"Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompeia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio."
(Doidinho p. 138 - José Lins do Rego)
Considerado um dos inventores do novo romance moderno brasileiro, o escritor José Lins do Rego Cavalcanti morria em um dia como hoje, no ano de 1957, no Rio de Janeiro. Nascido em Pilar, na Paraíba, em 3 de junho de 1901, seu romance de estreia foi Menino de Engenho (1932), obra elogiada pela crítica.
Seus livros consistem em um marco à literatura regionalista por retratar o declínio do ciclo da cana-de-açúcar no nordeste brasileiro. Para isso, na visão de alguns críticos, o escritor empregou uma forma inovadora de contar histórias pelo uso de "um ritmo oral".
Em 1926, ele se mudou para Maceió, onde se reunia com Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e Aurélio Buarque de Holanda. Depois, em 1935, já no Rio de Janeiro, escreveu para os Diários Associados e O Globo.
Seus romances publicados são: Menino de engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), Usina (1936), Pureza (1937), Pedra bonita (1938), Riacho doce (1939), Água-mãe (1941), Fogo morto (1943), Eurídice (1947), Cangaceiros (1953), Histórias da velha Totonha (1936) e Meus Verdes Anos, de memórias (1956).
Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina, que possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos de açúcar e nas plantações de cana do Nordeste.
Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras: Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Água Mãe. No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a sua obra-prima; posteriormente escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras.
Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1955 e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado Meus Verdes Anos.
Fontes:
history.uol.com.br
wikipedia,org
google.com
bndigital.bn.gov.br
editora.pucrs.br
wikilivros.com
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