Mar morto de Jorge Amado.
O livro fala sobre o personagem Guma e sua amada Livia, e a dura vida do mar, velhos marinheiros que remendam velas, os mestres de saveiros, o povo pobre e preto do cais da Bahia.
" É doce morrer no mar.... Lívia soluça. Ampara Judith no seu peito, mas soluça também, soluça pela certeza que seu dia chegará e o de Maria Clara e o de todas elas. A música atravessava o cais para chegar até elas."
"Rosa Palmeirão tem navalha na saia.Tem brincos no ouvido e punhal no peito.Não tem medo de rabo-de-arraia.Rosa Palmeirão tem corpo bem feito."
Tem a bela mulata Esmeralda, mulher de Rufino, amigo de Guma, que se insinua para Guma.
"- Não quer entrar, vizinho ?
- Tou bem, vizinha]
Ela convida com um sorriso:
-Entre. Sentado fica mais à vontade.
Ele relutou. Estava bem ali mesmo, não demoraria entrar em casa, Livia não devia tardar. Esmeralda falou :
- Tá com medo dela ou de Rufino ? Rufino tá viajando..." (p.138)
A traição de Guma o atormenta no decorrer da história. Ele traiu sua mulher e seu amigo. Rufino desconfia de Esmeralda e conta para Guma, que sofre ainda mais.
Com o tempo Esmeralda deixa de assediar Guma, o que o deixa enciumado sabendo que certamente, agora, ele tem outro amante.]
Um dia Rufino procura Guma.
"- Ela me botou chifre !
- Quem ?
- Corno, é o que eu sou.
E explicou:
- Eu já tava com a pulga atrás da orelha. Botei os olhos em cima, acabei descobrindo a safadeza. Hoje achei uma carta dele.
- Quem era ?
- Um marinheiro do Miranda. O navio saiu hoje, por isso ele não engole um pedaço de ferro.
- O que é que tu vai fazer ?
- Eu vou ensiná a ela. Brincou com a minha amizade. Eu gostava daquela mulata um pedaço, seu mano.
- O que tu vai fazer ? Tu não vai se desgraçar por causa dela ?" (p.168)
Rufino sai com Esmeralda de barco, revela que sabe de tudo e que vai matá-la. Sabendo que vai morrer a mulata conta tudo para ela, inclusive de Guma.
Rufino a mata e depois se atira no mar.
Guma fazia transporte de roupas de contrabando para o árabe Toufick. Iam até o navio que ancorava longe do quebra mar e de lá tiravam as sedas. Era noite de temporal. Com Guma iam Toufick, Haddad e um outro árabe jovem, Antônio filho do patrão F.Murad.
A tempestade aumenta e as ondas destroçam o saveiro. Os tubarões atacam e matam Haddad, Guma nada com Toufick nas costas. Já na praia encontra F. Murad que implora que ele salve seu filho, Antônio. Extenuado, Guma volta para o mar e resgata Antônio, os tubarões os perseguem. Sem forças Guma deixa Antônio à vontade das ondas, que o levam para a praia. Guma no entanto é alcançado pelos tubarões e desaparece.
"Foi aqui que o corpo de Guma desapareceu. Mestre Manuel para o saveiro, baixa as velas. No Viajante sem Porto estão Dr. Rodrigo, Manuel, o velho Francisco, Maneca Mãozinha, Maria Clara, e Lívia sem lágrimas." (p.215)
" - Vejam! Vejam! É Janaína.
Olharam e viram. Dona Dulce olhou também da janela da escola. Viu uma mulher forte que lutava. A luta era seu milagre. Começava a se realizar. No cais os marítimos viam Iemanjá, a dos cinco nomes. O velho Francisco gritava, era a segunda vez que ele a via.
Assim contam na beira do cais." (p. 227)
Fontes:
Mar Morto - 1935 - Amado Jorge - Círculo do livroesquinadacultura.com.br
jorgeamado.com.br
wikipedia.org
palavradofinfgidor.blogspot.com
youtube.com
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