Vamos falar de uma representação cultural e de divertimento da sociedade brasileira, especialmente na primeira metade do século XX, o Teatro de Revista.
Teatro de Revista
O nome "Revista" tem origem no final do século XIX numa referência ao teatro de Artur Azevedo e seu irmão Aloisio, que passavam os acontecimentos mais marcantes do cotidiano, dos costumes e política em revista, que se inspirou no teatro vaudeville francês, um enredo frágil que serve de ligação aos diversos esquetes durante o espetáculo.
O primeiro espetáculo desse gênero no Brasil foi "As surpresas do Sr. Tomé da Piedade" de Figueiredo Novaes em 1859 no teatro Ginásio no Rio de Janeiro.
O gênero tinha comédia, música e mulheres com trajes sumários que dançavam e cantavam, sempre com críticas aos costumes e à politica.
Vedetes famosas que mais tarde se tornaram atrizes, como Berta Loran, Elvira Pagã, Renata Fronzi, Virgínia Lange, Iris Bruzzi , Carmen Verônica e outras mais.
Carmen Verônica
Berta Loran
Iris Bruzi
Virgínia Lane
Os dois principais diretores e produtores do gênero o Brasil foram Walter Pinto e Carlos Machado, pai da atriz Djenane Machado.
Vale lembrar que, na época, existiam as vedetes mais tradicionais, que não se utilizavam da nudez, e as bailarinas que ficavam com seios à mostra, nudez que apareceu nos palcos em 1922, durante a excursão da Companhia Francesa Ba-ta-clan. A princípio, só as vedetes estrangeiras podiam tirar a roupa. Depois, o “privilégio” foi estendido às brasileiras, com uma condição: tinha de ser a chamada “nudez estática”, com as mulheres nuas no palco, mas sem se mexer.
Elvira Pagã, Anilza Leoni, Sonia Mamede
A atriz Sonia Mamede ficou famoso anos mais tarde com o personagem Ofélia e seu marido Fernandinho (Lúcio Mauro), a gran fina burra que só abria a boca quando tinha certeza
Nuas ou não, foram inúmeras as grandes brasileiras que fizeram sucesso como vedetes do Teatro de Revista, tanto, que aqui não daria para enumerarmos todas, mas podemos citar as mais importantes que foram: Aracy Cortes, Angelita Martinez, Anilza Leone, Berta Loran, Carmem Verônica, Consuelo Leandro, Dercy Gonçalves, Elizabeth Gasper, Elvira Pagã, Ilka Soares, Iris Bruzzi, Luz Del Fuego, Mara Rubia, Maria Pompeo, Salomé Parísio, Marli Marley, Nélia Paula, Renata Fronzi, Rose Rondele, Sonia Mamede, Virginia Lane, Wilza Carla e Zaquia Jorge.
Com a popularização da televisão e do cinema estrangeiro, contudo, os espetáculos começaram a perder seu público. Em uma tentativa de atrair plateias mais populares, as peças passaram a recorrer cada vez mais a repetições mecânicas de fórmulas e esquemas preconcebidos, além da temática de mau gosto e frequentemente obscena, que só serviu para afugentar de vez a classe média e acelerar o processo de derrocada do teatro de revista no Brasil. Por fim, a pesada censura imposta pelo governo militar que se instalou no país a partir de 1964 lhe serviu como um golpe de misericórdia. Os escombros do Teatro Recreio, demolido em 1963, serviram de túmulo para a era de ouro das vedetes.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
educacao.uol.com.br
unicamp.br
youtube.com
universoretro.com.br
revistaponto.com.br
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