quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Vamos falar hoje da obra do escritor norte-americano, naturalizado britânico,  Henry James, "A outra volta do parafuso" (The turn of the screw).


Henry James




Henry James, Jr., OM (Nova Iorque, 15 de abril de 1843 - Londres, 28 de fevereiro de 1916. Foi um escritor nascido nos Estados Unidos e naturalizado britânico. Uma das principais figuras do realismo na literatura do século XIX. Autor de alguns dos romances, contos e críticas literárias mais importantes da literatura e língua inglesa.

Hoje vamos falar de uma de suas obras - A outra volta do parafuso.

Capítulo 1

 Contos de horror

Era noite de Natal. Um grupo de amigos reuniu-se em minha casa e, após a deliciosa ceia, entregamo-nos ao nosso passatempo favorito: contar histórias de terror. Nessa hora, Douglas, um de meus melhores amigos, disse: — Conheço uma história verdadeira, sobre duas crianças. Seu rosto estava abatido, o olhar era fundo e triste, parecendo indicar que algo não corria bem. — O que aconteceu foi tão horrível que, tenho certeza, quando conhecerem os fatos, seus corações se sentirão apertados como se recebessem não apenas uma, mas duas voltas de parafuso — disse ele. Algumas pessoas riram, mas Douglas continuava sério, olhando para o fogo da lareira, que ardia para aquecer a sala do frio inglês daquela época do ano. 

O conto foi publicado inicialmente na revista Collier's Weekly em 1898.

"A Outra Volta do Parafuso" (The Turn of the Screw) de Henry James é uma história de fantasmas narrada em primeira pessoa por uma jovem governanta, contratada para cuidar de duas crianças órfãs, Flora e Miles, numa mansão isolada em Bly. A trama se desenvolve com o surgimento de aparições de antigos criados mortos, como Quint e Miss Jessel, que a preceptora acredita estarem a corromper as crianças. A obra explora o terror psicológico e a incerteza sobre a sanidade da narradora e as reais intenções das crianças, questionando se os fantasmas são reais ou frutos de sua imaginação.




Logo de cara, dois fatos estranhos chamam a sua atenção: o tio das crianças, que é o responsável legal por elas e mora em outra propriedade, deixa claro que não deve ser incomodado em hipótese alguma, aconteça o que acontecer; e Miles é expulso da escola, sendo que nem ele e nem a instituição explicam o motivo.




Apesar disso, as crianças são adoráveis e a governanta fica fascinada por elas. Porém, a paz é quebrada quando a jovem começa a enxergar os fantasmas de Peter Quint e da srta. Jessel, dois ex-funcionários da casa que morreram de forma misteriosa. Com o passar dos dias, a governanta começa a acreditar que os espectros exercem uma influência negativa sobre Miles e Flora, e que voltaram do mundo dos mortos para levarem as crianças à perdição. Ela, então, fica obcecada em protegê-los e salvá-los da ameaça sobrenatural.

Capítulo 6

 Crianças enfeitiçadas 




Assim que voltei para o quarto, fui tomada pelo medo e o pavor que não haviam me ACOMETIDO momentos antes. Flora não estava na cama! Vi o lençol revirado e o DOSSEL exatamente no lugar, como se a menina tivesse sido tirada de lá por forças ocultas e não por um ser humano. Segundos depois, porém, que alívio! Algo se mexeu perto da janela e Flora saiu, linda como sempre, detrás da cortina. Abracei-a com energia contra o peito. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela me olhou como se estivesse brava e falou: — Foi muito feio sumir desse jeito. Onde a senhora estava? Agora era eu que deveria dar explicações. Aquilo me comoveu ainda mais e continuei a abraçá-la. Quanto a ela, explicou que acordou e não me viu no quarto, por isso foi até a janela.



A outra volta do parafuso não é um livro de muitos sustos — embora cada encontro com os fantasmas seja de arrepiar — e o terror é muito mais psicológico do que “físico”. A grande questão do livro é: os espíritos de Peter Quint e da srta. Jessel existem de verdade ou são apenas alucinações da governanta?

Henry James constrói a narrativa de forma que as duas teorias podem ser verdadeiras, e nisso consiste o grande brilhantismo do livro. Outros personagens, como a sra. Grose, se dividem entre crer ou não na governanta, e há indícios tanto para acreditar em seus relatos quanto para duvidar deles.

Nós lemos a “versão oficial” da narradora, mas não temos certeza do quanto ela é confiável. Para dar “outra volta no parafuso” (expressão usada por Henry James no título e no texto, para significar o aumento da tensão e do mistério), a narrativa da governanta está sendo lida, anos depois, por um velho conhecido seu para um grupo de amigos (ele define o relato como “insólito, revoltante, horrendo e doloroso”). Ou seja: é uma história dentro de outra história, o que torna a narradora ainda mais distante.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
gataborralheira34.wordpress.com
valeugutemberg.com

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