segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Vamos falar hoje do grande navegador e conquistador português, Juan Dias de Solis.




Juan Díaz de Solís ou João Pedro Dias de Solis (Lebrija ou São Pedro de Solis, 1470 — Punta Gorda, Colônia, Uruguai, 20 de janeiro de 1516, foi um navegador português a serviço da Espanha, descobridor do Rio  da Prata.



João Dias de Solis, navegador português que se celebrizou ao serviço da coroa espanhola, mais concretamente por ter descoberto o Rio de Solis, mais tarde Rio da Prata, e respectivo estuário, ao sul do Brasil.


Como acontece nestes casos, quando determinados profissionais atingem elevados méritos ao serviço de outras nacionalidades, essas mesmas nacionalidades por diversas razões, entre as quais o patriotismo, inscrevem-nos nas respectivas historiografias como sendo seus filhos. Ora foi precisamente esta situação que recaiu sobre o dito navegador português, João de Solis, só esclarecida pelos trabalhos de Don José Toríbio Medina, nos finais do séc. XIX (1897), com a obra Juan Diaz de Solís, e por Luciano Pereira da Silva, este com base em estudos e publicações vindos a lume, nomeadamente por Eugénio do Canto, aquando da publicação em 1907 de uma carta datada de 1512 do rei D. Manuel para o "rei católico", D. Fernando, em que apontam para a inequívoca nacionalidade portuguesa de João Dias de Solis, depois de quase 400 anos de suposta nacionalidade espanhola.

Esta incerteza de nacionalidades que atravessou tantos anos nas diversas historiografias europeias e latino-americanas, foi originada sem dúvida pelo próprio navegador, aquando da sua "passagem" para Espanha e do seu apelido, "Solis", poder ser tido como um apelido espanhol. Já se disse anteriormente que os estudos de Don José Toribio Medina foram pioneiros para o devido esclarecimento desta questão, mas mesmo este estudioso alerta para o facto de se poder admitir a ascendência asturiana de João Dias, pois próximo da cidade de Oviedo existe um lugar chamado Santa Maria de Solis, podendo advir daí o seu apelido.




Por outro lado, não é absolutamente seguro, embora em geral se presuma assim, que os nomes de "João Dias" e "João Dias de Solis" se refiram à mesma pessoa; certo é que João Dias de Solis, navegador português ao serviço da coroa espanhola, foi considerado "el más excelente hombre de su tiempo en su arte".





Há referência desde 1506 a um João de Solis a viver em Lepe e a ser admitido pela Casa da Contratação de Sevilha, em 1508, como piloto, aproveitando deste modo a sua perícia náutica. Igualmente como perito em questões náuticas participa em Burgos, juntamente com Américo Vespúcio, Juan de la Cosa e Vicente Pinzón, na escolha do piloto-mor, que viria a ser Américo Vespúcio, e nas novas orientações a dar à expansão ultramarina. Ficou igualmente decidido o envio de uma expedição composta por uma caravela e uma nau, nas quais iriam Solis e Pinzón, para a descoberta de uma passagem a norte do equador que efetuasse a ligação para os mares da China.



Aquando do regresso dessa mesma expedição, em Agosto de 1509, João de Solis foi posto a ferros, não se sabendo ao certo qual a razão, mas pode-se suspeitar que graves desentendimentos com Pinzón possam estar na origem de tal ato. Seria absolvido e a sua honra restaurada por D. Fernando em 1510.

Em Fevereiro de 1512 morria o piloto-mor Américo Vespúcio, sendo que em Março do corrente ano João Dias de Solis seria nomeado para o cargo, seis anos após a sua chegada a terras castelhanas. Dias depois seria igualmente nomeado para efectuar in loco a demarcação do meridiano de Tordesilhas nas possessões espanholas do oriente, projecto que fora entretanto abandonado.

Seria apenas em 1514, e após Vasco Nunez de Balboa ter descoberto o oceano Pacífico em 1513, que João de Solis efetuaria a sua mais conhecida navegação. Fora incumbido por D. Fernando de ir com três embarcações reconhecer as costas da América espanhola do lado do recém-descoberto oceano, e seria justamente no decurso de tal empresa (1515-1516) que viria a perecer. Foi morto pelos índios Charrua, que eram canibais,  quando procedia à exploração da margem norte de um rio situado no extremo sul do Brasil, posteriormente designado de "Rio de Solis" e rebatizado pelos portugueses de "Rio da Prata".


Índios Charruas


Morreria assim um brilhante profissional que construiu parte da sua carreira ao serviço da coroa espanhola. Não fora o primeiro nem seria o último a fazê-lo.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
cvc.instituto-camoes.pt
brittanica.com






sexta-feira, 10 de outubro de 2025



Existem algumas dúvidas na língua portuguesa. Uma das mais recorrentes é o uso do S ou SS; C, S ou Ç.

Em português, o uso de S, SS, C e Ç depende de várias regras:

S

Escreve-se com S quando a letra aparece no início ou no final da palavra, quando tem som de /S/ após uma consoante ou quando tem som de /Z/ entre duas vogais. Por exemplo, "sarar", "seguir", "singrar", "sopro", "surdez". Também se escreve com S quando a palavra tem um ditongo antes, ou seja, quando duas vogais aparecem juntas na mesma sílaba. Por exemplo, "casa", "mesa", "desânimo", "liso".

SS

Escreve-se com SS quando a letra aparece entre duas vogais e tem som de /S/. Por exemplo, "abcesso", "abcissa", "abissal", "antepassado", "bissectriz", "disse", "fissura", "massa", "posso". Também se escreve com SS no sufixo feminino "-essa", como em "abadessa" e "condessa".

C

Escreve-se com C quando a letra aparece antes das vogais E e I. Por exemplo, "centeio", "peraltice", "tencionar", "cinto".

Ç

Escreve-se com Ç quando a letra aparece antes das vogais A, O e U. Por exemplo, "junto" (junção), "manter" (manutenção), "setor" (seção), "intuitivo" (intuição), "traição".

