Em 28 de abril de 1945, chegou ao fim o fascismo na Itália.
A execução de Mussolini foi o último ato do declínio político do líder fascista que já durava um ano e meio, desde sua derrubada em julho de 1943.
A queda de Mussolini: julho de 1943 Mussolini foi derrubado e preso em 25 de julho de 1943, sendo substituído por Pietro Badoglio. O descontentamento com Mussolini era tão intenso que, quando a notícia de sua queda foi anunciada no rádio, as pessoas se alegraram porque acreditavam que isso traria o fim da guerra. A prisão de Mussolini durou menos de dois meses. Em 12 de setembro, ele foi libertado pelos paraquedistas alemães da SS do hotel-prisão no Gran Sasso, na Itália central. O resgate salvou Mussolini de ser entregue aos Aliados de acordo com o armistício.
Mussolini ao centro resgatado por soldados alemães
Três dias após seu resgate, Mussolini foi levado à Alemanha para um encontro com Hitler em Rastenburg, em seu quartel-general na Prússia Oriental. Apesar das declarações públicas de apoio, Hitler estava claramente chocado com a aparência desleixada e abatida de Mussolini, bem como sua relutância em ir atrás dos homens em Roma que o derrubaram. Por cerca de um ano e meio, Mussolini viveu em Gargnano, no Lago Garda, na Lombardia, norte da Itália. Embora ele insistisse publicamente que estava no controle total, ele sabia que não passava de um governante fantoche sob a proteção dos alemães. Na verdade, ele vivia sob o que equivalia a uma prisão domiciliar pela SS, que restringia suas comunicações e viagens.Em 21 de abril de 1944, Hitler convoca Mussolini para uma reunião. Mussolini, que estava deprimido e cansado do curso que a guerra havia tomado, apenas ouve o líder nazista. Na reunião, Hitler diz que cientistas alemães estavam preparando armas que mudariam o cenário da guerra. Quando Mussolini pediu a Hitler que lhe desse mais detalhes, este apenas lhe disse para ter confiança no que seus homens estavam preparando. Mussolini, porém, não ficou atrás: alguns meses depois, começaria a falar de uma “arma secreta” italiana conhecida como o “raio da morte” que Marconi, o inventor do rádio, havia inventado nos anos 1930. Contudo, nenhuma arma nova apareceu.
No dia 22 de abril, Mussolini daria sua última entrevista perante uma centena de oficiais da Guarda Republicana, reunidos no pátio da prefeitura de Milão. Foi, na verdade, um monólogo do Duce sobre o fascismo, o nazismo e a guerra. Falou sobre seu projeto de “socialização mundial” e seu desejo de paz que teria sido impedido.
Última foto de Mussolini vivo
Em 23 de abril, as tropas aliadas entraram na cidade de Parma e, no dia seguinte, libertaram Gênova. A rápida aproximação dos aliados, fez Mussolini decidir por deixar Milão, o que ele fez na noite, do dia 25 de abril. Seguiu na direção da cidade de Como acompanhado pelo tenente Birzer e seus homens, encarregados por Hitler de escoltar Mussolini aonde quer que ele fosse. A cidade de Como parecia um refúgio seguro e isolado para esconder-se. Não foi, porém, o que Mussolini e sua escolta encontraram e na madrugada do dia 26 seguiram para o norte. Enquanto isso, em Milão, ocorria uma insurreição geral contra as forças nazifascistas e o jornal Corriere della Sera anunciava em primeira página: “Mussolini desaparece de Milão depois de dramáticas prevaricações”.
Enquanto isso, Mussolini e comitiva viajavam em caminhões onde se escondiam mais de cinquenta pessoas: todos membros do governo fascista além de suas esposas e filhos. Mussolini disfarçava-se usando um traje de baixa patente militar. Por volta das 16h do dia 27 de abril, próximo à cidade de Dongo, os veículos foram detidos por guerrilheiros da Resistência antifascita italiana. Mussolini foi reconhecido sob a bancada do caminhão. Foi prontamente desarmado de sua metralhadora e pistola Glisenti, preso e teve sua maleta confiscada. Todos os outros membros da comitiva também foram presos. Alguns se renderam espontaneamente, outros ofereceram dinheiro e objetos de valor para comprar a liberdade. Os ocupantes de um carro blindado tentaram resistir iniciando um tiroteio. Alguns tentaram fugir pulando no lago. No dia seguinte, 16 entre os mais proeminentes expoentes do regime, foram fuzilados sumariamente na beira do lago de Dongo; nas duas noites seguintes, outros dez prisioneiros foram mortos.
Não demorou para chegar, em Milão, a notícia da prisão de Mussolini. Os guerrilheiros temiam um golpe fascista para tentar libertar Mussolini, ou alguma tentativa dos Aliados de se apoderar dele (a 34ª Divisão dos Estados Unidos estava chegando a Dongo). Por isso, nas horas seguintes, Mussolini e Clara Petacci foram transferidos para diferentes esconderijos. Por volta das 3h da madrugada do dia 28 de abril, Mussolini de Clara Petacci foram alojados em Bonzanigo. O que se passou a partir desse momento, tem inúmeras histórias e versões. A versão histórica ou oficial é o resultado dos depoimentos prestados pelos três executores. São versões diferentes, mas concordam na forma como foi feita a execução, diferindo nas atitudes e palavras faladas. O casal foi levado até Villa Belmonte, uma graciosa residência de férias, e ali foram metralhados no portão da residência. Segundo uma das versões, as últimas palavras de Mussolini – em óbvia deferência à sua personalidade egocêntrica – foram: Atirem aqui (apontando para o peito). Não destruam meu perfil.
Os corpos de Mussolini, Clara Petacci e outros 16 baleados foram carregados em um caminhão; um pano foi estendido sobre eles no qual os guerrilheiros se sentaram durante a viagem. O veículo partiu para Milão por volta das 18h onde chegou na madrugada do dia 29 de abril. Os 18 corpos foram jogados no chão da Piazzale Loreto. Ao amanhecer, os primeiros transeuntes notaram os corpos e logo a praça lotou de gente. A confusão se fez: os cadáveres foram pisoteados e desfigurados. Muitos insultaram, zombaram, cuspiram, chutaram e urinaram sobre os cadáveres. Uma mulher disparou cinco tiros contra o cadáver de Mussolini para vingar seus cinco filhos mortos na guerra. Um estandarte fascista foi colocado na mão de Mussolini para zombaria.
O outrora poderoso líder fascista jazia estendido sem vida no chão à mercê de seus detratores.
Seus corpos foram pendurados numa ponte em Milão.
Da esquerda para a direita, os corpos de Bombacci, Mussolini, Clara Petacci, Pavolini e Starace na Piazzale Loreto, em Milão, 29.4.1945.
Fontes:
ensinarhistoria.com.br/linha-do-tempo/execucao-de-mussolini-italia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
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