sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

 Morte e vida Severina - João Cabral de melo Neto



Capa da primeira edição de Morte e Vida Severina


O retirante explica ao leitor quem é e a que vai

"- Meu nome é Severino, não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
quem é santo de romaria, deram então de me chamar
Severino de Maria;"




Tânia Alves - Morte de Lavrador - Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto




Morte e Vida Severina retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.


A aridez da terra e as injustiças contra o povo são percebidas em medidas nada sutis do autor. Assim, ele retrata o enterro de um homem assassinado a mando de latifundiários.


Assiste a muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é justamente ela, a morte, a maior empregadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do médico ao coveiro, da rezadeira ao farmacêutico.


Nota, ao vagar pela Zona da Mata, onde há muito verde, que a morte a ninguém poupa. Retrata, contudo, que a persistência da vida é a única a maneira de vencer a morte.


No poema, Severino pensa em suicídio jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido pelo carpinteiro José, que fala do nascimento do filho.


A renovação da vida é uma indicação clara ao nascimento de Jesus, também filho de um carpinteiro e alvo das expectativas para remissão dos pecados.






Morte e Vida Severina é um poema de construção dramática com exaltação à tradição pastoril. Ele foi adaptado para o teatro, a televisão, o cinema e transformado em desenho animado.


Por meio da obra, João Cabral de Melo Neto, que também era diplomata, foi consagrado como autor nacional e internacional.


Como diplomata, o autor trabalhou em Barcelona, Madri e Sevilha, cidades espanholas que permitiram clara influência sobre sua obra.


João Cabral de Melo Neto foi seduzido pelo realismo espanhol e confessou ter, daquela terra, o reforço ao seu anti idealismo, antiespiritualismo e materialismo.


Os instrumentos lhe permitiram escrever com mais clareza sobre o nordeste brasileiro em Morte e Vida Severina e outros poemas.


A obra é, acima de tudo, uma ode ao pessimismo, aos dramas humanos e à indiscutível capacidade de adaptação dos retirantes nordestinos.


"- Severino retirante,
deixe agora que eu lhe diga;
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vês, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
om sua presença viva."









Fontes:
Melo Neto, João Cabral - Morte e vida Severina
todamateria.com.br
youtube.com

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

 A República de Platão.



A palavra República vem do latim (res-publica) ou seja, coisa pública.

Escrita por volta de 380 a.C., 

A República é o segundo diálogo mais extenso de Platão (428-347 a.C.), composto por dez partes (dez livros) e aborda diversos temas como: política, educação, imortalidade da alma, etc. Entretanto, o tema principal e eixo condutor do diálogo é a justiça.

No texto, Sócrates (469-399 a.C.) é o personagem principal, narra em primeira pessoa e é responsável pelo desenvolvimento das ideias. Essa é a principal e mais complexa obra de Platão, onde estão presentes os principais fundamentos de sua filosofia.

A República (Politeia) idealizada pelo filósofo se refere a uma cidade ideal, chamada de Kallipolis (em grego, "cidade bela"). Nela, deveria ser adotado um novo tipo de aristocracia. Diferente da aristocracia tradicional, baseada em bens e na tradição, a proposta do filósofo é que esta possua como critério o conhecimento.

A Kallipolis estaria dividida em estratos sociais baseados no conhecimento e seria governada pelo "rei-filósofo". Os magistrados, responsáveis pelo governo da cidade, seriam aqueles que possuíssem uma aptidão natural para o conhecimento, e, somente após um longo período de formação, estariam preparados para ocupar os devidos cargos.




Esse sistema de governo é chamado de sofocracia, que vem das palavras gregas sophrós (sábio) e kratia (poder) e é representado como "o governo dos sábios".


A morte de Sócrates

Sócrates debate com outros personagens sobre o que é a justiça, concluindo que uma sociedade justa é aquela em que cada indivíduo cumpre sua função sem interferir nas dos outros.




É importante perceber que a morte de Sócrates foi muito importante para a continuidade da filosofia platônica. Motivou-o em parte à proposição de uma cidade ideal e sua crítica à democracia, presentes na obra.

Sócrates foi condenado à morte, acusado de heresia e corrupção da juventude ateniense. Foi julgado em um tribunal democrático no qual participaram os cidadãos de Atenas.

Para o filósofo, a democracia é injusta por permitir que uma pessoa ignorante tenha o mesmo valor que um sábio, dentro das deliberações políticas.

Deste modo, injustiças são cometidas. Para ele, o critério da maioria, base da democracia, não possui qualquer tipo de validade já que, em muitos casos, como o de Sócrates, a maioria pode estar errada e ser democraticamente injusta.

Para Platão propõe uma sociedade utópica, governada por filósofos-reis, onde a sociedade é dividida em três classes:

Governantes (filósofos-reis) : responsáveis por tomar decisões e governar com sabedoria.

Guardas (soldados) : encarregados da proteção e segurança da cidade.

Produtores (trabalhadores, artesãos e comerciantes) : que sustentam a sociedade economicamente.

Como vemos; Platão com toda sua sapiência ainda estratificava a sociedade entre os poderosos e os vassalos.

