domingo, 29 de janeiro de 2023

A morte do caixeiro viajante (Death of salesman)  é uma peça do dramaturgo estadunidense Arthur Miller, que foi casado com a atriz Marilyn Moore.





“A Morte do Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, é considerada uma das obras mais importantes da dramaturgia americana. Não foi à toa que ganhou o Prêmio Pulitzer, o Prêmio do Círculo dos Críticos de Drama de Nova York e o Tony de melhor peça.

Arthur Miller nasceu no Harlem, Nova York, em 17 de outubro de 1915 em uma família de imigrantes de ascendência polonesa e judaica. Seu pai, Isidore, era dono de uma bem-sucedida empresa de fabricação de casacos e sua mãe, Augusta, de quem era mais próximo, era uma professora e uma ávida leitora de romances. Era uma família rica até que perderam tudo no Crash de Wall Street de 1929. Depois que se formou no ensino médio, Miller trabalhou em alguns empregos temporários para economizar dinheiro suficiente para estudar na Universidade de Michigan.

Quando foi para a Universidade, ele venceu alguns concursos de dramaturgia. Sua carreira teve um início complicado. Sua estreia na Broadway foi em 1944 com a peça The Man Who had all the luck. Traduzindo: O homem que teve toda a sorte. O título não foi compatível com o destino da obra, que, apesar de ter ganho um prêmio, foi um fracasso de bilheteria. “Focus” foi o seu romance que rendeu algumas dores de cabeça, pois tratava-se de um tema recorrente nos EUA, o antissemitismo. Sua próxima peça foi All My Sons (traduzindo: “todos os meus filhos”), que foi um sucesso que lhe valeu seu primeiro prêmio Tony de melhor autor em 1947.

Mas foi em 1949, trabalhando em seu estúdio em Connecticut, que Arthur Miller escreveu o primeiro ato de “A Morte do Caixeiro Viajante”. Quando a peça estreou, dirigida por Elia Kazan, em 10 de fevereiro de 1949, no Teatro Morosco, foi um verdadeiro, sucesso de público e de crítica, tornando-se uma obra icônica no palco.

A peça tem como personagem principal, Willy Loman, um simples vendedor fracassado da classe média baixa.



Willy Loman é um caixeiro viajante, morador do Brooklin, tem 63 anos de idade. É casado com Linda Loman, uma dona de casa e tem dois filhos adultos chamados Biff e Happy. Willy é um vendedor de profissão e, em sua juventude, comprou uma casa pequena casa em Boston com jardim, que desapareceu e foi substituído por enormes prédios de apartamentos que cercam o domicílio da família. Willy, ao longo da história, parece estar dolorosamente chateado por esse progresso desordenado, já que o menciona com frequência.

Enquanto isso, sua empresa, para a qual trabalhou por cerca de trinta e quatro anos, tirou o seu salário e ele tem que trabalhar por comissão como um novato. Ele carrega duas malas de mercadorias. Ele está exausto. Linda Loman, sua mulher, sai para vê-lo. Ela pergunta por que ele voltou mais cedo. Willy tenta evitar falar sobre o motivo de seu retorno antecipado. Quando Linda o pressiona, ele admite que perdeu a concentração enquanto dirigia e quase saiu da estrada. Ele alega que, ao abrir a janela do carro para receber a brisa e curtir a paisagem, deixou-se levar pelos sonhos.

“Willy: Eu estava pensando no Chevrolet... (Pequena pausa). Mil novecentos e vinte e oito... quando eu tinha aquele Chevrolezinho vermelho (Pára). Não é engraçado? Eu podia jurar que hoje eu estava guiando o Chevrolet (p. 20)

Linda traz à tona um tema recorrente entre eles que sempre terminou em discussões acirradas. Ela quer que Willy deixe de trabalhar na estrada e se fixe no trabalho em Nova York, mais perto de casa. Mas Willy responde que ele é um vendedor vital na área da Nova Inglaterra. Ele ressalta que, graças a ele, a empresa onde ele trabalha conseguiu mercados, muito embora ele reconheça que o dono da empresa está morto, e seu filho Howard Wagner não gosta da história de Willy sobre sua importância na empresa. No fundo ele acha que Willy é simplesmente irrelevante.

