quarta-feira, 30 de abril de 2025


Concordância Nominal


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Concordância nominal ocorre quando há concordância em gênero (masculino ou feminino) e número (plural ou singular) entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza.
Exemplos de concordância nominal:

A menina estudiosa passou no vestibular.
O menino estudioso passou no vestibular.
As meninas estudiosas passaram no vestibular.
Os meninos estudiosos passaram no vestibular.

A principal regra de concordância nominal é que um adjetivo, caracterizando um único substantivo, concorda em gênero e número com esse substantivo.


Apesar disso, ocorre também concordância nominal entre um pronome ou numeral substantivo e diversos termos da oração que se relacionam com eles, como artigos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios.
Concordância em gênero e número

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Masculino e plural:
Seus olhos castanhos olhavam-me silenciosamente!


Feminino e singular:
A blusa amarela é minha.
Casos específicos de concordância nominal


1. Adjetivo caracterizando vários substantivos:


O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo que está mais próximo. 
A faca e o garfo dourado estão na gaveta.
O garfo e a faca dourada estão na gaveta.
As facas e os garfos dourados estão na gaveta.
Os garfos e as facas douradas estão na gaveta.


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Nesse caso o adjetivo branco concordou com o substantivo mais próximo (cachorro).

Pode também assumir a forma no masculino plural, na existência de um substantivo masculino e um feminino.

A faca e o garfo dourados estão na gaveta.
O garfo e a faca dourados estão na gaveta.


Com substantivos do mesmo gênero no singular, o adjetivo pode ficar no singular ou no plural.
Viram a rua e a casa deserta.
Viram a rua e a casa desertas.


Se forem substantivos próprios ou substantivos que exprimam graus de parentesco, o adjetivo deve ficar no plural.
Meus simpáticos tios e tias me fizeram uma surpresa.

Os contentes Pedro e Álvaro foram os campeões do torneio.


2. Adjetivo caracterizando pronomes pessoais:


O adjetivo concorda em gênero e número com o pronome a que se refere.
Ela ficou animada com a notícia.
Ele ficou animado com a notícia.
Elas ficaram animadas com a notícia.
Eles ficaram animados com a notícia.


3. Vários adjetivos no singular caracterizando um único substantivo:


O substantivo permanece no singular quando há presença de um artigo entre os adjetivos, mas fica no plural quando os adjetivos se apresentam sem artigos ou outros determinantes.

Fiquei aprendendo coisas novas com a professora americana e a francesa.

4. Verbo ser + adjetivo:


O adjetivo faz concordância com o substantivo quando há presença de artigos ou outros determinantes, mas permanece no masculino e no singular quando o substantivo se apresenta isolado.
A alegria é benéfica para todos!
Alegria é benéfico para todos!


5. Pronome indefinido neutro + de + adjetivo:


Com os pronomes indefinidos neutros nada, algo, muito, tanto,… mais a preposição de, o adjetivo deve ficar no masculino e no singular.
Ela não tem nada de encantador.
Ele não tem nada de encantador.
Elas não têm nada de encantador.
Eles não têm nada de encantador.


6. Palavra só como adjetivo:


Tendo o significado de sozinho, a palavra só atua como adjetivo, devendo concordar em número com o substantivo que caracteriza.
Meu avô está só.
Meus avós estão sós.


7. Com as expressões é proibido, é necessário, é bom, é preciso e é permitido:


Com as expressões: é proibido, é necessário, é bom, é preciso e é permitido, o adjetivo permanece no singular e no masculino, mantendo-se invariável, quando não há presença de artigos ou outros determinantes do substantivo.

É proibido visitação das instalações durante horário laboral.


É necessário respeito e tolerância para se viver em sociedade.




Quando há presença de artigos ou outros determinantes do substantivo, o adjetivo varia em gênero e número.
É proibida a visitação das instalações durante o horário laboral.
São necessários muito respeito e muita tolerância para se viver em sociedade.




8. Com as palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso e quite:


As palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso e quite devem concordar em gênero e número com o substantivo que caracterizam.
Por favor, leia as informações anexas.
As próprias professoras resolveram a falta de condições das salas de aula.

Eu e você estamos quites.


9. Com as palavras bastante, caro, barato, muito, pouco, longe e meio:


As palavras bastante, caro, barato, muito, pouco, longe e meio, embora invariáveis enquanto advérbios, devem concordar em gênero e número com o substantivo que caracterizam enquanto adjetivos.

