Cristãos novos
Cristãos-novos eram judeus convertidos ao cristianismo à força, principalmente em Portugal e na Espanha, a partir do final do século XV. Eles foram um grupo significativo na colonização do Brasil, onde sofreram discriminação e perseguição, especialmente sob a Inquisição. Muitos mantiveram práticas judaicas secretamente e contribuíram para a economia e cultura locais, deixando um legado histórico importante.
Origem:
A conversão forçada de judeus em Portugal, em 1497, criou o grupo dos cristãos-novos. A expressão também foi usada para muçulmanos convertidos à força, mas o grupo mais proeminente era de origem judaica.
A história relata que, em 31 de março de 1492, os judeus foram expulsos da Espanha pelos reis católicos Ferdinando e Isabel. Mais de 100.000 judeus cruzaram a fronteira adentrando em Portugal, na esperança de livremente praticar suas crenças. Em 1496,  Dom Manoel I, o Venturoso, se casou com a filha dos reis católicos da Espanha, na condição que Portugal também expulsasse os judeus. Dom Manoel I, interessado nos benefícios que a união das coroas traria, promulgou o decreto de expulsão em 5 de dezembro de 1496. Referindo-se ao aludido decreto, o historiador Arnold Wiznitzer destaca:
“Porém este decreto foi fraudulento em sua essência, pois o objetivo que visava não era a expulsão dos judeus e sim alcançar, mediante a força e artifícios, a conversão de aproximadamente 190 mil judeus residentes em Portugal, quase 20% da população total do país,”
Dom Manoel estabeleceu prazo (de janeiro a outubro de 1497) para que todo judeu passasse por um processo de conversão ao catolicismo, caso desejasse permanecer em Portugal. Em outubro do mesmo ano, Dom Manoel anunciou que disponibilizaria naus às margens do Rio Tejo que os levaria de volta ao seu país de origem, a Terra Santa. Porém, naquele dia nenhuma nau apareceu e aquela multidão foi obrigada à uma conversão forçada, sendo ali mesmo naquela praça onde foram batizados em pé. (2). Daí surgiu a expressão até hoje conhecida: “ficaram a ver navios.”.
Batizados em pé, foi um título que os próprios judeus atribuíram a si mesmo. Eles preferiam a expulsão de Portugal à conversão ao Catolicismo. Foram arrastados paras as Igrejas e ali batizados em massa, num ato de violência e radicalização.
A importância de cristãos-novos como Raposo na formação do Brasil ainda não é reconhecida. Mas essa situação está começando a mudar. “Os cristãos-novos estão aparecendo recentemente na literatura didática, de 2012 para cá.
Eles foram fundamentais, de fato. “Os cristãos-novos influenciaram a vida paulistana”, diz o historiador Marcelo Meira. “Eram alfabetizados, sabiam negociar e possuíam um caráter especial que resultou na conquista de novas terras.”
Os cristãos-novos, judeus convertidos forçadamente ao cristianismo, adotaram uma variedade de sobrenomes para evitar a perseguição da Inquisição.  Muitos usavam sobrenomes comuns, como Silva, Costa, Rodrigues, Nunes e Lopes, já que não existia um sobrenome exclusivo para esse grupo. Outros escolhiam nomes relacionados à natureza (como Carvalho, Pereira, Leão e Pinheiro), acidentes geográficos (como Serra, Monte e Rios), cidades (como Miranda e Bragança) ou características físicas (Moreno e Branco).
Na própria expedição de Pedro Álvares Cabral já aparecem alguns judeus, dentre eles, Gaspar Lemos, (seu nome antes da conversão era Elias Lipner),Capitão-mor, que gozava de grande prestígio com o Rei D. Manuel. Podemos imaginar que tamanha alegria regressou Gaspar Lemos a Portugal, levando consigo esta boa nova: – descobria-se um paraíso, uma terra cheia de rios e montanhas, fauna e flora jamais vistos.
Teria pensado consigo: não seria ela uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus? Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu Fernando de Noronha, primeiro arrendatário do Brasil, demanda trazer um grande número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa, construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano. Assim, milhares e milhares de judeus fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar este país.
Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procuravam um lugar tranquilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente.
Muitos judeus, apesar de forçados a abraçar a fé católica, continuavam com seus ritos judaicos. Esse eram chamados de marranos, termo pejorativo derivado de um velho vocábulo latino que significava suíno.
Fontes:
novavega.pt
museudainquisicao.org.br
google.com
aventurasnahistoria.com.br
anussim.org.br
wikipedia.org
 
 
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