Alguns trabalhavam para sustentar outros (poucos) que comandavam de acordo com aquilo que achavam que era o correto.






A justiça é o principal conceito desenvolvido em A República. Todo o texto se desenvolve ao redor da tentativa de definição desse conceito por Sócrates e seus interlocutores.

Platão acredita que a justiça é a maior de todas as virtudes e compreende que, para que se possa praticá-la, é necessário defini-la. Os dois primeiros livros são dedicados ao tema e mostram a dificuldade de se definir um conceito tão importante e complexo como a justiça.

O primeiro dos dez livros da obra A República, que consiste em um diálogo socrático criado por Platão, tem início com a ida de Sócrates à casa de Céfalo.



Lá, Sócrates, inspirado pelos jogos olímpicos que estavam acontecendo, busca definir o que é a justiça. Sem sucesso, seus interlocutores tentam encontrar a melhor definição que dê conta do conceito.




Céfalo, um velho comerciante "no limiar da velhice", que vivia comodamente em Atenas, é o anfitrião do encontro. Ao ser questionado, afirma que a justiça é dizer a verdade e restituir o que é do outro.


Procris e Céfalo



Sócrates refuta essa definição. Céfalo se retira e deixa o debate com seu filho, Polemarco. Este, depois de algum debate, define a justiça como o ato de dar benefícios aos amigos e prejuízos aos inimigos.




Novamente, a definição é refutada por Sócrates, que afirma que o mal nunca será um ato de justiça. Portanto, o prejuízo não é um ato positivo como exige a justiça.


Após esse debate, Trasímaco, um dos sofistas, acusa Sócrates de não querer encontrar definição nenhuma e apenas jogar com as palavras e discordar sem apresentar soluções.


Trasímaco diz ter uma boa resposta e afirma que a justiça é o que é vantajoso para o mais forte. No caso, o governo.


Sócrates, novamente, discorda e mostra que todo o debate foi desvirtuado do caminho sobre a natureza da justiça. Ele diz que as discussões foram acerca do que é vantajoso: a justiça ou a injustiça e que permanece sem nada saber sobre o tema.


O Livro I de A República se encerra com essa afirmação.

Livro II


O segundo livro de A República tem início com a mesma tentativa de estabelecer a natureza da justiça. Um dos interlocutores, Glauco, faz uma apologia à injustiça, citando o Mito do Anel de Giges.


Com ele, Glauco mostra que as pessoas sofrem pelas injustiças praticadas contra elas, mas se beneficiam pela prática da injustiça e pela corrupção. Desse modo, todas as pessoas que têm oportunidade se corrompem e praticam injustiças em benefício próprio.


No Mito do Anel de Giges, um pastor de ovelhas em meio à tempestade encontra um cadáver que usa um anel. Ele toma para si esse anel e ao regressar à cidade, percebe que esse anel lhe dá o dom da invisibilidade.

O Mito do anel de Giges



Giges, o pastor, entra no palácio, seduz a rainha e conspira com ela a morte do rei. Após o assassinato do rei, ele assume seu lugar e governa tiranicamente.

O mito do Anel de Giges, de Platão, inspirou o autor J.R.R. Tolkien a criar o Um Anel, de O Senhor dos Anéis.


A partir do mito narrado, Glauco espera ter convencido Sócrates de que a justiça não é em si uma virtude, mas sim o parecer ser justo, já que todos são corruptíveis.

Entretanto, a refutação a esse argumento, desta vez, não parte de Sócrates, mas do irmão de Glauco, Adimanto. Ele afirma que se pode pensar de forma diferente da que pensa o irmão, que a justiça é uma virtude (não em si mesma, mas nos efeitos que ela gera), e que, por fim, os justos são recompensados, seja pelos deuses ou pelo reconhecimento dos que ficam após sua morte.

Sócrates tece elogios aos jovens, mas não acredita que haja resolução para o problema da justiça enquanto não abandonarem o pensamento sobre questões pontuais e pensarem de forma mais ampla, dando conta do todo da justiça para compreender o que ela é na alma.

Ambos concordam que a justiça é preferível às injustiças e, sendo assim, precisam de criar uma ordenação para que a justiça seja possível. O filósofo encaminha a conversa para a idealização de uma cidade perfeita.

Somente no Livro IV, Sócrates parece chegar a uma definição de justiça como sendo o equilíbrio e a harmonia entre as partes da cidade.


A Cidade Ideal de Platão

Nos próximos livros de A República, orientados pela ideia de justiça, os três (Sócrates, Glauco e Adimanto) buscam definir a cidade ideal.

Para isso, definem que a cidade deveria ser dividida em três partes, e que a perfeição estaria na integração harmônica entre elas.

A primeira classe de cidadãos, mais simples, seria dedicada às ações mais triviais relativas ao sustento da cidade, como o cultivo da terra, o artesanato e o comércio. Os responsáveis por essas atividades seriam aqueles que possuíssem na constituição de sua alma, o feno, o ferro e o bronze.

Os cidadãos de uma segunda classe, de acordo com Platão, seriam um pouco mais hábeis por possuírem prata na mistura de suas almas. Estes, chamados de guerreiros, protegeriam a cidade e constituiriam o exército e seus auxiliares na administração pública.