Começamos a aprender um pouco mais sobre a família e ouvir os filhos adultos de Willy e Linda, Biff e Happy. Biff acaba de voltar para a casa depois de trabalhar como lavrador em fazendas no Oeste americano. Willy acha que o filho Biff poderia facilmente ser rico e bem-sucedido, mas está desperdiçando o seu talento e precisa achar o caminho certo. Willy acha que a opção feita por Biff tem o objetivo de irritá-lo. Mas Biff revela ao irmão mais novo, Happy – um assistente de comprador em uma loja de departamentos –, que se sente mais realizado pelo trabalho ao ar livre do por suas tentativas anteriores de trabalhar no escritório.

Quando ele estava sozinho em sua cozinha, Willy lembra de um retorno anterior de uma viagem a negócios, quando Biff e Happy eram meninos e o consideravam um herói. Ele compara a si mesmo e a seus filhos com o seu vizinho Charley, um empresário de sucesso, e com o filho de Charley, Bernard, um estudante de direito. Para Willy, Charley e Bernard não tinham o carisma que ele e seus filhos possuem, e para Willy o carisma é o fator determinante para o sucesso.

No Brasil a peça foi encenada pela primeira vez em 1962, no TBC com Dionísio de Azevedo, Cleide Yacónis, Juca de Oliveira dentre outros.


Marco Nanini/Juliana Carneiro da Cunha

Em 2003 a peça voltou a ser encenada no Brasil, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro e no SESC - Vila Mariana, com Marco Nanini








Fontes:

bjks-opac.museus.gov.br
wikipedia.org
repositorio.ufpb.br
bonslivrosparaler.com.br
pequenacentral.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

 Alfabeto cirílico




Por volta do ano 863, os irmãos Cirilo (Кири́лл) e Metódio (Мефо́дий), sob as ordens do Imperador Bizantino Miguel III (Михаи́л III), estruturaram o alfabeto para a língua eslava. A expansão do alfabeto cirílico está associada, principalmente, às atividades de uma escola búlgara (depois de Cirilo e Metódio). 






Na Bulgária, o rei São Boris, em 860, se converteu ao cristianismo e a Bulgária se transformou no centro de propagação da literatura eslava. Com isso foi criada a primeira Escola de Livro Eslava (Пресла́вская кни́жная шко́ла). A partir daí, eles começaram a reescrever os originais dos livros litúrgicos de Cirilo e a fazer as novas traduções eslavas da língua grega. 

Desse modo, surgem as primeiras obras originais em língua eslava antiga. Mais tarde, o idioma eslavo entra na Sérvia e, no final do século X, torna-se a língua oficial da Igreja na Rus Kievana. O alfabeto eslavônio (também chamado de velho-eslavo ou cirílico) foi composto principalmente por caracteres gregos, adicionando-se algumas letras hebraicas e árabes.

Esse alfabeto primitivo possuía 46 letras, entretanto, no idioma russo, até a Revolução de 1917, permaneceram somente 35, que hoje seriam 37, já que as letras Ё e Й eram consideradas apenas variações das letras E e И respectivamente. Esse alfabeto consistia das seguintes letras: А, Б, В, Г, Д, Е (Ё), Ж, З, И, (Й), І, К, Л, М, Н, О, П, Р, С, Т, У, Ф, Х, Ц, Ч, Ш, Щ, Ъ, Ы, Ь, Ѣ, Э, Ю, Я, Ѳ, Ѵ. A última letra, “V”, entrou no alfabeto russo, mas a sua utilização quase desapareceu, já que ela aparecia somente em algumas palavras. A última reforma importante do alfabeto russo foi realizada entre 1917-1918 e suprimiu mais duas letras, o que resultou em seu alfabeto atual, com 33 letras. Este alfabeto também serviu de base para a escrita da maioria dos idiomas da ex-União Soviética, cuja escrita estava ausente ou foi substituída pela autoridade soviética até o início do século XX.

