjo da morte, morou na Argentina até a prisão de Adolf Eichmann, sequestrado pelo Mossad, serviço secreto israelense, na Argentina em 1960 e levado a julgamento em Israel, onde foi condenado e enforcado. Mengele fugiu da Argentina e viveu muitos anos na clandestinidade no Brasil, morrendo afogado em Bertioga, litoral paulista em 1979.
Mengele
Outro nazista que veio para o Brasil foi Herberts Cukurs.
O aviador letão (1900-1965) chegou ao Brasil no dia 4 de março de 1946, uma segunda-feira de Carnaval, a bordo do vapor espanhol Cabo da Boa Esperança.
Vindo de Marselha, na França, onde embarcou em 5 de fevereiro, estava acompanhado da mulher, Milda, de 38 anos; dos três filhos, Gunnars, de 14, Antinea, de 12, e Herberts, de 4; da sogra, Made, de 64; e de uma jovem judia chamada Miriam Kaicners, de 23.
Do cais do porto, Cukurs e sua família seguiram para um sobrado em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. Já Miriam foi morar com uma família judaica de sobrenome Chapkosky.
"Cukurs não entrou no Brasil através das rotas de fuga usadas por criminosos nazistas depois da guerra. Entrou legalmente, beneficiado pela política imigratória racista que vigorava em nosso país: ele era branco, europeu e cristão".
"Entre 1941 e 1945, a comunidade de 80 mil judeus letões foi quase extinta. Milhares de judeus alemães e austríacos transportados para a Letônia em trens também foram executados — em geral, por fuzilamentos em massa. Seus corpos foram jogados em fossas coletivas."
Cukurs foi acusado de muitas atrocidades contra os judeus da Letônia, e muitas mortes foram incluídas em seus crimes de guerra.
A vida de Cukurs sofreu nova reviravolta em 23 de maio de 1960, quando Adolf Eichmann (1906-1962), um dos criminosos de guerra mais procurados do mundo, foi capturado na Argentina por agentes do serviço secreto israelense, o Mossad, e levado para Israel, onde foi julgado por sua participação no extermínio de judeus.
Considerado culpado, Eichmann foi enforcado no dia 1º de junho de 1962. Com medo de ser o próximo na lista dos israelenses, Cukurs chegou a tirar porte de arma — só andava com uma pistola italiana Beretta, 6.35 mm — e a pedir proteção policial. "Conseguiu ambos", diz Leal.
No dia 12 de setembro de 1964, chegou ao Brasil um suposto empresário austríaco chamado Anton Kuenzle.
À procura de novas oportunidades de negócio no ramo de entretenimento, entrou em contato com Cukurs. Mal sabia ele que Kuenzle era, na verdade, o codinome de Yaakov Meidad (1919-2012), o agente da Mossad responsável pela captura de Eichmann na Argentina.
Em pouco tempo, os dois ficaram amigos. Mais: Meidad, sob o disfarce de Kuenzle, ganhou a confiança de Cukurs e o convenceu a expandir seus negócios para o Uruguai.
Foi assim que, no dia 23 de fevereiro de 1965, os dois embarcaram para Montevidéu. Lá, Kuenzle ficou de mostrar para Cukurs a casa que eles alugariam como sede de sua empresa de turismo. Ficava no balneário de Shangrilá, distante 18 quilômetros do centro da capital.
Quando Cukurs descobriu que tinha caído numa armadilha, foi tarde demais.
Outro famoso nazista que morou no Brasil foi Gustav Wagner, chamado de "a besta de Sobibor"
Wagner também era responsável por supervisionar os prisioneiros, tarefa na qual exerceu o que a filósofa Hannah Arendt chamou de “banalidade do mal”. Sádico e frio, era conhecido por açoitar prisioneiros regularmente, além de matar judeus sem razão ou restrição. “Talvez fora dali fosse civilizado, mas em Sobibor sua ânsia de matar não conhecia limites”, conta o sobrevivente Moshe Bahir no livro The Operaton Reinhard Death Camps (Os Campos de Morte da Operação Reinhard, sem edição em português), de Yitzhak Arad.
Após o fim da guerra, Wagner e o seu colega Franz Stangl viveram anos na clandestinidade. Contavam com a ajuda de membros da Igreja Católica, que criaram rotas de fuga para nazistas conhecidas como conhecidas como “caminhos de rato”. Após uma passagem pela Síria, ambos vieram para o Estado de São Paulo.
Wagner chegou em 12 de abril de 1950. Em 4 de dezembro daquele ano, conseguiu um passaporte conseguiu um passaporte brasileiro com o nome “Günter Mendel”, sua nova identidade. Casou com uma mulher que já tinha uma filha e tratou de tocar uma vida discreta em Atibaia, a 50 quilômetros de São ...
Estava trabalhando como caseiro de um sítio quando foi surpreendido com a notícia de que ele havia sido reconhecido em um encontro de simpatizantes do nazismo em Itatiaia, no Rio. Era fake news, uma invenção de Simon Wiesenthal, que caçou nazistas pelo mundo, com o jornalista brasileiro Mario Chimanovitch. Ambos sabiam que Wagner estava no Brasil e, para tirá-lo da toca, resolveram provocar.
Não deu outra: a falsa reportagem de Mario saiu no Jornal do Brasil em 18 de maio de 1978: doze dias depois, Wagner se apresentava no DEOPS, onde seria preso logo depois. Seu temor era ser pego pelo Mossad, o serviço secreto israelense, que capturou vários fugitivos nazistas na América do Sul.
O nazista tentou o suicídio algumas vezes na cadeia. Livre, voltou a Atibaia, onde foi encontrado morto com facadas em 3 de outubro de 1980, aos 69 anos. Há quem creia em assassinato. Antes de falecer, deu uma entrevista à BBC, na qual não demonstrou remorso por seus crimes: “Tornou-se mais um trabalho. À noite, nunca discutíamos nosso dia. A gente só bebia e jogava cartas.”
Como disse a escritora e filósofa judia Hanna Arendt, escreveu em seu livro "Eichmann em Jerusalém" , que para esses nazistas os crimes que cometeram eram, para eles, como um trabalho. Um trabalho como outro qualquer, que após o expediente iam para casa e jantavam com suas famílias, sem remorsos e sem culpa.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
dw.com/pt
bbc.com/portuguese
suoper,abril,com.br