A terceira classe de cidadãos, mais nobres, estudaria por cinquenta anos, se dedicaria à razão e ao conhecimento, e constituiria a classe dos magistrados. A estes caberia a responsabilidade de governar a cidade, pois só eles teriam toda a sabedoria que a arte da política exige.

A justiça entendida como uma virtude só poderia ser praticada pelo detentor do conhecimento dedicado à razão. Este poderia controlar suas emoções e seus impulsos e governar a cidade de forma sempre justa.

Os cidadãos são divididos em grupos de acordo com sua atuação e o nível de conhecimento necessário para o desempenho de suas atividades. Somente a atuação em conformidade com a determinação natural da alma pode trazer o equilíbrio e a harmonia entre as partes.

A Atlântida é uma civilização fictícia descrita por Platão nos diálogos Timaeus e Crítias, do século IV a.C. A história de Atlântida está relacionada com a ideia de que a vida em um estado pode deteriorar-se, conforme examinado por Platão em A República.


Relação entre Atlântida e A República

A República é uma obra de Platão que examina o ciclo de deterioração da vida em um estado. A história de Atlântida é uma parábola que mostra como uma cidade pequena e justa vence uma cidade poderosa e agressiva.


Descrição de Atlântida

Platão descreve Atlântida como uma ilha rica e sofisticada que foi destruída por desastres naturais. A ilha teria sido localizada próximo do Estreito de Gibraltar e teria sido engolida pelo mar.


Para Platão, a parte racional da alma é a parte mais desenvolvida pelos filósofos, que a partir dela, controlam as demais.

Em outro texto, Platão faz uma alusão que afirma que a razão é como as rédeas responsáveis pelo controle de dois cavalos numa carruagem.

Por esse motivo, os filósofos deveriam ser os responsáveis pelo governo da cidade, por não estarem suscetíveis às emoções e aos desejos.

Platão afirma que a alma, assim como a cidade, obtém sua plenitude através da relação harmônica entre as partes que integram o todo.

No livro, Platão desenvolve a ideia de imortalidade da alma e sua relação com o conhecimento, dando continuidade à teoria da reminiscência socrática.

O filósofo afirma que a alma, por ser imortal e eterna, pertence ao mundo das ideias e lá pode apreender todas as ideias existentes e assim possui todo o conhecimento possível.

No momento da união da alma com o corpo, a alma se esqueceria desse conhecimento. Somente através da busca pelo conhecimento é que a alma é capaz de relembrar aquilo que já soube.

Deste modo, no Livro IV de A República, Platão busca conciliar as filosofias opostas de Heráclito (c.540-470 a.C.) e Parmênides (530-460 a.C).

Heráclito afirmou que o universo estava em um constante movimento de mudança (devir). Platão associa essa constante transformação ao mundo sensível, onde tudo sofre a ação do tempo e possui uma duração: nasce, cresce, morre e se renova.

De Parmênides, extraiu a ideia da permanência e associou-a ao seu mundo das ideias, onde tudo é eterno e imutável (permanente).

Essas são as bases do dualismo platônico e sua distinção entre o corpo (mundo sensível) e a alma (mundo das ideias).


A Educação na República

Na república, a educação ficaria ao encargo do Estado e as famílias não teriam participação sobre a criação. O Estado seria o responsável por educar os indivíduos e direcioná-los às atividades mais adequadas ao seu tipo de alma (bronze, prata ou ouro).

É nesse momento que Platão faz uma dura crítica à educação grega, sobretudo à poética. Para ele, a poesia desvirtuaria os indivíduos a partir da ideia de que os deuses seriam detentores de características humanas como: compaixão, predileção, inveja, rancor, etc.

Esses deuses, humanizados pela poética, serviriam de modelo de corrupção aos indivíduos. A humanização faria com que os deuses questionassem o seu papel dentro da sociedade e tivessem como objetivo uma transformação social.

Platão propõe que todos os indivíduos recebam uma educação geral baseada nos valores da cidade. Essa educação moldaria o caráter de cada um de seus alunos, conscientizando-os de seu papel dentro da sociedade.

Após um período de vinte anos, os primeiros indivíduos formados seriam aqueles que possuem feno, ferro e bronze na constituição de suas almas. Eles seriam os responsáveis pela fabricação de artefatos, a produção de alimentos e o comércio.

Os guerreiros receberiam mais dez anos de formação e após esse período, estariam aptos à defesa da cidade e a cargos auxiliares da administração pública. A prata misturada em suas almas determina sua aptidão para esse tipo de ação.

Com cinquenta anos de formação e diversas provas, os possuidores de almas com ouro, dedicados aos estudos e à razão, assumiriam os cargos de magistrados e seriam responsáveis pelo governo da cidade.

Platão mostra que somente os mais esclarecidos podem governar de maneira justa, baseados na razão.

No livro sete, encontramos o Mito da Caverna. Representa o mundo sensível, onde os indivíduos estão acorrentados e vêm a realidade somente através das sombras, ou seja a realidade que lhes é apresentada é aquela que lhes é permitida ver.

