terça-feira, 30 de setembro de 2025

Hoje vamos falar do livro infanto/juvenil "Meu pé de laranja lima" de José Mauro de Vasconcelos.






O livro foi publicado em 1968, completando, portanto 50 anos.







José Mauro de Vasconcelos



Um garoto chamado Zezé, tinha 5 anos mas gostava de dizer que ele tinha seis.

Ele vivia em uma casa de tamanho médio, seu pai se chamava Paulo, e estava desempregado, sua mãe, que por causa de seu marido desempregado trabalhava até tarde numa fábrica, e mais três irmãos: Totoca, Jandira e Glória.


Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor, onde o garoto conheceu Minguinho seu pé de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único amigo.


Como o moleque sempre foi muito arteiro, recebeu muitas palmadas e era surrado constantemente, apesar de que as vezes não tinha culpa do que acontecia.


O garoto tinha cinco anos, aprendeu a ler e por isso foi a escola mais cedo. Lá ele era um garoto muito comportado e gostava muito da professora Célia Paím, ao qual, levava flores todos os dias, e apesar de contarem a ela o diabinho que ele era, ela não acreditava.


Um dia o garoto foi pegar uma carona do lado de fora do carro, mas o carro era de um português chamado Manuel Valandarez, que tinha o carro mais bonito da cidade. O português viu isto e lhe deu uma surra que o garoto jurou se vingar.


Mas o tempo foi passando e o garoto ia se esquecendo. E num dia ele pisou num caco de vidro que abriu um corte, mas mesmo assim o garoto ficou decidido de ir para a escola.
Enquanto atravessava uma rua o português viu o garoto e pediu para ver o corte.
Vendo aquele corte enorme ele levou o garoto de carro até o hospital, e fizeram muitos ponto nele.


Desde então eles ficaram muito amigos e o português foi lhe tratando como um filho, sempre muito carinhoso.


Foram até pescar algumas vezes e passavam a tarde toda juntos. Outras vezes iam tomar sorvete e fazer outras coisas. Outra vez o português deixou o menino andar de carona em seu carro, o português o convenceu até de não falar mais palavrões.
Eles eram muito amigos até que ele recebeu a notícia que o carro do português foi esmagado por um trem, o português não resistiu e morreu.


O garoto entrou numa depressão profunda, e como a família desconhecia a sua amizade com o português, eles acharam que foi a notícia que seu pé de laranja lima seria cortado.


O garoto permaneceu dias comendo pouco, sem falar, deitado em sua cama e querendo morrer. Mas com as palavras de Glória, sua irmã preferida, ele conseguiu retornar a sua vida normal.


Este livro foi adaptado pela primeira vez em 1970, quando um filme dirigido por Aurélio Teixeira foi lançado; três telenovelas baseadas na obra foram criadas: em 1970, exibida pela TV Tupi em 1980, exibida pela Rede Bandeirantes; e em 1998, de novo exibida pela Rede Bandeirantes. Em 2003, Meu Pé de Laranja Lima foi publicado na Coréia do Sul , em forma de quadrinhos, numa edição com 224 páginas ilustradas.





Abertura da novela da Tupi em 1970








Trailer do filme





Em 2012, uma nova versão cinematográfica dirigida por Marcos Bernstein foi produzida e exibida durante o Festival do Rio a estreia foi em 19 de abril de 2013.


Fontes:
wikipedia.org
resumos.netsaber.com.br/resumo-47590/meu-pe-de-laranja-lima
youtube.com
google.com

segunda-feira, 29 de setembro de 2025








Ex-atriz da Globo e lenda da comédia, Berta Loran morreu aos 99 anos na noite de domingo (28). Mais conhecida por seus papéis em A Escolinha do Professor Raimundo (1990-1995) e Zorra Total (1999-2015), ela ficou marcada como um dos nomes mais importantes do humor no Brasil. A atriz estava internada havia dez dias em um hospital particular na zona sul do Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada. Ela deixa uma sobrinha, Ela deixa uma sobrinha, Sarita Paskin. O óbito foi confirmado pela unidade de saúde em nota. "O Hospital Copa D'Or informa, com pesar, o falecimento da senhora Berta Loran na noite de domingo (28/9) e se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes", disse em nota.





Nascida em Varsóvia, na Polônia, em 1926, Berta imigrou ainda criança para o Brasil, fugindo das perseguições contra judeus na Europa. Instalou-se com a família no Rio de Janeiro, onde começou a se interessar pelas artes. Foi nos palcos de teatro de revista que conquistou o público com sua irreverência, naturalidade e espontaneidade.





Berta Loran se tornou um rosto conhecido da televisão brasileira a partir da década de 1960. Esteve presente em programas humorísticos marcantes, como Balança, Mas Não Cai, Escolinha do Professor Raimundo e Zorra Total, além de participações em novelas e minisséries.

Com seu sotaque característico e jeito debochado, fez história como uma das primeiras mulheres a se consolidar no humor em um período dominado por homens. Com quase oito décadas de carreira, Berta Loran atravessou diferentes fases da televisão brasileira, sempre carregando o riso como ferramenta de resistência e identidade artística.




Berta veio ao Brasil ainda criança, fugindo do regime nazista. Em 1939, com apenas 13 anos, integrou sua família numa migração forçada que muitos judeus poloneses fizeram para escapar dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Em terras brasileiras, adotou o nome artístico Berta Loran e construiu uma carreira que atravessou sete décadas.

