quarta-feira, 2 de novembro de 2022

 Lendas do folclore brasileiro.


A população brasileira sempre foi muito religiosa, conservadora e sempre se alimentou de lendas e crendices. Isso faz parte da cultura e do folclore.

Folclore (folk - povo + lore história)



Cuca





A Cuca é uma personagem do folclore brasileiro que ficou muito conhecida como a figura de uma velha senhora com corpo de réptil.

Na verdade, trata-se de uma feiticeira com poderes de encantar e raptar crianças, como vemos na cantiga popular Nana Neném:


Nana, neném
Que a Cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar


Reza a lenda que a bruxa Cuca dorme uma vez a cada sete anos. Por isso, os pais tentam convencer as crianças a dormirem nas horas corretas, pois, do contrário, serão levadas pela Cuca.

A lenda tem origem em Portugal. No Brasil, essa lenda ganhou projeção ao integrar as histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, obra literária de Monteiro Lobato que tem 23 volumes, escritos entre 1920 e 1947.


Saci-pererê





A lenda do Saci-pererê existe desde fins dos tempos coloniais e tem origem nas tribos indígenas do sul do Brasil.

O termo “Saci" vem do termo tupi sa'si, que está relacionado a um pássaro, que é conhecido pelos nomes “Saci”, “Matimpererê” ou “Martim-pererê” (em tupi: matintape're).

Inicialmente, o Saci era retratado como um personagem negro e endiabrado, que possuía duas pernas e um rabo.

A partir da influência africana, ele perde a perna lutando capoeira e adquire o hábito de fumar o pito, ou seja, o cachimbo.

O gorrinho vermelho do Saci-pererê, por sua vez, advém do folclore do norte de Portugal. Era utilizado pelo lendário Trasgo, que possuía poderes sobrenaturais.

A lenda é contada em todas as regiões brasileiras e, por isso, a estória modifica-se conforme o local. Em alguns lugares, ele possui nomes diferentes como: Saci-Cererê, Matimpererê, Matita Perê, Saci-Saçurá e Saci-Trique.


A lenda garante que para capturar o Saci-pererê, a pessoa deve arremessar uma peneira nos redemoinhos de vento. Dessa maneira, após capturá-lo, é necessário retirar-lhe o gorro para prendê-lo em uma garrafa.

Acredita-se que o Saci nasceu do broto de bambu, permanecendo ali até os sete anos e, após esse período, vive mais setenta e sete praticando suas travessuras entre os humanos e os animais.


Curupira





O Curupira, conhecido como “demônio da floresta”, assobia e utiliza falsos sinais.

Ele reúne muitas histórias que envolvem mistérios inexplicáveis, por exemplo, o desaparecimento de caçadores, bem como o esquecimento dos caminhos.

Dizem que com seus pés virados para trás, o Curupira engana e confunde as pessoas que danificam seu habitat, por exemplo, os caçadores, madeireiros, lenhadores, etc.




Há controvérsias sobre a data de criação da lenda do Curupira. Contudo, o padre jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597) escreveu sobre o personagem no XVI, denominando-o como “demônio que acometem os índios”.

Para os índios e os bandeirantes, o Curupira era considerado uma criatura perigosa, demoníaca, maliciosa, muito temida.

Isso porque esse personagem esteve associado a muitos casos de violência, abusos sexuais, rapto de crianças e horror psicológico.

Capaz de enfeitiçar as crianças, o Curupira as raptava e somente depois de sete anos elas eram devolvidas aos pais. Por isso, ele ficou conhecido como o mau espírito, disposto a assombrar as noites dos índios e dos bandeirantes.


Mula sem cabeça





Também associada ao fogo, a Mula sem cabeça é um personagem presente na cultura Ibérica e adotada nas regiões do nordeste e sudeste do Brasil.

O mito conta sobre uma mulher que recebe uma punição por namorar o padre da comunidade e é transformada em mula. No lugar da cabeça do animal há uma grande tocha de fogo.



Acredita-se que o feitiço dura desde o final de tarde da quinta-feira até a manhã do dia seguinte. Durante esse tempo, a mula cavalga pelos pastos relinchando alto e assustando os moradores.

É curioso pensar que o mito conta sobre um castigo aplicado contra a mulher. Entretanto, quem comete o “crime” é o padre, afinal é ele quem faz voto de castidade. Assim, é possível interpretar a história como parte da cultura patriarcal que culpabiliza a mulher e a pune.


Lobisomem





O lobisomem é um homem que, nas noites de lua cheia, se transforma em uma enorme e feroz criatura, metade homem, metade lobo.

Assim, ele é uma figura antropozoomórfica, ou seja, que tem características humanas (antropo) e animais (zoo). Esse tipo de personagem híbrido aparece em diversas culturas, como na mitologia grega e nas divindades egípcias, por exemplo.




Aliás, na mitologia grega há uma história semelhante em que um sujeito chamado Licaón é transformado por Zeus em lobisomem. Por conta disso, o lobisomem é conhecido também como Licantropo.

No caso do lobisomem da cultura popular brasileira, o mito conta que o oitavo filho de um casal provavelmente será uma dessas criaturas.

Outra variante diz que o sétimo filho homem de uma sucessão de filhos do mesmo sexo, pode transforma-se em lobisomem. Ou também que se uma mãe tiver seis filhas mulheres e o sétimo for homem, este se transformará em lobisomem .

Outras versões contam que é o sétimo filho depois de 6 mulheres. Há ainda a crença de que bebês não batizados se transformariam em lobisomens.



Fontes:

todamateria.com.br
culturagenial.com
google.com
queromedo.com.br
wikipedia.og

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