Então escrevemos com SS quando essas consoantes estiverem entre duas vogais.

Já no início das palavras usamos o S, ou no final das palavras. O único S entre duas vogais tem o som de /Z/ e não de S.

Ex. Isabel, acasalar, usar....



Fontes:

todamateria.com.br
escolakids.uol.com.br

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

No dia 6 de Março de 1982, durante uma partida de futebol entre Operário de Mato Grosso e Vasco da Gama, pelo campeonato brasileiro daquele ano, em pleno estádio Pedro Pedrossian, conhecido como Morenão , um  publico de 24 mil pessoas presentes, assim como os jogadores dos dois times e o árbitro, José de Assis Aragão, presenciaram luzes em cima do campo, inexplicáveis na época.





Em 1982 boa parte das pessoas que estavam dentro do estádio Morenão para a partida entre Operário, do Mato Grosso do Sul, e o Vasco tomaram um susto. Isso porque, enquanto os torcedores comemoravam a vitória de 2 a 0 contra os cariocas, um grande brilho passou pelos céus e chamou atenção.




Até hoje ninguém sabe o que foi. No entanto, a aparição, que durou cerca de cinco segundos antes de desparecer, ficou marcada como o maior avistamento coletivo de um objeto voador não identificado (ou OVNI) no Brasil, em um local com mais de 24 mil pessoas.




O ex-jogador do Operário, Cocada, afirmou à TV Globo alguns anos depois que foi 'algo fora do comum'. Ele destacou, no entanto, que não havia barulho.



Apesar da multidão presente, não existe nenhuma foto ou registro oficial do fenômeno, mesmo assim o caso virou capa dos jornais da época, manchete na TV e muitas teorias e debates. Quem estava fora do estádio, relatou que viu apenas um clarão e um zumbido.



"É algo surreal. O que temos bem claro é que não estamos sós no universo. E muito menos no nosso próprio planeta", comenta o ufólogo Ademar José Gevard, um dos especialistas que investigou o caso.

Sem provas concretas, o objeto não identificado do Morenão permanece como uma lenda urbana, parte do folclore do futebol e da cultura de Mato Grosso do Sul. Para os torcedores que estavam lá, porém, a certeza é clara: naquela noite, algo inexplicável dividiu a atenção com o jogo – e o Operário não foi o único a brilhar no gramado.

Histórias como essas junta-se a outras como o ET de Varginha, a Noite dos OVNIS e Operação Prato.


Fontes:

aventurasnahistoria.com.br
g1.globo.com
google.com
campograndenews.com.br

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

A insustentável leveza do ser ( Nesnesitelná lehkost bytí ) do tcheco, Milan Kundera, publicado em 1984.



Perguntas sem resposta sobre A Insustentável Leveza do Ser:

¨Uma pergunta para a qual não há resposta é uma cancela além da qual não há mais caminhos. Noutras palavras: são precisamente as perguntas para as quais não há respostas que marcam os limites das possibilidades humanas e que traçam as fronteiras da nossa existência”, Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser.¨


Primeira Parte


O PESO E A LEVEZA


O eterno retorno é uma ideia misteriosa de Nietzsche que, com ela, conseguiu dificultar a vida a não poucos filósofos: pensar que, um dia, tudo o que se viveu se há de repetir outra vez e que essa repetição se há de repetir ainda uma e outra vez, até ao infinito! Que significado terá este mito insensato? O mito do eterno retorno diz-nos, pela negativa, que esta vida, que há de desaparecer de uma vez por todas para nunca mais voltar, é semelhante a uma sombra, é desprovida de peso, que, de hoje em diante e para todo o sempre, se encontra morta e que, por muito atroz, por muito bela, por muito esplêndida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor não têm qualquer sentido. Não vale mais do que uma guerra qualquer do século XIV entre dois reinos africanos, embora nela tenham perecido trezentos mil negros entre suplícios indescritíveis. Mas algo se alterará nessa guerra do século XIV entre dois reinos africanos se, no eterno retorno, se vier a repetir um número incalculável de vezes? Sem dúvida que sim: passará a erguer-se como um bloco perdurável cuja estupidez não terá remissão. Se a Revolução Francesa se repetisse eternamente, a historiografia francesa orgulhar-se-ia com certeza menos do seu Robespierre. Mas, como se refere a algo que nunca mais voltará, esses anos sangrentos reduzem-se hoje apenas a palavras, teorias, discussões, mais leves do que penas, algo que já não aterroriza ninguém. Há uma enorme diferença entre um Robespierre que apareceu uma única vez na história e um Robespierre que eternamente voltasse para cortar a cabeça aos franceses. Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não nos aparecem como é costume, porque nos aparecem sem a circunstância atenuante da sua fugacidade. Essa circunstância atenuante impede-nos, com efeito, de pronunciar um veredicto. Poderá condenar-se o que é efémero? As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia; mesmo a guilhotina. Não há muito, eu próprio me defrontei com o fato: parece incrível mas, ao folhear um livro sobre Hitler, comovi-me com algumas das suas fotografias; faziam-me lembrar a minha infância passada durante a guerra; diversas pessoas da minha família morreram nos campos de concentração dos nazistas, mas o que eram essas mortes comparadas com uma fotografia de Hitler que me fazia lembrar um tempo perdido da minha vida, um tempo que nunca mais há de voltar? Esta minha reconciliação com Hitler deixa entrever a profunda perversão inerente ao mundo fundado essencialmente sobre a inexistência de retorno, porque nesse mundo tudo se encontra previamente perdoado e tudo é, portanto, cinicamente permitido. (p.5)





O eterno retorno afirma que o tempo se move em um ciclo em vez de em uma linha reta linear. Nessa ideia, todos os eventos ao longo da existência aconteceram antes e acontecerão novamente em um loop infinito.