No Brasil, destacou-se no rádio, teatro, cinema e especialmente na televisão. Segundo o perfil da Memória Globo, ela estimou ter vivido mais de 2.000 personagens entre televisão e teatro, sempre com domínio do timing cômico e uma capacidade de reinventar-se.
Personagens inesquecíveis

Entre os papéis mais lembrados estão:Manuela D’Além-Mar, a portuguesa afetada, na Escolinha do Professor Raimundo;
Frosina, empregada carismática na novela Amor com Amor se Paga.

Berta também trabalhou em inúmeros programas de humor — Balança Mas Não Cai, Planeta dos Homens, Faça Humor, Não Faça Guerra, Zorra Total, entre outros — sempre transitando entre esquetes, paródias e humor televisivo de massa.

No cinema, atuou em filmes como Sinfonia Carioca (1955), Papai Fanfarrão, Garotas e Samba, e também em produções mais recentes como Polaroides Urbanas (2008), de Miguel Falabella.

Vida pessoal e identidade

Berta casou-se pela primeira vez em 1946 com o ator Suchar Handfuss, 30 anos mais velho. O relacionamento durou até 1957, período em que ela viveu entre Brasil, Argentina e Portugal se consolidando artisticamente. Posteriormente, casou-se com Júlio Marcos Jacoba (anos 1960 a 1988) e, mais tarde, com o cantor Paulo de Carvalho (1990 a 2016). Desde 2017, estava casada com o ator Claudionor Vergueiro até sua morte.

Ela revelou que carregou as marcas de escolhas pessoais difíceis: optou por interromper duas gravidezes no primeiro casamento por não se sentir capaz de sustentar o filho sob aquelas circunstâncias.

Reconhecimento, legado e últimos anos

Apesar de estar afastada da mídia nos últimos anos, sua carreira lhe rendeu inúmeras homenagens no teatro e televisão, e sua história figura em acervos culturais. Em suas entrevistas ao longo da vida, ela falava sobre as origens do seu humor — contando que subiu ao palco ainda adolescente, improvisando uma performance que arrancou risadas e a motivou a persistir no caminho artístico.

Berta Loran representa uma ponte entre gerações: ao mesmo tempo que foi parte de uma diáspora judaica marcada por tragédias globais, tornou-se símbolo nacional de leveza, resiliência e reinvenção artística. Sua longevidade no humor e na televisão reforça que talento e autenticidade têm potência duradoura.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
noticiaisdatv.uol.com.br
red.org.br
metropoles.com

 Vamos falar da obra de Machado de Assis, Iaia Garcia.


CAPÍTULO PRIMEIRO


    Luís Garcia transpunha a soleira da porta, para sair, quando apareceu um criado e lhe entregou esta carta:    “5 de outubro de 1866. Sr. Luís Garcia — Peço-lhe o favor de vir falar-me hoje, de uma a duas horas da tarde. Preciso de seus conselhos, e talvez de seus obséquios. — VALÉRIA.”    — Diga que irei. A senhora está cá no morro?    — Não, senhor, está na Rua dos Inválidos.    Luís Garcia era funcionário público. Desde 1860 elegera no lugar menos povoado de Santa Teresa uma habitação modesta, onde se meteu a si e a sua viuvez. Não era frade, mas queria como eles a solidão e o sossego. A solidão não era absoluta, nem o sossego ininterrompido; mas eram sempre maiores e mais certos que cá embaixo. Os frades que, na puerícia da cidade, se tinham alojado nas outras colinas, desciam muita vez, — ou quando o exigia o sacro Ministério, ou quando o governo precisava da espada canônica, — e as ocasiões não eram raras; mas geralmente em derredor de suas casas não ia soar a voz da labutação civil. Luís Garcia podia dizer a mesma coisa; e, porque nenhuma vocação apostólica o incitava a abrir a outros a porta de seu refúgio, podia dizer-se que fundara um convento em que ele era quase toda a comunidade, desde prior até noviço.





Luis Garcia era um homem reservado e que vivia exclusivamente por sua filha, Lina. Viúvo, vivia em uma casa mais afastada que se enchia de alegria quando Lina, ou melhor, Iaiá Garcia, chegava da escola. Na casa ainda havia um negro que era todo dedicado ao senhor e sua filha.

No círculo pequeno de amizades de Luis estava a Sra. Valéria, também viúva. Esta tinha um filho, Jorge. E foi por ele que Valéria chamou Luis à sua casa. Acontecia que ela desejava mandar o filho à guerra do Paraguai e queria que Luis a ajudasse a fazer a cabeça do jovem. Justificava esse desejo afirmando que era seu dever como cidadão e também em referência às glórias e méritos que tais conflitos geram aos vencedores, não acreditando na morte do filho. Porém sua verdadeira razão era fazê-lo esquecer uma grande paixão.

Na casa dela vivia Estela, filha de um grande amigo do finado de Valéria. E fora justamente essa moça que despertara em Jorge a paixão verdadeira. Jorge a amava e até chegou a se declarar e furtar um beijo  à moça , o que a fez resolver voltar à casa de seu pai. Mas ela apenas negava o amor que sentia, quando o descobriu logo acreditou na sua impossibilidade e o trancou para sempre ao fundo de seu coração.

Jorge que misturava a realidade com romances, foi à guerra e lá se manteve fiel à paixão que em carta a Luis Garcia afirmava tê-lo transformado de criança a homem. Enquanto isso Estela não sofria de amores; seu sentimento era como que o tivesse esquecido e  mantinha-se orgulhosa, firme e até mesmo fria.

