quarta-feira, 10 de setembro de 2025



Revolta da Vacina





Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo.






Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.


Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública.




Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às doenças.









A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos.





Sem consultar a população, foram demolidas em menos de um ano, cerca de 600 habitações coletivas e 700 casas no centro da cidade.


Isso deixou sem teto pelo menos 14 mil pessoas. Os desabrigados foram para os cortiços, morros e mangues, com o fim de construir casas de tábuas.

A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas.






Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.








Era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da campanha era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela cidade.






Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra.






Iniciou-se então uma campanha de saneamento autoritária, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Faltou um esclarecimento prévio sobre a importância da vacina ou da higiene.


Além do mais, as pessoas eram obrigadas a se vacinarem compulsoriamente. Os agentes entravam nas casas e pegavam à força quem se recusasse.


Os pais e maridos ficaram indignados, nesse ínterim, ao verem estranhos tocando no corpo das mulheres da casa.


A insatisfação da população contra o governo foi generalizada e isso desencadeou a Revolta da Vacina.








A oposição política ao governo se recusou a vacinar e ainda incitava o povo a resistir. Na imprensa, Oswaldo Cruz era ironizado em charges.








Os ânimos se exaltaram e policiais passaram a proteger os agentes de saúde, que invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força.


O descontentamento com a vacina, mais os problemas de moradia e do custo de vida, resultaram na Revolta da Vacina.


Entre 10 e 16 de novembro de 1904, o povo pobre do Rio de Janeiro enfrentou os agentes da saúde pública e a polícia.


O centro da capital carioca se tornou uma praça de guerra, com bondes virados e prédios atacados. Alguns militares que tencionavam derrubar o presidente, incitavam o povo.








A repressão do governo foi forte, e resultou na prisão de 945 pessoas na Ilha de Cobras, 40 mortos, 110 feridos e 461 deportações para o Estado do Acre.








A oposição espalhou o boato de que a vacina deveria ser aplicada nas partes íntimas do corpo e as mulheres deveriam se despir diante dos vacinadores.


Após o movimento, a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando facultativo o seu uso.


No dia 14 de novembro de 1904, os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se revoltaram contra as medidas tomadas pelo governo e passaram a apoiar a população.




Foi demonstrado mais uma vez que a falta de informação confiável e a utilização de medidas autoritárias, mesmo que necessárias, desalojando milhares de pessoas de suas casas e obrigando que as mesmas fossem para bairros periféricos e favelas beneficiando especuladores imobiliários incitou a população à revolta.


Hoje já passamos por algo semelhante com a pandemia do Coronavírus. As pessoas desobedeciam o isolamento, ora pelo espírito de sobrevivência, uma vez que as autoridades do Estado não assumiram o papel de liderança que lhes era cabido e outras vezes pela própria guerra política que se impôs no meio de uma grave crise sanitária mostrando que os dirigentes se preocupavam muito mais com seus interesses do que com a população. A desinformação e a ignorância também ajudaram ao combate da pandemia.








No dia 16 de novembro de 1904 chegava ao fim a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro. O movimento, inciado no dia 10 do mesmo mês, aconteceu por conta da rejeição popular à vacina obrigatória contra a varíola, projeto proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Por conta disso, as brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, poderiam entrar nas casas e aplicar a vacina à força. A resistência popular começou com uma manifestação estudantil e foi aumentando, chegando ao ponto de, no dia 13, tomar uma proporção que transformou o centro do Rio de Janeiro em campo de batalha.










A população, que não tinha plena informação de como seria o processo de aplicação da vacina, depredou lojas, incendiou bondes, quebrou postes e atacou a polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. Por conta da revolta, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina e declarou estado de sítio no dia 16 de novembro. Ao final da revolta, 30 pessoas morreram e outras 110 ficaram feridas. Depois, com a situação sob controle, o processo de vacinação foi reiniciado. Em pouco tempo, a varíola foi erradicada da então capital do Brasil.









Fontes:

conhecimentocientifico.r7.com
todamateria.com.br
google.com
wikipedia.org
brasilescola.uol.com.br

terça-feira, 9 de setembro de 2025



Vamos falar da Inquisição, ou o Tribunal do Santo Ofício


Criada pelo papa Gregório IX no século XIII, seu papel era investigar, prender, julgar e executar todos aqueles que se opunha aos dogmas da Igreja Católica, ou a desafiá-la sobre qualquer outro motivo.