Há bastantes alunos interessados na palestra.
Essas compras ficaram muito caras!
Vou comprar aqueles chinelos baratos.
Apenas preenchi meia folha de papel com as informações necessárias.


10. Com as palavras alerta e menos:


As palavras alerta e menos, embora atuem como adjetivos, são advérbios, permanecendo sempre invariáveis.
Os cachorros ouviram barulho e ficaram alerta.
Assim, há menos confusão!


11. Com as expressões um e outro, uma e outra, num e noutro, numa e noutra:


Com as expressões um e outro, uma e outra, num e noutro, numa e noutra, o adjetivo deve ser escrito no plural, embora ao substantivo permaneça no singular.

A diretora achou um e outro funcionário cumpridores.
Você pôs isso numa e noutra gaveta arrumadas?
Concordância nominal irregular


A concordância nominal pode ser também irregular, ocorrendo silepse, ou seja, concordância mental ou figurada com um substantivo que não está explícito na frase, mas sim subentendido.

Minas Gerais é encantador! (a palavra estado está subentendida)

São Paulo é linda! (a palavra cidade está subentendida)

No caso dos advérbios, esses são invariáveis. Portanto não existe "MENAS" gente, o correto é MENOS gente, ou MENOS pessoas, ou MENOS mulheres.

Outro alerta: GRAMAS quando se refere ao peso é MASCULINO.
Duzentos, trezentos, quatrocentos,etc são numerais, portanto concordam com o substantivo peso. Logo o correto é ; Duzentos gramas de azeitona, e NÃO "Duzentas" gramas, 


Fontes:
wikipedia.org
linguaportuguesadescomplicadas.blogspot.com
normaculta.com.br

terça-feira, 29 de abril de 2025

 Vamos falar hoje sobre a diferença entre Adjetivo e Advérbio.



O Adjetivo


Vamos começar explicando o que é cada um deles.


Os Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, indicando uma qualidade, defeito, estado, condição, etc. Eles podem aparecer antes ou depois do substantivo.
“Aquele prédio é antigo” – nesta frase o adjetivo é antigo, pois caracteriza o substantivo prédio.


Os adjetivos são classificados em simples, composto, primitivo e derivado.


Adjetivo Simples: apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste, escuro.


Adjetivo Composto: apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro, castanho-escuro.


Adjetivo Primitivo: palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, belo, alegre, puro.

Adjetivo Derivado: palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: escultor (verbo esculpir), formoso (substantivo formosura).


Logo o adjetivo refere-se ao substantivo dando-lhe uma qualidade ou característica.


Casa bonita - bonita é um adjetivo.
Poderia ser casa feia - feia é outra característica



O Advérbio


Já o Advérbio é toda palavra invariável que acompanha o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, modificando o seu sentido. Ou seja, sua principal função é modificar o verbo.


Ex: - Eu andei depressa - depressa é um advérbio de modo que modifica o verbo (andar). Poderia ser : eu andei devagar; outro advérbio de modo.


Eu corri bastante. Bastante é um advérbio de modo que dá uma característica ao verbo correr.




Modificando um adjetivo:
Na frase :O filme era muito bom, o adjetivo (bom) é acrescido de uma característica do advérbio de intensidade (muito).




Modificando um advérbio:


Ela recebeu-me muito bem. O adverbio de intensidade muito completa o advérbio de modo bem.


Os advérbios sempre expressam uma circunstância ou ideia acessória em relação à palavra a que se referem, são eles:


Lugar: aqui, ali, aí, cá, lá, atrás, perto abaixo acima, dentro fora, além, adiante, etc.


Tempo: agora, já, ainda, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca, etc.


Modo: assim, bem, mal, depressa, devagar, e parte dos vocábulos terminados em mente – ex. alegremente.


Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente, etc.


Negação: não, nunca, jamais, etc.


Dúvida: talvez, possivelmente, provavelmente, etc.


Intensidade: muito, pouco, bastante, depois, menos, tão, etc.


Exclusão: salvo, senão, somente, só, unicamente, apenas, etc.


Inclusão: inclusivamente, também, mesmo, ainda, etc.


Ordem: primeiramente, ultimamente, depois, etc.


Exemplos:


Certamente ele estudará para a prova. (Advérbio de afirmação)
Talvez eu viaje nas férias da faculdade. (Advérbio de dúvida)
Os amigos ficaram bastante preocupados. (Advérbio de intensidade)
Os pais ficaram observando o filho ao longe. (Advérbio de lugar)


Resumindo o Adjetivo modifica o substantivo; e o Advérbio, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio.






