Hoje vamos falar sobre os nomes das ruas do centro histórico de São Paulo.
Começamos pela Rua Direita:
A rua Direita formou-se a partir da seção do caminho do “Peabiru”, que passava pelo centro, onde, a partir de 1590, os colonos foram construindo suas casas. Esse nome “Direita”, acreditamos que se deva ao fato do trecho compreendido entre o largo da Misericórdia e a atual praça do Patriarca, ser em linha reta.
Naquela época, ela iniciava-se no Largo da Sé e seguia em direção ao "Piques" (atual largo da Memória e Praça da Bandeira). Ali iniciava a antiga Estrada de Sorocaba (atual Rua da Consolação) que levava até Pinheiros. Mais tarde, ela passou a ser conhecida como Rua Direita da Misericórdia para Santo Antônio, numa referência à Igreja da Misericórdia (hoje demolida) que localizava-se no Largo da Misericórdia. Encontramos também para ela o nome de Direita de Santo Antônio. De qualquer modo, a origem do nome " Direita", estava sempre ligado à uma Igreja, seja a da Misericórdia, seja a de Santo Antônio.
Rua Direita (atual) Foto minha jul/2017
Rua Boa Vista:
Esta rua, igualmente é parte das primitivas trilhas indígenas que cruzavam a colina histórica. Existia um caminho indígena ligando a atual região de Santo Amaro (Jerybatiba), onde se situaria a aldeia do cacique Caiuby, com a região do atual Bom Retiro (Piratininga), aldeia comandada por Tibiriçá. Seu trajeto atual, chegaria ao centro através das ruas Vergueiro e Liberdade, cruzando a Praça João Mendes, entrando pela Quintino Bocaiuva, depois seguindo pela 15 de Novembro, 3 de Dezembro, Boa Vista, largo São Bento, Florêncio de Abreu e avenida Tiradentes.
Foto de 1920
O nome da rua, é tradicional, e é das poucas ruas do centro cuja denominação não se alterou. Como a rua, bordeava as escarpas da colina para o lado leste, dali se tinha uma boa vista dessa região. Assim, desde os primeiros colonos que por ali passaram e repararam na vista, acabaram chamando-a como “A Rua da Boa Vista”
Foto atual (Luiz Carlos Castilho/2017)
Rua São Bento:
Rua São Bento, que liga o largo de São Bento ao de São Francisco, é a única que foi criada depois da ocupação portuguesa, para satisfazer a necessidade de ligação do recém-criado largo de São Bento, com a Rua Direita, margeando a escarpa que descia para o ribeirão Anhangabaú. Nesse início, provavelmente nos primeiros anos do seiscentismo, ela ficou conhecida primeiro, como a Rua de Martim Afonso, não o colonizador, mas o chefe índio Tibiriçá, que depois de batizado, adotara esse nome. Posteriormente o nome foi mudando para “rua que vai para São Bento”.
Foto de 1862 (foto Militão de Azevedo) Foto de 2011 (Gilberto Calixto Rios)
Em 1878, funcionou na Rua São Bento, esquina com o Beco da Lapa (atual rua Dr. Miguel Couto), o “Grande Hotel”, que chegou a ser considerado o melhor do Brasil, e, onde as personalidades (políticos e artistas) em visita à cidade, se hospedavam.
Era nesta rua, que, no século XIX, habitavam os moradores mais abastados, os famosos “barões do café”, a nascente elite industrial, e a então nobreza titulada. Um dos barões a ter casa ali, foi Antônio Prado, Barão de Iguape, cuja residência ficava entre a Rua Direita e rua da Quitanda, e, onde , na década de 1920, viria a se instalar a loja “Mappin Stores”, que em 1939, mudou-se para o prédio em frente ao teatro Municipal.
Rua XV de Novembro:
Esta rua, que sai do vértice do conhecido “triângulo”, e, que atualmente liga a Praça da Sé à Praça Antônio Prado, no seu início, lá pelos idos de 1560, era, assim como a Direita, uma trilha ou caminho indígena, que cruzava a colina histórica, no sentido sul-norte (ou norte-sul). Era usada pelos índios da tribo Guaianá, para se deslocarem entre as aldeias do chefe Tibiriçá, instalado no local denominado Piratininga (atual Bom Retiro), e a aldeia de seu (provável) irmão Caiuby, localizada nas proximidades do atual bairro de Santo Amaro.
Foto de Militão de Azevedo - 1862
Foto de Aurélio Becherini - 1911
Em 1872, a primeira linha de bondes (à burro), circulava por ali, sendo substituído pelos elétricos, em 1900. Essa época de fausto, foi o conhecido “afrancesamento” da arquitetura e dos costumes da elite, que durou até cerca de 1920/30, quando aquele comércio foi se deslocando para a região conhecida como “cidade nova”, a Barão de Itapetininga e imediações. A rua, e também o chamado centro velho, foram se tornando então, um grande centro bancário e empresarial, sediando as matrizes dos grandes bancos paulistas e nacionais, da grandes empresas, e as filiais dos principais bancos estrangeiros, que, a partir de 1960, começaram a deixar o centro em troca da Avenida Paulista, que então se elitizava.
Esquina da Rua Direita com a XV de Novembro
XV de Novembro (atual 2017)
foto de Luiz Carlos Castilho
A Rua XV de Novembro teve vários nomes como Rua do Rosário e Rua da Imperatriz, que por ocasião da Proclamação da República passou a se chamar XV de Novembro.
Rua da Quitanda:
Denominação tradicional e de origem popular que relembra o comércio miúdo ali estabelecido no século XIX e que era chamado de "quitanda". Em 1822, ela era conhecida também como "Rua do Cotovelo", pois o seu traçado lembrava de fato um cotovelo dobrado. Esse cotovelo foi suavizado com o tempo através de retificações. Porém, ainda hoje podemos notar a curvatura da rua. A partir de meados do século XIX, os paulistanos a denominaram como "Quitanda", uma vez que ela era a preferida pelas "quitandeiras", mulheres que vendiam miudezas e alimentos cozidos ou in natura. Um antigo trecho, hoje integrado à Rua da Quitanda, e localizado entre as ruas Alvares Penteado e 15 de Novembro, era no passado conhecido como "Beco da Cachaça", numa referência ao comércio de cachaça ali praticado.
Rua da Quitanda:
Denominação tradicional e de origem popular que relembra o comércio miúdo ali estabelecido no século XIX e que era chamado de "quitanda". Em 1822, ela era conhecida também como "Rua do Cotovelo", pois o seu traçado lembrava de fato um cotovelo dobrado. Esse cotovelo foi suavizado com o tempo através de retificações. Porém, ainda hoje podemos notar a curvatura da rua. A partir de meados do século XIX, os paulistanos a denominaram como "Quitanda", uma vez que ela era a preferida pelas "quitandeiras", mulheres que vendiam miudezas e alimentos cozidos ou in natura. Um antigo trecho, hoje integrado à Rua da Quitanda, e localizado entre as ruas Alvares Penteado e 15 de Novembro, era no passado conhecido como "Beco da Cachaça", numa referência ao comércio de cachaça ali praticado.
Rua da Quitanda (2017)
Foto de Luiz Carlos Castilho
Fontes:
wikipedia.org
dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br
saopauloesuasruas.wordpress.com
youtube.com
Foto de Luiz Carlos Castilho
Fontes:
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dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br
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