Em 1252 o papa Inocêncio IV, publica um documento "Ad Exstirpanda, onde utiliza o uso da tortura para conseguir a conversão.

Um caso muito conhecido dos perseguidos pela Inquisição foi o de Galileu, que foi obrigado a se retratar de suas afirmações científicas que iam contra as normas da Igreja.

Malleus Maleficarum - "O martelo das bruxas" Foi um manual criado em 1486 ou 1487, pelos frades dominicanos: Heinrich Kraemer e James Sprenger, em cumprimento da bula papal "Summis Desiderantis Affectibus" de Inocêncio VIII. Nele os Inquisidores encontravam maneiras de descobrir que usasse bruxaria.









No século XV a Inquisição teve uma breve decadência, voltando com força nos séculos seguintes, especialmente nos reinos hispânicos, onde seus reis resolveram se apossar das riquezas dos judeus na época, forçando-os à conversão ou os expulsando das terras da Europa.






Tomás de Torquemada


Tomás de Torquemada, nasceu em 1420 e morreu em Ávila em 1498.
Ele era protegido da rainha Isabel de Espanha, e seus poderes se tornaram muito grandes, na perseguição e no subjugo dos "hereges"
Torquemada sobre a proteção de Isabel de Espanha cometeu arbítrios e atos que geravam a espetaculização como em 1490 onde 8 judeus foram acusados da crucifixão de crianças, e torturados.
O que nos leva a crer que o poder em nome de um homem só causa soberba e arbitrariedade.


Em Portugal no ano de 1497 forçou a conversão de judeus, o que gerou protestos e conflitos.
Números estimados dizem que a Inquisição matou mais de 50 mil pessoas ao redor do mundo, a grande maioria eram mulheres acusadas de bruxaria.
A propósito do número de mulheres ser maior que o de homens, cabe esclarecer, que na época ao homem cabia o sustento da casa, como caça, pesca, além de irem para guerra lutar por seus reinos. à mulher cabia os serviços caseiros, cozinhar, e limpar, e criar e usar unguentos parra doenças e outras enfermidades, então elas eram mais ligadas as alquimias e as ervas como forma de medicamentos, o que era tido na Igreja Católica, como prática de bruxarias.






Giordano Bruno



Há 419 anos, em 17 de fevereiro de 1600, uma quinta-feira ensolarada, Roma presenciou um espetáculo dantesco. Centenas de pessoas lotaram o Campo dei Fiori (Campo das Flores), uma praça no centro da cidade, para assistir à morte na fogueira de Giordano Bruno, por ordem da Santa Inquisição.






Em 1575, quando Bruno leu textos proibidos do filósofo holandês Desidério Erasmo (1466-1536), o que lhe valeu o primeiro processo de excomunhão.


É provável, dizem, que o temperamento inquieto e contestador de Giordano Bruno o tivesse levado por si só à fogueira, mas ter lido Erasmo ajudou a marcá-lo como herege. Na verdade, desde cedo ele mostrou tendências heterodoxas. Ainda noviço, ele atraiu atenção pela originalidade de seus pontos de vista e por suas exposições críticas das doutrinas teológicas então aceitas.


Giordano Bruno foi executado na fogueira por heresia no dia 17 de fevereiro de 1600, em Roma. O teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano havia sido condenado pelo tribunal da Inquisição Romana. Seu julgamento durou oito anos. Ele foi acusado de negar várias doutrinas católicas, incluindo a danação eterna, a Santíssima Trindade, a divindade de Cristo, a virgindade de Maria e a transubstanciação.


E assim, mais uma vez uma voz discordante foi calada pela violência e não pelo debate, enfraquecendo ainda mais a verdade e perpetuando, através do medo, a mentira.








O panteísmo de Bruno também era motivo de grande preocupação para o clero. Para ele, Deus e o universo eram uma coisa só, sendo Deus, um ser infinito e que teria criado a Terra e o universo igualmente infinitos. Seu ensino sobre a transmigração da alma era igualmente herético para a Igreja. O conceito diz que uma mesma alma, depois de um período no império dos mortos, volta a animar outros corpos, até que transcorra o tempo de sua purificação e possa retornar à fonte da vida.








Um dos pontos principais de sua cosmologia era a tese do universo infinito e povoado por uma infinidade de estrelas, como o Sol, e por outros planetas, nos quais, assim como na Terra, existiria vida inteligente. As suas ideias sobre a relatividade teriam antecipado as de Galileu Galilei.