Fontes:
brasilescola.uol.com.br
soportugues.com.br
catho.com.br
todamateria.com.br

segunda-feira, 28 de abril de 2025

 Vamos falar da peça do dramaturgo português Gil Vicente; "O velho da horta.


Gil Vicente



Gil Vicente foi um dramaturgo português (1465-1536) considerado o fundador do teatro em Portugal. Escreveu vários autos ( peças de cunho religioso) e farsas (comédias do cotidiano e críticas sobre a moral da sociedade portuguesa).

Viveu a fase do Renascentismo português, e é considerado um dos maiores da literatura portuguesa.





O Velho da Horta é uma peça de enredo, na qual se desenvolve uma ação contínua e encadeada, em torno de um episódio extraído da vida real, ou em torno de uma série de episódios envolvendo uma personagem central, ou articulando uma ação dramática homogênea e completamente desenvolvida, com um travejamento mais complexo, com começo, meio e fim.

Gil Vicente é um criador de tipos. A linguagem do Velho é um arremedo da poesia palaciana. A linguagem da Moça é zombeteira e se contrapõe à do velho. A obra é uma peça de teatro escrita em versos.




VELHO

Pater noster criador, Qui es in coelis, poderoso, Santificetur, Senhor, nomen tuum vencedor, nos céu e terra piedoso. Adveniat a tua graça, regnum tuum sem mais guerra; voluntas tua se faça sicut in coelo et in terra. Panem nostrum, que comemos, cotidianum teu é; escusá-lo não podemos; inda que o não mereceremos tu da nobis. Senhor, debita nossos errores, sicut et nos, por teu amor, dimittius qualquer error, aos nosso devedores. Et ne nos, Deus, te pedimos, inducas, por nenhum modo, in tentationem caímos porque fracos nos sentimos formados de triste lodo. Sed libera nossa fraqueza, nos a malo nesta vida; Amen, por tua grandeza, e nos livre tua alteza da tristeza sem medida.
Entra a MOÇA na horta e diz o VELHO: Senhora, benza-vos Deus,

MOÇA: Deus vos mantenha, senhor.

VELHO: Onde se criou tal flor? Eu diria que nos céus. 

MOÇA: Mas no chão.

VELHO: Pois damas se acharão que não são vosso sapato!




O argumento gira em torno das desventuras de um homem já entrado nos anos e seu frustrado amor por uma jovem que vem à sua horta comprar verduras. Por meio do diálogo entre o velho e a jovem, Gil Vicente capta a crueza de uma situação que oscila entre o ridículo e o ilusório. O Velho apaixonado deixa-se levar por um amor imprudente e obcecado; a Moça, motivo dos sonhos do Velho, é irônica, sarcástica e retribui as declarações de amor com zombarias.

A cena inicial é marcada pela tentativa de conquista e o diálogo se dá entre o lirismo enamorado do Velho e os ditos zombeteiros da Moça. Em seguida, entra em cena uma alcoviteira que oferece seus préstimos profissionais para garantir ao Velho a posse da amada. Mediante promessas de que o êxito está próximo, a mulher extorque toda a riqueza do Velho. Finalmente, entra em cena a Justiça que prende a alcoviteira, mas retira do Velho a esperança de ver realizado tão louco amor. No final, vem a notícia de que a jovem que motivou tão tresloucada paixão casou-se.

VELHO: Tão depressa vinde vós, minha condensa, meu amor, meu coração!

MOÇA: Jesus! Jesus! Que coisa é essa? E que prática tão avessa da razão!

VELHO: Falai, falai doutra maneira! Mandai-me dar a hortaliça. Grão fogo de amor me atiça, ó minha alma verdadeira!

MOÇA: E essa tosse? Amores de sobre posse serão os da vossa idade; o tempo vos tirou a posse.

VELHO:  Mas amo que se moço fosse com a metade. 

MOÇA: E qual será a desastrada que atende vosso amor?

VELHO: Oh! minha alma e minha dor, quem vos tivesse furtada!

MOÇA: Que prazer! Quem vos isso ouvir dizer cuidará que estais vivo, ou que estai para viver!

VELHO:  Vivo não no quero ser, mas cativo


Fontes:

mundovestibular.com.br
dominiopublico.gov.br
ebiografia.com

domingo, 27 de abril de 2025



O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espectatores'. (Augusto Boal)

Augusto Boal, foi um dramaturgo brasileiro.  O dramaturgo é conhecido não só por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970),  mas sobretudo por suas teses do Teatro do oprimido.