Equivalência do alfabeto cirílico com o alfabeto latino:

Latino - A,a; B,b; C,c; D,d; E;e; F,f; G,g; H,h; I,i; J.j; K,k

Cirílico -   A,a; Бб;  Чч;   Дд;   Ее;  Фф; Гг;   Гг;   Ии; J,j; K,k

Latino -  L,l; M,m; N,n; O,o; P,p;  R,r; S,s; T,t; U,u; V,v;  Z,z

Cirílico -Лл; M,m; Нн;  O,o; П,п; P,p; C,c; T,t; Y,y; B,b;  Зз





O alfabeto cirílico é um dos mais antigos da história, junto dos alfabetos latino, árabe e dos logogramas chineses. Sua origem se deu no século 10 d.C. na Bulgária. Contudo, não foi o primeiro alfabeto derivado da região. Anteriormente a este, têm-se o alfabeto gótico de Úlfilas e o glagolítico, de São Cirilo.

O alfabeto cirílico é usado em vários países tais como : Rússia, Ucrânia, Bulgária, Sérvia, Cazaquistão, Uzbequistão, Bielorrússia, e outros.

No século XVI, em 1708, o czar russo Pedro, o Grande, conduziu uma reforma ortográfica, introduzindo, assim, novos tipos de letras cirílicas. O novo conjunto de letras foi denominado de escrita civil e serviu de base para todos os alfabetos cirílicos modernos. A reforma de Pedro foi impulsionada pela difusão do latim entre os mais escolarizados na Rússia, em um período que compreende o ano de 1680 a 1690. Outro fator atuante para que a reforma fosse realizada foi o compromisso firmado entre os defensores da velha tradição cirílica e os defensores da cultura da Europa Ocidental. 


Muitas das letras cirílicas antigas foram substituídas por outras semelhantes, de modo que os novos símbolos se configuraram enquanto versões simplificadas das antigas letras, tornando-as mais fáceis de serem usadas em impressões de documentos administrativos e materiais educativos. Os sinais de acentuação e de abreviações também sofreram diversas modificações.



Fontes:
wikipedia.org
google.com
korntraducoes.com.br
cursorusso.com.br
blogs.unicamp.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

 Hoje vamos falar do conto "O Alienista" do maior escritor brasileiro,  Machado de Assis.


Publicado em 1882, no livro de contos "Papéis avulsos", por isso chamado de conto, mas por sua estrutura narrativa,  com muitos personagens, narrativa mais longa,  muitos o consideram uma novela.



Resumo do livro “O Alienista” de Machado de Assis



O personagem principal é o Dr. Simão Bacamarte, afamado médico tanto na Europa como no Brasil.

De volta à sua cidade Itaguaí, ele começa a estudar os casos mais complexos de distúrbios psíquicos, e emocionais, catalogando essas características em cada pessoa, e tentando encontrar um padrão que definisse a razão e a loucura.

Naquela época, os deficientes mentais eram trancados num cômodo da casa, e lá deixados afastados do convívio familiar, meio que escondidos dos olhares de outras pessoas.

Simão Bacamarte resolveu criar um local onde todos aqueles que fossem diagnosticados com distúrbios mentais pudessem conviver com seus iguais, dessa forma, segundo ele, o tratamento seria mais eficaz.

Chamou esse local de Casa Verde, e mandou para lá todos que ele considerava loucos.


Resultado de imagem para o alienista



Na cidade, foi uma agitação total, com todos comentando a loucura de juntar todos os loucos num só lugar.

Em princípio, Simão decidiu expor a sua ideia ao padre Lopes, que achou a ideia absurda.

