Dando prosseguimento na comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil, hoje vamos falar da Revolução Farroupilha.
Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835 – 1845)
Foi a mais longa e duradoura das revoltas do período regencial, deflagrada por conta de aumentos de impostos. Mas, em 20 de setembro de 1835 foi proclamada a República Rio-Grandense, tendo como líder Bento Gonçalves que governou a província em 1837. Com o comando de Giuseppe Garibaldi proclamaram em Santa Catarina a República Juliana. A revolta ultrapassou o período regencial e só foi finalizada no segundo reinado.
Os principais motivos do estopim da rebelião foram, em linhas gerais, o ideário republicano presente na região, pela proximidade com as repúblicas platinas, uma tradição autonomista das elites locais combinado com o centralismo excessivo que marcou a política do inicio do período imperial e a vontade de parte das elites regionais de se unirem ao recém-independente Estado do Uruguai, assim como o sentimento de que o Brasil não protegia os interesses do Rio Grande além da fronteira, onde diversas escaramuças ocorreram e relatos de roubo de gado eram comuns. O principal motivo de curto prazo, entretanto, foi a taxação excessiva do charque (espécie de carne-seca muito utilizada na alimentação de escravos no período) rio-grandense em comparação com o charque dos demais estados platinos pelo governo imperial, o que gerava uma enorme desvantagem para o produto do Rio Grande em comparação com o produto estrangeiro, mas, por outro lado, oferecia uma vantagem comercial para os consumidores do nordeste e do sudeste, que podiam adquirir o charque estrangeiro por um preço muito mais barato, o que gerou um sentimento de alienação por parte das elites gaúchas, que se rebelaram.
Em 1842, o governo imperial nomeou Duque de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva) para comandar uma ação com objetivo de finalizar o conflito separatista no sul do Brasil.
Em 1845, após vários conflitos militares, enfraquecidos, os farroupilhas aceitaram o acordo proposto por Duque de Caxias e a Guerra dos Farrapos terminou. A República Rio-Grandense foi reintegrada ao Império brasileiro.
O Barão de Caxias soube muito bem lidar com a situação no Rio Grande do Sul e, mesclando ataques militares com a diplomacia, levou as lideranças farroupilhas para a mesa de negociação. Um acordo entre farroupilhas e o Império demorou a ser costurado, mas, quando finalizado, resultou no Tratado do Poncho Verde, assinado no dia 1º de março de 1845.
Duque de Caxias
O tratado colocou fim à Guerra dos Farrapos e deu fim à tentativa de separatismo. Os dois representantes que assinaram o tratado de cada lado foram o Barão de Caxias, pelo lado imperial, e David Canabarro, pelo lado dos farroupilhas. É importante salientar que, apesar de alguns termos serem favoráveis aos gaúchos, o Império não cumpriu todos.
Entre os termos que constavam no tratado, podemos citar:
- perdão para os gaúchos que tinham se engajado na revolta;
- os militares farroupilhas seriam integrados ao exército imperial, mantendo as suas patentes;
- os escravos envolvidos na luta seriam alforriados.
O governo ainda atendeu à grande demanda dos farrapos, taxando o charque estrangeiro em 25% e garantindo, assim, a competitividade da mercadoria produzida pelos gaúchos.
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