Augusto Boal




Sua obra escrita é expressiva. Com 22 livros publicados e traduzidos em mais de vinte línguas, suas concepções são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo. O livro Jogos Para Atores e Não Atores trata de um sistema de exercícios ("monólogos corporais"), jogos (diálogos corporais) e técnicas teatrais além de técnicas do teatro-imagem, que, segundo o autor, podem ser utilizadas não só por atores mas por todas as pessoas.


Pode ser que o teatro não seja revolucionário em si mesmo, mas não tenham dúvidas:
é um ensaio da revolução!

Desde os primórdios de sua carreira, no teatro de Arena, até o Teatro do Oprimido, técnica que o tornou mundialmente conhecido, passando pelas Sambóperas, sua preocupação foi a de criar uma linguagem que pudesse traduzir a realidade do seu país, uma maneira brasileira de falar, sentir e pensar.





No ano de 1999 Augusto Boal estreia em seu teatro um novo gênero, denominado por ele sambópera. O gênero dedica-se à um trabalho de releituras de clássicos da ópera para o contexto da virada do século XX no Brasil.

A multiculturalidade é a característica principal do gênero criado pelo autor, que traduz as músicas clássicas originais para ritmos genuinamente brasileiros.

Sua primeira peça montada neste sentido foi Carmen. A sambópera Carmen, de Boal, é adaptação da ópera de Georges Bizet, homônima. A montagem teve a tradução para o português e adaptação para o teatro feita por Boal, a elaboração da poesia por Celso Branco, e a direção musical é assinada por Marcos Leite.




Essa preocupação imprime ao seu trabalho uma dimensão política e social, concebendo o teatro como instrumento de transformação alicerçada na temática e na linguagem. Todos os passos percorridos por Boal foram marcadas pelo seu espírito investigativo e sua preocupação política: o teatro como resposta às questões sociais; o teatro como meio de analisar conflitos e apresentar alternativas. É autor de diversas obras literárias publicadas em vários idiomas e recebeu, durante sua vida profissional, um arsenal extraordinário de prêmios e honrarias. Tendo em vista a multiplicidade e a diversidade das contribuições dadas por Boal à cultura brasileira, bem como o caráter revolucionário de suas ações, julgamos que o contato com a sua obra sempre servirá de estímulo para o aprofundamento das linhas de pesquisa por ele elaboradas ou sugeridas.

Augusto Boal



Logo depois do Golpe de Estado, Boal foi para o Rio de Janeiro, onde dirigiu o show Opinião, iniciativa de artistas e autores ligados ao CPC da UNE, que havia sido colocado na ilegalidade. De volta a São Paulo, montou, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Edu Lobo, uma peça inspirada na história do Quilombo de Palmares, Arena Conta Zumbi (1965). Naquele momento, criou o Sistema Coringa, que permite aos atores se revezar entre diversos papeis. Quando o AI-5 foi decretado, o Arena excursionou pelo exterior. Na volta, em 1970, criou o Teatro Jornal – 1a Edição, antes de ser preso, em 1971.

Exilado, viveu na Argentina, em Portugal e na França. Foi durante o exílio que ele desenvolveu as bases conceituais do Teatro do Oprimido, método teatral ligado ao teatro de resistência, a Bertolt Brecht e aos movimentos de vanguarda surgidos na Rússia e na Alemanha nos anos 1930. O objetivo do Teatro do Oprimido é suscitar a tomada de consciência e a mobilização política. Ele voltou ao Brasil em 1984, depois da anistia. Em 1986, fundou o Centro de Teatro do Oprimido.

O “Teatro do Oprimido”, de acordo com o próprio Boal, pretende transformar o espectador, que assume uma forma passiva diante do teatro aristotélico, com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, espectador, passe a protagonista e transformador da ação dramática. A ideia central é que o espectador ensaie a sua própria revolução sem delegar papéis aos personagens, desta forma conscientizando-se da sua autonomia diante dos fatos cotidianos, indo em direção a sua real liberdade de ação, sendo todos “espect-atores”.


Durante o exílio em Portugal, Francis Hime e Chico Buarque de Holanda compuseram a belíssima - Meu caro Amigo - uma carta em fita cassete, dando notícias ao amigo exilado.




Fontes:

wikipedia.org
augustoboal.com.br
memoriasdaditadura.org.br
youtube.com
infoescola.com

sábado, 26 de abril de 2025

Mais um peça do dramaturgo português, Gil Vicente.