A despeito das opiniões em contrário, Simão começa colocar seu plano em funcionamento, e começa a internar os diagnosticados por ele com algum distúrbio.

Os primeiros internados na Casa Verde foram os com mania de discursar, como Martim Brito,(Martim Brito fez um discurso em homenagem à ilustre dama, enfatizando que, na criação dos homens, “Deus quis vencer a Deus e criou D.. Evarista”. O alienista viu ali um caso típico de lesão cerebral, e o moço foi recolhido... )

Aqueles ditos como vaidosos a exemplo do alfaiate Matheus, os que eram gentis demais, como Gil Bernardes e até os que emprestavam dinheiro não escaparam do doutor. Numa noite, a mulher de Simão estava indecisa quanto ao colar o qual deveria usar para o baile. Para Bacamarte não lhe restaram dúvidas: internou a própria esposa classificando o seu comportamento como uma insanidade.

Todos os critérios eram regidos pelo alienista, contando também com o apoio e a ordem da Igreja e dos poderes da época. Seguindo esse conceito, o Dr. Simão internou um número alarmante de pessoas. O povo indignado resolve tramar uma rebelião contra as injustiças cometidas. O levante foi liderado pelo barbeiro Porfírio o qual promete pôr abaixo as paredes do manicômio. O movimento, que ficou conhecido como “Revolta do Canjica”, tinha sido batizado dessa forma por Canjica ser o apelido do barbeiro.

Diante dos protestos na frente da sua casa, o doutor recebe a massa com indiferença e retorna aos seus afazeres. No entanto, Porfírio tinha o intuito de seguir carreira política e, ao chamar Simão para uma reunião acaba se aliando a ele. E as internações continuam na cidade.

Com o tempo os critérios para a internação são modificados.
Simão passa a considerar outra teoria: louco seria aquele que possui a mente em perfeito equilíbrio e não o que tem o juízo doentio. A parte desta nova descoberta, Bacamarte libera os antigos loucos e interna agora o padre Lopes, a esposa de Crispim e Porfírio. Depois de um breve tempo, até que os novos internados pudessem revelar algum tipo de desequilíbrio, Simão Bacamarte libera-os.

Contudo, o alienista não estava satisfeito. Chegou à conclusão de que ninguém estava realmente doente e os desequilíbrios notados já faziam parte do comportamento dos mesmos.
Simão decide pôr-se a estudar seu próprio estado mental. Por fim, declara-se o único equilibrado da vila, trancando-se na Casa Verde. Morre depois de 17 meses.

A sátira e a ironia presentes na obra machadiana, se repete nessa obra.

Num contexto histórico a obra de Machado de Assis se desenvolve no final do século XIX, uma era que se dava o despertar da ciência e suas teorias mais avançadas.


Resultado de imagem para o alienista



No Rio de Janeiro em 1841, surge o asilo provisório, e no mesmo local em 1852, surge o Hospício D.Pedro II, que segue o modelo das instituições francesas, idealizadas pelos Dr Pinel e Dr. Esquirol.

Machado faz uma sátira e uma crítica à tentativa das explicações científicas para todas as mazelas da sociedade da época.

Assim Simão Bacamarte, é um esteriótipo do médico e cientista que detém o poder do conhecimento e arrogância de não admitir discussões sobre suas ideias e seus métodos .

Outra crítica, bastante hilária da Machado é a respeito das patologias encontradas pelo Dr. Bacamarte, para diagnosticar a loucura nas  pessoas.

Assim o homem mais honesto da cidade foi internado, porque não era "normal" tamanha honestidade naquela sociedade. Assim como aquele que não mentia, ou outro que mentia demais, o ganancioso, o indeciso, o que orava muito, o muito obediente, o muito rebelde, para tudo o Dr. Simão Bacamarte tinha uma explicação para internação.