Como vemos Platão achava que o modelo ideal de governo era a aristocracia, ou um governo liderado por alguém que tivesse capacidade de governar com sabedoria e abnegação, conduzindo o governo para benefício de toda sociedade.

Essa forma um tanta ingênua e utópica, certamente não daria certo. Ele questionava a democracia, dizendo que  um processo para decidir o que fazer, não era muito positiva.


Até votar em um líder parecia arriscado para ele, pois os eleitores eram facilmente influenciados por características irrelevantes, como a aparência dos candidatos. Para ele, o povo não percebia que as qualificações são necessárias tanto para governar quanto para navegar.




Para nós, que estamos acostumados a ouvir elogios à democracia e a defendê-la, soa estranha a ideia da contagem de governos que, passando das formas superiores às inferiores, ela ocupa o terceiro lugar, depois da aristocracia e da oligarquia.


Não só isso: na República de Platão, Sócrates aponta que essa democracia, uma "forma agradável de anarquia", por sua vez, como qualquer outro regime, entraria em colapso devido às suas próprias contradições.


A partir da aristocracia nasceria a oligarquia e desta, a democracia — e esse "governo do povo" daria lugar a uma tirania.

Platão



Isso porque, assim como a busca cega por riqueza causa uma sede de igualdade, "o desejo insaciável de liberdade causa uma demanda por tirania".

Mesmo assim, com todas os seus defeitos a democracia supera quaisquer outros regimes de governo por uma razão: Sempre existe a chance de trocar um mau governante através das eleições livres e democráticas.


Fontes:

todamateria.com.br
baixelivros.com.br
bbc.com
wikipedia.org
google.com
suapesquisa.com

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025



Pixinguinha (1897-1973) foi um músico brasileiro, autor da música "Carinhoso", uma das obras mais importantes da Música Popular Brasileira. Foi arranjador, instrumentista e compositor, um dos maiores representantes do "choro" brasileiro.

Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha, nasceu na Piedade, Rio de Janeiro, no dia 23 de abril de 1897. Era filho do flautista e funcionário do Departamento Geral dos Telégrafos, Alfredo da Rocha Viana e de Raimunda Viana.

Pixinguinha




Pixinguinha cresceu em meio a dezessete irmãos. Estudou no colégio mantido pelo Mosteiro de São Bento. Nunca foi um aluno brilhante, estudava só para agradar os pais.

Durante as serenatas que o pai promovia em casa, Pixinguinha ficava quieto em um canto da sala, só escutando e fascinado pelas valsas, lundus e pelas polcas da moda.

O apelido de “Pixinguinha” foi resultado do nome colocado por sua avó Edwiges, africana de nascimento, derivado do dialeto natal, “Pizindin” (menino bom), que depois virou Pixinguinha.

As primeiras lições de flauta de Pixinguinha foram dadas por seu pai e começaram aos oito anos quando a família foi morar em um casarão de oito quartos e quatro salas, na rua Vista Alegre, logo apelidado de “Pensão Viana”, pois estava sempre cheio de gente.

Com 12 anos Pixinguinha já dominava os conhecimentos de teoria musical, ensinados por César Borges Leitão. Nessa época, tocava flauta, cavaquinho e bandolim, mas sonhava com uma clarineta de sons agudos.




Um dos frequentadores da casa era o professor Irineu de Almeida, que em 1911 levou Pixinguinha, com apenas 14 anos, para o grupo carnavalesco “Filhas da Jardineira”.



Ainda em 1911, Pixinguinha compôs sua primeira música, o chorinho “Lata de Leite”. Entusiasmado com o progresso do filho, seu pai importou da Itália uma flauta especial, surgindo assim mais um músico na família.

Levado pelo irmão China, que tocava violão, Pixinguinha foi contratado para o conjunto que tocava na “Concha”, casa de chope da Lapa. Logo ganhou fama na vida noturna carioca. Tocou ainda no Ponto, no ABC e no Cassino.

Pixinguinha foi convidado pelo violonista Artur Nascimento para tocar com a orquestra do Maestro Paulino no Teatro Rio Branco. No teste, mostrou perfeita harmonia com a orquestra e logo garantiu seu lugar. Estreou tocando na peça “Chegou Neves”, com o melhor elenco da época.

Em 1915, Pixinguinha fez sua primeira gravação para a Casa Falhauber com o grupo “Choro Carioca”, interpretando o tango brasileiro “São João Debaixo d’água”, de seu professor Irineu de Almeida.

Em 1917 gravou para a casa Edison o choro “Sofre Porque Queres” e a valsa “Rosa”

Rosa -  Marisa Monte



A letra de Rosa é um capítulo à parte. Rebuscada, parnasiana e lindíssima, foi composta por Otávio de Souza, um mecânico de profissão que morreu ainda jovem. Um compositor de uma única música, uma obra prima.

Conta a lenda que Otávio de Souza se aproximou de Pixinguinha enquanto o mestre bebia em um bar do subúrbio carioca para falar que havia uma letra que não saía de sua cabeça toda vez que ouvia sua valsa. Pixinguinha ouviu e ficou maravilhado.


