Carlos Lacerda.
O Brasil vivia sob o governo de Getúlio Vargas eleito democraticamente em 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
O governo Vargas sofria dura oposição da UDN (União Democrática Nacional) um partido de extrema direita, que tinha como principal liderança Carlos Lacerda, jornalista que mais tarde se tornou governo do antigo estado da Guanabara, e tido por seus atos antidemocráticos e golpistas contra governos democraticamente eleitos.
A crise enfrentada pelo governo era em parte provocada pela atuação da União Democrática Nacional (UDN), segundo maior partido político do país, que desencadeava campanhas sistemáticas contra Vargas e defendia uma plataforma eminentemente oposicionista visando às eleições legislativas marcadas para outubro de 1954. O principal porta-voz das posições udenistas era o jornal Tribuna da Imprensa, de propriedade de Carlos Lacerda, também candidato à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal.
A Tribuna combatia Getúlio Vargas mesmo antes do seu retorno à presidência. Na edição de 1º de junho de 1950, Lacerda afirmava que Vargas “não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”.
Em 2014, Aécio Neves, usou essas mesmas palavras contra a reeleição da então presidenta Dilma Roussef.
Depois que Getúlio assumiu a chefia do Executivo, a Tribuna da Imprensa baseou sua campanha em acusações de corrupção administrativa, se bem que os ataques de caráter pessoal, que incluíam diversos membros da família do presidente, também fossem frequentes. Em 1954, ano eleitoral, a campanha de oposição ao governo se intensificou. Em junho, Vargas foi acusado de malversação de fundos públicos, tendo Lacerda lhe atribuído os epítetos de “patriarca do roubo” e “gerente-geral da corrupção no Brasil.”
O jornal de Lacerda denunciou também a existência de pessoas que aproveitavam suas funções no governo para encobrir atividades escusas. Samuel Wainer, proprietário do jornal Última Hora, foi acusado de se haver valido de seus vínculos com Getúlio para obter vultoso empréstimo no Banco do Brasil. João Goulart, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), situacionista, e ex-ministro do Trabalho, e Ricardo Jafet, presidente do Banco do Brasil, também foram alvo de cerrados ataques.
Lacerda foi vítima de atentado a bala na porta do prédio onde residia, número 180 da Rua Tonelero, em 5 de agosto de 1954, quando voltava de uma palestra no Colégio São José, no bairro da Tijuca. No atentado da Rua Tonelero, como entrou para a história, morreu o major da Aeronáutica Rubens Vaz, membro de um grupo de jovens oficiais que se dispuseram a acompanhá-lo e protegê-lo das ameaças que vinha sofrendo. Atingido de raspão em um dos pés, Lacerda foi socorrido e medicado em um hospital. Lá mesmo, acusou os homens do Palácio do Catete, sede do poder executivo, como mandantes do crime.
A pressão midiática e a comoção pública com a morte do Major Rubens Vaz obrigaram o governo a instaurar um IPM para investigar o atentado. Rapidamente, os militares ligados a Lacerda fizeram do inquérito o palco perfeito para fomentar ainda mais a crise. Uma série de investigações levou à prisão dos autores do crime, que confessaram o envolvimento do chefe da guarda pessoal de Vargas, Gregório Fortunato e do irmão do presidente, Benjamim Vargas.
A crise instaurada culminou com o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 14 de Agosto de 1954.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
fgv.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário