domingo, 30 de julho de 2023

O arquipélago Gulag é uma obra de Alexandre Solzhenitsyn.


O livro conta a história vivenciada pelo autor durante sua prisão de 11 anos num dos campos de concentração e trabalhos forçados do governo de Josef Stalin.






A partir da década de 1930, funcionou na União Soviética o Gulag, sistema de campos de trabalhos forçados que tornou-se um dos símbolos do governo de Stalin. Neles, foram aprisionadas milhões de pessoas, entre elas criminosos, presos políticos ou qualquer um que fizesse oposição ao regime da época. As condições de trabalho nos gulags eram penosas: fome, frio e carga excessiva de trabalho não eram raros. O escritor russo Alexander Soljenítsin, nascido em 1918 e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1970, dedicou-se a retratar a vida nesses lugares. Acusado de fazer propaganda anti-soviética, em 1945, ele foi preso e condenado a 8 anos de trabalhos forçados.

O primeiro livro lançado pelo escritor, Um dia na vida de Ivan Denisovich (1962), já havia sido uma das primeiras críticas diretas ao governo publicadas na União Soviética. Arquipélago gulag, entretanto, escrito clandestinamente ao longo de 9 anos, é a mais influente obra sobre como os campos funcionavam nos tempos de Stalin.

Para escrever Arquipélago gulag, Soljenítsin, além de valer-se de sua experiência nos campos de trabalhos forçados, coletou os testemunhos de mais de 200 outras pessoas que passaram pela mesma experiência. A história retrata, a partir de acontecimentos que só poderiam ser vistos de dentro do cárcere, o horror do Gulag ao acompanhar a vida de um de seus prisioneiros: a viagem até o campo, as dinâmicas de trabalho abusivas, as tentativas de fuga, as rebeliões e os interrogatórios. Soljenítsin dedicou o livro a “todos os que não viveram para contar a história”.

Entre 1965 e 1967, a KGB, organização de serviços secretos da União Soviética, chegou a confiscar rascunhos do autor. Para proteger Arquipélago gulag, então, Soljenítsin trabalhou as várias partes do seu manuscrito em momentos diferentes, dividindo-o e deixando seus pedaços sob a tutela de amigos. Em 1973, ainda residente em seu país de origem, ele conseguiu publicar a primeira edição do livro em Paris, para então alcançar o mundo.

Apenas um ano depois, entretanto, o escritor foi expatriado e permaneceu exilado por 20 anos enquanto o livro circulava de forma ilegal na União Soviética. Três anos após a dissolução desta, Alexander Soljenítsin retornou à Rússia, onde morreu em 2008, aos 89 anos de idade.



Os g.u.l.a.g.s, que quer dizer, administração central de campos,  existiam desde a época dos czares e serviam exatamente para o mesmo objetivo de antes, que era o de abrigar presos, especialmente os políticos. Esses espaços tinham outro nome: kengir.

Com a morte de Lenin e a perseguição e posterior exílio de Trotsky (outro grande líder da Revolução Russa), a mando de Stalin tais campos voltaram a funcionar com toda força em abril de 1930, durando até 1960. No começo, foi dito que seriam apenas para burgueses, monarquistas e nobreza, mas depois passaram a ser também para anarquistas, trotskistas e qualquer cidadão comum que discordasse do stalinismo.

Nos gulags não existiam só russos, mas pessoas capturadas em outros países e que na visão do governo soviético pós-Lenin e Trotsky mereciam ser “reeducadas”. Muitos desses indivíduos eram, por exemplo, poloneses, acusados de serem traidores.

Os gulags se concentravam, principalmente, na Sibéria e nos subúrbios da capital, Moscou. Para se protegerem da violência sistemática, muitos presos inventaram entre si códigos e leis próprios, originando, dessa maneira, a máfia russa.



Fontes:
wikipedia.org
taglivros.com
google.com
historiadomundo.com.br

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