Para diversos pesquisadores, entretanto, existe a suspeita de que a letra – por seu estilo rebuscado e parnasiano – seria de Cândido das Neves, parceiro de Pixinguinha em “Página de dor” e outras músicas. Polêmicas à parte, a música seria editada pela Mangione em 1937 tendo Pixinguinha como único autor.


Rosa

Tu és
Divina e Graciosa
Estátua Majestosa
Do amor
Por Deus esculturada
E formada com o ardor
Da alma da mais linda flor...




Em 1918, Pixinguinha e o amigo Donga foram convocados pelo proprietário do cinema Palais, na Av. Rio Branco, para formar uma pequena orquestra para tocar na sala de espera.










O grupo “Oito Batutas” foi formado com Pixinguinha na flauta, José Alves (bandolim), José Palmieri (pandeiro), Nelson dos Santos (cavaquinho), Donga e Raul Palmieri (violão), Luís de Oliveira (bandolim e reco-reco) e China (canto, piano e violão).

No dia 7 de abril de 1919 o grupo estreou no saguão do Palais tocando maxixes, lundus, batuque e tangos, uma música intensa e animada fez vibrar o público, acostumados com a música importada.




O conjunto fez diversas apresentações em Minas Gerais e São Paulo e logo começou a se apresentar no cabaré “Assírio”, no subsolo do Teatro Municipal.

Em 1921, Pixinguinha foi convidado para uma temporada em Paris, financiada pelo milionário Arnaldo Guinle. Com sete integrantes o “Les Batutas” embarcou no vapor Massilia, rumo à Europa.

O Les Batutas permaneceu por mais de seis meses em Paris tocando em diversas casas. O público francês entusiasmou-se com o chorinho e o samba, ainda com tons do maxixe, que o grupo apresentava.

Quando retornou ao Brasil, Pixinguinha comprou uma casa em Olaria. O grupo retomou seu lugar no Assírio e fez várias apresentações no Rio de Janeiro. Nessa época, Pixinguinha começava a experimentar o "saxofone", instrumento que tocou durante vinte anos.

Em 1926 passou a dirigir a orquestra do Teatro Rialto. Nesse mesmo ano, casou-se com Albertina de Sousa, estrela da companhia de revista que ali se apresentava.

Em 1927, com uma nova formação, os Batutas iniciaram uma turnê na Argentina, onde passaram cinco meses. Apresentaram-se em Mar Del Plata, Mendoza, Rosário e Córdoba.

Dois anos depois, desfez os Batutas e organizou com Donga a Orquestra Pixinguinha-Donga, que gravou vários discos, entre tangos, sambas e chorinhos seus como: Mulher Boêmia, Pé de Mulata, Quem Foi Que Disse e Lamento que mais de trinta anos depois receberia letra de Vinícius de Moraes.
Década de 30.

Lamento Elizeth Cardoso


Em 1932, Pixinguinha fundou o grupo da “Velha Guarda”, junto com Luís Americano, Vantuil, Donga, João da Baiana e outros. Gravaram: Linda Morena, O Teu Cabelo Não Nega e Moleque Indigesto, todas de Lamartine Babo.

Em 1937, Orlando Silva gravou “Carinhoso”, composta por Pixinguinha, em 1923, mas que só depois recebeu a letra de João de Barros e se tornou o chorinho preferido de Pixinguinha e uma das obras mais importantes da Música Popular Brasileira.


Carinhoso - Elis Regina



Carinhoso

Meu coração
Não sei por que
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas
Vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim...
Década de 40

Na década de 40, Pixinguinha trocou a flauta pelo saxofone e se interessou pelo jazz. Tornou-se amigo de Louis Armstrong sem deixar de ser o senhor absoluto das rodas de choro.


pixinguinhaPixinguinha e Louis Armstrong



Em 1942 fez sua última gravação como flautista em um disco com dois choros de sua autoria: Chorei e Cinco Companheiros.

Com o flautista Benedito Lacerda gravou 34 discos de chorinhos em apenas cinco anos e todas as composições eram suas.

Em 1945 participou da estreia do programa “O Pessoal da Velha Guarda” dirigido e apresentado pelo radialista Almirante.


pixinguinhaPixinguinha e seu saxofone



Em 1951, Pixinguinha foi nomeado pelo prefeito do Rio de Janeiro, João Carlos Vital, para lecionar música na escola Vicente Licínio. A parir de 1953 passou a frequentar o Bar Gouveia com tanta assiduidade que acabou tendo uma cadeira com seu nome gravado, onde só ele poderia sentar.

Em 1954, com João de Barro e Donga, Pixinguinha formou o conjunto “Velha Guarda”. Entre 1955 e 1956 gravou três discos. Em 1955 se apresentou na casa noturna Casablanca.
Últimos anos

Em 1962 foi convidado para criar a trilha sonora para o filme “Sol Sobre a Lama”, junto com Vinícius de Moraes. Nessa época, Vinícius colocou letra na música “Lamento”.

Em 1964 Pixinguinha sofreu um enfarte. Enquanto esteve internado, compôs vinte músicas, uma por dia, entre elas, as valsas: Solidão, Mais Quinze dias e No Elevador.