O Auto de Mofina Mendes





Auto é um estilo teatral do século XVI que abrange peças tanto religiosas como profanas, podendo ser de estilo trágico ou cômico.

A peça foi apresentada pela primeira vez em Lisboa no ano e 1534 ao rei D. João III.


A peça abre com um monólogo de um frade que fala com jeito de pregador, num latim tosco. Assim, iniciam-se duas narrativas paralelas que são entre si apresentadas alternadamente.

Diz Boécio — de consolationis, 
Origines — Marci Aureli,
Sailustius — Catilinarium,
Josefo — speculum beili,
glosa interliniarum;
Vicentius — scala coeli,
magister sententiarum, 
Demosthenes, 
Calistrato; todos estes concertaram
com Scoto, livro quarto. 

Ambas possuindo sensivelmente a mesma dimensão, a primeira trata da Anunciação à Virgem e consequente gravidez, a segunda representa as peripécias de um azarado grupo de pastores.

À medida que Maria recebe a Boa Nova do Anjo Gabriel e questiona quatro das Virtudes sobre que decisões tomar face a tal fenômeno, os pastores vão tentando descobrir o que aconteceu à maioria do seu gado, que se encontra desaparecido. Ao perceberem que muitos dos animais morreram, o Anjo Gabriel desce à sua presença e indica-lhes que deverão ir a Belém assistir ao nascimento de Jesus Cristo.

Entra primeiramente um Frade, e a modo de pregação diz o que se segue:

 Fra.  

 Três coisas acho que fazem
 ao doido ser sandeu:
 uma ter pouco siso de seu,
 a outra, que esse que tem
 não lhe presta mal nem bem:
 e a terceira, 
 que endoidece em grã maneira, 
 é o favor (livre-nos Deus) 
 que faz do vento cimeira,
 e do toutiço moleira,
 e das ondas faz ilhéus. 



Entre a Anunciação e o nascimento de Jesus surge a história pastoril de Mofina Mendes. Mofina, cujo nome significa "infelicidade", perde os animais que devia ter guardado. Mesmo assim, o pastor paga-lhe com um pote de azeite que Mofina Mendes acaba por deixar cair e partir. O pote quebrado funciona como um símbolo. Afinal, todos temos o nosso pote de azeite «que há de dar consigo em terra».

O auto termina com o nascimento e a adoração ao Menino Jesus no Presépio.


Fontes:

wikipedia.org
infopedia.pt
curso-objetivo.br
google.com


sexta-feira, 25 de abril de 2025

 Vamos falar hoje do grande escritor, Ernest Hemingway.



 (Foto: U.S. National Archives and Records Administration)



"Não há nada nobre em ser superior ao seu semelhante. A verdadeira nobreza é ser superior ao seu antigo eu."

Ernest Miller Hemingway (Oak Park,Illinois,  21 de julho de 1899 - Ketchum, Idaho, 2 de julho de 1961) foi um escritor norte-americano. Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Esta experiência inspirou uma de suas maiores obras,Por quem os sinos dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), se instalou em Cuba. Em 1953, ganhou o Prêmio Pulistzer de Ficção, e, em 1954, ganhou o prêmio Nobel de Literatura, pelo livro "The Old man and the sea" (O velho e o mar).


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Ernest Hemingway é uma lenda. O escritor, nascido em 21 de julho de 1899, participou das duas guerras mundiais, sobreviveu a dois acidentes de avião, teve seus livros queimados pelos nazistas, deu nome a um corpo celeste que orbita o sol e, como se isso não fosse o suficiente, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. 

 (Foto: Bundesarchiv, Bild/Wikimedia Commons)





É um desafio encontrar alguma parte do corpo que Hemingway não tenha fraturado. Em um voo de observação sobre o Congo Belga, atual República Democrática do Congo, em 1952, o avião em que o escritor estava caiu, e ele feriu a cabeça. Tentou pegar um segundo avião para buscar resgate na cidade de Entebbe, mas ele explodiu na decolagem. O saldo final, segundo sua esposa, foram rupturas nos rins e no fígado, o crânio quebrado, um ombro deslocado e duas vértebras fraturadas. As dores da recuperação agravam o alcoolismo do autor, que cometeria suicídio em 1961.


"O homem não é feito para a derrota. Um homem pode ser destruído mas não derrotado."




Foi um dos principais representantes do ciclo literário norte-americano iniciado nos anos XX em Paris, denominado por Gertrud Stein de a “geração perdida”.