Bruno filiou-se ao hermetismo, estudo baseado em escrituras egípcias. Entre outras referências, esse movimento utilizava os ensinamentos atribuídos ao deus egípcio Thoth, cujo equivalente grego era Hermes, conhecido pelos seguidores como Hermes Trismegisto.


No último interrogatório pela Inquisição do Santo Ofício, ele não abjurou. Em 8 de fevereiro de 1600, foi condenado à morte na fogueira. Obrigado a ouvir a sentença ajoelhado, Giordano Bruno teria respondido com um desafio: "Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam" ("Talvez sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la"). Nove dias depois, ele foi queimado na fogueira do Campo de Fiori.










No ano 2000, o cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, disse que a Igreja "lamenta" que tenha recorrido à violência no caso de Bruno, mas ressaltou que seus escritos eram "incompatíveis" com o pensamento cristão e que, portanto, ele ainda é considerado um herege.




Fontes:
bbc.com
seuhistory.com
google.com.br
wikipedia.org

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

 Gripe Espanhola.


A gripe espanhola foi a maior pandemia já registrada no mundo.






Também conhecida como gripe de 1918, foi uma vasta e mortal pandemia do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época.  Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões e 50 milhões, e possivelmente até 100 milhões, tornando-a uma das epidemias mais mortais da história da humanidade. A gripe espanhola foi a primeira de duas pandemias causadas pelo influenza vírus H1N1, sendo a segunda ocorrida em 2009.

Ao contrário que possa parecer, a gripe não começou na Espanha. Na época a Primeira Guerra Mundial estava terminando, e os soldados que voltavam para casa traziam com eles o virus adquirido nos campos de batalha da Itália, Alemanha e França. A Espanha não participou da guerra, mas foi afetada pelo vírus, assim como outros países.

Os primeiros relatos de que uma doença nova começara a se espalhar pela Europa foram encarados com ceticismo e humor no Brasil.





Jornais e revistas fizeram piadas com a ameaça que ficava cada vez maior.


Um artigo publicado em A Careta é um exemplo disso. Num trecho, os autores chegam a dizer em tom de pilhéria que o vírus era invenção dos alemães para ganhar a Primeira Guerra Mundial, que naquele ano de 1918 se encaminhava para o fim:


"Em nossa opinião a misteriosa moléstia foi fabricada na Alemanha, carregada de virulência pelos sabichões teutônicos, engarrafada e depois distribuída pelos submarinos que se encarregam de espalhar as garrafas perto das costas dos países aliados, de maneira que, levadas pelas ondas para as praias, as garrafas apanhadas por gente inocente espalhem o terrível morbus por todo o universo, desta maneira obrigando os neutros a permanecerem neutros".
O que era a `Liga Anti-Máscara´, que protestava contra restrições  na gripe espanhola.



Medicamentos inapropriados para o combate da gripe eram propagados como `milagrosos´. Assim como a cloroquina e a hidroxicloroquina, foram alardeadas de forma inconsequente e criminosa na pandemia do coronavirus.


Um fator que contribui para a letalidade da pandemia foi  o fato de a gripe sazonal, que aparece no outono e no inverno todos os anos, ser encarada com naturalidade pela população.

O presidente Rodrigues Alves que já tinha sido presidente entre 1902 e 1906, tinha sido eleito para um novo mandato que se iniciaria em 1918,mas foi abatido pela gripe espanhola e morreu em consequência dela.






Um artigo de 2005 assinado pela historiadora Adriana da Costa Goulart revela que a doença era tão corriqueira no país que acabou conhecida no período como "limpa-velhos", pelo fato de acometer e matar principalmente a população idosa.


A situação foi encarada com um pouco mais de seriedade quando uma missão de militares brasileiros, que partiu de navio para ajudar nos esforços de guerra, foi acometida pela "espanhola" em setembro de 1918 ao aportar em Dakar, no Senegal.





Nesse mesmo mês, a doença chegou oficialmente ao país no navio Demerara, que partiu de Lisboa, em Portugal, e fez paradas nos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

Navio Demerara


Em cada uma dessas cidades, o desembarque de pessoas infectadas fez com que o vírus causador da gripe se espalhasse país adentro e causasse um estrago sem precedentes.

Ações instantâneas


Ao receber as primeiras notícias sobre a gripe espanhola, a primeira coisa que o governo brasileiro fez foi negar a gravidade dos fatos.