Ao contar a história de um doutor que procura explicar, por meio de teoria, a loucura; Machado mostra uma ciência que por si só é incerta, isto é, nos mostra o quanto somos frágeis diante de certas situações, pois, se os médicos, que detém o conhecimento, não conseguem explicações lógicas para certas ocorrências da vida, como poderia, então, encontrá-las, os seres meramente “comuns”? Dessa forma, a obra de Machado consegue ultrapassar o seu tempo e está bem presente na atualidade, uma vez, que ela permite a reflexão, mostra-nos a literatura como uma fonte de consciência que nos leva ao questionamento dos desmandos cometidos por quem detém o poder. Assim como faz o protagonista do conto, usa a ciência como sua “arma” única para explicar os seus desmandos, “– A ciência, disse ele a sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo” (Assis, 2009, p. 09). A obsessão de Bacamarte em estudar e entender o estágio da loucura humana torna-se tão intensa, que chega a um ponto em que a população já não consegue mais definir quem realmente estava louco, ou se alguém realmente era louco.

Em 1993 a Globo exibiu uma minissérie com Marco Nanine e Giulia Gam, com o título de "O Alienista e as aventuras de um Barnabé" baseado na obra de Machado de Assis.


Casa Verde






O filme "Azyllo muito louco" de Nelson Pereira dos Santos de 1970 com Nelson Dantas, Nildo Parente, Isabel Ribeiro  e Leila Diniz.




O filme rodado em Paraty, foi baseado também na obra "O Alienista"





Fontes:

laerciomendonca.blogspot.com.br
estudopratico.com.br
guiadoestudante.abril.com.br
coladaweb.com
repositorio.uniceub.br
wikipedia.org
todamateria.com.br

domingo, 15 de janeiro de 2023

Hoje vamos falar da obra "A Moreninha" de Joaquim Manoel de Macedo.


A Moreninha



Publicada em 1844, a obra marca o inicio da ficção do romantismo brasileiro.


Capítulo 1  

 Aposta 

Imprudente Bravo! exclamou Filipe, entrando e despindo a casaca, que pendurou em um cabide velho. Bravo!... interessante cena! mas certo que desonrosa fora para casa de um estudante de Medicina e já no sexto ano, a não valer-lhe o adágio antigo: - o hábito não faz o monge. - Temos discurso!... atenção!... ordem!... gritaram a um tempo três vozes. - Coisa célebre! acrescentou Leopoldo. Filipe sempre se torna orador depois do jantar... - E dá-lhe para fazer epigramas, disse Fabrício. - Naturalmente, acudiu Leopoldo, que, por dono da casa, maior quinhão houvera no cumprimento do recém-chegado; naturalmente. Bocage, quando tomava carraspana, descompunha os médicos.

Primeiro  capítulo do romance A Moreninha.



Considerado o primeiro romance romântico brasileiro propriamente dito, A Moreninha , obra-prima de Joaquim Manuel de Macedo, segue a tendência do romance-folhetim, alcançando grande repercussão por apresentar os quesitos necessários para satisfazer o gosto do leitor da época: o namoro difícil ou impossível, a comicidade, a dúvida entre o desejo e o dever, a revelação surpreendente de uma identidade, as brincadeiras de estudantes e uma linguagem mais inclinada para o tom coloquial.

O romance é narrado em terceira pessoa, com narrador onisciente. O tempo transcorre na ordem cronológica, apenas uma volta ao passado, nos capítulos sete e oito, quando Augusto conta à D. Ana, avó de seu amigo Filipe, o episódio de seu juramento amoroso. A história se passa e dois lugares: na cidade do Rio de Janeiro, representando a vida urbana e social, e na ilha de Paquetá onde mora D. Ana, simbolizando o paraíso de amor. O estilo do texto é marcado pelo ritmo ágil, com a presença frequente de diálogos entre os personagens, o que nos dá a impressão de que a história está acontecendo no ato da leitura.


Ilha de Paquetá - RJ

Esse livro um dos primeiros romance do Romantismo no Brasil.



