sábado, 7 de setembro de 2024

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Famoso quadro do pintor paraibano Pedro Américo - 1888


Um importante capítulo da história do Brasil foi escrito às Margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, em um dia como hoje, no ano de 1822. De acordo com a historiografia clássica, foi naquele 7 de setembro que o nosso país conquistou a independência política de Portugal, em um momento que ficou marcado pelo "Grito do Ipiranga", proclamado por D. Pedro I. Com as famosas palavras "Independência ou Morte", D. Pedro I decretou o fim do domínio português no território brasileiro. Apesar da autonomia política, o Brasil, contudo, ainda era dependente economicamente de potências como a Inglaterra.

Segundo o jornalista e escritor Laurentino Gomes em seu livro "1808", a cena no quadro de José Américo, não foi tão épica assim: "... Ao se aproximar do riacho do Ipiranga, às 16h30 de 7 de setembro de 1822, o príncipe regente, futuro imperador do Brasil e rei de Portugal, estava com dor de barriga..."

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De acordo com a historiografia moderna, no entanto, este processo de independência teve início em 1808, quando houve a transferência da corte portuguesa para o Brasil por conta do avanço das tropas napoleônicas na Península Ibérica. Além disso, outras revoltas contra o domínio português também marcaram nossa história, mesmo antes da chegada da corte ao Brasil, como foi o caso da Inconfidência Mineira (1789).

Entre os fatos mais imediatos que resultaram no Grito do Ipiranga está o "Dia do Fico", ocorrido em 9 de janeiro de 1822, quando D. Pedro I se recusou a cumprir a exigência da corte de Lisboa que determinava seu retorno a Portugal. Com isso, mostrava-se clara a intenção de "recolonizar" o Brasil, mas a presença de D. Pedro impedia este propósito. Este, no entanto, não retornou e proclamou: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."


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Depois disso, uma série de medidas prepararam o terreno para uma inevitável independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra e ordenou o retorno das tropas de Portugal. Ainda determinou que nenhuma lei de Portugal iria valer no Brasil sem sua autorização. 

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Poucos dias antes da proclamação da independência brasileira, Maria Leopoldina assinou, no dia 2 de setembro, o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal. Esposa de D. Pedro, ela havia assumido como princesa regente enquanto o príncipe estava apaziguando ânimos exaltados em São Paulo. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.

Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole. Todas estas notícias chegaram a D. Pedro quando ele retornava de Santos para São Paulo. Diante de todos estes fatos, só havia uma coisa a fazer: à beira do riacho do Ipiranga, ele levantou a espada e gritou: "Independência ou Morte!". Em dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

Apesar de manterem embaixadores no país a maioria relutou em reconhecer a independência do Brasil, fato que não abalou D.Pedro I, que numa carta ao marquês de Resende expôs:

"Olhando eu o reconhecimento político como uma espécie de sanção dada por todas as nações à Independência do Brasil, não acho,  contudo, essencial para gozarmos daquelas felicidades resultantes de uma nação independente..." (1)

(1) (Rezzutti, Paulo - D.Pedro a história não contada - pag.185


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A independência do Brasil foi reconhecida, primeiramente, por Estados Unidos e o México. Portugal só fez isso depois do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas, dinheiro que D. Pedro pegou emprestado da Inglaterra.

Apesar do valor histórico do 7 de setembro, velhas estruturais sociais permaneceram intactas, já que a população mais pobre não fez parte do processo e permaneceu a distribuição desigual de renda. De um lado, havia uma poderosa elite agrária e, do outro, os traços fortes de uma nova nação que carregaria por muito tempo o peso dos 300 anos de escravidão em sua história.


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Conheça os principais fatos e personagens da independência:



O ACORDO COM OS INGLESES

Aliados antigos dos portugueses, os ingleses escoltaram a família real em sua viagem ao Brasil por conta das invasões francesa e espanhola que estavam em curso no território português. Quatro naus da Marinha Real Britânica, sob o comando do capitão Graham Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil. Ao todo, foram aproximadamente 50 embarcações, com 20 mil pessoas a bordo. A viagem começou no dia 29 de novembro de 1807 e só terminou no dia 24 de janeiro do ano seguinte. Após uma longa jornada precária, com suprimentos insuficientes e barcos superlotados, a comitiva real desembarcou em Salvador. Ali mesmo, foi assinado Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, leia-se Inglaterra. Vale destacar que Portugal e Inglaterra têm o pacto de aliança mais antigo do mundo, o Tratado Anglo-Português, firmado em 1373.