Esse peso para criar significados é uma das principais lutas que os personagens de “A Insustentável Leveza do Ser” enfrentam. Kundera contrasta a ideia de peso de Nietzsche com a ideia de leveza do antigo filósofo grego Parmênides. No século V a.c., Parmênides argumentou que o mundo poderia ser dividido em opostos: escuro/claro, grosso/fino, pesado/leve, quente/frio, o ser/o não-ser.


Com o eterno retorno, cada erro ou sucesso na vida de uma pessoa é repetido inúmeras vezes, dando até mesmo aos menores elementos da vida uma enorme importância. Nietzsche considerava esse peso o “mais pesado dos fardos”. A obra explora o ambiente artístico e intelectual da sociedade tcheca, desde a Primavera de Praga ¹, em 1968, até a invasão da Tchecoslováquia pela União Soviética e por outras três nações integrantes do Pacto de Varsóvia, bem como as sequelas desse evento nas vidas de dois casais distintos e de seus respectivos círculos sociais.


Praga





O protagonista do romance é um neurocirurgião de sucesso chamado Tomás. Ele vive uma vida tranquila e despreocupada em Praga dos anos 1960. Amante de Sabina e pai de Simon. Tomas tem um compromisso inadiável com as mulheres que conhece. Ele tem um caso com Sabina por um longo período. Certa vez, numa pequena cidade tcheca, quando foi realizar uma cirurgia, ele conhece Tereza. Ela se encanta por ele e decide visitá-lo em Praga. Depois de ficar gripada, Tereza ficou uma semana inteira no apartamento de Tomas. Ele a vê como uma criancinha deixada no seu apartamento em uma cesta. Tomas não sabe o que fazer com os seus sentimentos em relação a Tereza.

Convidar Tereza para ficar morando com ele viola o modo de vida de Tomas. Ele, que há muito se divorciou da esposa e abandonou o filho Simon, é solteiro e não consegue dormir ao lado de uma mulher. Ele tem muitas amantes, mas sempre pedem que elas saiam à meia-noite. Quando Tereza dorme em seu apartamento, ele acorda com Tereza segurando nas mãos dele e olha para a mala enorme ao lado da cama.



Nos braços de Tomás, Tereza dorme como um bebê. Ele sussurra em seu ouvido e a embala para dormir com palavras sem sentido. Ele tem o controle total sobre o sono dela, e todas as manhãs quando acorda, Tereza abraça com força. Tomás chega à conclusão de que dormir ao lado de uma mulher e fazer sexo com uma mulher são coisas diferentes. O amor não é o desejo de sexo, mas o desejo de dormir ao lado de alguém.

Tereza está ciente das amantes de Tomas, mesmo que ele não tenha falado sobre elas. Ela vasculha as gavetas da escrivaninha de Tomas porque suspeita de alguma mulher. E o comportamento dele é uma tortura para ela. Até que uma noite, Tereza acorda de um pesadelo. Ela diz que, no sonho, ela foi forçada a vê-lo fazendo sexo com Sabina em um palco. Tomas desconfia que Tereza está lendo suas cartas pessoais.

Para comprovar o seu amor por Tereza, Tomás se casa com ela e lhe dá um cachorrinho, e Tomás sugere que o filhote se chame de Karenin em homenagem ao romance de Leon Tolstoi. Foi nesse período que se deu a ocupação soviética na Tchecoslováquia. Tereza percorre as ruas de Praga tirando fotos. Tereza, que se torna fotógrafa graças à Sabina (amante de Tomas), entrega a maioria de seus filmes não revelados sobre a ocupação soviética em Praga à imprensa estrangeira e, em seguida, é presa pelos militares russos, mas é libertada no dia seguinte. A maioria dos tchecos encontra-se desesperada por causa de deportação para a Sibéria, execuções em massa, e fica claro que todos irão se curvar ao conquistador., ou seja, aos russos. 


Quando explode a invasão russa à Tchecoslováquia, em 1968, vão todos para a Suíça; o caminho de Sabina se bifurca e ela acaba se envolvendo com outro homem, um acadêmico chamado Franz. O que os une e o que os separa? Não há fórmula mágica, tampouco uma resposta única. Uma das coisas interessantes do livro é justamente isso: não há predestinação, não há amor eterno, nem uma receita para relacionamentos duradouros. No fundo, o amor e sua permanência acabam sendo, pura e simplesmente, obra do acaso e decisões conjeturais. Nesse sentido, Kundera parece dizer que chamamos de “destino” apenas aquilo que já foi consumado, numa espécie de auto justificação para as ações passadas.

O peso são as ações que tomamos no dia a dia, ações que tomamos pela primeira vez, a leveza, para contrastar com esse peso existe a leveza, que é nossa liberdade  de tomar decisões. O peso é o fardo que carregamos no decorrer de nossa vida, e a leveza leva o homem a voar, ser livre. Mas a pergunta é: podemos viver com um sem o outro ? Ou ambos são parte de nossa existência ?




Fontes:

wikipedia.org
google.com
kbook.com.br
publico.pt
apamagis.org.br
lomadaquadrada.com
bonslivrosparaler.com.br
tradutoraespanhol.com.br




¹ Primavera de praga um movimento político ocorrido em 1968 na Tchecoslováquia, que visava dar uma cara mais humanista ao socialismo.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

 Civilização Maia



A civilização maia foi uma cultura pré-colombiana que prosperou na Mesoamerica, abrangendo áreas do atual México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador, conhecida pelo seu auge entre 250 d.C. e 900 d.C.. Os maias não formaram um império unificado, mas sim um conjunto de cidades-estados autônomas, e destacaram-se em áreas como a escrita, a matemática e a astronomia, construindo grandes centros urbanos como Chichén Itzá e Tikal. O declínio das grandes cidades, a partir de 900 d.C., deu origem a um período de dispersão, embora a cultura maia tenha persistido e se transformado até o período de conquista espanhola e para além dele, sendo preservada por seus descendentes até os dias atuais.

Os maias foram um dos povos pré-colombianos que formaram uma grande e duradoura civilização que teve seu auge entre os séculos III-X d.C. A civilização maia teve dezenas de cidades, como Palenque, Tikal, Tulum, Chichén Itzá e Copal. Elas eram independentes umas das outras, mas tinham a mesma cultura e mantinham relações comerciais e trocas culturais.





Os maias cultivavam o milho, inclusive uma espécie para fazer pipoca. Também cultivavam o cacau, com o qual produziam uma bebida considerada uma ancestral do chocolate. Praticavam um jogo com bola de borracha, que, muitas vezes, podia terminar com o sacrifício do capitão derrotado ou mesmo de todo o time.

A civilização maia entrou em colapso por volta do ano 900, mas os maias vivem ainda hoje no México e no norte da América Central, e muitos elementos da antiga cultura maia ainda sobrevivem, como a língua e a culinária.





Os maias foram um dos povos pré-colombianos que formaram uma grande e duradoura civilização que teve seu auge entre III d.C. e X d.C. A civilização maia era formada por diversas cidades-Estados que eram conectadas por redes de estradas e hidrovias pelas quais mercadorias e informações corriam.

Muitas cidades maias tinham dezenas de milhares de pessoas, e, nos seus centros cerimoniais, eram construídos pirâmides, palácios reais, mercados e campos, onde os maias disputavam um jogo cerimonial com uma bola de borracha.

Por volta do ano 900, a maior parte dessas cidades foi abandonada por motivos ainda desconhecidos, e os maias passaram a viver em pequenas aldeias nas florestas da América Central. Após a chegada dos europeus, houve grande redução da população maia por causa das doenças trazidas pelos espanhóis e pela violência praticada por estes contra as populações nativas.

No entanto, os maias resistiram à conquista espanhola e sua cultura permanece viva na América Central. Atualmente existem cerca de 6 milhões de pessoas que falam a língua maia vivendo em partes do território do México, Guatemala, Honduras, Belize e El Salvador. Em Iucatã, cerca de 80% da população são de origem maia.






A civilização maia viveu seu auge durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. Após esse período, os historiadores apontam que foi iniciada a decadência que levou ao desaparecimento deles. Esse período de declínio é conhecido como Período Pós-Clássico. Os motivos dessa decadência são estudados ainda pelos historiadores, que apontam atualmente como principais causas: a falta de alimentos resultante da superpopulação e do esgotamento da terra, desastres naturais, doenças, além das guerras.

Durante o enfraquecimento da civilização maia, alguns locais perderam, de maneira drástica, um grande número de habitantes. Essas pessoas mudaram-se para outros locais da Mesoamérica em busca de melhores condições para viver. Com isso, grande parte das cidades maias foram abandonadas e, quando os europeus chegaram à Mesoamérica, encontraram essas cidades total ou parcialmente vazias.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
histprianomundo.com.br
mundoeducacao.com.br


segunda-feira, 6 de outubro de 2025







primeira parte

 ANTARES 


Afirmam os entendidos que os ossos fósseis recentemente encontrados numa escavação feita em terras do município de Antares, na fronteira do Brasil com a Argentina, pertenciam a um gliptodonte, animal antediluviano, que, segundo as reconstituições gráficas da Paleontologia, era uma espécie de tatu gigante dotado duma carapaça inteiriça e fixa, mais ou menos do tamanho dum Volkswagen, afora o formidável rabo à feição de tacape ricado de espigões pontiagudos. Calcula-se que durante o Pleistoceno, isto é, há cerca de um milhão de anos, não só gliptodontes como também megatérios habitavam essa região diabásica da América do Sul, onde – só Deus sabe ao certo quando – veio a formar-se o rio hoje conhecido pelo nome de Uruguai. Ignora-se, todavia, em que época da Era Cenozóica surgiram naquela zona do Brasil meridional os primeiros espécimes do Homo sapiens. Tudo nos leva a crer, entretanto, que esse problema jamais tenha preocupado os antarenses. O que até hoje ainda os deixa ocasionalmente irritados é o fato de car-tógrafos, não só estrangeiros como também nacionais, n|o mencionarem nunca em seus mapas a cidade de Antares, como se São Borja fosse a única localidade digna de nota naquelas paragens do Alto Uruguai. De pouco ou nada têm servido os memoriais assinados pelo Prefeito Municipal, pelos membros da Câmara de Vereadores e por outras pessoas gradas e repetidamente dirigidos ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, contra a acintosa omissão. O Pe. Albuquerque, quando ainda vigário da Matriz local, mais de uma vez encaminhou, mas em vão, idêntica reclamação ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, do qual era membro correspondente. No entanto a verdade clara e pura é que, a despeito da má vontade ou da ignorância dos fazedores de cartas geográficas, a cidade de Antares, sede do município do mesmo nome, lá está, visível e concreta, à margem esquerda do grande rio. protestando Gerôncio O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia – fama um tanto ambígua e efêmera, é verdade – não só no Estado do Rio Grande do Sul como também no resto do Brasil e mesmo através de todo o mundo civilizado. Entretanto, esse fato, ao que parece, não sensibilizou até agora geógrafos e cartógrafos.

Assim começa o último romance de Érico Veríssimo, Incidente em Antares.


"Incidente em Antares" de Érico Veríssimo é um romance satírico que se passa numa cidade fictícia chamada Antares, onde, após uma greve de coveiros, sete mortos "ressuscitam" para exigir um sepultamento digno e, como fantasmas, expõem os segredos e a corrupção dos vivos. A obra, lançada em 1971, durante a ditadura militar brasileira, usa o realismo fantástico para criticar o autoritarismo, a repressão e a hipocrisia social da época, dando aos defuntos, com a impunidade da morte, o poder de denunciar arbitrariedades e clamar por justiça.