Em 1968, Pixinguinha disse: "Hoje só quero saber de sossego e de viver em paz com todo mundo. Tenho medo que a morte me apanhe de surpresa".

Com mais de 40 anos de casados, Albertina e Pixinguinha não tiveram filhos, mas adotaram Alfredo, que também tinha dons musicais.

Pixinguinha faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de fevereiro de 1973, enquanto apadrinhava uma criança na Igreja de Nossa Senhora da Paz.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
youtube.com
ebiografia.com
pixiniguinha.com.br
novabrasilfm.com.br

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

 Catacrese:


A catacrese é uma Figura de linguagem utilizada para se referir a algo que não tem um nome no idioma. Para isso, usa-se um termo já existente, mas em outro contexto, tomando seu sentido original emprestado para fazer a analogia. Esse tipo de construção acaba muitas vezes se tornando tão trivial a ponto de perder o efeito de estabelecer semelhanças e simplesmente ser incorporado pela língua, sendo adotado pela maioria dos falantes.

Segundo a origem etimológica, a palavra catacrese vem do latim “catachresis” e do grego “katakhresis” e significa “mau uso”.



Confira abaixo alguns exemplos muito comuns de catacrese:

Árvore genealógica
Fio de óleo
Céu da boca
Boca do túnel
Boca da garrafa
Pele do tomate
Braço do sofá
Braço da cadeira
Braço de rio
Corpo do texto
Pé da página
Pé da cama
Pé da montanha
Pé de limão
Perna da mesa
Maçã do rosto
Coroa do abacaxi
Asa da xícara
Asa do avião
Dentes do serrote
Dentes de alho
Cabeça do alho
Cabeça do prego
Cabeça do alfinete
Batata da perna

Fontes:

wikipedia.org
todamateria.com.br

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

 Os ossos do Barão.

Abertura da telenovela


Foi uma novela escrita por Jorge Andrade, a partir da fusão de duas peças teatrais de sua autoria, 'A Escada' e 'Os Ossos do Barão', encenadas, pelas primeira vez, na década de 1960. A novela se passa em São Paulo, entre 1973 e 1974, e mostra a decadência da aristocracia rural paulista, provocada pela crise econômica de 1929 e pela ascensão socioeconômica do imigrante.


Jorge de Andrade


O velho e o novo entram em conflito a partir da modernização da cidade de São Paulo. A preservação de antigos costumes tem na pessoa de Antenor (Paulo Gracindo), um representante fiel. Filho do Barão de Jaraguá, ele se recusa a entender o momento de transformação que caracteriza a segunda metade do século 20, sobretudo no que se refere à decadente aristocracia da qual faz parte. Sua percepção de um mundo separatista é ainda mais abalada quando descobre que as terras antes pertencentes à família – que perdeu a maioria de suas herdades na queda da bolsa de 1929 – foi comprada por um ex-colono da fazenda de seu pai, que se tornou o industrial bem-sucedido Egisto Ghirotto (Lima Duarte). Para completar, o filho de Egisto, Martino (José Wilker) apaixona-se pela neta de Antenor, Izabel (Dina Sfat). O romance, que para o patriarca Ghirotto representa a entrada na alta sociedade a partir do prestígio, é visto com maus olhos por Antenor, que acha absurda a ideia de uma pessoa de sua família casar-se com alguém de origem humilde.

A trama é um conflito de gerações, onde de um lado aparece uma família com seus títulos de nobreza e suas histórias, e do outro uma família que enriqueceu vindo de uma origem humilde.




Os ossos do Barão

A trilha sonora internacional dessa novela é lindíssima com  músicas como : you make me feel brande new do Stylistics, Tu nella mia vitta - Wess & Dori Ghezi, Gay - Tony Clifford - Love`s theme - Barry White


Fontes:

wikipedia.org
google.com
youtube.com
memoriaglobo.globo.com


sábado, 22 de fevereiro de 2025

 Morreu hoje a cantora Lilian, da dupla Leno e Lilian.





Morreu neste sábado (22/2), a cantora Lílian Knapp. Ela estava lutando contra um “tumor agressivo” na pélvis. Cadu Nolla, marido da artista, confirmou o falecimento para a Band News. Ele chegou a pedir ajuda para custear ao tratamento e a internação, através de uma vaquinha virtual.

Leno e Lilian - Devolva-me

Lilian - Eu sou rebelde


Sílvia Lílian Barrie Knapp, mais conhecida como Lílian Knapp ou simplesmente Lílian (Rio de Janeiro, 30 de março de 1948,  - 22 de fevereiro de 2025.

Conheceu Leno aos 6 anos de idade e começaram a cantar juntos aos 15, quando eram vizinhos em Copacabana, Rio e Janeiro.

Formaram em 1965 a dupla Leno & Lílian, fazendo muito sucesso até o fim da dupla em 1967. Compôs o hit "Devolva-me" quando tinha 15 anos.

Em 1966, foi a primeira mulher a compor um rock original em português, chamada “O Pica Pau”, gravada originalmente por Erasmo Carlos.

Ficou alheia ao mundo artístico até voltar com Leno em 1972, encerrando a parceria novamente em 1974 quando saiu em carreira solo.