Poucos dias depois, porém, a realidade se impôs: nas última semanas de setembro de 1918, começaram a ser tomadas medidas preventivas, como revela esse artigo escrito pelo próprio Carlos Seidl em 1919:


"Antes do dia 26 de setembro [de 1918] o próprio ministro do Interior, de quem solicitei insistentes informações, não sabia dizer-me qual a natureza da epidemia - falava-me em cólera e peste bubônica. (...) na falta de documentação, tomei a deliberação de recomendar aqui e nos portos uma profilaxia que denominei de indeterminada, isto é, visando tudo que pudesse ser motivo de transmissão mórbida".





A historiadora Daiane Silveira Rossi, pós-doutoranda pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), destaca as primeiras medidas instauradas pela administração pública:


"Quando a pandemia estourou, as autoridades sanitárias recomendaram que as pessoas se mantivessem em casa e não fossem aos locais públicos. Houve decretos para extinguir algumas práticas bastante comuns no período, como o hábito de cuspir no meio da rua", conta.
O Demerara, conhecido como o `o navio da morte´, foi o responsável por trazer ao Brasil o virus da gripe  espanhola.

A gravidade da situação também exigiu a construção rápida de hospitais de campanha e locais para isolamento de indivíduos infectados com o vírus. navio da morte´


As políticas restritivas, porém, não foram aceitas por parte da imprensa e, por consequência, pela população.


Em outra edição, a mesma revista A Careta reclamou da "ameaça da medicina oficial e da ditadura científica" e sugeria que as políticas feriam "os direitos dos cidadãos com uma série de medidas coercitivas, preparando todas as armas da tirania científica contra as liberdades dos povos civis".

O bode expiatório


Por mais necessárias que essas medidas de restrição fossem, elas não conseguiram conter a subida vertiginosa no número de mortes pela "espanhola".


E mais uma vez sobrou para Carlos Seidl.

Carlos Seidl


Em editoriais, o médico chegou a ser chamado de "cretino, relapso e sedicioso" e acusado de deixar a população entregue à própria sorte.


No dia 11 de novembro de 1918, um artigo do Rio Jornal dizia que o então diretor-geral de Saúde Pública fez "pouco caso criminoso e abusou da paciência do povo".


Em certos veículos, a gripe espanhola passou a ser chamada de "mal de Seidl".


E o presidente? Em meio a tanta ira, Wenceslau Braz não foi alvo tão frequente assim dos ataques da imprensa.


"Em comparação com alguns de seus sucessores, Braz era mais fraco e se escudou na figura de Carlos Seidl, um profissional que era muito experiente e gabaritado para lidar com a pandemia", avalia Schwarcz, que publicou em outubro de 2020 o livro A Bailarina da Morte: a Gripe Espanhola no Brasil (Companhia das Letras), junto da também historiadora Heloisa Murgel Starling.

Troca de liderança


A situação evoluiu até o ponto em que a permanência de Seidl no comando se tornou insustentável e ele renunciou ao cargo no dia 19 de outubro de 1918, sentindo-se constrangido pelos ataques e pelas notícias de que seria substituído a qualquer momento.


Após alguns convites recusados, coube ao médico carioca Theóphilo Torres assumir o posto de diretor-geral de Saúde Pública.


Uma de suas primeiras ações foi recrutar o também médico e pesquisador Carlos Chagas para assumir as ações de combate à gripe espanhola.




À época, Chagas era diretor do Instituto Oswaldo Cruz e já se tornara reconhecido como o herdeiro intelectual do sanitarista Oswaldo Cruz, que morrera em 1917, um ano antes da pandemia estourar no Brasil e no mundo.



Fontes:

wikipedia.org
atlas.fgv.br
riomemorias.com.br
google.com
mundoeducacao.uol.com.br
360meridianos.com/gripe-espanhola

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Tártaro.




O Tártaro (em grego: Τάρταρος, transl.: Tártaros), na mitologia grega, é personificado por um dos deuses primordiais, nascidos a partir do Caos (apesar de alguns autores o considerarem irmão de Caos). Suas relações com Gaia geraram as mais terríveis bestas da mitologia grega, entre elas o poderoso Tifão.

Assim como Gaia é a personificação da Terra e Urano a personificação do Céu, Tártaro é a personificação do Mundo Inferior. Nele estão as cavernas e grutas mais profundas e os cantos mais terríveis do reino de Hades, o mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo são enviados e onde são castigados por seus crimes. Lá os titãs são aprisionados por Zeus (Júpiter), Hades (Plutão) e Poseidon (Netuno) após a Titanomaquia (Guerra entre os Titãs, liderados por Cronos contra os deuses olímpicos).


O Tártaro é mais conhecido, através da Teogonia de Hesíodo, como um dos primeiros seres a existir no universo e também como o lugar de sepultamento dos monstros, dos Titãs, e, em mitos posteriores, destinado aos mortais que cometiam pecados imperdoáveis. As punições variavam de acordo com o crime. Ainda que, como uma divindade, fosse pai de Tífon, Tártaro não é representado de nenhuma forma que não um abismo sombrio usado como prisão e, portanto, não há muitas histórias deste deus primordial.

No início do universo, havia Caos, que significava algo como "abismo" e não continha as mesmas conotações atuais de confusão ou desordem. Caos era personificado como uma divindade primordial feminina e estava estreitamente acompanhado por três outras entidades que emergiram de forma independente: Gaia (Terra), Eros (Desejo) e a escuridão enevoada de Tártaro.




Hesíodo, poeta grego,  descreve o Tártaro como um vasto abismo, tanto lúgubre quanto úmido, um local de decadência. Era a região mais inferior do universo, uma entidade separada, abaixo do Hades. Quando Zeus e os Olimpianos derrubaram Cronos e os demais Titãs pela supremacia sobre a terra, estes foram sepultados não no Hades, local do descanso final das almas mortais, mas no Tártaro, que abrigaria a partir daí monstros e deuses banidos.

O Tártaro também é considerado o local onde o crime encontra seu castigo. Um bom exemplo é o de Sísifo, ladrão e assassino, condenado empurrar por toda a eternidade uma rocha ladeira acima, apenas para vê-la novamente descer com o próprio peso. 

Sísifo empurrando a pedra




No Tártaro também estava Íxion, o primeiro homem a derramar o sangue de um parente. Fez com que o seu sogro caísse num fosso cheio de carvões em brasa para assim evitar o pagamento do dote pela esposa. Seu castigo foi o de passar toda a eternidade girando uma roda em chamas. Tântalo, que desfrutava da confiança dos deuses, conversando e ceando com eles, dividiu a comida e os segredos divinos aos seus amigos. Sua punição pela traição foi ser mergulhado até o pescoço em água fria, que desaparecia sempre que tentava bebê-la para aplacar a enorme sede, além de ver logo acima de sua cabeça deliciosas uvas que, quando tentava colhê-las, subiam para fora de seu alcance.




Nos poemas homéricos e na Teogonia, o Tártaro é o local mais profundo das entranhas da terra, localizado muito abaixo do próprio Reino de Hades. Na Ilíada, há uma parte em que Zeus reúne a assembleia dos deuses e de acordo com a obra, ele ameaça lançar: "A voragem profunda de soleira de bronze e portas de ferro”, qualquer dos imortais que se atravesse a lutar ao lado dos aqueus ou troianos, e ainda acrescenta que a distância que separa o Reino de Hades do Tártaro, é a mesma que existe entre Urano e Gaia, ou seja, é o equivalente à distância perante o Céu e a Terra.




Era nesta vasta e horrenda prisão conhecida como Tártaro, que as diferentes gerações divinas lançavam seus inimigos, os primeiros à serem aprisionados no local foram as vítimas de Urano: os Cyclops, juntamente de Arges, Estérope e Brontes. Entretanto, após a vitória de Chronos sobre o seu pai Urano, os Cyclopes foram libertados a pedido de Gáia, mas por pouco tempo, pois Chronos os temia, e acabou por manda-los de volta às profundezas, em companhia dos Hecatônquiros, de onde só foram arrancados em definitivo por Zeus, que a eles se aliou na luta contra os Titãs e os terríveis Gigantes. Após serem derrotados por Zeus, havia sido a vez dos Titãs descerem ao mais tenebroso dos cárceres, e tiveram por guardiões seus inimigos, que eram os Hecatônquiros (Coto, Giges e Briareu).

É no Tártaro que as diferentes gerações divinas lançam sucessivamente seus inimigos, sendo assim, um local temido pelos próprios deuses, Zeus se aproveitava do fato para frear-lhes qualquer oposição ou simples ameaça a seu poder.




Fontes:

worldhistory.org
wikipedia.org
google.com
infoescola.com
mitologia-lendas-urbanas.fandom.com/pt


Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...