A greve e os defuntos: Em 1963, após uma greve de coveiros, sete pessoas morrem na fictícia cidade de Antares, e seus corpos não podem ser sepultados.O despertar: Os mortos, em vez de ficarem nos caixões, levantam-se para exigir um enterro digno e, como fantasmas, passam a vagar pela cidade.A exposição dos segredos: Em sua condição de defuntos, eles podem vasculhar a intimidade dos vivos sem medo de represálias, descobrindo e revelando segredos, crimes e injustiças cometidas pela elite local e pelos governantes corruptos. Crítica social:   

A obra é uma alegoria da sociedade brasileira durante a ditadura militar, utilizando os fantasmas para denunciar a violência, a repressão e a falta de liberdade de expressão que marcavam o período.

Contexto e Crítica:

Realismo Fantástico: Veríssimo utiliza elementos fantásticos para dar voz às queixas e denúncias que não podiam ser feitas abertamente devido à censura da ditadura.


Erico Verissimo





Sátira Política: 

O romance é uma sátira social e política que, através do humor, critica o autoritarismo, a corrupção e a hipocrisia do regime militar e da sociedade da época.
O poder dos "mortos": A condição de "mortos" confere aos personagens a impunidade necessária para expor a verdade e denunciar as arbitrariedades sofridas pelo povo brasileiro, como a tortura de presos políticos.




A história, dividida em duas partes (Antares e o Incidente), gira em torno de uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul que tem a sua rotina completamente virada de cabeça para baixo após uma greve geral.

Operários, garçons, bancários, enfermeiros, funcionários do cemitério... todos aderiram a greve e a cidade parou. Diante da impossibilidade de serem enterrados os sete cadáveres que faleceram durante aquele período, os defuntos se levantam dos seus caixões e passam a perambular pela cidade.

Publicado no auge da ditadura militar, Incidente em Antares é uma história ao mesmo tempo cômica e dramática que promove uma crítica à política brasileira.

Resumo

Primeira parte: Antares

Na primeira parte do romance de Érico Veríssimo ficamos conhecendo a pequena cidade fictícia de Antares, situada no Rio Grande do Sul, quase na fronteira com a Argentina.

A região era dominada por duas famílias que se odiavam profundamente: os Vacariano e os Campolargo. A descrição da cidade e do mecanismo de funcionamento social ocupa quase um terço do texto. Fica claro ao longo da leitura das páginas como as duas famílias que geriam a região tinham valores altamente questionáveis e se alfinetavam mutuamente.

Antares dá conta da genealogia da terra (os primeiros estrangeiros que lá estiveram) e também da genealogia das duas famílias mais importantes da região. O domínio do local começou com Francisco Vacariano, que durante mais de dez anos foi "autoridade suprema e inconteste na vila".

O conflito teve início quando Anacleto Campolargo, no verão de 1860, demonstrou interesse em comprar terras na região. Francisco Vacariano logo deixou claro que não queria intrusos na sua região.

Por fim, afrontando Francisco, Anacleto adquiriu as terras vizinhas fomentando o ódio que duraria gerações:


A primeira vez em que Chico Vacariano e Anacleto Campolargo se defrontaram nessa praça, os homens que por ali se encontravam tiveram a impressão de que os dois estancieiros iam bater-se num duelo mortal. Foi um momento de trepidante expectativa. Os dois homens estacaram de repente, frente a frente, olharam-se, mediram-se da cabeça aos pés, e foi ódio à primeira vista. Chegaram ambos a levar a mão à cintura, como para arrancar as adagas. Nesse exato momento o vigário surgiu à porta da igreja, exclamando: “Não! Pelo amor de Deus! Não!”

Anacleto Campolargo foi se fixando na vila, erguendo a sua casa, fazendo amigos e fundando o Partido Conservador.

Chico Vacariano, para demonstrar logo a sua oposição, fundou o Partido Liberal. E assim, de pequenas em pequenas disputas, foi se constituindo a péssima relação entre as duas famílias.

Deixando de lado o conflito entre as duas dinastias influentes, Antares de não pequena quase não se percebia no mapa. Apesar de lá terem sido encontrados encontrados ossos fósseis da época dos dinossauros (os ossos seriam de um gliptodonte), a cidade permaneceu no anonimato, sendo mais lembrada a sua vizinha, São Borja.

Segunda parte: O incidente



segunda parte

O INCIDENTE 


Pouco depois da meia-noite, naquela quarta-feira, 11 de dezembro de 1963, Tibério Vacariano entrou no centro telefônico de Antares para tentar comunicar-se diretamente com o Palácio do Governo, em Porto Alegre. – Tem defeito na linha, coronel – informou-lhe a operadora. – Eu espero. Não saio daqui sem falar com o governador. Mandou buscar em casa cuia, bomba, erva, chaleira, fogareiro – aboletou-se na melhor cadeira da agência, preparou um mate e ali ficou, a chimarrear e a fumar palheiros, durante horas e horas, resmungando coisas para si mesmo e de vez em quando esporeando a moça com frases assim: “Continue tentando”. – “Esse negócio sai ou não sai?” _ «Não durma!” O tempo passava. A operadora cabeceava de sono. A intervalos quase reguläres o coronel ia até ao fundo da casa pata esvaziar a bexiga, deixando na parede traseira do prédio efêmeras pinturas murais. Às três da madrugada j&andou buscar em casa um café preto e forte, para ajudá-10 a vencer a própria sonolência. Pouco após o raiar do dia a operadora teve um estremecimento. – Porto Alegre está atendendo! – exclamou. – Alô! Aqui é Antares. Tenho um chamado urgente para o Palácio do Governo. Alô? Eu sei que são cinco da manhã, mas tente a ligação, pelo amor de Deus! Tibério Vacariano, que cabeceava de sono, ficou de repente desperto e ergueu-se lépido. A telefonista voltou para ele um olhar turvo, emoldurado por pálpebras intumescidas. – O Palácio está respondendo – disse com a voz era-pastada de sono. – Pegue aquele telefone, coronel. .. Tibério agarrou sofregamente o fone do aparelho indicado, levou-o ao ouvido e gritou: – Alô! Palácio do Governo? Hem? Não estou ouvindo nada... Alô? Aqui é o Cel. Tibério Vacariano. Preciso falar com a maior urgência com o governador... 