Durante os anos em que Jorge ficou na guerra, Valéria, mesmo não acreditando em vestígios do romance de outros tempos, chamou Estela de volta à sua casa e viviam em perfeita harmonia. Como era seu intuito, a senhora falou à moça da necessidade de se casar e assim a segunda lhe disse que quando achasse o homem conveniente a avisaria.

Nestas circunstâncias iniciou-se um convívio mais intenso entre a casa de Luis Garcia e de Valéria. Iaiá encantava a todos eles e ela e Estela logo se fizeram companheiras. Em seguida a menina deu a falar de um casamento entre seu pai e a companheira. Luis viu como as duas se davam bem, Estela viu como ele era um homem digno e assim se fez o casamento deles: companheirismo e respeito.

Por fim, Jorge voltou da guerra – e cheio de glórias. Sua mãe já havia falecido. Ele também já sabia do casamento de Estela e, como sua família era amiga da de Luis, as visitas se fizeram necessária e constantes.

Quando Luis Garcia se fez doente, a presença de Jorge se tornou mais presente e, como o doente lhe pedira que auxiliasse a família, ele passou a ser íntimo da casa da mesma forma que Procópio Dias era. A convivência ali era calma, no entanto, Iaiá que já se tornara moça parecia sentir por Jorge um desprezo injustificável. A doença de Luis Garcia teve fim, mas seus problemas no coração logo lhe tirariam a vida.

Em certo tempo, em uma limpeza de papel que Luis fazia, encontrou ali a carta que Jorge lhe mandara lhe descrevendo seu amor fiel que se transformara de criança para homem. Achou graça de tal texto e deu-lhe para Estela ler. Ele não viu nenhuma das alterações por qual a esposa passara diante da carta, porém Iaiá viu. Em seguida a menina passou a desconfiar que houvesse entre a madrasta e Jorge um romance proibido que fosse mantido em segredo no coração dos dois.

Nesse tempo também, Procópio Dias afirmava a Jorge o amor que tinha por Iaiá e pedia-lhe seu apoio, ainda mais porque se via obrigado a uma viagem ao Rio que demoraria quatro meses ou mais.

Foi também aí que Iaiá mudou seu relacionamento com a madrasta e com Jorge. Para com Estela vivia de acordo a favorecer a paz doméstica e com Jorge se tornava amável. Este fez referência a ele sobre o amor de Procópio Dias, ao que a menina não mostrava nem um pouco de interesse. E bastaram esses meses que ele se mantinha fora para que Iaiá e Jorge iniciassem um romance, amavam-se de fato.

Quando Procópio chegou já na se sentia tão abalado por Iaiá, mas ainda lhe guardava certa paixão. Ao mesmo tempo Luis Garcia sentia o peso dos problemas cardíacos que tinha e beirava a morte. Estela, que estava ciente do romance da enteada, não só afirmou se agradar de tal coisa como também incentivou o casamento dos dois o mais breve possível para que fosse possível a Luis Garcia ter o prazer de dar a bênção à filha.

Infelizmente ele faleceu antes, Iaiá, que era profundamente ligada ao pai, ficou abalada por longo tempo e assim adiando seu casamento. Jorge, depois de certo tempo de luto, questionou à noiva sobre a data do casamento ao que ela respondeu com uma carta de rompimento. E encarregou ao negro fiel da família a entrega de outra carta a Procópio, tendo esperanças nos sentimentos que ele afirmara ter por ela.

Jorge, como resposta a carta de rompimento, enviou outra a Estela perguntando o porquê da ação de Iaiá. Estela questionou à menina que respondeu que não poderia se casar com Jorge já que ela o amava. A madrasta, extremamente irritada, agiu até convencer Iaiá de que não havia amor nenhum entre eles e assim respondeu a Jorge que a carta da enteada não passara de um capricho.

Por sorte, o negro achou melhor não entregar a carta a Procópio e assim o casamento de Jorge e Iaiá foi marcado e concretizado. Estela fora pra outra cidade onde arrumara um emprego, seu pai que nunca fora confiável para Luis Garcia e sempre viveu dos outros e desejava ver a filha junto a Jorge não foi com ela.

Madrasta e enteada trocavam cartas e no dia do ano da morte de Luis no cemitério Iaiá encontrou ali uma coroa deixada por Estela. A qual beijou como se fosse a madrasta que sinceramente deixara ali flores ao falecido marido.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
vestibular.brasilescola.com
Assis, Machado - Iaia Garcia

quarta-feira, 24 de setembro de 2025



Estilística.


E o que vem a ser Estilística ?


Estilística é o estudo que confere o estilo à linguagem. Portanto define as melhores maneiras de escrever de forma clara e com elegância; propiciando o alcance do público alvo dos textos.


Assim, se você pretende escrever um conto, um romance, ou mesmo uma redação com mais emoção, ou com mais técnica, ou mais requinte, é com o estudo da estilística que você vai conseguir fazê-lo de forma apropriada.

Denotação e conotação:

Como denotação entendemos a interpretação; do texto de sua maneira original, sem segundas intenções, como está escrito.


Ex. A menina foi mordida pelo cão.
O homem machucou o rosto.


Como conotação entendemos o sentido figurado da escrita, o autor está querendo dizer alguma coisa que não está explícito no texto.


