Vamos abordar a origem de algumas palavras da língua portuguesa.
Traição - O termo provém do latim “tradere” que, em linguagem militar, tinha o significado de “entregar nas mãos de alguém”, referindo-se às armas ou à cidade. O substantivo “traditio”, correspondente à entrega, teve seu significado original mudado, passando a ter o sentido de falta de lealdade.
Traíra - àquele que trai, que engana. Traíra também é um peixe carnívoro de água doce no Brasil. Ele se esconde em barrancos, em águas mais rasas para emboscar outros peixes, rãs e insetos.
Eleição - originária do latim electio. O fato é que o latim electio deriva do verbo eligere, por sua vez composto do prefixo ex, “fora”, e legere, “catar, colher”. Portanto, eleger alguma coisa é extraí-la de seu conjunto, como se faz quando se tira um grão de feijão de um saco. Ou escolher alguma coisa ou alguém de um conjunto ou de uma lista.
Concorrer - Do latim concurrere, é literalmente “correr juntos” e referia-se à competição esportiva da corrida na Roma antiga. Até hoje a metáfora da competição, inclusive eleitoral, como uma corrida permanece ligada ao verbo “concorrer” e seus cognatos “concorrência”, “concorrente”, “concurso”, etc.
Voto - Vem do latim votum, particípio do verbo vovere, “prometer, jurar solenemente, fazer um voto (de castidade, por exemplo), fazer votos (de felicidade, etc.)”. Do voto com sentido religioso passou-se ao voto político, que era pronunciado solenemente em voz alta no senado romano. Por sinal, “voto” é da mesma origem que “voz”, e em ambos os casos há a ideia de fala.
Urna - Na Roma antiga, era um vaso de gargalo estreito e bojo largo que servia para guardar água, óleo, cinzas e… votos. Por incrível que pareça, urna é da mesma origem que urina, e ambas remontam à raiz indo-europeia *wod‑, “água”, que deu water em inglês e vodka (a água que passarinho não bebe) em russo.
Candidato - Vem do latim candidatus, aquele que se vestia de branco (candidus em latim) para concorrer a uma vaga no senado, pois a túnica branca era uma espécie de traje oficial dos políticos da época, assim como o terno hoje em dia. Candidus deu “cândido” e “candura” em português. E como o branco é a cor da pureza, uma pessoa cândida é uma pessoa pura, sem máculas de caráter. Já que cândido é branco, sem manchas, existe até um alvejante de roupas com essa marca. E a lição que fica é que os candidatos a cargos públicos deviam ser pessoas cândidas de caráter, isto é, políticos “ficha limpa”.
Escrutínio - A palavra escrutínio deriva do latim "scrutinium,ii", que significa pesquisa, visita. Votação em que os votos são colocados numa urna. Processo em que os votos são retirados da urna e apurados. Urna em que os votos foram colocados.
Origens indígenas:
Abacaxi - (ïwaka'ti): ï'wa “fruta” mais “ka'ti” e significa algo que recende.
Açaí - (ïwasa'i): é o fruto que deita água, que chora, que dá sumo.
Aipim - (aipĩ): é algo que nasce ou brota do fundo.
Capim - (ka'apii): “ka'a” é mato e “pii” é um adjetivo de fino, delgado.
Palavras de origem árabe:
Alcachofra - خرشوف - (Kharshuf) - Al (artigo definido, a,as, o os) + Kharshuf.
Alfaiate - خياط - khayaat - al + raiat
Palavras de origem africana:
Dengo - Segundo os dicionários, a palavra significa “lamentação infantil”, “manha”, “meiguice”. Contudo, a palavra de origem banta (atualmente Congo, Angola e Moçambique) e língua quicongo tem um sentido mais profundo e ancestral: dengo é um pedido de aconchego no outro em meio ao duro cotidiano.
Caçula - Do quimbundo kazuli, que significa o último da família ou o mais novo.
Moleque - Do quimbundo mu’leke, que significa “filho pequeno” ou “garoto”, era um modo de se chamar os seus filhos de mu’lekes.
Com o passar do tempo, a palavra começou a apresentar um significado pejorativo, devido ao preconceito existente contra tudo o que era próprio dos negros, inclusive o modo como chamavam os seus filhos. Antes da abolição da escravidão, por exemplo, chamar um menino branco de “moleque” era uma grande ofensa.
Atualmente, a palavra “moleque” é atribuída a crianças traquinas e desobedientes. Também é utilizada para qualificar a personalidade de uma pessoa brincalhona ou que não merece confiança.
Fontes:
significados.com.br
diariodeumlinguista.com
dicio.com.br
quindim.com.br
blogs.correiobraziliense.com.br
pt.babbel.com/pt
google.com
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