Em 1921, recém-casado com Elizabeth Hadley Richardson, seu primeiro casamento, com quem teve um filho.

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Na ocasião, trabalhava para a revista canadense Toronto Star Weekly e, em início de carreira, se aproximou de outros principiantes: Ezra Pound (1885 – 1972), Scott Fitzgerald (1896 – 1940) e Gertrude Stein (1874 – 1940). Sobre essa época, onde viviam uma vida boêmia e de festas, cercados pela intelectualidade progressista do pós Guerra, ele escreveu "A Moveable Feast" (Paris é uma festa) no qual o diretor Wood Allen se inspirou para fazer o filme "Meia-noite em Paris."


Famoso pelo estilo de vida aventureiro, sua biografia e obra têm como cenários as touradas na Espanha, caçadas submarina em Cuba e safáris na África. Hemingway é fascinado pelo perigo e pela vida selvagem.

Ernest Hemingway levou para a literatura o estilo sintético do jornalismo. Nota-se essa concisão principalmente em obras que refletem sua experiência pessoal. No livro "O Sol se Levanta" relata o cotidiano de um grupo de expatriados boêmios, ingleses e norte-americanos, em Paris e Pamplona, depois da Primeira Guerra Mundial. No romance "Por Quem os Sinos Dobram" relata a história passada na Guerra Civil Espanhola, de um americano que se ligara à causa da legalidade na Espanha.


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A vida e a obra de Hemingway têm intensa relação com a Espanha, país onde viveu por quatro anos. Uma breve mas marcante passagem para o escritor americano, que estabeleceu uma relação emotiva e ideológica com os espanhóis. Em Pamplona, em meados do século XX, fascinou-se pela tauromaquia, chegando a tourear como amador, experiência que abordaria no seu livro "O sol também se levanta" (1926).

O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer, com quem viria a ter dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. Em Key West, no entanto, o escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional.


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Ao mesmo tempo, o casamento com Pauline se tornou instável. Nessa época, conheceu Joe Russell, dono do Sloppy Joe's Bar e companheiro de farra.


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Em Cuba, o escritor se apaixonou por Jane Mason, que era casada com o diretor de operações da Pan American Airways. Hemingway e Jane se tornaram amantes.

Em 1936, novamente se apaixonou: desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio, confirmando o que predissera seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se conheceram em Paris: "Você vai precisar de uma mulher a cada livro".

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Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava, e, em meio à guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento. Ao cobrir a Guera Civil Espanhola como jornalista do North American Newspaper Alliance, não hesitou em se aliar às forças republicanas contra o fascismo o que viria a ser o tema do livro Por quem os sinos dobram (1940), considerada sua obra prima. Quando a república espanhola caiu e a Europa vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com Martha.




Hemingway a bordo de seu iate por volta de 1950



Em Cuba, durante a Segunda Guerra Mundial, Hemingway montou uma rede de oimformantes com a finalidade de fornecer, ao governo dos Estados Unidos, informações sobre os espanhóis simpatizantes do fascismo na ilha. Também passou a patrulhar o litoral a bordo de seu iate Pilar na busca de possíveis submarinos alemães. Porém a Agência Federal de Investigações (CIA) via com desconfiança a colaboração de Hemingway, por considerá-lo um simpatizante do comunismo.

Em 1946, o escritor casou-se pela quarta e última vez: desta vez com Mary Welsh, também jornalista mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente.


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Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou-se quatro vezes, além de ter tido vários relacionamentos românticos. Em 1952, publicou "O velho e o mar", com o qual ganhou o   Nobel de Literatura de 1954 devido ao seu ""domínio da arte da narrativa, mais recentemente demonstrado em O Velho e o Mar, e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo.

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"Falam do mar como de um adversário, de um lugar ou mesmo de um inimigo, entretanto, o velho pescador pensava sempre no mar no feminino e como se fosse uma coisa que concedesse ou negasse favores; mas se o mar praticasse selvagerias ou crueldades era só porque não podia evitá-lo. 'A lua afeta o mar tal qual afeta as mulheres', refletiu o velho."


Todas as personagens deste escritor se defrontaram com o problema da "evidência trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em Kenhum,  em Idaho, tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo. Encontra-se sepultado no Cemitério de Ketchum.


Fontes:
wikipedia.org
revistagalileu.globo.com
frasesfamosas.com.br
ebiografia.com
leitorcabuloso.com
google.com.br

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...