Vamos falar da Inquisição, ou o Tribunal do Santo Ofício
Criada pelo papa Gregório IX no século XIII, seu papel era investigar, prender, julgar e executar todos aqueles que se opunha aos dogmas da Igreja Católica, ou a desafiá-la sobre qualquer outro motivo.
Em 1252 o papa Inocêncio IV, publica um documento "Ad Exstirpanda, onde utiliza o uso da tortura para conseguir a conversão.
Um caso muito conhecido dos perseguidos pela Inquisição foi o de Galileu, que foi obrigado a se retratar de suas afirmações científicas que iam contra as normas da Igreja.
Malleus Maleficarum - "O martelo das bruxas" Foi um manual criado em 1486 ou 1487, pelos frades dominicanos: Heinrich Kraemer e James Sprenger, em cumprimento da bula papal "Summis Desiderantis Affectibus" de Inocêncio VIII. Nele os Inquisidores encontravam maneiras de descobrir que usasse bruxaria.
No século XV a Inquisição teve uma breve decadência, voltando com força nos séculos seguintes, especialmente nos reinos hispânicos, onde seus reis resolveram se apossar das riquezas dos judeus na época, forçando-os à conversão ou os expulsando das terras da Europa.
Tomás de Torquemada
Tomás de Torquemada, nasceu em 1420 e morreu em Ávila em 1498.
Ele era protegido da rainha Isabel de Espanha, e seus poderes se tornaram muito grandes, na perseguição e no subjugo dos "hereges"
Torquemada sobre a proteção de Isabel de Espanha cometeu arbítrios e atos que geravam a espetaculização como em 1490 onde 8 judeus foram acusados da crucifixão de crianças, e torturados.
O que nos leva a crer que o poder em nome de um homem só causa soberba e arbitrariedade.
Em Portugal no ano de 1497 forçou a conversão de judeus, o que gerou protestos e conflitos.
Números estimados dizem que a Inquisição matou mais de 50 mil pessoas ao redor do mundo, a grande maioria eram mulheres acusadas de bruxaria.
A propósito do número de mulheres ser maior que o de homens, cabe esclarecer, que na época ao homem cabia o sustento da casa, como caça, pesca, além de irem para guerra lutar por seus reinos. à mulher cabia os serviços caseiros, cozinhar, e limpar, e criar e usar unguentos parra doenças e outras enfermidades, então elas eram mais ligadas as alquimias e as ervas como forma de medicamentos, o que era tido na Igreja Católica, como prática de bruxarias.
Giordano Bruno
Há 419 anos, em 17 de fevereiro de 1600, uma quinta-feira ensolarada, Roma presenciou um espetáculo dantesco. Centenas de pessoas lotaram o Campo dei Fiori (Campo das Flores), uma praça no centro da cidade, para assistir à morte na fogueira de Giordano Bruno, por ordem da Santa Inquisição.
Em 1575, quando Bruno leu textos proibidos do filósofo holandês Desidério Erasmo (1466-1536), o que lhe valeu o primeiro processo de excomunhão.
É provável, dizem, que o temperamento inquieto e contestador de Giordano Bruno o tivesse levado por si só à fogueira, mas ter lido Erasmo ajudou a marcá-lo como herege. Na verdade, desde cedo ele mostrou tendências heterodoxas. Ainda noviço, ele atraiu atenção pela originalidade de seus pontos de vista e por suas exposições críticas das doutrinas teológicas então aceitas.
Giordano Bruno foi executado na fogueira por heresia no dia 17 de fevereiro de 1600, em Roma. O teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano havia sido condenado pelo tribunal da Inquisição Romana. Seu julgamento durou oito anos. Ele foi acusado de negar várias doutrinas católicas, incluindo a danação eterna, a Santíssima Trindade, a divindade de Cristo, a virgindade de Maria e a transubstanciação.
E assim, mais uma vez uma voz discordante foi calada pela violência e não pelo debate, enfraquecendo ainda mais a verdade e perpetuando, através do medo, a mentira.
O panteísmo de Bruno também era motivo de grande preocupação para o clero. Para ele, Deus e o universo eram uma coisa só, sendo Deus, um ser infinito e que teria criado a Terra e o universo igualmente infinitos. Seu ensino sobre a transmigração da alma era igualmente herético para a Igreja. O conceito diz que uma mesma alma, depois de um período no império dos mortos, volta a animar outros corpos, até que transcorra o tempo de sua purificação e possa retornar à fonte da vida.
Um dos pontos principais de sua cosmologia era a tese do universo infinito e povoado por uma infinidade de estrelas, como o Sol, e por outros planetas, nos quais, assim como na Terra, existiria vida inteligente. As suas ideias sobre a relatividade teriam antecipado as de Galileu Galilei.
Bruno filiou-se ao hermetismo, estudo baseado em escrituras egípcias. Entre outras referências, esse movimento utilizava os ensinamentos atribuídos ao deus egípcio Thoth, cujo equivalente grego era Hermes, conhecido pelos seguidores como Hermes Trismegisto.
No último interrogatório pela Inquisição do Santo Ofício, ele não abjurou. Em 8 de fevereiro de 1600, foi condenado à morte na fogueira. Obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno teria respondido com um desafio: "Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam" ("Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la"). Nove dias depois, ele foi queimado na fogueira do Campo de Fiori.
No ano 2000, o cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, disse que a Igreja "lamenta" que tenha recorrido à violência no caso de Bruno, mas ressaltou que seus escritos eram "incompatíveis" com o pensamento cristão e que, portanto, ele ainda é considerado um herege.
Fontes:
bbc.com
seuhistory.com
google.com.br
wikipedia.org
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