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domingo, 1 de maio de 2022
Hoje comemora-se o Dia do Trabalhador.
A data surgiu de uma situação de conflito entre trabalhadores e patrões. Ela foi escolhida como homenagem a uma greve geral que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, centro industrial dos Estados Unidos. Neste dia, os trabalhadores revoltados com as condições desumanas de trabalho saíram às ruas para fazer suas reivindicações. Uma das reivindicações era a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. O ato paralisou os Estados Unidos e ficou marcado por passeatas, piquetes e violência. Os confrontos entre policiais e operários resultaram na morte de centenas de manifestantes e policiais. Além disso, dezenas de pessoas ficaram feridas no conflito conhecido como Revolta de Haymarket. Para lembrar e homenagear este dia de reivindicações, mortes e lutas por melhores condições de vida para o trabalhador, um congresso socialista, realizado em Paris em 1889, instituiu o dia 1º de maio como o Dia Mundial do Trabalho.
O grande escritor Mário de Andrade escreveu um conto intitulado, "Primeiro de Maio".
"Era Primeiro de Maio e 35, carregador da Estação da Luz, acordou, tomou banho e barbeou-se para celebrar de forma digna o seu grande dia. 35, enquanto se barbeava, matutava sobre a condição de opressão da classe proletária, sobre os rumores dos “motins” que poderiam se instaurar no Primeiro de Maio em outras grandes cidades e se compadecia de seus iguais, trabalhadores. Vestido com uma roupa preta de luxo, 35 saiu para aproveitar o seu grande dia. Decidiu percorrer a cidade, passou na Estação da Luz para cumprimentar os amigos. Havia pouca gente nas ruas, tudo fechado, o que havia de fato eram policiais em todos os cantos."
Esse trecho do conto nos mostra o real motivo de 1º de Maio; um dia de reinvindicações dos trabalhos por melhores condições de trabalho e de renda. O carregador 35, jamais se conformou com a total alienação e conformismo de seus companheiros sobre a data e a falta de lutar por algo melhor.
A manchete no jornal mostra a visão da elite sobre as reinvindicações dos trabalhadores
A Greve Geral de 1917 foi um movimento provocado pelos operários e comerciantes de São Paulo nos meses de junho e julho.
Os trabalhadores pediam melhores condições de trabalho e aumento de salário. Depois de cinco dias de paralisação geral, os grevistas tiveram suas reivindicações atendidas.
A paralisação começou na fábrica Crespi que empregava 2000 trabalhadores, no bairro da Moca. Os operários pediam aumento de salário, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e do trabalho feminino à noite.
A repressão policial foi violenta, resultando na morte do trabalhador espanhol José Martinez.
Esse movimento se espalha por outras fábricas do bairro provocando a adesão de mais operários. Inspirados pelas ideias anarquistas divulgadas pelo jornalista Edgar Leuenroth, os trabalhadores fazem os primeiros comícios em bairros e praças públicas.
Durante a ditadura de 1964, sindicatos foram fechados e greves e assembleias foram proibidas, até que em 1978 estourou a greve do ABC, desobedecendo uma Lei arbitrária e antidemocrática.
Estádio de Vila Euclides
Hoje em dia a preocupação com as condições de trabalho, com o emprego, e com o salário, torna-se mais premente ainda. Ano a ano os direitos dos trabalhadores estão sendo aviltados, trabalho escravo são identificados em vários lugares, sindicatos estão sendo desmobilizados e subempregos estão se alastrando pelo país afora.
Tudo o que o trabalhador conquistou, como vale transporte, vale alimentação, refeição, férias remuneradas, 1/3 de férias. 13º salário, foram frutos de lutas e grandes esforços.
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