terça-feira, 29 de novembro de 2022

Vamos falar do livro de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, "Como as democracias morrem".




Daniel Ziblatt e Steven Levitsky são professores de ciência política da Universidade de Harvard. O foco da pesquisa de Levitsky é na América Latina e em países em desenvolvimento, enquanto Ziblatt estuda a Europa do século XIX. Depois da eleição de Donald Trump, os dois professores uniram seus conhecimentos para realizar, no livro Como as democracias morrem, uma análise sobre o enfraquecimento das democracias ao redor do mundo na atualidade, comparando-os com casos passado. Ziblatt e Levitsky focam seus estudos na história da democracia norte-americana, descrevendo sua formação, momentos de crise e como o sistema de freios e contrapesos da Constituição dos Estados Unidos, bem como as regras não escritas, serviram para defender a manutenção da democracia mais antiga do mundo moderno, agora possivelmente ameaçada por um presidente de fora do establishment político que apresenta traços autoritários.

Podemos visualizar isso também no Brasil com o Governo de Jair Bolsonaro, esse sim um político experiente com vários mandatos de deputado federal, que sempre foi uma figura do chamado "baixo clero", e que, de repente, tornou-se presidente do Brasil.

A subversão democrática na maioria das vezes se daria através de medidas graduais e se iniciaria, na verdade, já através de medidas simbólicas e discursos polarizadores que buscam construir a ideia de ilegitimidade dos opositores. E prossegue através da captura ou neutralização de instituições de controle, tais como Procuradorias, Cortes de Justiça ou Tribunais de Contas, removendo seus membros mais independentes e/ou preenchendo-as com lealistas fanáticos, tanto para diminuir os riscos e limitações que tais instituições representariam aos objetivos do autocrata, quanto pelo potencial que representam na coerção dos adversários, que passam a enfrentar um campo de atuação cada vez mais desnivelado. E, apesar de as tendências autoritárias de líderes autocráticos serem frequentemente reconhecíveis e por vezes mesmo explicitamente anunciadas, desde muito antes de suas chegadas ao poder, tais líderes acabam sendo "normalizados" por parte de elites políticas que neles enxergam a possibilidade de se livrar de adversários incômodos. Minimizando os riscos ao próprio regime democrático, aproveitam-se de maneira interessada dos abusos contra seus adversários e terminam na maioria.

Estamos vivenciando, infelizmente isso em nosso país, onde o conceito de democracia é visto de forma enviesada e elitista por alguns brasileiros.





Democracia é um regime para todas as pessoas e não para um grupo determinado da sociedade. A democracia não é um regime que atenda os meus desejos e sim o que atende todos os cidadãos.

O livro coloca os partidos como os legítimos guardiões da democracia, pois são os responsáveis por escolher os candidatos que vão concorrer aos cargos públicos. Dessa forma, é necessário ter muita cautela e um processo seletivo rigoroso que impeça indivíduos despreparados ou com discursos autoritários de serem eleitos. Como citado anteriormente, os autores mostram exemplos em que essas “grades de proteção” (sic) falharam. Mas também demonstra casos em que os partidos conseguiram afastar autocratas de chegarem ao poder.Nos Estados Unidos, muitos autocratas já tentaram concorrer à presidência, porém os mecanismos de seleção dos partidos Democrata e Republicano ajudaram a impedir que isso ocorresse. Henry Ford, um magnata outsider conquistou bastante fama utilizando-se do seu semanário “Dear Born Independent” para disseminar suas opiniões contra banqueiros, judeus e comunistas, publicando artigos que afirmavam haver uma conspiração de bancários judeus contra o povo americano. Suas visões radicais se popularizaram rapidamente, e Ford era cotado para disputar a presidência. Os caciques do Partido Democrata consideraram a ideia absurda, e se mostraram totalmente contrários a terem um outsider com ideais preconceituosos como candidato à presidência. Ao perceber que dificilmente conseguiria a indicação dos Democratas, Ford desistiu da ideia. 


Henri Ford tinha ideais antissemitas e apoiava o regime totalitário nazista. 



Fontes:
ojs.ufpi.br/
periodicos.uff.br
google.com
wikipedia.org
aventurasnahistoria.uol.com.br

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