O romance A Moreninha conta a história de amor entre Augusto e D. Carolina (a moreninha). Tudo começa quando Augusto, Leopoldo e Fabrício são convidados por Filipe para passar o feriado de Sant’Ana na casa de sua avó. Os quatro amigos estudantes de medicina vão para a Ilha de Paquetá passar o feriado e lá encontram D. Ana, a anfitriã, duas amigas, a irmã de Filipe, D. Carolina e suas primas Joana e Joaquina. Antes de partirem Filipe havia feito uma aposta com Augusto: se este voltasse da Ilha sem ter se apaixonado verdadeiramente por uma das meninas, Filipe escreveria um romance por ter perdido a aposta. Caso se apaixonasse, Augusto é quem deveria escrevê-lo.
Augusto era um jovem namorador e inconstante no amor. Fabrício revela a personalidade do amigo a todos num jantar, o que faz Augusto ser desprezado pelas moças, menos por Carolina. Sentindo-se sozinho, Augusto revela a D. Ana, em uma conversa pela Ilha, que sua inconstância no amor tem a ver com as desilusões amorosas que já viveu e conta um episódio que lhe aconteceu na infância. Em uma viagem com a família, Augusto apaixonou-se por uma menina com quem brincara na praia. Ele e a menina ajudaram um homem moribundo e, como forma de agradecimento, o homem deu a Augusto um botão de esmeralda envolvido numa fita branca e deu a menina o camafeu de Augusto envolvido numa fita verde. Essa era a única lembrança que tinha da menina, pois não havia lhe perguntado nem o nome.

O fim de semana termina e os jovens retornam para os estudos, mas Augusto se vê com saudades de Carolina e retorna a Ilha para encontra-la. O pai de Augusto, achando que isso estava atrapalhando seus estudos, proíbe o filho de visitar Carolina. Depois de um tempo distantes, Augusto volta a Ilha para se declarar a Carolina. Mas ela o repreende por estar quebrando a promessa feita a uma garotinha há anos atrás. Augusto fica confuso e preocupado, até que Carolina mostra o seu camafeu. O mistério é desfeito, e, para pagar a aposta, Augusto escreve o livro A Moreninha.


O romance teve duas adaptações para o cinema (1915 e 1970) e duas para telenovelas (1965 e 1975)


Resultado de imagem para a moreninha filme

                                          Filme 1970










Novela 1ª versão - Claudio Marzo e Marília Pera (Globo 1965)


Resultado de imagem para a moreninha novela da globo 1975

Mario Cardozo e Nívea Maria 2ª versão - (Globo 1975)





Epílogo

 A chegada de Filipe, Fabrício e Leopoldo veio dar ainda mais viveza ao prazer que reinava na gruta. O projeto de casamento de Augusto e D. Carolina não podia ser um mistério para eles, tendo sido como foi, elaborado por Filipe, de acordo com o pai do noivo, que fizera a proposta, e com o velho amigo, que ainda no dia antecedente viera concluir os ajustes com a senhora D. Ana; e, portanto, o tempo que se gastaria em explicações passou-se em abraços. - Muito bem! muito bem! disse por fim Filipe; quem pôs o fogo ao pé da pólvora fui eu, que obriguei Augusto a vir passar o dia de Sant’Ana conosco. - Então estás arrependido?... - Não, por certo, apesar de me roubares minha irmã. Finalmente para este tesouro sempre teria de haver um ladrão: ainda bem que foste tu que o ganhaste. - Mas, meu maninho, ele perdeu ganhando... - Como?... - Estamos no dia 20 de agosto: um mês! - É verdade! um mês! exclamou Filipe. - Um mês!... gritaram Fabrício e Leopoldo. - Eu não entendo isto! disse a senhora D. Ana. - Minha boa avó, acudiu a noiva, isto quer dizer que finalmente está presa a borboleta. - Minha boa avó, exclamou Filipe, isto quer dizer que Augusto deve-me um romance. - Já está pronto, respondeu o noivo. - Como se intitula? - A Moreninha



Fontes:
wikipedia.org
educacao.globo.com
youtube.com
objdigital.bn.br
google.com

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

 Vamos falar do filosofo polonês, Arthur Schopenhauer. 