O incidente, que dá nome à segunda parte do livro, aconteceu sexta-feira, dia 13 de dezembro do ano de 1963 e colocou Antares no radar do Rio Grande do Sul e do Brasil. Embora a fama tenha sido passageira, foi graças ao incidente que todos ficaram conhecendo essa pequena cidade ao sul do país.

Por incrível coincidência, cinco anos depois, numa sexta-feira, 13 de dezembro de 1968, foi decretado o famigerado AI-5.

No dia 12 de dezembro de 1963, ao meio-dia, foi declarada uma greve geral em Antares. A greve abrangia todos os setores da sociedade: indústria, transportes, comércio, central elétrica, serviços.

A greve começou com os trabalhadores das fábricas, que saíram para o almoço e não retornaram para o trabalho.

Depois foi a vez dos funcionários dos bancos, dos restaurantes e até da companhia de energia elétrica abandonarem os respectivos postos. Os funcionários da empresa que fornecia a luz cortaram a luz da cidade inteira, só pouparam os cabos que forneciam energia aos dois hospitais da região.

Os coveiros e o zelador do cemitério também aderiram a greve de Antares, causando assim um enorme problema na região.

O cemitério havia sido igualmente interditado pelos grevistas, mais de quatrocentos operários que fizeram um cordão humano para impedir a entrada no local.


“Mas que pretendem eles com essa atitude tão antipática?” – perguntava-se. A resposta era, quase invariavelmente: “Fazer pressão sobre os- patrões para conseguir o que querem”.

Durante a greve morreram sete cidadãos antarenses que, com o protesto, não puderam ser devidamente enterrados. Os defuntos eram: Prof. Menandro (que suicidou-se cortando as veias dos pulsos);
D. Quitéria Campolargo (a matriarca da família Campolargo que morreu de enfarto do miocárdio);
Joãozinho Paz (político, faleceu no hospital, com embolia pulmonar);
Dr. Cícero Branco (advogado das duas famílias poderosas, foi vítima de um derrame cerebral fulminante);
Barcelona (sapateiro comunista, não se sabe a causa da morte);
Erotildes (uma prostituta que morreu tísica);
Pudim de Cachaça (o maior beberrão de Antares, foi assassinado pela própria mulher, a Natalina).

Impossibilitados de serem enterrados diante da greve, os sete caixões ficam à espera com os seus corpos dentro. Os mortos, então, se levantam e seguem em direção à cidade.

Como já estão mortos, os corpos podem entrar em todos os lugares e descobrir detalhes da condição em que morreram e da reação das pessoas com o recebimento da notícia do falecimento.

Os mortos se separam e cada um segue em direção à sua casa para reencontrar os parentes e amigos. Para não se perderem uns dos outros, eles marcam um encontro para o dia seguinte, ao meio dia, no coreto da praça.

Ao meio dia lá se encontram os sete mortos que, sob os olhares da população, começam a fazer denúncias contra alguns dos vivos sem temer qualquer tipo de represália. Afirma Barcelona:




Sou um defunto legítimo e portanto estou livre da sociedade capitalista e dos seus lacaios.

O político Joãozinho Paz, por exemplo, denuncia o enriquecimento ilícito dos poderosos da região e deixa transparecer a situação da sua morte (ele fora torturado pela polícia).

A prostituta Erotildes também aproveita a ocasião e aponta alguns dos seus clientes no meio da multidão. Barcelona, que era sapateiro e ouvia muitos dos casos na sua sapataria, também acusa os adúlteros da cidade.

Diante do caos provocado pelas denúncias, os grevistas resolvem atacar os mortos que estavam no coreto. Os defuntos, por fim, conseguem seguir para o cemitério e são enterrados como era suposto.

A história dos mortos-vivos ganha fama e Antares se enche de repórteres que querem escrever notícias sobre o assunto, mas nada consegue ser provado.

As autoridades locais, para acobertarem o caso, dizem que a história foi inventada para promover uma feira de agropecuária que aconteceria na região.


Os mortos na minissérie
Diogo Vilela, Elia Gleizer, Paulo Betti, Fernanda Montenegro, Rui Resende, Marília Pera e Gianfrancesco Guarniere









O romance foi levado à TV na minissérie do mesmo nome.  Em 1994, a Rede Globo apresentou a minissérie Incidente em Antares, adaptada por Charles Peixoto e Nelson Nadotti, e baseada no romance de Érico Veríssimo. A minissérie teve a direção de José Roberto Sanseveriano e contou com os atores Regina Duarte, Fernanda Montenegro e Paulo Betti no elenco, entre outros.



Fontes:

wikipédia.org
aulasdathaisunitau.com
www.culturagenial.com
google.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

 

Hoje iremos falar de outra obra prima da literatura mundial, "Crime e Castigo" em russo "Преступле́ние и наказа́ние", (Prestuplênie i nakazánie) de Fiodor Dostoiévski, (Moscou 11 de novembro de 1821 - São Petersburgo 09 de Fevereiro de 1881) publicada em 1866.



A obra de Dostoiévski explora a humilhação a destruição e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam à loucura, ao suicídio e ao homicídio.
É tido como o fundador do existencialismo.



O livro conta a vida de um jovem estudante de direito; Rodion Românovitch Raskólnikov, que vive em profunda angústia a arrependimento por ter cometido um crime hediondo.

Capítulo I

Nos começos de julho, por um tempo extremamente quente, saía um rapaz de um cubículo alugado, na travessa de S..., e, caminhando devagar, dirigia-se à ponte de K... Discretamente, evitou encontrar-se com a dona da casa na escada. O tugúrio em que vivia ficava precisamente debaixo do telhado de uma alta casa de cinco andares e parecia mais um armário do que um quarto. A mulher que lho alugara, com refeição completa vivia no andar logo abaixo, e, por isso, quando o rapaz saía tinha de passar fatalmente diante da porta da cozinha, quase sempre aberta de par em par sobre o patamar. E todas as vezes que procedia assim sentia uma mórbida impressão de covardia, que o envergonhava e fazia franzir o sobrolho. Estava zangado com a dona da casa e tinha medo de encontrá-la. (p.4)



Raskólnikov era uma pessoa profundamente pobre, viciado em jogos, e que vive uma crise existencial, questionando sobre os valores da sociedade, e questionando sobre os feitos extraordinários executados por algumas pessoas em contrapartida com a própria vida sem brilho da maioria das pessoas com vidas ordinárias.