No final dos anos 70, retomou a carreira de intérprete e lançou a música “Sou rebelde”, uma regravação em português do hit "Soy Rebelde" da cantora anglo-espanhola Jeanette. A versão foi escrita por Paulo Coelho a pedido de Roberto Livi, que apostou no sucesso do cover e fez com que Lilian apresentasse a canção usando minissaia e fazendo cara de "menina ingênua", de modo a cativar o público. O disco alcançou a marca de mais de três milhões de copias vendidas.

Lilian morreu hoje aos 76 anos.,


Fontes:

metropoles.com
google.com
youtube.com
wikipedia.org

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

 

Pelo telefone




Donga (1889-1974) foi músico, compositor e violonista brasileiro. Em parceria com Mauro de Almeida compôs a música "Pelo Telefone", gravado em 1917, o primeiro samba gravado na história da música.

Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de abril de 1889. Filho de Pedro Joaquim Maria, pedreiro, e de Amélia Silvana de Araújo, a "Tia Amélia", que era mãe de santa e cantadeira de modinhas.


Donga




Sua mãe foi uma das baianas do bairro da Cidade Nova, que junto com Tia Ciata, Tia Presciliana de Santo Amaro, Tia Gracinda e Tia Verdiana, fundaram os ranchos onde aconteciam sessões de candomblé e sambas.

Donga, influenciado pelo ambiente musical, com 14 anos aprendeu a tocar cavaquinho, violão, e banjo. Assíduo frequentador da casa de Tia Ciata, na rua Visconde de Itaúna, foi ali que Donga, em 1916, compôs um trecho do samba "Pelo Telefone", depois terminada pelo jornalista Mauro de Almeida. Compôs também valsas, marchinhas, toadas e emboladas.

Em 1922, Pixinguinha montou o grupo "Os Oito Batutas" no qual Donga tocava violão. Com suas marchas rancho, chorinhos e sambas, conquistaram público e a crítica. Depois, mudaram o nome para "Os Batutas". Participou ainda da "Orquestra Típica Pixinguinha Donga". Em 1932 participou do "Grupo da Velha Guarda" e dos "Diabos do Céu".

Em 1932, casou-se com a cantora lírica Zaira de Oliveira, com quem teve uma filha, Lígia. Dois anos depois ficou viúvo. Casou ainda mais quatro vezes.

Em 1940 Donga gravou nove composições no disco Native Brazilian Music, organizado pelos músicos Villa Lobos e o americano Leopold Stokows, que foi lançado nos Estados Unidos pela gravadora Colúmbia.

Donga, aposentado como oficial de justiça, pobre, doente e quase cego, morava na Casa dos Artistas, no Rio de Janeiro. Faleceu no dia 25 de setembro de 1974.


Fontes:

wikipedia.org
youtube.com
google.com
ebiografia'.com

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

 Vamos falar hoje de um personagem do teatro do século XVI e XVII, época da Commedia Dell´Art, chamado Polichinelo. Uma espécie de bufão, ou bobo da corte que divertia os nobres.






A Commedia Dell’arte foi uma vertente popular do teatro renascentista. Também chamada de “Commedia All’improviso” e “Commedia a Soggetto”, ela surgiu entre os séculos XV e XVI, na Itália, país que ainda mantinha viva a cultura do teatro popular da Antiguidade Clássica, e se opôs à “Comédia Erudita”.

Embora tenha surgido na Itália, esse modelo chegou mais tarde à França com o nome “Comédia Italiana” onde permanece até o século XVIII, quando ocorreu a reforma goldoniana da comédia.

Suas apresentações eram realizadas nas ruas e praças públicas e partiam sempre de um roteiro, o canovaccio, onde os atores interpretavam seus personagens e contavam uma história usando muitos elementos de comédia e acrobacias e tinham total liberdade para improvisar e interagir com o público.

Os personagens da commedia dell’arte eram caricaturados, tipificados e estereotipados e possuíam três categorias distintas: os enamorados, os criados e os patrões. Os personagens mais importantes eram: Arlequim, Pantaleão, Capitão, Polichinelo, e a Colombina.



Sua figura era algo burlesca: nariz longo, cifose, barriga grande, sempre usando um barrete e uma máscara .



Como desfrutava do convívio dos nobres da corte, sempre sabia os segredos de todos, que compartilhava com outras pessoas. Daí vem a expressão (segredo de Polichinelo).





Fontes: 

wikipedia.org
casadosbonecos.wordpress.com
www.meisterdrucke.pt
teatroemescal.com
google.com

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Euphrosine (Εὐφροσύνη) deusa grega, junto com suas irmãs, Thalia e Aglaea, formavam as Graças.





Alegria, bom ânimo, divertimento, festividade. Na mitologia grega, Eufrosina ou Eufrosine (Εὐφροσύνη, Eyphrosýnē) é uma das três Graças (Χάριτες, Khárites), deusas que seriam filhas de Zeus (Ζεύς, Zeús) e de Eurínome (Εὐρυνόμη, Eurynómē).