Nasceu em Danzig, atual Gdansk, Polônia em 22 de fevereiro de 1788 e morreu em Frankfurt, Alemanha em 21 de setembro de 1860.




Em consequência de nossas. considerações anteriores, com toda a coincidência interna entre Kant e Platão, e a identidade do objetivo que ambos tinham em mente, ou a concepção de mundo, que os estimulava e conduzia ao filosofar, mesmo assim ideia e coisa em si não são simplesmente uma e a mesma: mas a ideia é para nós somente a objetividade imediata, e por isto adequada, da coisa em si, que porém ela própria é a vontade, a vontade enquanto ainda não objetivada, ainda não tornada representação. Pois a coisa em si deve, conforme Kant, ser livre de todas as formas presas ao conhecimento como tal: e é apenas um erro de Kant (como será mostrado no suplemento) , que ele não incluísse entre estas formas, antes de todas as outras, o ser-objeto-para-um-sujeito, por ser justamente esta a forma primeira e mais geral de todo fenômeno, isto é, representação; eis porque ele deveria ter recusado expressamente a sua coisa em si o ser objeto, o que o teria preservado daquela grande inconsequência, que não se tardou em descobrir. A ideia platônica, por outro lado, é necessariamente objeto , algo reconhecido, uma representação, e justamente devido a isto, e somente devido a isto, distinta da coisa em si; ela se despojou apenas das formas subordinadas do fenômeno, todas por nós compreendidas sob o princípio de razão, ou melhor, ainda não as adotou; contudo manteve a forma primeira e mais geral, a da representação em geral, do ser objeto para um sujeito.

 (O mundo como vontade e representação - Livro III)


Segundo ele não podemos separar o objeto do sujeito. O objeto não existe sem o sujeito.

Critico ferrenho de George Wilhelm Hegel. A partir de ideias de Immanuel Kant, ele desenvolveu o sistema metafísico e ético.



O amor é  apenas a vontade cega e irracional que todos os seres têm de se reproduzirem, dando assim continuidade à vida e, por conseguinte, ao sofrimento. A sensação de felicidade que o amor traz é apenas o interrompimento temporário do querer, a fuga de uma dor imposta pela vontade. 

Para Schopenhauer, somente o sofrimento é positivo, pois se faz sentir com facilidade, enquanto que aquilo ao qual chamamos felicidade é negativo, pois é a mera interrupção momentânea da dor ou tédio, sendo estes últimos a condição inerente à existência. Considerava esse impulso de reprodução, esse "gênio da espécie", tão forte como o medo da morte, daí que muitos amantes arriscam a vida e a perdem obedecendo a este desejo.


Schopenhauer


"Friedrich Nietzsche certamente é um dos filósofos mais influenciados pela sua teoria, que foi influente também e em especial no mundo das artes. Encontramos vestígios de sua perspectiva sobre o sofrimento na literatura, nas obras de Thomas Mann, Leon Tolstoi e Machado de Assis, para mencionar apenas alguns. Também é conhecida sua influência sobre Richard Wagner, evidente em sua ópera intitulada Tristão e Isolda."

A vontade é a essência do mundo e é conflito que leva à dor causada pela força contínua opositora entre as vontades do mundo. A vontade nasce do descontentamento do próprio estado e é um sofrimento enquanto não é satisfeita, mas mesmo que satisfeita a satisfação não dura e a vontade satisfeita se inclina para um novo estado de descontentamento, em um processo de geração de vontades infinito, sendo também infinita a dor e o sofrimento gerados nesse processo.
Essa cadeia de geração de vontade e sofrimento só pode ser superada através da arte. Na experiência estética o homem se anula como vontade esquecendo-se de si mesmo e do seu sofrimento.