Ex. Aquele cara é suspeito
Esta mulher é uma cobra

No primeiro exemplo "cara" não tem o sentido que lemos no dicionário (cara: rosto, parte dianteira do crânio), mas refere-se a um sujeito, uma pessoa, um fulano qualquer.
Nesse caso a conotação da palavra é diferente daquela do dicionário.

Nesse caso a conotação da palavra cobra é contrária ao dicionário.


Temos o recurso também das figuras de linguagem, para elaboração do texto, buscando o entendimento da mensagem.


Metáfora: Utilização de uma palavra ou uma frase no lugar de outra.

Ex: Duas luzes brilhantes olhavam-se
Duas luzes estão no lugar de dois olhos


Foi para o coração do Brasil.
A palavra coração é uma metáfora que substitui a palavra centro, interior.

A metáfora, portanto, toma uma palavra no sentido denotativo e a leva para o sentido conotativo.


Metonímia: Utilização de uma palavra com o mesmo sentido substituindo outra palavra. Essas palavras ou termos, ao contrário da metáfora, tem de ter afinidade com a palavra substituída.

Ex: O homem foi à Lua! (Na verdade os astronautas foram à Lua)


Gosto de ler Machado de Assis (gosto de ler as obras de Machado de Assis).


Hipérbole: Consiste no exagero das afirmações.

Ex: Já te falei mil vezes
Chorou milhares de lágrimas.


Catacrese: Geralmente na falta de uma palavra específica para determinar um objeto, usamos o recurso da catacrese.

Ex. braço de sofá, asa de xícara, pé de mesa.


Sinestesia: É um recurso utilizado quando misturamos sensações auditivas, táteis, gustativas, olfativas.

Ex: Pintei a minha casa com cores quentes.
O doce sabor da liberdade.

Aliteração: Repetição de consoantes com intuito de dar ritmo, ou causar um efeito sonoro.

Ex: Rapte-me, adapte-me a uma cama boa, capte-me uma mensagem a toa... (Caetano Veloso)

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Onomatopeia: Consiste na reprodução de sons de objetos.


Ex: O tic tac do relógio.
Toc toc, bateu na porta.
Cócórócócó fez o galo às seis da manhã!


Existem muitas outras figuras de linguagem que utilizamos na escrita para expressar um pensamento ou uma ideia.

Vícios de linguagem:

Ao contrário das figuras de linguagem que utilizamos para realçar e dar mais beleza o texto, os vícios de linguagem devem ser evitados.

Pleonasmo ou redundância:


Ex:

Entrei para dentro da casa.
Hoje, fizeram-me uma surpresa inesperada.
Subi para cima do telhado.

Barbarismo: Ocorre por desconhecimento da norma culta, tanto na leitura como na escrita.

Ex:

Erros de pronúncia:

Silabada: Erro na pronúncia do acento tônico.
Ex:- Solicitei à cliente a sua rúbrica (rubrica).

Cacoéopia : Erro na pronúncia dos fonemas.
Ex:- Não sei resolver o pobrema. (problema)

Cacografia: Erro na grafia ou na flexão das palavras.
Ex:- Nós vai para a escola (nós vamos)


Eu advinhei o charada. (adivinhei)

Estrangeirismo : Utilização exagerada de palavras estrangeiras, quando existem palavras em português que exprimem o mesmo significado.


Ex: Vamos estartar a operação (iniciar)


Vamos tomar um drink (bebida).


Solecismo: é o desvio da sintaxe.


Ex:- Haviam muitos alunos na porta (Havia)
Eu assisti o filme em casa. (ao filme)


Cacofonia : quando a junção de duas ou mais palavras provocam um som desagradável ou uma palavra inconveniente.


Ex: Vi ela na rua (viela)
Uma mão lava a outra (mamão).




Procuramos citar os vícios de linguagem mais comuns; é claro que existem outros.



Fontes:

portugues.uol.com.br/gramatica/estilistica
educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues
www.soportugues.com.br/
www.resultadoconcursos.net/portugues

terça-feira, 23 de setembro de 2025



Hoje vamos falar dos verbos transitivos e intransitivos, objeto direto e objeto indireto.










No exemplos acima, vemos que no primeiro, o verbo receber é transitivo direto, porque precisa de um complemento. Quem recebe, recebe alguma coisa.


O complemento do verbo receber, na oração, é "um sim".
Poderia ser "flores", "um aumento", "elogios"
Note que todos os complementos são ligados diretamente ao verbo, sem auxílio de preposições, logo são chamado de objeto direto.


No segundo exemplo o verbo "confiar" é transitivo indireto, porque também precisam de complemento, mas acompanhado de preposição.


Quem confia, confia em alguma coisa ou em alguém.
No exemplo acima "Ela confia na amiga"
Poderia ser : ela confia em Deus.
O complemento desses verbos são chamados de objetos indireto, porque não se ligam ao verbo diretamente, mas através de uma preposição.


Mas o que são verbos transitivos ?


Os verbos transitivos, como o próprio nome diz, são verbos que transitam de uma pessoa para uma coisa, de uma pessoa para outra pessoa, de uma pessoa para um animal.


A palavra transitivo vem do latim transitivus, transitare, que significa passar, decorrer.

Portanto o verbo transitivo é aquele que transita, ou passa de uma pessoa para outra pessoa, coisa ou animal, ou melhor que precisa de um complemento para ter um significado.


Se eu disser : "eu comprei" você me dirá: "comprou o quê ?"
o verbo comprar precisa de um complemento, então ele é um verbo transitivo.



