quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

 Vamos falar hoje do radialista, ator, compositor e apresentador Vicente Leporace.





Vicente Federice Leporace (seu nome completo) nasceu em São Tomás de Aquino, no sul de Minas Gerais, sendo que posteriormente sua família acabou se mudando para a cidade de Franca, interior do estado de São Paulo, onde estudou, fez amigos e onde trabalhou como radialista na rádio local.


Quando estourou a Revolução Constitucionalista de 1932, Vicente Leporace estava com 20 anos de idade e acabou, assim como milhares de jovens da época, se engajando no conflito.
Mais tarde, iniciou sua carreira, a convite do famoso apresentador Blota Júnior, na Rádio Clube Hertz, na cidade de Franca onde morava, emprego onde exerceu diversas atividades desde varredor de estúdio a rádio ator.
Depois juntamente com seu amigo e ator Xisto Guzzi foram para a cidade de Santos, no litoral paulista onde trabalhou em cassinos e cafés e também como radialista na Rádio Atlântica de Santos.

Em 6 de maio de 1937, na capital paulista foi anfitrião para festa de inauguração da Sociedade Brasileira de Rádio Difusão, a PRH-9, na companhia do maestro e compositor José Nicolini,  muito conhecido na rádio por aquela época.
Dentro dessa emissora de rádio, Vicente Leporace passou a inovar o elenco, contratou cantores e inclusive o grupo “Demônios da Garoa”, fazendo a audiência crescer cada vez mais.

Em 1949, recebeu o convite dos diretores Tito Batini e Mário Civeli para integrar ao elenco do filme “Luar do Sertão”, juntamente com Fernando Baleroni, Nhá Barbina, Nena Batista e Isaura Bruno, entre outros.
Um ano depois atua em seu segundo filme “A Vida é Uma Gargalhada”, uma comédia sob a direção de Mário Santos, onde Vicente trabalhou ao lado de Arrelia, Randal Juliano, Adoniran Barbosa e Dupla Ouro Preto, entre outros.

No início da década de 50 foi para a rádio Record, a PRB-9 de São Paulo, onde passou a apresentar o programa “Jornal da Manhã”, onde além de apresentador, também redigia as notícias.
Paralelamente ao rádio, continuou suas atuações no cinema em filmes como “Sai da Frente” (1952), “Sinhá Moça” (1953), “Uma Pulga na Balança” (1953), “Nadando em Dinheiro” (1953), “Na Senda do Crime” (1954), “É Proibido Beijar” (1954) e “Carnaval em Lá Maior” de 1955.

Nesse mesmo ano veio para a televisão, na TV Record, canal 7 de São Paulo, onde iniciou o seu programa “Gincana Kibon”, que estreou no dia 17 de abril de 1955, onde Vicente comandou e apresentou esse programa infantil, dominical, na qual eram exibidos números de diversas escolas infantis de danças, também jovens instrumentistas e diversos jogos, e a cada programa era sorteado um aniversariante para comemorar a data com um bolo gelado da Kibon, que era a patrocinadora do programa.
Durante esse período Vicente Leporace dividiu o palco com Clarice Amaral, Cidinha Campos e Durval de Souza, entre outros, em diferentes épocas.

Paralelamente ao programa “Ginkana Kibon” na TV Record, Vicente Leporace também passou em 1962, a atuar como jornalista e radialista, pela Rádio Bandeirantes – PRH-9 de São Paulo, onde passou o apresentar o programa “O Trabuco”, diariamente na parte da manhã, onde Leporace lia as notícias publicadas nos jornais daquele dia e também fazia comentário com muita ironia e inteligência, que por muitas vezes acabaram na justiça.

Vicente Leporace e Clarice Amaral (Grande Ginkana Kibon)




Em 1968, criticou as áreas governamentais e por muito pouco quase todo o seu programa seria proibido pelos militares e censores da época.


O Trabuco 




Mas, o programa teve prosseguimento e tornou-se um símbolo em defesa dos oprimidos e um refrão ficou muito famoso quando dizia “Assino e Dou Fé!”, e durou por 16 anos.

Durante os anos 50 e 60, Vicente Leporace também compôs algumas música juntamente com Hervé Cordovil, canções como “Jangada”, “O Rei do Samba”, “Onde Estou?” “Pode Ficar”, “Porque” e “Prelúdio”, canções essas que foram gravadas por Jorge Goulart, Elza Laranjeira, José Tobias, Leny Eversong, Silvio Caldas e Carmélia Alves, entre outros.



Prelúdio - Silvio Caldas


Em 1966, Vicente continuou seu programa na rádio “O Trabuco”, e também foi para a extinta TV Excelsior de São Paulo, onde voltou a trabalhar como ator, na novela “Redenção”, que ficou no ar entre maio de 1966 à maio de 1968, considerada a novela mais longa do Brasil, com roteiro de Raimundo Lopes e direção de Waldemar de Moraes e Reynaldo Boury.
A história foi sobre um jovem médico que chegou na cidade de Redenção e despertava a paixão de três lindas jovens, Lola, Marisa e Ângela com que ele acaba se casando, que era filha do sapateiro Carlo, interpretado por Vicente Leporace.

Miriam Muller, Vicente Leporace e Lélia Abramo
Novela Redenção




Vicente continuou seu programa na rádio e em 1969, também assinou um contrato com a TV Bandeirantes, canal 13 de São Paulo, onde passou a apresentar o jornal “Titulares da Notícia”, ao lado de Maurício Loureiro Gama, José Paulo de Andrade, Lourdes Rocha, entre outros, um programa que já havia sido um sucesso pela rádio.
Ainda em 1969 , Vicente Leporace atuou como narrador do documentário “O Gigante, a Hora e a Vez do Cinegrafista”, do diretor Mário Civelli.

O programa “O Trabuco” foi apresentado por Vicente Leporace até o sábado do 15 de abril de 1978, e curiosamente nesse programa ele comentou sobre um possível problemas de saúde, ironizando a possibilidade de alguns políticos de se enfartarem diante da notícia que seria comunicada na segunda-feira sobre o anúncio dos próximos governadores.
Mas ironicamente quem acabou sendo vitimado acabou sendo o próprio Leporace, que acabou falecendo no dia seguinte, dia 16 de abril de 1978, aos 66 anos de idade.

Dentre os sonhos não concretizados por Leporace ficaram a edição de um jornal de bairro em Santo Amaro, em São Paulo, que teria circulação diária e que chegou a ser registrada como “O Trabuco”, o mesmo nome de seu programa de rádio, mas infelizmente nunca se concretizou.

Vicente Leporace faleceu de edema pulmonar por volta das 19 horas e 30 minutos, em sua residência na Água Branca, em São Paulo, após o jantar, quando conversava com familiares.
Ele tinha 66 anos e era casado com Ivone de Biasi Leporace, com quem teve dois filhos: Eduardo e Liana.
Seu corpo foi velado no Teatro Bandeirantes, na avenida Brigadeiro Luís Antônio e foi sepultado no Cemitério da Lapa, em São Paulo.


Fontes:
alemdaimaginacao.com
wikipedia.org
google.com
youtube.com
ampulhetavirtual.blogspot.com

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