Arthur Schopenhauer era um pessimista.  Para Schopenhauer, o prazer é momento fugaz de ausência de dor e não existe satisfação durável. Todo prazer é ponto de partida de novas aspirações, sempre obstadas e sempre em luta por sua realização: "Viver é sofrer". Nesse sentido, verifica-se como seu pessimismo não é gratuito, dado que suportado por uma antropologia-metafísica-realista de fundo, apresentando-se, deste modo, como apanágio e característica natural desta.

Segundo ele "a palavra “vontade”, assim, não faz referência a um ato consciente e distancia-se do nosso uso comum; indica, antes, um poder ou impulso dos seres para a vida, uma vontade de vida.

Algumas afirmações do filosofo que mostram todo seu pessimismo:


- Dos sete dias da semana, seis são de dor e necessidade e um é de tédio.

- O homem é o único animal que faz os outros sofrerem só para os ver sofrer.

- O homem sente prazer com o mal alheio.

- Na vida humana a infelicidade é a regra.

- A vida é esmola que prolonga a vida para seguirmos no tormento.

- A história é acaso cego e o progresso é ilusão.

A Vontade é a próxima essência da subjetividade, isto é, é a própria essência do “eu”. Irracional, desprovida de conhecimento, causa em si mesma, sem fundamento, possuidora de um infinito desejo de afirmar-se, a Vontade é o que faz as aves migrar e os tigres acasalar. Nos outros animais, a Vontade se expressa no instinto. 

Diferentemente de outros animais, o homem possui consciência de sua vontade: “A Vontade é um cego robusto que carrega um aleijado que enxerga” – esse aleijado é a nossa consciência. No homem, a Vontade é o fundamento do querer viver, do sentimento de posse, do dominar, do afirmar-se: “A vida humana, pois, passa-se toda em querer e em adquirir”. 




Fontes:
wikipedia.org
google.com
brasilescola.uol.com.br
filosofia.com.br
subllimefilosofia.com.br
guiadoestudante.abril.com.br








domingo, 8 de janeiro de 2023

Vamos falar hoje da linda canção "Trem Azul" de Lô Borges e Ronaldo Bastos. Essa canção foi lançada em 1972 no álbum "Clube da esquina", e foi gravada além de Lô Borges por Milton Nascimento e Elis Regina, além de outros cantores e cantoras.





Trem azul

Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar

Uoh uoh uoh oh yeah yeah yeah
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
O Sol na cabeça

Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar
Não se cansam de voar

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
O Sol na cabeça
Yeah yeah yeah

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
O Sol na cabeça
Yeah yeah yeah

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
O Sol na cabeça eh yeah

Mas, afinal o que quer dizer trem azul ?

Ronaldo Bastos fez uma metáfora com a paz e a tranquilidade de um céu azul. Quando dizemos que "está tudo azul" queremos dizer que está tudo bem, sem problemas.

Imaginemos um trem azul percorrendo os lindos caminhos do interior mineiro, com raios de sol iluminando seu caminho e refletindo em suas cores azuis.






Trem azul - Elis Regina


Existe um trem luxuoso na África do Sul que faz o percurso de Pretória até a Cidade do Cabo, chamado de trem azul.



Coisas que a gente se esquece de dizer; como muito obrigado, com licença, eu te amo, por favor....

Frases que às vezes vem o vento me lembrar...

Na tranquilidade do trem azul, com o vento batendo em nosso rosto e a luz do sol aquecendo nosso corpo, nos lembramos das coisas pequenas e importantes de nossa vida.

Trem azul - Lô Borges e Milton Nascimento


Existe um famoso álbum de jazz do saxofonista John Coltrane, chamado Blu Train de 1957.



Fontes:

wikipedia.org
historidadoesporte.wordpress.com
letras.com.br
google.com



Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...