Quem confia, confia em alguém ou em alguma coisa, portanto o verbo confiar é transitivo.


Os verbos intransitivos, ao contrário, não requerem complemento. Ele não transita, tem sentido definido.


Ex: a criança dormiu. O verbo dormiu não requer complemento.

João caiu! O verbo cair também não precisa complemento. Você pode até perguntar: Caiu onde ? ou caiu como ?. Mas o simples fato de falar que alguém caiu, o interlocutor já vai entender a ação.

O objeto direto e o objeto indireto são termos que complementam o sentido de verbos transitivos. A principal diferença é que o objeto direto não usa preposição para se ligar ao verbo (pergunte "o quê?" ou "quem?" ao verbo), enquanto o objeto indireto sempre é introduzido por uma preposição (pergunte "de quê?", "para quem?", etc.).


Objeto Direto
Função: Completa o sentido de um verbo sem a necessidade de uma preposição.

Como identificar: Faça a pergunta "o quê?" ou "quem?" ao verbo.

Exemplos:

Maria vendia doces. (Maria vendia o quê? Doces.)

Jonas ama Ana. (Jonas ama quem? Ana.)

Objeto Indireto

Função:
Complementa o sentido de um verbo, mas sempre é introduzido por uma preposição.

Como identificar:
Faça perguntas que incluam uma preposição, como "de quê?", "para quem?", "a quem?".

Exemplos:

Eu necessito de ajuda. (Eu necessito de quê? De ajuda.)

Eu telefonarei à minha irmã. (Eu telefonarei a quem? À minha irmã.)


"Objeto direto preposicionado
Apesar de o objeto direto geralmente não usar preposição, em alguns casos ele vem precedido por uma preposição para dar ênfase, clareza ou formalidade à oração. Vejamos alguns exemplos:

Respeito a meus pais.

O verbo respeitar pede objeto direto, mas a preposição a é usada aqui para dar ênfase ou formalidade.


Deus abençoe a todos.

O objeto direto todos é precedido por a, reforçando o sentido da frase."

"Verbo transitivo direto e indireto: é aquele que precisa de dois objetos (um direto e um indireto) para completar seu sentido.

EX: O professor emprestou um livro ao aluno.

(Quem empresta, empresta algo A alguém. Objeto direto: um livro; objeto indireto: ao aluno.)"


Como identificar o objeto direto e o objeto indireto?

A estrutura base da oração é sujeito - verbo - complementos verbais (objeto direto e objeto indireto).

Eu agradeci o elogio ao meu amigo.
sujeito: eu
verbo: agradeci
objeto direto: o elogio
objeto indireto: ao meu amigo

A professora ensinou a tabuada aos alunos.
sujeito: a professora
verbo: ensinou
objeto direto: a tabuada
objeto indireto: aos alunos


Notem que no objeto direto o verbo se liga ao objeto com ou sem preposição diretamente.


Fontes:


www.flip.pt/FLiP-On-line/Gramatica/Morfologia
www.coladaweb.com/portugues/verbos-transitivos
www.recantodasletras.com.br/gramatica
brasilescola.uol.com.br/gramatica/objeto-direto-objeto-indireto
normaculta.com.br

segunda-feira, 22 de setembro de 2025



Pyotr Alexeyevich Kropotkin (em russo: Пётр Алексе́евич Кропо́ткин; Moscou, 9 de dezembro de 1842 – Dmitrov, 8 de fevereiro de 1921), foi um geógrafo, economista, cientista político, sociólogo, zoólogo, historiador, filósofo e ativista político russo, um dos principais pensadores do anarquismo no fim do século XIX, considerado também o fundador da vertente anarcocomunista. Suas análises profundas da burocracia estatal e do sistema prisional também são relevantes na área de criminologia.



Kropotkin





Escreveu livros hoje considerados clássicos do pensamento libertário, dentre os quais se destacam A Conquista do Pão (Хлеб и воля) e Memórias de um Revolucionário (Записки революционера), ambos publicados em 1892, Campos, Fábricas e Oficinas (Поля, фабрики и мастерские), de 1899, e Mutualismo: Um Fator de Evolução (Взаимопомощь как фактор эволюции), publicado em 1902. Durante um longo período, também contribuiu para a Enciclopédia Britânica, tendo sido o autor do verbete "Anarquismo", entre outros.

Pyotr Kropotkin foi provavelmente o anarquista mais preeminente de sua geração, e por isso seu livro A Grande Revolução (1789-1793) nos fornece uma exploração fascinante da visão anarquista do final do século XIX sobre a transformação histórica. Esta saga de revolta popular vinda de baixo fornece uma imagem espelhada fascinante de como Kropotkin e muitos de seus camaradas imaginaram a revolução que se aproxima.

Pyotr Kropotkin




Filho do príncipe Aleksey Petrovich Kropotkin, Piotr Kropotkin foi educado no exclusivo Corpo de Pages em São Petersburgo. Por um ano, serviu como ajudante do czar Alexandre II e, de 1862 a 1867, atuou como oficial do exército na Sibéria, onde, além de suas funções militares, estudou a vida animal e se envolveu em explorações geográficas. Com base em suas observações, elaborou uma teoria sobre as linhas estruturais das cadeias montanhosas, revisando a cartografia da Ásia Oriental. Também contribuiu para o conhecimento sobre a glaciação da Ásia e da Europa durante a Era do Gelo.