Ele mata com um golpe de machado na cabeça a velha agiota Aliona Ivânovna, e lhe rouba alguns pertences, na saída a irmã dela Lisavieta Ivânova chega em casa de surpresa e depara com a irmã morta. Raskolnikov vai até ela e mata também com outro golpe de machado.


O livro foi escrito por Dostoiévski depois de sua saída da prisão na Sibéria, onde passou oito anos de trabalho forçado.

Ele foi acusado de tramar a derrubada do czar russo, e em princípio foi condenado à morte, pena comutada para trabalhos forçados.


Voltando ao livro que tem traços autobiográficos do autor, o personagem Raskolnikov, não é suspeito do crime, que é assumido por outra pessoa depois de sofrer torturas. No entanto, Raskolnikov vive atormentado com o remorso.
Ele conhece e se apaixona por Sônia uma prostituta de vida miserável, que acredita na redenção dos verdadeiros arrependidos.
Ele conta para ela de seu crime, pois nessa época o seu remorso era tão grande que ele queria ser punido.
Ela lê para ele um trecho do Evangelho de João, que narra a ressurreição de Lázaro.
Raskolnikov confessa o seu crime para policia e é preso.
Com isso toda sua angustia e seu remorso se dissipam, e ela fica se questionado sobre sua vida. Sônia fica sempre ao seu lado, mesmo durante o período da prisão.


Logo após o crime que comete, vem o castigo de uma verdadeira punição psicológica. Uma tortura moral, alucinações e neuroses afligem o personagem.


O romance pertence ao Realismo russo, que teve o fabulista Ivan Yrievich Krilov, o dramaturgo Alexandr Sergeievich Griboiedov,e o poeta e romancista Mikhail Iurievitch Lemontov.


Fontes:

wikipedia.org
pietrasopralinea.blogspot.com.br
felipepimenta.com
historiadomundo.uol.com.br/russa/literatura


bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Vamos falar hoje da obra do escritor norte-americano, naturalizado britânico,  Henry James, "A outra volta do parafuso" (The turn of the screw).


Henry James




Henry James, Jr., OM (Nova Iorque, 15 de abril de 1843 - Londres, 28 de fevereiro de 1916. Foi um escritor nascido nos Estados Unidos e naturalizado britânico. Uma das principais figuras do realismo na literatura do século XIX. Autor de alguns dos romances, contos e críticas literárias mais importantes da literatura e língua inglesa.

Hoje vamos falar de uma de suas obras - A outra volta do parafuso.

Capítulo 1

 Contos de horror

Era noite de Natal. Um grupo de amigos reuniu-se em minha casa e, após a deliciosa ceia, entregamo-nos ao nosso passatempo favorito: contar histórias de terror. Nessa hora, Douglas, um de meus melhores amigos, disse: — Conheço uma história verdadeira, sobre duas crianças. Seu rosto estava abatido, o olhar era fundo e triste, parecendo indicar que algo não corria bem. — O que aconteceu foi tão horrível que, tenho certeza, quando conhecerem os fatos, seus corações se sentirão apertados como se recebessem não apenas uma, mas duas voltas de parafuso — disse ele. Algumas pessoas riram, mas Douglas continuava sério, olhando para o fogo da lareira, que ardia para aquecer a sala do frio inglês daquela época do ano. 

O conto foi publicado inicialmente na revista Collier's Weekly em 1898.

"A Outra Volta do Parafuso" (The Turn of the Screw) de Henry James é uma história de fantasmas narrada em primeira pessoa por uma jovem governanta, contratada para cuidar de duas crianças órfãs, Flora e Miles, numa mansão isolada em Bly. A trama se desenvolve com o surgimento de aparições de antigos criados mortos, como Quint e Miss Jessel, que a preceptora acredita estarem a corromper as crianças. A obra explora o terror psicológico e a incerteza sobre a sanidade da narradora e as reais intenções das crianças, questionando se os fantasmas são reais ou frutos de sua imaginação.




Logo de cara, dois fatos estranhos chamam a sua atenção: o tio das crianças, que é o responsável legal por elas e mora em outra propriedade, deixa claro que não deve ser incomodado em hipótese alguma, aconteça o que acontecer; e Miles é expulso da escola, sendo que nem ele e nem a instituição explicam o motivo.




Apesar disso, as crianças são adoráveis e a governanta fica fascinada por elas. Porém, a paz é quebrada quando a jovem começa a enxergar os fantasmas de Peter Quint e da srta. Jessel, dois ex-funcionários da casa que morreram de forma misteriosa. Com o passar dos dias, a governanta começa a acreditar que os espectros exercem uma influência negativa sobre Miles e Flora, e que voltaram do mundo dos mortos para levarem as crianças à perdição. Ela, então, fica obcecada em protegê-los e salvá-los da ameaça sobrenatural.

Capítulo 6

 Crianças enfeitiçadas 




Assim que voltei para o quarto, fui tomada pelo medo e o pavor que não haviam me ACOMETIDO momentos antes. Flora não estava na cama! Vi o lençol revirado e o DOSSEL exatamente no lugar, como se a menina tivesse sido tirada de lá por forças ocultas e não por um ser humano. Segundos depois, porém, que alívio! Algo se mexeu perto da janela e Flora saiu, linda como sempre, detrás da cortina. Abracei-a com energia contra o peito. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela me olhou como se estivesse brava e falou: — Foi muito feio sumir desse jeito. Onde a senhora estava? Agora era eu que deveria dar explicações. Aquilo me comoveu ainda mais e continuei a abraçá-la. Quanto a ela, explicou que acordou e não me viu no quarto, por isso foi até a janela.