As Graças da mitologia grega, também chamadas de Charites , são deusas irmãs da beleza, graça e charme. Na mitologia romana, as Graças são chamadas de Gratiae . Seus nomes são Aglaea, que significa radiância ou beleza; Euphrosyne, que significa alegria; e Thalia, que significa florescer. Peitho, que representava a persuasão, foi posteriormente introduzida como uma quarta Graça nos escritos do poeta Hermesianax. O que as Graças pretendem representar na mitologia grega é a encarnação divina das qualidades de beleza e graça. Elas também representam atos de caridade por meio de doação de presentes, generosidade e reciprocidade.






As Caritas (ou Graças) nasceram para trazer bondade ao mundo, elas fazem parte da comitiva da Deusa Afrodite, ao lado de Eros, Hebe e Peitho, e também fazem parte da comitiva de sua madrasta Hera, ao lado de Hebe, Eileithyia e Íris.

A palavra caridade deriva da palavra grega caritas, que significa fazer o bem.

Quando a primeira mulher humana, Pandora, foi criada, os Caritas e Peitho a presentearam com colares e outros adornos.

As duas mais velhas Charites, Thalia e Euphrosyne, nunca foram registradas como casando, permanecendo virgens. Aglaea, no entanto, foi casada com Hefesto, Deus da Forja, e mais tarde teve quatro filhas.

Há uma história de uma das jovens Charites, Pasithea, sendo o interesse amoroso do antigo Deus do Sono, Hypnos. Hera prometeu a Hypnos, a mão de Pasithea em casamento se ele pudesse fazer Zeus adormecer durante um período dentro das Guerras de Troia, depois que ele completou a missão, Pasithea e Hypnos se casaram.





O trabalho das Caritas era atender os outros deuses olímpicos, especialmente durante festas e banquetes. Além disso, elas eram atendentes de Afrodite, que durante um ponto, a banhou e a ungiu em Pathos, depois que ela deixou o Olimpo, após a exposição do caso dela e de Ares, elas também eram ditas para tingir ou tecer o peplos (vestimenta) de Afrodite. Como atendentes de Afrodite, elas também dançavam em comemoração ao nascimento de Apolo com Afrodite, Hebe e Harmonia. Elas eram frequentemente referenciadas como dançando e cantando com Apolo e as Musas também. Píndaro também se referiu a elas como as guardiãs dos antigos Minyans e as rainhas de Orchomenus que têm seus tronos ao lado do de Apolo.


Fontes:

study.com/academy/lesson/graces
wikipedia.org
google.com
greekgoddesses.fandom.com

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Hypnos ( Ὕπνος )


Na mitologia grega, o deus do sono é Hipnos, que personifica o sono e a sonolência.


Hypnos





Era filho da deusa da noite, Nix, e de Érebo, que simbolizava a escuridão primitiva constituída no instante da criação. Ele tinha inúmeros irmãos, dos quais o mais importante era seu gêmeo Tânatos, divindade responsável pela esfera da morte. Os demais foram concebidos apenas por meio do desejo de Nix ou através do auxílio de Érebos.

De acordo com a Ilíada, de Homero, este deus reside em Lemmos, junto com sua esposa Grácia Pasitea, presenteada a ele por Hera, deusa da família e dos ciúmes, pelos serviços prestados. Ele adota a configuração humana, mas ao se recolher para repousar se converte em ave.

Características
Hipnos é um dos deuses gregos que interferem no espírito dos mortais

Sua mãe é Nyx, deusa da noite, e seu pai é Erebus, deus da escuridão.

Érebo - deus da escuridão




Hipnos é irmão de Tanatos, deus da morte.



Tanatos - deus da morte


Vivia dormindo numa caverna pela qual corria o rio Lete, o “rio do esquecimento”

Filhos

Morfeu é o filho mais famoso de Hipnos

Morfeu tem grandes asas que o fazem vagar silenciosamente pelos mais distantes lugares do planeta Terra

Morfeu assume formas humanas e ocupa os sonhos de quem quisesse.


Morpheu - deus dos sonhos





A palavra grega Hypnos significa simplesmente sono
Em latim, Hipnos era conhecido como Somnus
O médico escocês James Braid batizou sua técnica de indução de um transe semelhante ao sono como hypnotism (hipnotismo) em 1843.

Narra a mitologia grega que ele pairava suavemente sobre o Planeta, levando a todas as criaturas vivas o descanso abençoado e restaurador. Os pesquisadores deste tema creem que seu palácio estava localizado em uma vasta cavidade profunda, próxima ao espaço habitado por um grupo que, de acordo com Homero, existia desde sempre em eternas trevas.



Hipnos era visto como uma divindade que trajava peças nos tons dourados e cabelos da mesma cor, exatamente como Tânatos, seu irmão gêmeo, era representado sempre na coloração prateada. O deus do sono também é retratado, algumas vezes, como um rapaz dotado de asas, com uma flauta nos lábios, tocando doces melodias que trazem o sono aos homens.





O sono, que traz consigo a moderação das percepções sensoriais, é essencial na composição dos mitos e do folclore das mais variadas civilizações. A necessidade de compreender este processo remonta a eras ancestrais da história da humanidade. Esta inquietação se estende também para a ocorrência do sonho, considerado pelos povos primitivos um evento sobrenatural.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
infoescola.com

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