As descobertas de Kropotkin lhe renderam reconhecimento imediato e abriram caminho para uma carreira científica promissora. No entanto, em 1871, ele recusou o cargo de secretário da Sociedade Geográfica Russa e, renunciando à sua herança aristocrática, dedicou sua vida à causa da justiça social. Durante seu tempo na Sibéria, já havia iniciado sua conversão ao anarquismo — a doutrina que defende a abolição de todas as formas de governo —, e em 1872, uma visita aos relojoeiros suíços das Montanhas do Jura, cujas associações voluntárias de apoio mútuo lhe causaram profunda admiração, reforçou ainda mais suas convicções.

Ao retornar à Rússia, juntou-se ao grupo revolucionário Círculo de Chaikovsky, que disseminava propaganda entre os trabalhadores e camponeses de São Petersburgo e Moscou. Foi nessa época que escreveu “Devemos ocupar-nos com o exame do ideal de um sistema futuro?”, uma análise anarquista de uma ordem pós-revolucionária em que organizações cooperativas descentralizadas assumiriam as funções normalmente exercidas pelos governos.

Moscou - século XIX




Capturado em uma operação policial, foi preso em 1874, mas realizou uma fuga sensacional dois anos depois, escapando para a Europa Ocidental, onde seu nome logo passou a ser reverenciado nos círculos radicais. Passou os anos seguintes principalmente na Suíça, até ser expulso a pedido do governo russo após o assassinato do czar Alexandre II por revolucionários em 1881. Mudou-se para a França, onde foi preso e encarcerado por três anos sob acusações forjadas de sedição. Libertado em 1886, estabeleceu-se na Inglaterra, onde permaneceu até a Revolução Russa de 1917, que finalmente lhe permitiu retornar ao seu país natal.




Fontes:

wikipedia.org
google.com
nigrakorodistro.com
br.gw2ru.com
colunastortas.com.br

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

 Romantismo no Brasil.


O romantismo brasileiro foi um movimento artístico e literário baseado no romantismo europeu que ocorreu, oficialmente, entre os anos de 1836 e 1881 no Brasil. Surgiu por conta da Independência do Brasil e da consequente necessidade de se criar uma cultura brasileira propriamente nacional. Seu marco inicial é a publicação do livro Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836, e suas principais características são o nacionalismo e o subjetivismo.

Gonçalves de Magalhães




Suspiros Poéticos e Saudades é um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora sentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus e os prodígios do cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre túmulos; ora, enfim, refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um peregrino, variadas como as cenas da natureza, diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do pensamento e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias d'alma e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser julgadas.

Quem ao menos uma vez separou-se de seus pais, chorou sobre a campa de um amigo, e armado com o bastão de peregrino, errou de cidade em cidade, de ruína em ruína, como repudiado pelos seus; quem no silêncio da noite, cansado de fadiga, elevou até a Deus uma alma piedosa, e verteu lágrimas amargas pela injustiça, e misérias dos homens; quem meditou sobre a instabilidade das coisas da vida e sobre a ordem providencial que reina na história da humanidade, como nossa alma em todas as nossas ações; esse achará um eco de sua alma nestas folhas que lançamos hoje a seus pés, e um suspiro que se harmonize com o seu suspiro.



Invocação ao anjo da poesia


A voz de minha alma

Quando da noite o véu caliginoso
do mundo me separa,
e da terra os limites encobrindo,
vagar deixa minha alma no infinito,
como um subtil vapor no aéreo espaço,



uma angélica voz misteriosa
em torno de mim soa,
como o som de uma flauta harmoniosa,
que em sagradas abóbadas reboa.
donde vem esta voz? -Não é de virgem,


que ao prazo dado o bem-amado aguarda,
e mavioso canto aos céus envia;
esta voz tem mais grata melodia!








Com a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, os escritores desse período buscam a autonomia da literatura, retomando diversos aspectos da cultura brasileira. Isso porque durante séculos de colonização, o Brasil sofreu forte influência dos modelos europeus, sobretudo de Portugal.

Nesse momento, os folhetins, pequenos capítulos de romances publicados nos jornais, começam a se popularizar no país, o que fez surgir um público leitor, tornando a leitura mais acessível.

Alguns escritores que tiveram grande destaque no Romantismo no Brasil foram:

Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
José de Alencar
Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Castro Alves



As principais características da literatura romântica no Brasil são:
Rompimento com a tradição clássica: o romantismo veio romper com os modelos clássicos greco-romanos, fundamentados na busca da perfeição e na arte erudita.

Maior liberdade formal: contrário ao formalismo e tradicionalismo das escolas anteriores, o romantismo utiliza versos sem rima e sem métrica, além de uma linguagem informal e regionalista.

Indianismo: o indígena é eleito como herói nacional, sendo idealizado como um ser puro e inocente.

Nacionalismo e ufanismo: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil são exaltados pelos escritores que mostram orgulho da nação.

Culto à natureza: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são enfatizadas pelos autores de maneira grandiosa.

Amor platônico, idealismo: a idealização da sociedade, do amor e da realidade são comuns nas obras românticas.

Idealização da mulher: para os escritores românticos, a mulher representava a beleza, a pureza, a inocência e a delicadeza.

Subjetivismo e egocentrismo: a literatura romântica foca nos sentimentos e emoções dos autores, reunindo textos de caráter individualista.

Sentimentalismo exacerbado: a supervalorização das emoções pessoais, mostra que os escritores desse momento se opõem ao pensamento racional e objetivo.