A outra volta do parafuso não é um livro de muitos sustos — embora cada encontro com os fantasmas seja de arrepiar — e o terror é muito mais psicológico do que “físico”. A grande questão do livro é: os espíritos de Peter Quint e da srta. Jessel existem de verdade ou são apenas alucinações da governanta?

Henry James constrói a narrativa de forma que as duas teorias podem ser verdadeiras, e nisso consiste o grande brilhantismo do livro. Outros personagens, como a sra. Grose, se dividem entre crer ou não na governanta, e há indícios tanto para acreditar em seus relatos quanto para duvidar deles.

Nós lemos a “versão oficial” da narradora, mas não temos certeza do quanto ela é confiável. Para dar “outra volta no parafuso” (expressão usada por Henry James no título e no texto, para significar o aumento da tensão e do mistério), a narrativa da governanta está sendo lida, anos depois, por um velho conhecido seu para um grupo de amigos (ele define o relato como “insólito, revoltante, horrendo e doloroso”). Ou seja: é uma história dentro de outra história, o que torna a narradora ainda mais distante.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
gataborralheira34.wordpress.com
valeugutemberg.com

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

 Moacyr Franco





Moacyr Franco nasceu em Minas Gerais, na cidade de Ituiutaba, em 5 de outubro de 1936.

Começou sua carreira artística como humorista, no programa: “Praça da Alegria”, de Manoel de Nóbrega na TV Paulista de São Paulo. Na verdade o programa depois passou para a TV Record e era passado concomitantemente na TV Rio, do Rio de Janeiro. Moacyr Franco fazia o papel de “mendigo” e logo sua veia musical reapareceu. Ele compôs e gravou “Me dá um Dinheiro aí”, que teve 100 mil cópias vendidas, e o ator juntou então as três coisas: cantor, humorista e compositor.

Me dá um dinheiro aí



Um de seus primeiros sucessos foi: Pobre Elisa de  Paulo Gesta / Jorge Smera  de 1963.

Pobre Elisa



E logo depois, apresentador de programas de televisão. Desde então lançou vários discos. Fez muito sucesso, quando lançou; ”Balada número 7″, em homenagem ao jogador Garrincha Moacyr continuou produzindo, interpretando, apresentando programas e sendo humorista. Isso lhe deu condições de ser aceito em várias emissoras. Na verdade sua vocação artística apareceu logo em 1953,quando ganhou um concurso de melhor cantor na Rádio Difusora de Uberlândia.


Balada nº 7



Três anos depois, mudou-se para Ribeirão Preto e trabalhou na Rádio Clube de lá, onde conheceu Aloisio Silva Araújo, grande redator de humorismo, que era amigo de Manuel de Nóbrega e com ele veio a trabalhar. Aí estava feita a ponte para Moacyr Franco se transferir para as emissoras de televisão da capital. Em 1964 , Moacyr apareceu no teatro, na peça: ”Como vencer na vida sem fazer força”. Em 1965, juntamente com Boni, ajudou a fundar o TELECENTRO (Centro de Produções da TV Tupi). Ao mesmo tempo fazia shows musicais por todo o Brasil e apresentava o programa: “Moacyr Franco Show”. Esse foi um dos principais programas que apresentou, mas existiram outros, como por exemplo: ”Pequenos Brilhantes”; “A Mulher é um Show”; “Concurso de Paródias”;” Moacyr TV”.

Ainda ontem chorei de saudade



No ano de 1966, Moacyr Franco perdeu sua primeira esposa. Morreu Vitória, mãe de Junior e Guto, que mais tarde veio a trabalhar com o pai. Grande golpe para a família, mas Moacyr não parou suas atividades. Como ele tinha várias áreas de atuação, esteve em várias emissoras: TV Paulista, TV Rio,TV Tupi, TV Record, TV Bandeirantes, TV Globo, onde ficou de 71 a 78. Em79 foi para a TV Tupi e em 80 para a TV Bandeirantes, onde fez o programa humorístico: ”As Caveirinhas” e depois: “O Burro do Homem”, que conquistou o prêmio de melhor programa humorístico da TV. Em 1982, Moacyr passou para o SBT. E em 1983 foi eleito deputado federal , pelo PTB .Em 86 estourou com várias músicas suas gravadas por ele e por outros cantores. Sua discografia é grande: Da lista constam: Contrastes; Moacyr Franco; Me Perderás; Por Amor; Querida; Moacyr Franco Show; Nosso Primeiro Amor. Seus maiores sucessos musicais: Cartas na Mesa; Ainda Ontem Chorei de Saudade; Eu Nunca Mais vou te esquecer; Milagre da Flecha; Seu Amor Ainda é Tudo. . Entre grandes cantores que gravaram seus discos, citemos: Ademar Dutra, Roberta Miranda, João Mineiro e Marciano, Daniel e vários outros.




Moacyr Franco sempre foi dono de características só suas, tanto como cantor, como compositor, como ator ou como apresentador. Dono de grande carisma, domina e encanta o público e também na vida particular, é de uma simpatia enorme e de uma força de vontade surpreendente. Tanto que em 1977, ele descobriu que tinha uma aneurisma, mas não sucumbiu ao grande choque, e algum tempo depois voltou a trabalhar e a gravar.

Tem em sua grande bagagem, inúmeros troféus, entre os quais 41 discos de ouro.


 Grande palmeirense , fez uma homenagem ao Palmeiras com a música -  o amor é verde.


O amor é verde




No ano de 1999, Moacyr esteve no SBT, junto com Gorete Milagres, no programa: “Ó Coitado”. Entre 2004 e 2006, ainda no SBT, no seriado: “Meu Cunhado”, ao lado do grande humorista Ronald Golias. Fez também participações especiais nas novelas “Vende-se um Véu de Noiva”, em 2009 e “Uma Rosa com Amor”, de 2010.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
museudatv.com.br
youtube.com

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