segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Vamos falar hoje do grande navegador e conquistador português, Juan Dias de Solis.




Juan Díaz de Solís ou João Pedro Dias de Solis (Lebrija ou São Pedro de Solis, 1470 — Punta Gorda, Colônia, Uruguai, 20 de janeiro de 1516, foi um navegador português a serviço da Espanha, descobridor do Rio  da Prata.



João Dias de Solis, navegador português que se celebrizou ao serviço da coroa espanhola, mais concretamente por ter descoberto o Rio de Solis, mais tarde Rio da Prata, e respectivo estuário, ao sul do Brasil.


Como acontece nestes casos, quando determinados profissionais atingem elevados méritos ao serviço de outras nacionalidades, essas mesmas nacionalidades por diversas razões, entre as quais o patriotismo, inscrevem-nos nas respectivas historiografias como sendo seus filhos. Ora foi precisamente esta situação que recaiu sobre o dito navegador português, João de Solis, só esclarecida pelos trabalhos de Don José Toríbio Medina, nos finais do séc. XIX (1897), com a obra Juan Diaz de Solís, e por Luciano Pereira da Silva, este com base em estudos e publicações vindos a lume, nomeadamente por Eugénio do Canto, aquando da publicação em 1907 de uma carta datada de 1512 do rei D. Manuel para o "rei católico", D. Fernando, em que apontam para a inequívoca nacionalidade portuguesa de João Dias de Solis, depois de quase 400 anos de suposta nacionalidade espanhola.

Esta incerteza de nacionalidades que atravessou tantos anos nas diversas historiografias europeias e latino-americanas, foi originada sem dúvida pelo próprio navegador, aquando da sua "passagem" para Espanha e do seu apelido, "Solis", poder ser tido como um apelido espanhol. Já se disse anteriormente que os estudos de Don José Toribio Medina foram pioneiros para o devido esclarecimento desta questão, mas mesmo este estudioso alerta para o facto de se poder admitir a ascendência asturiana de João Dias, pois próximo da cidade de Oviedo existe um lugar chamado Santa Maria de Solis, podendo advir daí o seu apelido.




Por outro lado, não é absolutamente seguro, embora em geral se presuma assim, que os nomes de "João Dias" e "João Dias de Solis" se refiram à mesma pessoa; certo é que João Dias de Solis, navegador português ao serviço da coroa espanhola, foi considerado "el más excelente hombre de su tiempo en su arte".





Há referência desde 1506 a um João de Solis a viver em Lepe e a ser admitido pela Casa da Contratação de Sevilha, em 1508, como piloto, aproveitando deste modo a sua perícia náutica. Igualmente como perito em questões náuticas participa em Burgos, juntamente com Américo Vespúcio, Juan de la Cosa e Vicente Pinzón, na escolha do piloto-mor, que viria a ser Américo Vespúcio, e nas novas orientações a dar à expansão ultramarina. Ficou igualmente decidido o envio de uma expedição composta por uma caravela e uma nau, nas quais iriam Solis e Pinzón, para a descoberta de uma passagem a norte do equador que efetuasse a ligação para os mares da China.



Aquando do regresso dessa mesma expedição, em Agosto de 1509, João de Solis foi posto a ferros, não se sabendo ao certo qual a razão, mas pode-se suspeitar que graves desentendimentos com Pinzón possam estar na origem de tal ato. Seria absolvido e a sua honra restaurada por D. Fernando em 1510.

Em Fevereiro de 1512 morria o piloto-mor Américo Vespúcio, sendo que em Março do corrente ano João Dias de Solis seria nomeado para o cargo, seis anos após a sua chegada a terras castelhanas. Dias depois seria igualmente nomeado para efectuar in loco a demarcação do meridiano de Tordesilhas nas possessões espanholas do oriente, projecto que fora entretanto abandonado.

Seria apenas em 1514, e após Vasco Nunez de Balboa ter descoberto o oceano Pacífico em 1513, que João de Solis efetuaria a sua mais conhecida navegação. Fora incumbido por D. Fernando de ir com três embarcações reconhecer as costas da América espanhola do lado do recém-descoberto oceano, e seria justamente no decurso de tal empresa (1515-1516) que viria a perecer. Foi morto pelos índios Charrua, que eram canibais,  quando procedia à exploração da margem norte de um rio situado no extremo sul do Brasil, posteriormente designado de "Rio de Solis" e rebatizado pelos portugueses de "Rio da Prata".


Índios Charruas


Morreria assim um brilhante profissional que construiu parte da sua carreira ao serviço da coroa espanhola. Não fora o primeiro nem seria o último a fazê-lo.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
cvc.instituto-camoes.pt
brittanica.com






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