Religiosidade: oposto ao racionalismo, que desconsidera os valores religiosos, no romantismo há uma preocupação em se apegar aos valores cristãos.

Evasão e escapismo: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos sofrimentos, os autores românticos criam um ambiente idealizado.

Outro poeta da Primeira Fase do Romantismo no Brasil foi Gonçalves Dias.



Gonçalves Dias (1823-1864) foi um escritor focado em temas nacionais e indianistas, autor das seguintes obras: Canção do Exílio (1843), I-Juca- Pirama (1851) e Os Timbiras (1857).

Exemplo de poema da primeira geração romântica:

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Castro Alves



Poemas como Canção do Exílio, demonstram uma grande saudade da terra natal, uma das principais características no Romantismo no Brasil.


2.ª fase do Romantismo no Brasil (1853 a 1869)

Conhecida como a geração do “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”, a segunda geração romântica foi profundamente influenciada pelos poemas do inglês George Gordon Byron, (1788-1824). Por isso, é muitas vezes chamada de geração “Byroniana”.

Marcada por aspectos negativos, os poemas desse período romântico é permeada dos temas: egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida, desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga da realidade.


Escritores e obras da segunda geração romântica

No Brasil, os principais escritores dessa geração foram:

Álvares de Azevedo
Casimiro de Abreu
Fagundes Varela
Junqueira Freire

Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um dos principais escritores desse momento, com uma obra focada na tristeza e na morte, tais como: Se eu morresse amanhã (1852) e Lira dos vinte anos (1853).

Casimiro de Abreu (1839-1860) explorou temas como a saudade da infância e a tristeza. Durante sua vida, publicou somente uma obra, seu livro de poesias As primaveras (1859).

Fagundes Varela (1841-1875) possui uma obra focada em temas pessimistas e melancólicos. Destacam-se: Noturnas (1861), Cântico do Calvário (1863) e Cantos e fantasias (1865).

Junqueira Freire (1832-1855) explorou temas religiosos e o conflito existencial, sendo que sua obra de maior destaque é Inspirações do Claustro, publicada postumamente.

Exemplo de poema da segunda geração romântica:

"Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
De despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!" 

(Trecho do poema Meus Oito Anos, de Casimiro de Abreu)

Casimiro de Abreu



3.ª fase do Romantismo no Brasil (1870 a 1880)



Chamada de “Geração Condoreira” (vem da ave Condor, símbolo de liberdade), a terceira geração romântica é caracterizada pelos poemas libertários e sociais.

Esse período está associado ao condor, águia da cordilheira dos Andes, com o intuito de revelar sua mais importante característica: a liberdade.

Essa geração sofreu grande influência do escritor francês Victor-Marie Hugo (1802-1885), daí ser conhecida também como geração “Hugoana”.

O grande foco dos escritores desse momento, foi os problemas sociais e também o abolicionismo.

Escritores e obras da terceira geração romântica



No Brasil, os principais representantes da terceira fase romântica foram:

Castro Alves
Tobias Barreto
Sousândrade

Castro Alves (1847-1871), fundador da poesia social, ficou conhecido com o “poeta dos escravos”, pois abordou temas abolicionistas. Sua obra mais relevante do momento é O Navio Negreiro (1869).

Tobias Barreto (1839-1889) foi um grande expoente da poesia social e lírica dessa geração. Merece destaque suas obras: Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).

Sousa Andrade (1833-1902) foi um dos poetas mais originais e vanguardistas da terceira geração. De sua obra, destacam-se: Harpas Selvagens (1857) e O Guesa, livro escrito entre os anos de 1858 e 1888.

Exemplo de poema da terceira geração romântica:

"Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs." 

(Trecho do poema O Navio Negreiro, de Castro Alves)




Na prosa tiveram destaque escritores como José de Alencar, com obras como: 

O Guarani
Iracema 
Ubirajara

José de Alencar



Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. 

(Trecho da obra Iracema, de José de Alencar)



Prosa urbana: retrata as tramas da burguesia em ascensão no Rio de Janeiro. O principal autor é Joaquim Manuel de Macedo, autor de A Moreninha, o primeiro romance romântico brasileiro de sucesso.

Prosa regionalista: retrata o interior do Brasil e os seus costumes. O principal autor é Bernardo de Guimarães, autor de A escrava Isaura.

Prosa histórica: retrata a formação do povo brasileiro, mas sem destaque ao indígena. A principal obra nessa temática é As minas de prata, também de José de Alencar.



`Os encantos da gentil cantora eram ainda realçados pela singeleza, e diremos quase pobreza do modesto trajar. Um vestido de chita ordinária azul-
clara desenhava-se lhe perfeitamente com encantadora simplicidade o porte esbelto e a cintura delicada, e desdobrando-se lhe  em roda amplas ondulações
parecia uma nuvem, do seio da qual se erguia a cantora como Vênus nascendo
da espuma do mar, ou como um anjo surgindo dentre brumas vaporosas.
Uma pequena cruz de azeviche presa ao pescoço por uma fita preta constituía o seu único ornamento.

Apenas terminado o canto, a moça ficou um momento a cismar com os dedos sobre o teclado como escutando os derradeiros ecos da sua canção.´ (Trecho de A Escrava Isaura - Bernardo Guimarães)


Fontes:

wikipedia.org
google.com
todamateria.com.br
horizonte.unam.mx
bibliotecamundial.com.br
drive.google.com

quinta-feira, 18 de setembro de 2025



Hoje vamos falar de literatura árabe.