NAPOLEÃO BONAPARTE

Napoleão já tinha o plano de invadir Portugal e repartir o reino em três partes com os seus aliados. Para isso, forçou uma aliança, o Tratado de Fontainebleau (1807), com a realeza espanhola, em que obrigou a abdicação do trono de Carlos IV em favor do seu irmão José Bonaparte. Como os portugueses não podiam abrir mão dos negócios com seus parceiros ingleses, a solução foi transferir todo seu aparelho estatal para a colônia no Brasil, em 1808. Após a invasão de Portugal, Napoleão teve dificuldade em exercer o seu domínio tanto ali quando na Espanha. O fato é considerado uma falha estratégica do poderoso imperador francês. Em 1820, com a Revolução em Portugal, a corte retornou ao Brasil 

D. JOÃO VI

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Então príncipe regente, Dom João VI tomou a decisão de aceitar a proteção inglesa e fugir para o Brasil tendo em vista sua delicada posição naquele momento: deveria ficar do lado de Napoleão, ou do lado dos ingleses? Ele simulou uma submissão voluntária à França, mas, nos bastidores, fazia pactos secretos com os ingleses. Pressionado de todos os lados, D. João decidiu pela retirada da corte portuguesa para bem longe da Europa. A sua jogada foi lembrada por Napoleão que, antes de morrer na prisão na Ilha de Santa Helena, disse: "O único que me enganou".


CARLOTA JOAQUINA

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Casada com Dom João VI, ela foi Imperatriz do Brasil, entre 1825 e 1826. Entrou também na história como a "A Megera de Queluz" devido à sua forte personalidade. Acabou isolada no Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa, por ter conspirado contra seu marido. Ela teve o seu casamento arranjado com D. João VI quando tinha apenas 10 anos. Seu pai era o Rei Carlos IV, da Espanha, que seria mais tarde obrigado por Napoleão a abdicar do trono.

D. PEDRO I

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D. Pedro é uma figura central na independência do Brasil. No dia 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, ele proclamou o surgimento de um novo país, com o grito de "Independência ou Morte". Por conta disso, também é chamado de Libertador e tornou-se o fundador e primeiro monarca do Império do Brasil.

JOSÉ BONIFÁCIO

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Conhecido como o patriarca da independência, foi devido a ele que D. Pedro aderiu ao movimento emancipador no Brasil. Logo após o 7 de setembro, ele organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação e comandou uma política centralizadora. Também foi ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a julho de 1823. Contudo, a convivência no poder entre ele e D. Pedro se deteriorou e eles romperam ligações, o que levou José Bonifácio a viver no exílio na França por seis anos. Mais tarde, se reconciliaram e José Bonifácio chegou a ser tutor de Pedro II quando seu pai abdicou do trono em 1831. Atribui-se a José Bonifácio a chegada da Maçonaria ao Brasil, com suas ideias liberais e anticolonialista.

MARIA LEOPOLDINA

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Maria Leopoldina assinou, no dia 2 de setembro, o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal. Esposa de D. Pedro, ela havia assumido como princesa regente enquanto o príncipe estava apaziguando ânimos exaltados em São Paulo. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.

MARQUESA DE SANTOS

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Ela foi uma figura que agitou a corte portuguesa. Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, era uma conhecida amante de Dom Pedro I. Os dois se conheceram poucos dias antes do príncipe proclamar a independência do Brasil. O romance durou até 1829, pois, de acordo com histórias da época, ela teria ficado enfurecida ao descobrir que a própria irmã e Dom Pedro mantinham um relacionamento. Contudo, quem mais sofria com a história era a imperatriz D. Leopoldina, que, de acordo com relatos, teria morrido aos 29 anos de depressão e infelicidade por ter que suportar a presença da Marquesa de Santos na corte.

LORD COCHRANE

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Herói nacional do Reino Unido por conta do seu sucesso nas Guerras Napoleônicas, Lord Cochrane organizou a Armada Imperial Brasileira após afastar-se do governo britânico.



Fontes:
seuhistory.com
google.com
1822, Gomes Laurentino
D.Pedro, a história não contada - Rezzutti, Paulo

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