Vamos falar da escritora Alfonsina Storni, nascida na Suíça em 29 de maio de 1892, e que viveu toda sua vida na Argentina, para onde se mudou com 4 anos, junto com seus pais.
Começou trabalhar cedo para ajudar a família. Aos 16 a menina ficou órfã e foi trabalhar como operária numa fábrica de chapéus. Lá conheceu organizações sindicais, movimentos feministas e anarquistas. Em seguida, incentivada pela mãe, ficou em turnê por um ano viajando com uma companhia de teatro, como atriz. Sem suportar o assédio dos homens, retornou à casa da mãe e decidiu tornar-se normalista na escola recém-aberta.
Já professora rural e envolvida afetivamente com um político de Rosário, Alfonsina engravidou. Decidiu assumir sozinha a maternidade e rumou a Buenos Aires, cidade grande na qual poderia ser mãe solteira, com algo menos de dificuldades. Nesse período de formação, estavam dadas as bases da formação intelectual de Alfonsina: as línguas e as leituras que adquirira com a família, a experiência com atriz, a frequentação do mundo proletário e, agora, a solidão da maternidade independente Aos 19 anos encerrada num escritório ela diz: "Me acalanta uma canção de teclas; as divisórias de madeira se erguem como diques para além da minha cabeça; barras de gelo refrigeram o ar às minhas costas; o sol passar pelo telhado mas não posso vê-lo; baforadas de asfalto quente entram pelos vãos e a campainha do bonde chama ao longe. Cravada na minha cadeira, ao lado de um horrível aparelho para imprimir discos, ditando ordens e correspondências para a datilógrafa, escrevo meu primeiro livro de versos. Deus te livre, meu amigo, de A inquietude do roseiral…! Mas eu o escrevi para não morrer.”
O eu lírico de Alfonsina é feminino, do primeiro ao último verso de sua obra, e a perspectiva que nele adota é – não raro – sensual ou demolidora. Com obra tão potente, Storni apresentou-se com desenvoltura em teatros, balneários, bares e sindicatos, conquistando um público bastante diverso ao longo dos anos.
Com forte inspiração em Baudelaire e no italiano Gagriele D`Annuzzio, escrevia uma poesia avançada, fato que lhe renderam criticas do poeta Jorge Luís Borges, ironicamente uma escultura sua ao lado de Carlos Gardel e de Borges é destaque no Café Tortoni em Buenos Aires.
Soledad
Podría tirar mi corazón
desde aquí, sobre un tejado:
mi corazón rodaría
sin ser visto.
Podría gritar
mi dolor
hasta partir en dos mi cuerpo:
sería disuelto
por las aguas del río.
Podría danzar
sobre la azotea
la danza negra de la muerte:
el viento se llevaría
mi danza.
Podría,
soltando la llama de mi pecho,
echarla a rodar
como los fuegos fatuos:
las lámparas eléctricas
la apagarían…
Melancolia Oh muerte
Yo te amo,
pero te adoro, vida...
Cuando vaya en mi caja para siempre dormida,
Haz que por vez postrera
Penetre mis pupilas el sol de primavera.
Déjame algún momento bajo el calor del cielo,
Deja que el sol fecundo se estremezca en mi hielo...
Era tan bueno el astro que en la aurora salía
A decirme: buen día.
No me asusta el descanso, hace bien el reposo,
Pero antes que me bese el viajero piadoso
Que todas las mañanas,
Alegre como un niño, llegaba a mis ventanas.
Descobre-se portadora de câncer de mama em 1935. O suícidio de um amigo, o também escritor Horacio Quiroga, em 1937, abala-a profundamente.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”.
Voy a dormir
DIENTES de flores, cofia de rocío,
manos de hierbas, tú, nodriza fina,
tenme prestas las sábanas terrosas
y el edredón de musgos escardados.
Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame.
Ponme una lámpara a la cabecera;
una constelación, la que te guste;
todas son buenas: bájala un poquito.
Déjame sola: oyes romper los brotes..
te acuna un pie celeste desde arriba
y un pájaro te traza unos compases
para que olvides... Gracias. Ah, un encargo:
si él llama nuevamente por teléfono
le dices que no insista, que he salido...
Alfonsina y el mar - Mercedez Sosa
Consta que suicidou-se lançando-se ao mar — o que foi poeticamente registrado na canção "Alfonsina y el mar", gravada por Mercedez Sosa; seu corpo foi resgatado do oceano no dia 25 de outubro de 1938. Alfonsina tinha 46 anos.
Fontes:
revistacult.uol.com.br
wikipedia.org
google.com
youtube.com
escamandro.wordpress.com
ingenieria.unam.mx
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