A Lenda das Histórias das Mil e Uma Noites de Sharazade.





As Mil e Uma Noites (em árabe: كتاب ألف ليلة وليلة إبله; .: Quitâb 'alf laila ua-laila, "O Livro das Mil e Uma Noites"); em é uma coleção de histórias e contos populares originárias do Médio Oriente e do sul da Ásia e compiladas em língua árabe a partir do século IX. 

كتاب = Livro (quitabe)
ألف = Mil (´alf)
ليلة = Noite (Layla)


No mundo moderno ocidental, a obra passou a ser amplamente conhecida a partir de uma tradução para o francês realizada em 1704 pelo orientalista Antoine Galland, transformando-se num clássico da literatura mundial.








Conta a lenda que na antiga Pérsia o Rei Shariar descobre que foi traído pela esposa, que tinha um servo por amante, o Rei despeitado e enfurecido matou os dois. Depois, toma uma terrível decisão: todas as noites, casar-se-ia com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenaria a sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede ao longo de três anos, causando medo e lamentações em todo o Reino.









Ali Babá e os quarenta ladrões









Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro, a bela e astuta Sherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com a barbaridade do Rei. Todavia, para aplicá-lo, necessita casar-se com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da ideia, mas Sherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a cidade.




Simbad, o marujo






E assim acontece, Sherazade casa-se com o Rei.





Terminada a breve cerimônia nupcial, o rei conduziu a esposa a seus aposentos, mas, antes de trancar a porta, ouviu uma ruidosa choradeira. “Oh, Majestade, deve ser minha irmãzinha, Duniazade”, explicou a noiva. “Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história, como faço todas as noites. Já que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor, que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!”









Sem esperar resposta, a jovem abriu a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou: “Era uma vez um mágico muito malvado...”. Furioso, Shariar se esforçou ao máximo para impedir a narrativa; resmungou, bufou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoraram. Vendo que de nada adiantava sua estratégia, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o relato de Sherazade, meio distraído no início, profundamente interessado após alguns instantes. A pequena Duniazade adormeceu, embalada pela voz suave da rainha. O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de aventura e romance descritas pela esposa. De repente, no momento mais empolgante, Sherazade silenciou. “Continue!”, Shariar ordenou. “Mas o dia está amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!” “Ele que espere”, declarou o rei. Shariar se deitou e logo dormiu profundamente. Despertou ao anoitecer e ordenou à esposa que concluísse o relato, mas não se deu por satisfeito. “Conte-me outra!”




As botas de Abu-Kassin





Sherazade com sua voz melodiosa começou a contar histórias de aventuras de reis, de viagens fantásticas de heróis e de mistérios. Contava uma história após a outra, deixando o Sultão maravilhado.




Sem que Shariar percebesse, as horas passaram e o sol nasceu. Sherazade interrompeu uma história na melhor parte e disse:
- Já é de manhã, meu senhor!







O rei interessado na história, deixou Sherazade no palácio para mais uma noite.




E assim Sherazade fez o mesmo naquela noite, contou-lhe mais histórias e deixou a última por terminar. Sempre alegre, ora contava um drama, ora contava uma aventura, às vezes um enigma, em outras uma história real.








Dessa forma se passaram dias, semanas, meses, anos. E coisas estranhas aconteceram. Sherazade engordou e de repente recuperou seu corpo esguio. Por duas vezes ela desapareceu durante várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei tampouco lhe perguntou nada.




Certa manhã ela terminou uma história ao surgir do sol e falou: “Agora não tenho mais nada para lhe contar. Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noites?” Um ruído lhe chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu; “Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode me mandar para a morte!”.









Quem entrou nos aposentos reais foi, porém, Duniazade, que ao longo daqueles anos se transformara numa linda jovem. Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando. “Meu amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer meus filhos”, disse Sherazade. “Aliás, nossos filhos. Pois desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que nem percebeu nada...” Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera. Olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de luz. Contemplando a esposa, descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela.










Assim, escreveu a seu irmão e lhe propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla cerimônia, pois Shariar esposou Sherazade pela segunda vez, e os dois reis reinaram felizes até o fim de seus dias.





Podemos concluir por essa história contada por Sherazade que, "A liberdade se conquista com o exercício da criatividade."


A versão mais antiga da história de Aladdin não foi escrita em árabe. O primeiro manuscrito conhecido sobre o jovem que encontra a lâmpada maravilhosa está em francês. Essa narrativa aparece pela primeira vez no nono volume do livro Les mille et une nuits (“As mil e uma noites”), compilado por um orientalista chamado Antoine Galland no início do século 18. As versões em árabe desse conto são traduções ou adaptações que surgiram após a publicação na Europa.

O mesmo vale para Ali Babá e os quarenta ladrões, que está no décimo volume do livro. Ambos foram considerados contos órfãos, já que não era possível determinar sua origem nem autoria. Por algum tempo, acreditou-se que o estudioso francês – que colhia e compilava narrativas folclóricas do Oriente Médio para o público europeu – havia inventado essas histórias do zero. Mas hoje temos certeza de que não é o caso. 



Observação: Entre as histórias contadas por Sherazade ao Rei estavam "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa", "Simbad, o Marujo" ,"Ali Babá e os Quarenta Ladrões" e muitas outras.




Fontes:

miniweb.com.br/cantinho/infantil
wikipedia.org
google.com.br
super.abril.com.br
brasilescola.uol.com.br

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...