sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Naus e Caravelas


Naus e caravelas eram embarcações utilizadas na época das grandes navegações, com diferenças de tamanho, formato e função.

Naus:
Eram navios de grande porte, com acastelamentos na proa e na popa

Eram utilizadas para fins comerciais e bélicos

Eram ideais para viagens longas, como a de Portugal para a Índia

Caravelas, invenção dos portugueses:

Eram embarcações pequenas, com até três mastros.

Utilizavam velas triangulares, chamadas "latinas"
Eram ideais para viagens rápidas e ágeis, como a de Cabral ao Brasil

Foram o trunfo que fez de Portugal uma potência marítima até o século 18.

Na expedição de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500, os 13 navios que partiram de Lisboa eram compostos por três caravelas e dez nau

O termo nau nem sempre é aplicado com sentido específico nos documentos da época de que tratamos e boa parte das vezes equivale ao genérico navio. De modo geral, designa o navio de alto bordo, de aparelho redondo, e destinado ao comércio, e não raras vezes é qualificado por um termo adjetivo: nau de comércio, nau mercante, nau de guerra.




Nau





A caravela era a principal embarcação usada pelos navegadores portugueses e espanhóis nos séculos XV e XVI. Era bastante rápida e de fácil manobra, capaz de navegar com todo tipo de vento.

Caravela



Como durante as viagens as caravelas necessitavam de cuidados o tempo todo, estabeleciam-se turnos de quatro horas que deviam ser rigidamente respeitados. Uma das primeiras obrigações matinais era drenar a água acumulada na embarcação à noite. Em seguida, realizavam-se várias tarefas cotidianas, como reparar as cordas, as velas e demais aparelhos; atar os cabos, içar as velas, esfregar o piso e remendar as redes.

Ao meio-dia, os tripulantes interrompiam o serviço para fazer a única refeição quente do dia, servida em uma cuia ou um prato de madeira. Os membros mais importantes da tripulação tinham sua própria despensa e comiam separados dos demais.





À tarde, o ambiente ficava mais descontraído: os marinheiros realizavam atividades lúdicas, como cantar, tocar algum instrumento musical, ouvir histórias e aventuras de marinheiros mais experientes etc. As vezes, também se organizavam campeonatos de pesca, corridas ou pelejas com os animais a bordo.





Os autores antigos dedicam sempre alguns capítulos das suas obras sobre construção naval à questão das madeiras, o que bem se compreende. Portugal era o único país, ao tempo, que usava madeira de sobro e de azinho para o cavername, por ser resistente à água e o sobreiro dar muitas curvas naturais, das usadas nesta construção para certas partes do navio.

A maneira como esses navios eram habitados, navegados e comandados resumia em um pequeno universo fechado a sociedade portuguesa da época. No comando supremo estavam os fidalgos aristocratas. Religiosos embarcados cuidavam de manter a bordo o enorme poder que a Igreja tinha em Portugal. Havia técnicos em navegação, como os pilotos, que eram as pessoas mais importantes a bordo depois do capitão -e ninguém podia interferir no seu julgamento sobre as manobras do navio. Seu local de trabalho era uma cadeira ao lado da "agulha de marear" (a bússola).

As técnicas de navegação não podiam ainda ser consideradas estritamente "científicas", como se usaria hoje a palavra; havia muito de empirismo no trabalho dos pilotos (por exemplo, só no século 18 seria possível ter uma determinação razoável da longitude). O famoso cosmógrafo-mor do reino, Pedro Nunes (1502-1578), achava os pilotos uns "ignorantes", segundo o historiador Luís de Albuquerque. Uma avaliação injusta, afirmou Albuquerque, pois muitos pilotos tinham dado provas de grande perícia náutica, "se bem que outros se mostrassem deficientemente preparados e merecessem a crítica".

Personagens importantes como capitães, pilotos e religiosos tinham bem mais espaço a bordo, localizado na parte de trás coberta do navio. Podiam até mesmo ter mobília e embarcar alimento fresco, como galinhas e porcos. Já os marinheiros e soldados comuns tinham de viver em espaços exíguos. Seus raros bens materiais eram principalmente panelas e pratos rústicos. A alimentação era monótona e pouco variou de 1500 a 1800, em Portugal ou em qualquer outro país europeu -carne salgada conservada em barris, biscoito duro, queijos e ervilhas.






A alimentação e a água potável era essencial para a saúde da tripulação. Doenças como escorbuto, falta de vitamina C, era a principal, mas outras doenças como difteria, peste bubônica e malária, também eram recorrente, devido a péssima higiene das embarcações. 


Fontes:

wikipedia.org
google.com
folha.uol.com.br
coladaweb.com
historialuso.an.gov.br

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